ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00107</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Revista Cinéfilo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Arthur Charles Soares Corrêa (Universidade Federal do Amazonas); Pâmela Eurídice da Silva Beleza Baltazar (Universidade Federal do Amazonas); Maria Cecília Costa Braga da Silva (Universidade Federal do Amazonas); Luis Mansueto Filho (Universidade Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Cinema, Amazonas, Revista, Jornalismo Cultural, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Cinéfilo é uma revista elaborada na disciplina de Planejamento Gráfico em Jornalismo, no curso de Comunicação Social - Jornalismo, da UFAM. Tem o intuito de inovar e retratar o cinema local, que no sentido comunicacional, encontra-se às margens em uma cidade essencialmente conservadora e com publicações de conteúdos de cunho cultural repetitivos e explorados em demasia. A revista Cinéfilo apresenta um dinamismo em sua abordagem editorial, dando destaque ao cinema amazonense e confirmando que seus realizadores e produtores podem ter espaço e voz na impressa amazonense atual.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Quando se fala da produção jornalística cultural, pondera-se acerca de um produto que preserva e ressalva suas qualidades de ser crítico, plural e às vezes lúdico, mas, acima de tudo, se distanciar das mesmas premissas do jornalismo tradicional que se alimenta do factual e da superficialidade. Por notar o caráter segmentado do Jornalismo Cultural foi que se optou por aplicá-lo sobre o formato de revista. Para Loose e Girardi (2009), as revistas são os meios de comunicação mais segmentados e os lugares onde abordagem contextualizada e analítica dos fatos encontra espaço privilegiado. A necessidade de segmentar os veículos de comunicação jornalística para se chegar ao público que se almeja atingir, desta forma a informação possui um alcance mais efetivo e é recebida da melhor maneira possível. SCALZO (2003, p.15) afirma que "é na revista segmentada, geralmente mensal, que de fato se conhece cada leitor, sabe-se exatamente com quem se está falando", o foco da revista está no seu leitor, em trazê-lo para dentro do assunto e tratá-lo como íntimo e ao tratar-se de cultura, que é um assunto presente em todos os meios (PIZA, 2004), esta proximidade deve ser em maior escala. Não apenas entre o veículo e o leitor, mas indo para uma esfera maior que abarca a mídia e a cultura. Rego (2012) afirma: De fato, cultura e mídia, se hibridizaram ao longo do século 20 e os reflexos desse relacionamento "intra-uterino" apresentam-se nos dias atuais de forma tão intrínseca que, em muitos aspectos e em alguns ângulos, é impossível separá-las. Para a grande maioria dos jovens com idade inferior a 30 anos é extremamente difícil reconhecer alguma manifestação cultural que não esteja na mídia, a não ser que este participe de uma comunidade tradicional. (REGO, 2012, p.105)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Levar conteúdo e conhecimento da produção do cinema alternativo, em especial as obras amazonenses, a fim de dar visibilidade às produções locais. Com publicações mensais, a revista propõe expor em suas páginas filmes com qualidade estética e artística para atender aos consumidores de arte cinematográfica no Amazonas. Scalzo (2003) afirma que: Revistas representam épocas. Sendo assim, só funcionam em perfeita sintonia com seu tempo. Por isso, dá para compreender muito da história e da cultura de um país conhecendo suas revistas. Ali estão os hábitos, as modas, os personagens de cada período, os assuntos que mobilizaram grupos de pessoas. (SCALZO, 2003, p.16) Desta forma, a revista Cinéfilo procura atender ao público amazonense ávido por conhecer o cinema independente e da região. Para isso, a revista busca por meio de suas publicações: realizar entrevista com realizadores locais; disponibilizar críticas e resenhas; relembrar obras clássicas; fazer um panorama da carreira de criadores e diretores famosos, atores e produtores locais (conjunto da Obra). De acordo