ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00392</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O ano que não terminou: 2016 em charge.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Wesley Tavares Martins (Universidade Federal de Rondônia); Maria Victória Ferreira Silva (Universidade Federal de Rondônia); Allysson Viana Martins (Universidade Federal de Rondônia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Jornal laboratório, Charge, Jornalismo opinativo, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente paper tem como finalidade detalhar o processo de criação da charge para o XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte, realizado na Faculdade Boas Novas De Ciências Teológicas, Sociais e Biotecnológicas (FBN), entre os dias 24 e 26 de maio de 2017. A charge foi feita tendo como referência as questões teóricas que orientam a prática jornalística, além da observação de fatos que tiveram grande repercussão no ano de 2016 e por isso se fizeram relevantes. O trabalho apresenta o passo a passo da construção da charge, desde as primeiras reuniões, os primeiros rascunhos, os materiais utilizados, até o processo de arte-finalização.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho apresenta uma charge construída a partir de acontecimentos de grande repercussão até outubro de 2016, quando foi publicada a edição do Jornal da UNIR para a disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso. Para isso, inicialmente, fizemos uma pesquisa sobre os fatos que poderiam ser explorados na ilustração à época: Morte de David Bowie (10/01), Surto de Zika (13/02), Morte de Umberto Eco (19/02), Leonardo DiCaprio ganha o seu primeiro Oscar (28/02), Glória Pires confusa ao comentar os Oscar (28/02), Morte de Johan Cruyff (24/03), Morte de Prince (21/04), Morte de Muhammad Ali (03/06), Japonês da Federal preso por contrabando (07/06), Atentando em Orlando (12/06), Brexit (junção das palavras Britain e exit), saída do Reino Unido da União Europeia (23/06), Morte de Hector Babenco (13/07), Febre do Pokemon Go (03/08), Olimpiadas (05/08), Morte de Elke Maravilha (16/08), Separação de Willian Bonner e Fátima Bernardes (29/08), Impeachment da presidente Dilma Rousseff (31/08), Bob Dylan ganha o Nobel de Literatura (13/10), Morte de Carlos Alberto, capitão do Brasil em 1970 (25/10). Em um segundo momento, descartamos alguns fatos e reunimos os semelhantes, por assim dizer, como as diversas mortes de figuras importantes que ocorreram durante o ano, para começar a pensar em como seriam feitas as representações destes. Os acontecimentos após outubro de 2016 foram elencados à lista como parte da retrospectiva feita para a construção deste paper, porém não fazem parte da charge, uma vez que ela foi finalizada em outubro. No entanto, a continuidade de acontecimentos de grande repercussão no restante do ano, novembro e dezembro de 2016, mostram que a decisão da charge foi acertada: Trump ganha eleição (09/11), Prisão dos ex-governadores do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (16/11) e Sérgio Cabral (17/11), Morte de Fidel Castro (25/11), Acidente do Avião Chapecoense (29/11), Morte de Carrie Fisher (27/12) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A produção da charge realizada para a disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) tinha como principal objetivo produzir um produto jornalístico opinativo que não contemplasse apenas o texto escrito em formato de editorial ou artigo de opinião. A intenção era experimentar uma linguagem visual, ainda pouco utilizada por estudantes do curso. A produção da opinião não ocorre apenas de maneira textual, ainda que os artigos de opinião, as colunas, os editoriais, as crônicas e as resenhas sejam mais recorrentes. Sendo assim, enxergamos a charge como uma das modalidades de produção do jornalismo opinativo, aparecendo como uma maneira de representar a opinião e a perspectiva específica sobre assunto contemporâneo através de imagens e desenhos. Um dos objetivos iniciais da charge era abordar temas específicos da cidade de Vilhena, porém as significações seriam limitadas às pessoas da região. Assim decidimos trabalhar uma perspectiva mais ampla que tornasse possível o entendimento do produto por pessoas de diferentes estados do Brasil. Além de experimentar a linguagem jornalística em profundidade e interpretativa, através de reportagem, visando à complementação do produto da disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso, tínhamos ainda a necessidade de produzir a charge para adicionar à composição da página dedicada à opinião do veículo produzido na disciplina. