INSCRIÇÃO: 00438
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO06
 
TÍTULO: Amazonas no Ar: o jornal que você vê
 
AUTORES: Joao Domingos Santos da Costa (Faculdade Devry Martha Falcão); Carlos Fabio Morais Guimarães (Faculdade Devry Martha Falcão); keize de Souza Pedrosa (Faculdade Devry Martha Falcão); Karim Portilho Schmidt (Faculdade Devry Martha Falcão)
 
PALAVRAS-CHAVE: Televisão, Jornalismo, Telejornalismo, ,
 
RESUMO
O telejornal "Amazonas no Ar" da Faculdade Martha Falcão/DeVry, foi produzido dentro da disciplina de Telejornalismo do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo no ano de 2016. A ideia central do projeto foi proporcionar aos alunos a experiência profissional de como produzir, gravar e editar um jornal para televisão. Com isso, o grupo fez diversas experimentações ao gravar reportagens, notas, stand-ups, link e cabeças para o telejornal.
 
INTRODUÇÃO
O Telejornalismo é a prática profissional da profissão aplicada à televisão. Suas produções se diferenciam das de outros meios principalmente pelo recurso da imagem em movimento, aliada ao som, no qual o jornalista expressa seu texto, que é falado. Esse texto deve ter, por sua vez, "[...] palavras bem escolhidas, frases estruturadas, ritmo, emoção, com estrutura simples, sem rebuscamento, com harmonia, nuances, clareza" (PATERNOSTRO, 2006, p.74). A equipe acadêmica teve aulas da disciplina de Telejornalismo no 5° Período, ministradas pela professora Vanessa Sena, com o intuito de aproximar os alunos da prática e ter a experiência de como é feito um jornal para TV, embasados pelos pilares da aula teórica e reflexões sobre essa prática. Como já tínhamos estudado formato e linguagem do Jornalismo nos períodos anteriores, isso também nos deu embasamento para a produção do telejornal "Amazonas no Ar". O que vamos discorrer nos próximos tópicos é justamente isso: a vivência dessa prática para os acadêmicos, do processo de planejamento da estrutura do telejornal (equilibrando reportagens, notas e demais elementos previstos em script), a produção de pautas, a saída a campo para gravação e a montagem do produto final. Segundo Paternostro, "só se faz TV com imagem, mas a palavra tem lugar garantido. O nosso desafio é descobrir como e quando usar as palavras" (PATERNOSTRO, 2006, p.85). Foi com essa proposta que o jornal Amazonas no Ar foi desenvolvido. Buscamos fazer um material conciliando imagem e texto resultando em um produto didático e dentro dos padrões exigidos para tais produções. No telejornalismo, a união de som e imagem apresenta uma forma de comunicar e dar sentido própria do audiovisual. Ou seja, há "aspectos televisivos relativos à produção estética dos discursos" (MARTINS, 2006, p. 125). Dessa maneira, o "Amazonas no Ar" buscou ater-se também a essa característica da produção para o meio, gerando um conteúdo de qualidade.
 
OBJETIVO
O objetivo geral do trabalho foi produzir um telejornal local dentro dos padrões estipulados por autores e profissionais estudados na disciplina de telejornalismo. Além disso, pode-se ter como objetivos secundários proporcionar aos alunos de jornalismo a vivência prática das técnicas e aprendidas durante a disciplina de telejornalismo, aliadas à reflexão crítica e teoria sobre o assunto. Além disso, objetivou exercitar o telejornalismo em frente às câmeras e a parte de produção e edição do produto.
 