com Piza (2004), as publicações da imprensa possuem seu público-alvo e devem se concentrar em falar com ele, sem abrir mão de tentar contribuir com sua formação, com a melhora do seu repertório. Assim, a revista Cinéfilo objetiva criar conexão entre o seu editorial, o público consumidor e o conteúdo abordado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao se falar sobre a Amazônia, as primeiras correlações feitas estão ligadas aos números que o bioma possui e representa para o mundo. Há inúmeros estudos realizados sobre a região voltados a questão ambiental e científica que a tornam cobiçada por todo mundo. Entretanto, observa-se uma carência quando estes estudos estão voltados a área cultural e social, Piza (2004) já apontava para o empobrecimento técnico do jornalismo cultural, devido a banalização de seu alcance, isto pode ser notado na região. De acordo com Pinto: Em torno da Amazônia tem se produzido e se acumulado, particularmente ao longo dos três últimos séculos, um considerável acervo de pensamento sobre o homem, a sociedade e suas relações com a natureza, o conhecimento atual que dispomos sobre tais temas é ainda bastante fragmentado e incompleto. (PINTO, 2006, p.34) A fragmentação do conhecimento sobre a Amazônia reflete diretamente na sua produção artística. Souza (2003) afirma que o Amazonas tem tido dificuldade em captar a essência de seus processos culturais e sociais, devido ao desconhecimento do caráter social do pensamento e da cultura. A isto, relembra-se o art. 1o do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, "o acesso à informação pública é um direito inerente à condição de vida em sociedade". De acordo com Soranz, o cinema amazonense se reinventou a partir do movimento cineclubista da década de 60, que foi responsável por catalisar "jovens interessados em conhecer o cinema moderno surgido do segundo pós-guerra" (2012, p.46). Esses jovens partiram para duas vertentes que se tem no audiovisual amazonense atual: crítica e análise cinematográfica e realização e produção de filmes. Segundo o autor, estas eram as personalidades locais que estariam sintonizadas a produção cultural contemporânea mundial. Assim sendo, entende-se o envolvimento do público com o tipo de material cultural que estava sendo produzido à época, e, consequentemente, a divisão entre aqueles que optaram por seguir a área ao modo que deu origem ao jornalismo cultural e os realizadores. Entretanto, o que hoje se percebe é o distanciamento desta primeira relação. Há uma percepção de crise vigente no jornalismo cultural. O espaço disponível nas mídias impressas tem diminuído, enquanto o leque de atividades culturais, se expandido. O que leva a indagar sobre o número de caracteres das futuras publicações, mesmo as segmentadas. Segundo Piza: A demanda por um jornalismo cultural de qualidade, vivo e crítico, é segura. Provas disso é a quantidade de endereços culturais surgidos na Internet, inclusive no Brasil, e o fato de que as editoras cada vez mais dão atenção à não-ficção, a ensaios, perfis, reportagens, biografias e livros de história escritos por jornalistas ou com "pegada" jornalística. (PIZA, 2004, p.67) Diante disto percebe-se que a divulgação cinematográfica no Amazonas se mostra escassa atualmente, pouco se fala sobre as produções realizadas no interior do estado e nos processos artísticos que decorrem mesmo na capital do estado, além de pouco se abordar a atual estética do cinema amazonense. E estas são informações que no âmbito internacional são de fácil acesso, mas que acabam por tirar o espaço do que é feito na Amazônia, apesar de haver público interessado no assunto. A revista Cinéfilo vem mostrar-se uma opção para sanar esta defasagem na área cultural, visto que a revista é o produto que melhor se encaixa para essa aplicação, já que consegue representar épocas e é um método eficaz para se conhecer a história e a cultura do lugar (SCALZO, 2003). Assim, ao segmentá-la, procura-se aumentar a proximidade com o leitor. Para Scalzo (2003): Segmentar o mercado é identificar interesses e desejos do público leitor, é saber detectar