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após a definição da charge sem caráter local, mas com temas amplos, exploramos os assuntos que tiveram grande reverberação nas mídias sociais, com piadas e chacotas, como por exemplo a falta de conteúdo mostrado pela atriz Glória Pires ao comentar o Oscar, no final de fevereiro de 2016, e o primeiro oscar de melhor ator principal Leonardo DiCaprio, na mesma ocasião. Com o passar dos meses percebemos que mais fatos importantes se somavam aos anteriores e que poderíamos produzir uma charge que englobasse alguns daqueles acontecimentos. A charge que produzimos pretende trazer, por meio de personagens e ícones conhecidos e acessíveis ao público, elementos que remetem às memórias de fatos que ocorreram no ano. A proposta foi fazer uso da comunicação visual, e não apenas textual, na exposição de notícias e fatos de interesse público, a fim de diversificar os produtos jornalísticos criados durante o curso. Até o lançamento da edição, em outubro 2016, já havia fatos relevantes que faziam de 2016 um ano especial: o surto de Zika, a prisão do Japonês da Federal por contrabando, o atentado à boate em Orlando, a saída do Reino Unido da União Européia (Brexit), a liberação do Pokemon Go, as Olimpíadas, as diversas mortes de personalidades durante o ano, além, é claro, do Impeachment de Dilma Rousseff. Após a finalização da charge, verificamos que até os últimos dias do ano acontecimentos negativos o marcariam, reforçando a nossa ideia de que o tema tinha relevância. Além disto, mesmo no início deste ano, 2017, piadas circulavam nas redes sociais, como se a negatividade de 2016 tivesse passado. A ideia de que o jornalismo correto é o absolutamente objetivo começa a cair durante as guerras mundiais. Começa-se a perceber a impossibilidade de se separar totalmente a subjetividade da atividade profissional do jornalista. Passamos a reconhecer que a subjetividade está presente em todas as etapas da construção da notícia, desde a seleção até o processo de edição final. A nossa charge também é atravessada por essas questões subjetivas desde o processo de escolha dos assuntos que comporiam a ilustração até o momento de aprovação da arte final. O jornalismo tem a pretensão da objetividade, da neutralidade e da imparcialidade. No entanto, há outros caminhos para a produção jornalística, o caminho alternativo que considera a opinião, a visão de mundo e o juízo de valor que o próprio jornalista traz. Uma dessas formas de expressão para além da textual, que são as formas de expressão mais comuns, principalmente no jornalismo impresso, é a própria charge, que surge como uma expressão para fora e distinta daquele jornalismo padrão, objetivo, imparcial e neutro, e parte para essa forma não padronizada do jornalismo que é a subjetividade. Tivemos a preocupação em dar um tom crítico à ilustração, próprio da produção. A charge em si já carrega uma carga de ironia ao representar situações atuais de forma cômica e satírica. Por se tratar de uma charge com diversos temas envolvidos algumas das referências que tentamos colocar na ilustração foram mais sutis, como o Congresso representando a lápide e também, em um segundo plano de significação, a "morte da democracia brasileira", o mosquito Aedes Aegypti enorme que praticamente faz morada no Congresso, representando a falta de organização do próprio governo para conter o avanço dos surtos, o fim do relacionamento entre William Bonner e Fátima Bernardes mencionado entre os nomes de falecidos, o político representado como um rato segurando o microfone de uma emissora de televisão, além do esportista tentando saltar por cima daquelas situações com uma vara que traz um Fora Temer. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A charge foi escolhida para nossos fins por se tratar de uma opção de expressão subjetiva que não fosse limitada pelo conteúdo textual, mas porque possibilita também a exposição de fatos meio do conteúdo visual. Escolhemos uma representante do gênero jornalístico opinativo para diversificar nosso produto, mas tínhamos opções nos gêneros informativo e interpretativo. Além desses clássicos, Marques de Melo e Assis (2016) apontam ainda o surgimento, na segunda metade do século XX, do jornalismo de serviço ou utilitário e do jornalismo diversional ou de entretenimento. Medina (2001) afirma que a primeira classificação dos textos jornalísticos aconteceu ainda no século XVIII, na Inglaterra, quando Samuel Buckeley separou o conteúdo do Daily Courant em news (notícias) e comments (comentários). No Brasil, o primeiro estudioso a classificar o conteúdo do nosso jornalismo em gêneros foi o pernambucano Luiz Beltrão, seguido pelo principal autor da área: José Marques de Melo. O jornalismo informativo seria aquele que traz informações não tão