JUSTIFICATIVA
Inaugurada no Brasil em 1950 por Assis Chateaubriand, a televisão logo ganhou destaque no eixo Rio-São Paulo. A TV Tupi, em São Paulo, foi o primeiro canal do país. Em seguida, entra no ar a TV Tupi no Rio. Posteriormente, novas emissoras foram surgindo, como Globo, Record e Bandeirantes. A televisão ainda é considerada o principal veículo de comunicação de massa em nosso país. De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia (2014) cerca de 97% dos brasileiros costumam se reunir em frente a frente da TV todos os dias. No caso brasileiro, a TV não é apenas um veículo do sistema nacional de comunicação. Ela desfruta de um prestígio tão considerável que assume a condição de única via de acesso às notícias e ao entretenimento para grande parte da população. (REZENDE, 2000,p.23). O jornal "Amazonas no Ar" desenvolvido pelos acadêmicos do 5° período de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da Faculdade Martha Falcão/Devry, foi produzido com conteúdos jornalísticos que evidenciam a capital amazonense com notícias de trânsito, economia, polícia, cultura e esporte. Logo, seu conteúdo foi planejado levando em consideração critérios de noticiabilidade, com especial atenção às temáticas locais da cidade de Manaus (AM); logo, produzindo conteúdos relevantes ao seu público. Essa atenção ao conteúdo regional relaciona-se à comunicação comunitária, que tem conquistado cada vez mais espaço entre os canais que produzem e distribuem informação. Diferentemente dos produtos midiáticos convencionais, o ponto de vista adotado por uma produção destinada a esse tipo de público pode dar voz e projetar os aspectos culturais, sociais e econômicos em uma determinada comunidade. Logo, a atenção do trabalho não foi simplesmente com os aspectos técnicos de produção, mas também com o cunho social dos conteúdos. Assim, as matérias produzidas para o "Amazonas no Ar" busca auxiliar o telespectador a compreender e se situar no mundo que as cerca, contribuindo para suas vivências.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Para a execução do trabalho, a equipe realizou uma pesquisa bibliográfica em livros de telejornalismo, tendo Paternostro (2006) como principal referência estudada em sala: Em telejornalismo, a preocupação é fazer com que o texto e imagem caminhem juntos, sem competir com o outro: ou o texto tem a ver com o que está sendo mostrado ou não tem razão de existir, perde a sua função. (PATERNOSTRO, 2006). Na parte prática, o primeiro passo foi fazer a construção das pautas. Buscamos fontes oficiais para dar peso às matérias e também fontes independentes, livres de qualquer relação com assessorias ou órgãos públicos. Nesse sentido, processos como o de pesquisa documental, de campo e entrevistas foram de grande contribuição. Também fomos a campo para realizar as gravações. Estas foram feitas com materiais disponibilizados pela instituição, tais como câmera, lentes e microfone. Em algumas ocasiões, utilizamos equipamento adicional próprio, como celular, microfone e câmera. As matérias foram gravadas em locais diferentes de acordo com cada temática. Já a gravação com os apresentadores foi feita no estúdio de uma emissora de televisão local. Tivemos o uso de câmeras profissionais e iluminação apropriada. Após a execução de todas as matérias, iniciou-se o período de edição das reportagens. A faculdade nos disponibilizou um editor de imagens, o técnico em Rádio e TV Diego Araújo. Cada repórter o acompanhou a ilha de edição e auxiliou na montagem do conteúdo o qual era responsável. Por fim, montou-se o telejornal com a vinheta de abertura do programa, apresentação dos âncoras e exibição das reportagens, notas e demais conteúdos, finalizando com a ficha técnica da equipe. Cada aluno teve o crédito devido a sua função. Frisamos que os acadêmicos exerceram todas as atividades, da pauta à cinegrafia.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
Realizamos a produção com destaque às reportagens, as quais aprendemos que são compostas por off (a narração do repórter sobre as imagens), sonora (pequena entrevista com personagens e passagem (na qual o repórter aparece dando uma informação de complemento para a reportagem), estando sujeita a cair. Para Paternostro (2006), a reportagem é a maior fonte de matérias exclusivas do telejornalismo. A matéria produzida para abrir o Jornal teve como tema o novo reajuste no valor das multas de trânsito. Após encaminhamento de pauta, a equipe foi às avenidas Eduardo Ribeiro e Constantino Nery para pegar imagens de trânsito nos sinais e tentamos flagrar alguma infração que poderia dar mais notoriedade para o material. Aproveitamos o momento e fizemos algumas sonoras com motoristas sobre o que eles pensavam a respeito do aumento no valor das multas. Já nessa produção experimentamos o dilema posto por Rudin e Ibbotson (2008): [...] uma notícia deve ser completamente pesquisada e produzida pelos padrões tradicionais e ter qualidade técnica. Em oposição, alguns julgam que o principal objetivo é capturar um acontecimento por qualquer meio possível, independente de limitações técnicas e editoriais. (RUDIN; IBBOTSON, 2006, p. 140) Enfrentamos a dificuldade de mobilidade, pois a equipe deslocou-se via transporte público. Também vimos que repórteres e cinegrafistas enfrentam contratempos, pois muitas pessoas têm vergonha ou não sabem se expressar em frente à câmera. Para obter dados, procuramos o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (DETRAN/AM), e assim conseguimos uma sonora do Diretor Técnico do órgão explicando o motivo do reajuste. Nesse caso, derrubamos a passagem da repórter. O segundo material produzido foi um stand-up, que é quando o repórter faz a gravação no local onde aconteceu o fato e mesmo sem ter muitas imagens de apoio, transmite as informações porque a notícia é relevante para a sociedade. O repórter pode entrar em entradas ao vivo ou gravadas o recurso do stand up. É uma comunicação direta com a câmera e o público. Estabelece a presença do repórter no local dos acontecimentos e geralmente é de curta duração. Um bom Stand up requer articulação da linguagem falada, boa memória e comunicação fluente e segura, que são alcançadas com muito treinamento (BARBERO, 2002, p. 69) Escolhemos um assunto de polícia para o stand-up. Apuramos as informações com assessoria da polícia e gravamos com uma câmera filmadora em frente a um Distrito Integrado de Polícia (DIP), com a devida autorização do mesmo. A experiência desenvolveu agilidade na atividade externa, pois um stand-up requer habilidade de decorar o texto com rapidez e expressa-lo com excelência para transmitir a informação ao telespectador. Também produzimos uma nota vivo, na qual o apresentador lê a informação do estúdio, contando com o apoio da imagem para passar a informação. A nota fala sobre a apreensão de 29 kg de drogas no município de Tabatinga (AM). O quarto material que compõe o "Amazonas no Ar" é um link. A equipe foi até um Shopping Center da cidade e transmitiu a informação ao vivo sobre a chegada do Papai Noel no local. Tal produção traz credibilidade adicional ao jornal, pois o público vê que a emissora está no local do acontecimento, ganhando a confiança dos telespectadores: As entradas ao vivo, principalmente as improvisações exigem do repórter o controle das emoções, um bom vocabulário e concentração para transmitir corretamente o fato observado no momento. É preciso cuidado para não ficar repetindo a informação sem concluí-la. A capacidade de improviso se adquire com tempo e treinamento. Não se confunde com verborragia. (BARBERO, 2002,p.71 e 72) No processo de ida a campo, verificamos que é importante andar com equipamentos extras para imprevistos, em especial, baterias e cartões de memória, pois a não prevenção pode atrasar ou mesmo derrubar todo o trabalho de produção. Percebemos também que sem planejamento quanto à parte do material que depende de terceiros para ser produzida, tais como as entrevistas, o trabalho pode ser prejudicado. Ao todo, a produção aconteceu no mês de outubro e novembro. A estruturação de conteúdo telejornalístico aqui explicada remonta a um modelo praticado há décadas. Referindo-se aos telejornais das décadas de 1950 e 1960, Parry afirma que "a combinação de reportagens filmadas, correspondentes in situ e entrevistas ao vivo atraía um grande público" (PARRY, 2012, p. 296). Dessa maneira, como esse modelo ainda é praticado hoje com leves alterações, foi ele que nos guiou em nossa produção.
 