as tendências de comportamento do mercado, para dar a ele revistas sempre mais atualizadas, afinadas com a realidade, ou revistas novas, cada vez que uma nova tendência sugerir a criação de um novo segmento (SCALZO, 2003, p.34)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a construção da revista Cinéfilo utilizou-se os conceitos de Gavin Ambrose e Antônio Celso Collaro, conhecidos por suas obras esclarecedoras nas áreas de design, layout e produção gráfica. Silva (1985) aborda a necessidade de se estabelecer uma linha gráfico-editorial para produtos jornalísticos impressos, visto que sua principal funcionalidade é nortear a percepção do leitor, conduzindo a sua leitura: O discurso gráfico é um conjunto de elementos visuais de um jornal, revista, livro ou tudo que é impresso. Como discurso ele possui uma qualidade de ser significável; para se compreender um jornal não é necessário ler. Então há pelo menos duas leituras: uma gráfica e outra textual. (PRADO apud COLLARO, 1996, p.34) Tal discurso está interligado a linha editorial adotada pela revista. Scalzo (2003, p.61) afirma que o plano editorial representa "a visão exata da redação sobre a publicação, e sua relação com o leitor. O plano estabelece a missão, os objetivos e a fórmula editorial". Para o desenvolvimento da proposta editorial da revista Cinéfilo, considerando a carência de publicações jornalísticas neste segmento e as atribuições necessárias ao seu desenvolvimento, foi necessário estabelecer algumas etapas de produção: " Pesquisa Bibliográfica: a pesquisa bibliográfica permite conhecer o que já foi estudado sobre o tema. Sendo crucial e primária, foi realizada a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas por meios como livros, artigos científicos, páginas de web sites, etc. Para o início do desenvolvimento do trabalho, foi necessário acompanhar a execução do jornalismo cultural na mídia local, em especial os veículos que tem segmentação cinematográfica. Nesse processo, foi necessário estudar mais profundamente o jornalismo de revista, suas peculiaridades e modos de fazer, bem como o jornalismo cultural. " Pesquisa de Mercado: esta etapa possibilitou conhecer os principais títulos existentes no mercado de revistas amazonense e suas linhas editoriais, permitindo perceber o quanto o cinema amazonense tem se distanciado do holofote não apenas das revistas nacionais, como locais, também. As revistas foram analisadas a partir do Estudo Mídia Dados, que elencou as publicações mais influentes do Brasil, de acordo com seu número de tiragens por edição. " Pesquisa de Opinião: Essa pesquisa foi fonte essencial para obtenção de dados gerais e específicos sobre o público-alvo da revista. A pesquisa de opinião tem tanta importância para a sociedade atual que passa a ser a própria opinião pública e não apenas uma técnica. Nesta etapa, realizada em dezembro de 2016, foram aplicados questionários online, por meio do Google Docs, nos principais grupos do facebook de cinéfilos locais. Através do levantamento dos dados, foi possível conhecer os interesses do público alvo e organizar o editorial da revista. " Produção Jornalística: desenvolvida a partir das outras três descritas acima, norteou o conhecimento acerca da produção voltada a revista e ao jornalismo cultural, além das especificidades do perfil do público alvo, foi possível delinear o processo jornalístico pelo qual o periódico passou. A pesquisa de opinião foi necessária para desenvolver editorias e suas respectivas pautas, a partir dos interesses elencados pelo leitor. Para a elaboração das matérias, participou-se dos eventos de promoção do cinema amazonense e teve-se contato com os realizadores locais, a fim de entender o seu processo artístico. A parte seguinte à produção das matérias exigiu o desenvolvimento do design das editorias e da diagramação. Sobre a definição do projeto gráfico, ressaltou-se sua linguagem específica e rede de significações. Para que conteúdo e forma caminhem juntos, com objetivo de a peça final traduzir exatamente a consciência do seu valor informacional e estético, foi necessário considerar