profundas, pressupondo objetividade, imparcialidade e neutralidade, com produções como nota, notícia e entrevista. O interpretativo, por sua vez, possui informações detalhadas, com diversas abordagens e fontes, através de reportagem  que aprofunda o fato e trabalha mais de uma vertente, identificando a influência social do fenômeno  , grande reportagem, dossiê e perfil. O jornalismo opinativo possui uma produção mais livre, normalmente feito por jornalistas mais experientes, especialistas, grupos ou leitores, na qual as concepções de mundo e juízos de valor são explicitadas por meio de artigo de opinião, editorial, crônica, resenha e charge (desenho crítico sobre algum fenômeno atual). O jornalismo utilitário auxilia nas decisões diárias, através de serviços como previsão do tempo, imposto de renda e situação do trânsito. O jornalismo diversional tem como principal função o lazer e a distração em uma associação do jornalismo com entretenimento. As visões de mundo são explicitadas na charge pois sua concepção permite isto. Se pretende crítica a fenômenos e acontecimentos que marcaram o ano de 2016 e que tiveram grande alcance e repercussão nas redes sociais. Durante todo o processo de idealização, pesquisa, seleção, criação, edição e finalização da charge fomos influenciados pelas subjetividades, conhecimentos, e visões de mundo das quais não podemos nos separar. Após a idealização de como seria o produto, uma charge que trouxesse vários acontecimentos importantes do ano, iniciamos o processo de pesquisa para relembrar e começar a seleção do que seria representado. O processo de seleção dos acontecimentos que seriam representados também foi de forma muito direta influenciada pelas práticas jornalísticas com as quais convivemos e acabamos por utilizar, às vezes sem perceber, como os critérios de newsmaking e gatekeeper. Desde o princípio, seguimos a rotina jornalística, selecionando as notícias que tiveram mais repercussão. Após esta seleção, passamos para o processo de criação dos primeiros rascunhos. Todo esse processo inicial foi feito a mão usando papel e caneta. Vários esboços foram feitos antes que pudéssemos fechar o tema realmente. Nessa etapa, dos rascunhos, percebemos que tínhamos selecionado muitos temas e que se tornava difícil encaixar todos eles em um único desenho de forma que ficasse claro o que estava sendo representado na charge. Acabamos por restringir a charge em 10 acontecimentos a serem representados: As mortes de personalidades: Morte de David Bowie (10/01); Morte de Umberto Eco (19/02); Morte de Johan Cruyff (24/03); Morte de Prince (21/04); Morte de Muhammad Ali (03/06); Morte de Hector Babenco (13/07); Morte de Elke Maravilha (16/08); Morte de Carlos Alberto, capitão do Brasil em 1970 (25/10)); o Surto de Zika (13/02); Leonardo DiCaprio ganha o seu primeiro Oscar (28/02); Glória Pires confusa ao comentar os Oscar (28/02); Japonês da Federal preso por contrabando (07/06); Brexit (junção das palavras Britain e exit), saída do Reino Unido da União Européia (23/06); Febre do Pokemon Go (03/08); Olimpíadas Rio 2016 (05/08); Separação de William Bonner e Fátima Bernardes (29/08); Impeachment da presidente Dilma Rousseff (31/08). Após a finalização da arte a mão, escaneamos o desenho e começamos o processo de edição da imagem. O processo de edição foi uma das etapas mais difíceis, já que nenhum dos alunos tinham experiência com o software de edição, no início houve várias tentativas, todas sem sucesso. A solução foi assistir vídeos tutoriais na internet e mesmo assim foram difíceis as primeiras tentativas, mas foram evoluindo gradativamente, até conseguirem aprender o básico para edição da charge final e saírem das tentativas de edição dos rascunhos. Os vídeos tutoriais precisaram serem assistidos várias vezes, até que houvesse compreensão e fosse possível iniciar as edições e mesmo assim houve novamente muitos erros, e o processo de edição teve que ser iniciado do zero. Todas essas tentativas duraram uma semana, até que os estudantes tivessem o mínimo de conhecimento e domínio do software para se iniciar a edição, de fato, do que seria a charge final. Após o domínio do software, a edição foi fluida e durou 3 dias para finalização, mas após uma reunião, decidiram que algumas coisas poderiam ser melhoradas, como: a cor dos cabelos do Leonardo DiCaprio; a cor da pele do atleta estavam desiguais, diferentes do restante do corpo. Por fim, foi decidido também que as linhas da charge poderiam ser pretas, em vez de cinza. E então houve uma segunda versão da charge, que foi feita em algumas horas, já que os estudantes já possuíam domínio da ferramenta. Essas últimas mudanças foram fáceis, já que era só alterar as cores. Porém, os estudantes decidiram repintar toda a charge, resolveram alterar todas as cores de todos os personagens e, por fim, o resultado foi incrível, e todos os envolvidos no trabalho ficaram muito satisfeitos e surpresos com o resultado final, houve uma enorme melhora entre a primeira e a versão final da charge.