CONSIDERAÇÕES
A proposta, que teve como resultado final um telejornal todo elaborado pelos alunos do curso de Jornalismo, teve o intuito de tornar os discentes cada vez mais próximos do conhecimento prático, contribuindo com suas habilidades e tornando-os, assim, aptos à produção dos mais diversos projetos em televisão que o ramo possibilita. A prática na produção do telejornal possibilitou aos alunos uma maior clareza quanto à produção e edição, trazendo mais conhecimento sobre as técnicas que devem ser utilizadas. Além disso, o encaixe entre os conhecimentos de produção de texto para televisão também puderam ser mais bem apreendidos, uma vez que o produto final traz a união desse texto à imagem. Não obstante, a atenção às pautas regionais e de cunho social trouxe a reflexão acerca da responsabilidade de noticiar acontecimentos ao público local, contribuindo para a sua leitura de mundo. Dessa maneira, teoria, técnica e prática uniram-se ao final da experiência.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
BARBEIRO, Heródoto. Manual de telejornalismo: os segredos da notícia na TV. Rio de Janeiro: Campus, 2002.਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䄀刀吀䤀一匀Ⰰ 一猀椀愀⸀ 䤀渀昀漀爀洀愀漀 渀愀 琀攀瘀㨀 愀 攀猀琀琀椀挀愀 搀漀 攀猀瀀攀琀挀甀氀漀⸀ 䤀渀㨀 䐀唀䄀刀吀䔀Ⰰ 䔀氀椀稀愀戀攀琀栀㬀 䌀䄀匀吀刀伀Ⰰ 䴀愀爀椀愀 ⠀伀爀最猀⤀⸀ 吀攀氀攀瘀椀猀漀㨀 攀渀琀爀攀 漀 洀攀爀挀愀搀漀 攀 愀 愀挀愀搀攀洀椀愀⸀ 倀漀爀琀漀 䄀氀攀最爀攀㨀 匀甀氀椀渀愀Ⰰ ㈀  㘀⸀

PARRY, Roger. A ascensão da mídia: a história dos meios de comunicação de Gilgamesh ao Google. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀䄀吀䔀刀一伀匀吀刀伀Ⰰ 嘀攀爀愀 촀爀椀猀⸀ 伀 琀攀砀琀漀 渀愀 吀嘀㨀 洀愀渀甀愀氀 搀攀 琀攀氀攀樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 䌀愀洀瀀甀猀Ⰰ ㈀  㘀⸀ ਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀刀䔀娀䔀一䐀䔀Ⰰ 䜀甀椀氀栀攀爀洀攀 䨀漀爀最攀 搀攀⸀ 吀攀氀攀樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀㨀 唀洀 瀀攀爀昀椀氀 攀搀椀琀漀爀椀愀氀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 匀甀洀洀甀猀Ⰰ ㈀   ⸀ ਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀刀唀䐀䤀一Ⰰ 刀椀挀栀愀爀搀㬀 䤀䈀䈀伀吀匀伀一Ⰰ 吀爀攀瘀漀爀⸀ 䤀渀琀爀漀搀甀漀 愀漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀㨀 琀挀渀椀挀愀猀 攀猀猀攀渀挀椀愀椀猀 攀 挀漀渀栀攀挀椀洀攀渀琀漀猀 戀猀椀挀漀猀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 刀漀挀愀Ⰰ ㈀  㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