as seguintes questões no ato da diagramação (COLLARO, 2007): as ideias que as palavras deveriam representar, os elementos gráficos a serem usados, a importância relativa dos conceitos buscados e dos elementos gráfico e a ordem de apresentação. A harmonia entre o padrão gráfico e o fundamento filosófico da revista representa para o leitor a imagem do produto, com embalagem e conteúdos eficientes (WILLIANS, 1995). No caso da revista Cinéfilo, a definição de nome e demais escolhas gráficas (cores, ilustrações e demais elementos) procurou oferecer uma proposta de dar a publicação um caráter regional e acolhedor ao público-alvo. A disposição dos elementos foi baseada no livro Layout  design básico no que diz respeito ao design, a estética e aos elementos contidos na página. Quanto à definição para layout, Ambrose diz que: [...] está relacionado com a disposição de elementos de texto e imagem em um design. A maneira como esses elementos são posicionados, tanto um em relação ao outro quanto no projeto como um todo, afetará sua reação emocional ao design. O layout pode ajudar ou impedir a recepção das informações apresentadas em um projeto. (AMBROSE; HARRIS; 2009, p.6) Ao analisar esses cuidados quanto ao posicionamento dos elementos na página, procurou-se proporcionar ao leitor espaços livres evitando uma poluição visual. Tal distância entre os elementos foi usada para um aproveitamento organizado da página e é fruto de um grid produzido para o jornal. De acordo com Ambrose e Harris (2009): A intensidade da organização e a quantidade de espaço livre em volta dos elementos de texto e imagem são considerações cruciais do design. Muitos designers sentem-se compelidos a preencher esse espaço em vez de utilizá-los como um recurso gráfico. Uma disposição compactada dos elementos pode dar ao design um ritmo mais frenético, já a inclusão de espaços em branco pode produzir maior tranquilidade. (AMBROSE; HARRIS; 2009, p.67) De acordo com Ambrose e Harris (2009), "não há regras de ouro na criação de layouts, a não ser uma: o conteúdo vem primeiro", desta forma o conteúdo busca se alinhar a demanda do público cinéfilo amazonense, relembrando o papel da revista de estar envolvida com seu leitor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A busca por notícias referentes à cultura se configura como um dos valores mais recorrentes na sociedade da informação. Ao pensar nos inúmeros motivos para este fato, encontra-se a pluralidade temática que abarcam os bens culturais da sociedade e, consequentemente, o jornalismo cultural. Entretanto, nos últimos anos é perceptível o quanto este tipo de jornalismo tem passado por transformações, que envolvem desde sua composição ao propósito de publicação, há uma busca constante por aquilo que se intitula cultura de entretenimento em detrimento da cultura do conhecimento, no qual a necessidade de ensinar acaba sendo substituída pela necessidade de consumo. Desta maneira, o jornalismo que tem por definição informar, acaba, quanto à abordagem cultural, não apenas veiculando informações de forma acessível a todos os públicos, mas proporcionando uma válvula de distração, prazer e diversão as pessoas, o que não é de todo negativo, já que oferta a seus consumidores uma ruptura da rotina e, se feito a modo de seus pioneiros, promove formação intelectual. Entretanto esta prerrogativa está distanciada da prática dos cadernos culturais no Brasil. Segundo Piza (2004): O jornalismo cultural brasileiro já não é como antes. Pequeno panorama histórico é suficiente para mostrar que grandes publicações e autores do passado têm poucos equivalentes; mais que uma perda de espaço, trata-se de uma perda de consistência e ousadia e, como causa e efeito, uma perda de influência. (PIZA, 2004, p.7) Assim, nota-se o quanto as mudanças transcorridas nos últimos trinta anos nos cadernos culturais têm influenciado no formato de se fazer e enxergar o jornalismo cultural. Hoje se observa a presença massiva de materiais multimidiáticos que se debruçam sobre a abordagem das sete matrizes artísticas (música, dança, pintura, escultura, literatura, teatro