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Na primeira reunião de pauta, decidimos que precisávamos de um produto opinativo para ocupar uma parte da página, além do editorial. Desta maneira, começamos a pensar na charge como opção diversificada para o que queríamos expor. O processo de construção da charge começou com a primeira reunião de pauta para a idealização da página que traria conteúdos opinativos no Jornal da Unir. A página apresentaria além da charge, um editorial opinativo para o produto final para a disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso. Na segunda reunião, começamos a pensar em qual seria o tema para a charge. Pensamos em fazer algo sobre o cenário político da cidade de Vilhena. Estávamos passando por um período conturbado na política da cidade, o prefeito e o vice-prefeito haviam sido presos em operações da Polícia Federal, o presidente da câmara de vereadores também e com ele vários outros parlamentares, inclusive alguns vereadores que foram reeleitos em outubro e que estavam presos ou sendo acusados. As prisões em massa tiveram repercussão nacional, e ocasionaram instabilidade no município e em cidades vizinhas. Naquele momento, não sabíamos sequer quem assumiria o comando da prefeitura de Vilhena durante os meses que faltavam para o final do mandato. A primeira ideia foi explorar o cenário político da cidade. Tratando das várias prisões que ocorreram e das operações da Polícia Federal que ainda não estavam concluídas, podendo revelar novos nomes. Depois das eleições municipais no dia 02 de outubro, tivemos um cenário também inusitado. A prefeita eleita tinha a sua candidatura indeferida e não sabíamos se ela teria seus votos validados ou não. Mais uma vez estávamos sem saber quem conduziria a prefeitura. Começamos, então, a pensar em uma charge que representasse essa incerteza que todos os vilhenenses sentiam naquele momento. Porém, logo no começo da semana seguinte às eleições, foi noticiada a validação da candidatura e percebemos que o momento havia passado. A terceira ideia era fazer um apanhado dos acontecimentos que tiveram grande repercussão nas redes sociais por meio de memes, como Facebook e Twitter. E buscamos representar os s fatos que mais repercutiram nas redes sociais, por meio da charge em uma retrospectiva do ano até ali. Depois de discutirmos a possibilidade de fazermos o produto, fechamos o tema, e começaram os preparativos para a produção da charge, que até então nunca haviam trabalhado com uma charge, antes. Foi um desafio para os acadêmicos produzir algo que só tinham contato a partir das leituras. Nas primeiras tentativas, desenhamos um avião que seria a representação do Airbus A320 da EgyptiAir, que fazia a rota Paris-Cairo havia caído no mar Mediterrâneo com 66 ocupantes, desenhamos também um Cristo Redentor que representaria as Olimpíadas no Rio de Janeiro, um idoso que representaria o ano de 2016, abrindo uma porta que seria o ano de 2017, mas após nos reunirmos as algumas ideias foram descartadas e outras simplesmente foram melhoradas. Nesta terceira reunião, elencamos os 10 acontecimentos que seriam representados na charge: Morte de David Bowie (10/01); Surto de Zika (13/02); Morte de Umberto Eco (19/02); Leonardo DiCaprio ganha o seu primeiro Oscar (28/02); Glória Pires confusa ao comentar os Oscar (28/02); Morte de Johan Cruyff (24/03); Morte de Prince (21/04); Morte de Muhammad Ali (03/06); Japonês da Federal é preso por contrabando (07/06); Atentando em Orlando (12/06); Brexit (junção das palavras Britain e exit), saída do Reino Unido da União Europeia (23/06); Morte de Hector Babenco (13/07); Febre do Pokemon Go (03/08); Olimpiadas (05/08); Morte de Elke Maravilha (16/08); Separação do William Bonner e Fátima Bernardes (29/08); Impeachment da Dilma (31/08); Bob Dylan ganha o Nobel de Literatura (13/10); Morte de Carlos Alberto, capitão do Brasil em 1970 (25/10). Na quarta reunião começamos a esboçar a charge. Os primeiros rascunhos ainda não tinham uma perspectiva definida. Passamos, então, a desenhar todos os acontecimentos em separado, por exemplo o Japonês da Federal, como um japonês usando colete e óculos escuros característicos do personagem, um desafio foi organizar todos os desenhos rascunhados dos acontecimentos, em um só lugar, e ainda teria que ter alguns sentido para que não ficasse algo aleatório e sem nenhuma ligação entre eles. Mas após muita conversa, foi definido o que seria