e cinema), convencionando a ideia de especialização que envolve esse segmento jornalístico, visto que sua origem está intrinsecamente ligada à necessidade da imprensa em atender a um público segmentado, que procura em seu conteúdo algo que vá além, mesmo que este também seja seu interesse, da divulgação das artes ou veiculação de entretenimento. Segundo a Associação Nacional dos Editores de Revista (ANER), no Brasil, até meados de 2013, existiam mais de 5,8 mil títulos em circulação. Ao analisar as principais publicações nacionais impressas, de acordo com o número de tiragens/edição, voltadas para o segmento cultural cinéfilo foi possível notar a baixa abordagem do cinema amazonense quando posto em comparação com a produção nacional. Embora haja uma descentralização da produção audiovisual nacional, o panorama que se forma ainda é negativo quando se volta os olhos para a divulgação e conhecimento do cinema local. Dos 143 longas-metragens brasileiros lançados nas salas de cinema no último ano, nenhum foi produzido ou teve participação de amazonenses em sua equipe. Embora obras como "Antes o Tempo Não Acabava", do diretor amazonense Sérgio Andrade, e "Amazonas - o Jogo da Bola", de Chicão Fill, tenham sido reconhecidos internacionalmente no Festival de Berlim e International Tourism Film Festival ART & TUR, pouco se veiculou na mídia acerca destes e de outros filmes produzidos aqui. A revista Cinéfilo é uma revista mensal sobre cinema. Seus conteúdos são voltados para um público que consome cinema alternativo, afastando-se do cinema comercial. Acredita-se que a presente obra no formato de revista segmentada contribui socialmente e culturalmente por servir como uma ferramenta de comunicação e de sanar a necessidade do cenário editorial local e nacional de formular um periódico que abarque em suas publicações às demandas de informação e entretenimento dos cinéfilos amazonenses, de modo que também possa dar voz às produções e realizadores cinematográficos locais. Idealizado em caráter experimental, no âmbito da disciplina optativa Planejamento Gráfico em Jornalismo, este formato propicia uma inovação na região, na qual há falta de produtos voltados para o resgate cultural e social, principalmente, no mercado editorial de revistas. A Cinéfilo busca reaver o espaço do jornalismo cultural entre os periódicos locais. Segundo Piza, "há uma riqueza de temas e implicações no jornalismo cultural que também não combina com seu tratamento segmentado; afinal, a cultura está em tudo, é de sua essência misturar assuntos e atravessar linguagens" (2004, p.7). Logo, a necessidade de se informar sobre a cultura deve estar além dos chamados segundos cadernos, deve expandir para alcançar o alento do público. Assim, ao falar de segmentação, a proposta da revista Cinéfilo assemelha-se ao fundamento do jornalismo cultural: O fundamental no jornalismo cultural é que saiba ao mesmo tempo convidar e provocar o leitor, notando ainda que essas duas ações não raro se tornam a mesma: o leitor que se sente provocado por uma opinião diferente (no conteúdo ou mesmo na formulação) está também sendo convidado a conhecer um repertório novo, a ganhar informação e reflexão sobre um assunto que tendia a encarar de outra forma (PIZA, 2004, p.68) A revista Cinéfilo tem como público-alvo jovens entre 18 e 35 anos de idade, pela proximidade que essa geração possui com as mídias digitais e assuntos voltados para o cinema e artes no geral, porém seus conteúdos são voltados para todos os indivíduos que consomem cinema. Por se tratar de uma revista segmentada e direcionada, a Cinéfilo tem o objetivo de divulgar o cinema local. Por isso, optamos em focalizar nesse grupo por acreditar que a publicação preenche um vazio tanto na produção de revistas  escassa na região, como também atende uma linha editorial pouco explorada. O segmento de cinema é comum à maioria das publicações jornalísticas e de entretenimento, mas o que se observa é a predominância e exploração do mainstream (o que é de gosto comum a maioria da população), negligenciando grupos e práticas que fogem do comportamento padrão, como os realizadores e produtores locais. A fim de criar um contraste entre forma e conteúdo, escolhemos deliberadamente uma linha de diagramação colorida e versátil, que incorpora em cada temática cores e formas diferentes. Nesse sentido, o layout da revista é limpo, mas rico em cores (predominância de vermelho e azul). A fonte principal do texto foi Adobe Caslon Pro, por se tratar de uma fonte com serifa, pois elas ajudam a agrupar as letras de uma palavra facilitando a leitura dos textos. Nos títulos, as fontes utilizadas foram sem serifa, como Bebas Neue e Helvetica, pois são fontes que tem maior flexibilidade para estilizar as páginas da revista. Além disso, os textos não possuem linha de apoio, as fotos não apresentam legendas, deixando as páginas menos poluídas visualmente. Levando em consideração a organização dos conteúdos, a revista é dividida em entrevistas, críticas e resenhas e panorama da carreira de criadores, diretores locais. Sua publicação é voltada para ser mensal e conta com 21 páginas. Além disso, a Cinéfilo foi projetada nas dimensões de uma folha A4, 220x297mm. A veiculação digital também foi disponibilizada, partindo da vontade de explorar o ambiente online e compartilhar os resultados do projeto. A revista Cinéfilo está hospedada no Issuu, que permite publicações digitais sem perder a ação do folhear impresso, mesmo que seja com a utilização do mouse. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Um dos conceitos que fundamentam a revista Cinéfilo é o de Vanoye (1994), que defende a análise cinematográfica como a ambição de exprimir através do cinema o "imponderável", "revelar o que não é possível a olho nu, criar um universo de encantamento real" (1994, p.32). Assim, há uma quebra do conceito de que a arte ocorre pela arte, mas finca-se a visão de que a criação artística envolve o compromisso amplo e radical com a liberdade, sem alterar os valores e princípios que considera os mais adequados à sua personalidade enquanto criador. A cada etapa de produção e confecção da revista Cinéfilos sentíamos uma maior necessidade de cada história e produção cinematográfica serem mostrados, serem tirados do esquecimento e destinar-lhes um espaço social de visibilidade, propondo uma reflexão de que é preciso substituir conceitos e pré-conceitos sobre o cinema local e lutar por uma abertura de pensamentos e de compreensão de que a produção regional também agrega diversos potenciais e conteúdos ricos em conhecimento. O objetivo de dar ao cinema local um status de existência social mais amplo foi alcançado através da revista, dando a estas produções um teor sério e comprometido, garantindo que toda cultura ganhe vida longe de amarras.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AMBROSE, G; HARRIS, P. Layout: Design Básico. Porto Alegre: Bookman, 2009. <br><br>COLLARO, A. Produção Gráfica: arte e técnica da mídia impressa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.CRAIG, J. Produção Gráfica. São Paulo: Nobel, 1987.<br><br>GIRARDI, I; LOOSE, E. A Segmentação das Revistas e a Temática Ambiental. Revista Estudos da Comunicação, Curitiba (PR), 2009. Disponível em <http://www2.pucpr.br/reol/index.php/comunicacao?dd99=pdf&dd1=3581> (acesso em 05 de dezembro de 2016)<br><br>PINTO, R. F. Viagem das ideias. Manaus: Valer/Prefeitura de Manaus, 2006.<br><br>PIZA, D. Jornalismo Cultural. São Paulo: Contexto, 2004.<br><br>RÊGO, A. Jornalismo, gêneros e diversidade cultural nas revistas brasileiras. Intercom (São Paulo. Impresso), v. 35, p. 101-128, 2012.<br><br>SCALZO, M. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2003.<br><br>SILVA, R. Diagramação, planejamento gráfico-visual. São Paulo: Summus,1985.<br><br>SORANZ, G. Território imaginado  Imagens da Amazônia no cinema. Manaus: Edições Muiraquitã, 2012.<br><br>SOUZA. Márcio. A expressão amazonense  do colonialismo ao neocolonialismo. Manaus: Valer, 2003.<br><br>VANOYE, F; GOLIOT-LÉTÉ, A. Ensaio sobre a Análise Fílmica. Campinas, SP: Papirus, 1994.<br><br>WILLIANS, R. Design para quem não é designer. São Paulo: Callis, 1995.<br><br> </td></tr></table></body></html>