posto e o que seria descartado para começarem a produção da charge. Depois da finalização dos personagens, pesquisamos outras charges que pudessem nos dar alguma inspiração e a ajudar a desenhar a perspectiva do Congresso Nacional parcialmente visto da lateral. Encontramos uma charge do cartunista Carlos Latuff em que ele representou o Congresso Nacional como uma lápide representando a  morte da democracia brasileira. A primeira ideia, era representar o Congresso com algumas pessoas em frente ao congresso, com faixas, protestando. A partir desse desenho, definimos a perspectiva que teria a nossa charge e começamos a organizar os personagens no espaço. Decidimos fazer o mosquito Aedes Aegypti em um tamanho maior para representar que ele estava cada vez mais em evidência, mesmo esta representação sendo desproporcional ao desenho. Fizemos o ator Leonardo DiCaprio segurando o seu primeiro Oscar e atrás dele a atriz Glória Pires com sua fala que viralizou nas redes sociais. Para representar as Olimpíadas, foi feito uma atleta saltando com vara e desenhamos um rato vestido de terno, para representar os políticos votando o impeachment da presidenta Dilma. Já a representação do Congresso Nacional ficou sendo uma lápide como o nome de todos os famosos mortos até o momento, e representando a  morte do relacionamento de Fátima e Bonner. Para representar a febre mundial, o jogo Pokémon Go, fizemos o desenho do Pikachu, e um documento representando a saída da União Europeia pelo Reino Unido, o brexit. Na quinta reunião, já com a charge finalizada, começamos o processo de digitalização e edição no Photoshop, um software até então desconhecido pelos alunos, o que resultou em um imenso desafio para os acadêmicos, mas com muita perseverança e dedicação dos alunos, aos poucos foram aparecendo resultados satisfatórios. Como já foi dito acima, começaram editando os rascunhos, para adquirirem prática até terem capacidade e domínio sobre o software e assim poderem aditar a charge final. Na sexta e última reunião, apresentamos a versão final da charge, que já havia sido pintada, mas precisou passar por alguns retoques. Após a versão colorida e retocada, ser aprovada pelo professor, começamos a trabalhar na diagramação da charge na página dedicada aos acontecimentos opinativos do Jornal da UNIR. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Ao elaborar uma charge sobre alguns dos acontecimentos marcantes de 2016, muitas vezes não percebemos quanta coisa acontece durante o ano. Nós, como a maioria das pessoas, seguimos com nossas vidas, lutando para cumprir prazos e metas, e acabamos passando pelos dias sem prestar atenção detidamente ao que acontece ao nosso redor. A intenção da charge é justamente rememorar fatos que talvez o público já tenha até esquecido que aconteceram apenas alguns meses atrás. Sendo assim, procuramos reproduzir os personagens de forma que pudessem ser reconhecidos e que os públicos pudessem fazer as associações de forma automática sobre os temas que queríamos representar. O diálogo entre a charge e o jornalismo nos deu uma perspectiva bastante distinta, de como é produzir um conteúdo em que nossas visões de mundo e outras subjetividades fossem parte do processo. É claro que, como estudantes de jornalismo, já praticamos o gênero opinativo. Porém, o conteúdo visual nos deu uma liberdade diferente quanto as nossas opções durante a construção do produto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BBC Brasil relembra os principais fatos de 2016. BBC Brasil, publicado em 28 dez. 2016. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38453675>. Acesso em: 26 mar. 2017.<br><br>ERBOLATO, Mário. Técnicas de codificação em jornalismo  Redação, captação e edição no jornal diário. São Paulo: Ática, 2001. <br><br>GUERRA, Josenildo. O nascimento do jornalismo moderno. Uma discussão sobre as competências profissionais, a função e os usos da informação jornalística. In: Anais do XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), Belo Horizonte, 2003, p. 1-18.<br><br>MEDINA, Jorge. Gêneros jornalísticos: repensando a questão. Revista SymposiuM, Pernambuco, ano 5, nº 1, p. 45-55, 2001. <br><br>MELO, José; ASSIS, Francisco. Gêneros e formatos jornalísticos: um modelo classificatório. Intercom  RBCC, São Paulo, v. 39, nº 1, p. 39-56, jan./abr. 2016. <br><br>SCHUDSON, Michael. Descobrindo a notícia: uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.<br><br>VILLAS, Alberto. O ano que não terminou: Minha retrospectiva de 2016, mesmo sem dezembro. Carta Capital, publicado em 02 dez. 2016. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/cultura/o-ano-que-nao-terminou>. Acesso em: 26 mar. 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>