ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00477</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Escuto histórias de amor: crônicas de quem só sabe amar em Porto Velho</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Êrica Fadoul Blanc (Faculdade Interamericana de Porto Velho); Emanuel Jadir Siqueira (Faculdade Interamericana de Porto Velho)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;crônicas, livro, jornalismo literário, histórias de amor, histórias de vida</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro "Escuto histórias de amor" nasceu do interesse em descobrir se o amor é um sentimento real e permanente ou se foi esquecido com a chegada da tecnologia, onde as relações afetivas aparentam superficialidade. Para tal, foram coletados relatos reais a partir de uma intervenção urbana, em um shopping de Porto Velho, Rondônia. O livro narra quinze histórias, em forma de crônicas, sobre reencontros, separações, sorrisos. Com finais felizes ou não, provando que existem milhares de histórias reais a serem contadas, demonstrando a existência do sentimento.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Amor é o sentimento afetivo em relação a algo ou alguém. De acordo com Bauman, amar "significa abrir-se ao destino, a mais sublime de todas as condições humanas", em que o medo se mistura à alegria em uma "fusão irreversível" (2003, p. 21). As histórias de amor sempre foram presentes em livros e filmes, grandes paixões, amores proibidos e vividos de forma intensa, gerando nos espectadores o desejo de viver relações como as narradas nos livros e em roteiros de cinema. Com o passar dos anos e a implantação da internet, muita coisa mudou. As mulheres estão cada vez mais desapegadas dos conceitos de amor e casamento, os ideais mais pluralizados até então. Além da relação a dois, pré-definida como íntima, estar exposta frequentemente em redes sociais. Afinal, a definição romântica do amor como "até que a morte nos separe" está decididamente fora de moda, tendo deixado para trás seu tempo de vida útil em função da radical alteração das estruturas de parentesco às quais costumava servir e de onde extraia seu vigor e sua valorização. Mas o desaparecimento dessa noção significa, inevitavelmente, a facilitação dos testes pelos quais uma experiência deve passar para ser chamada de "amor": Em vez de haver mais pessoas atingindo mais vezes os elevados padrões do amor, esses padrões foram baixados. Como resultado, o conjunto de experiências às quais nos referimos com a palavra amor expandiu-se muito. (BAUMAN, 2003, p.19) Surge, então, uma série de dúvidas sobre o assunto. A tecnologia está tornando as relações afetivas superficiais? O amor está banalizado? Os relacionamentos estão sendo negligenciados? As redes sociais estão distanciando as pessoas do olho no olho ou tem colaborado para um amor sem fronteiras? Desta forma, com a intenção expor um tema emocional como protagonista de uma obra jornalística-literária, o livro de crônicas foi elaborado como Trabalho de Conclusão de Curso, a partir de histórias contadas por pessoas de diversas idades, credos e orientações sexuais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro tem como objetivo geral contar histórias de amor reais, através do elo entre o jornalismo e a literatura, em formato de crônicas. De acordo com Pena (2006), nesse tipo de narrativa o autor não inventa nada. Faz-se uso do jornalismo ao se dedicar aos fatos e da literatura ao adotar estratégias ficcionais para enriquecer a narrativa. Nesse caso, não existe preocupação apenas no ato de informar, mas, com base na realidade, também se preocupa em explicar, orientar e opinar. Ao eleger os relatos que foram compilados no "Escuto histórias de amor", a intenção era identificar o fator comum que faz as pessoas classificarem como amor a história de um relacionamento. Para então levar ao leitor, na individualidade de cada história, a certeza de que o sentimento em questão permanece firme, mesmo em meio ao imediatismo atual. Queremos que o leitor se reconheça em cada personagem, se inspire e tenha esperanças de que, no fim das contas, o amor é realmente algo avassalador que, antes de chegar na vida de alguém, não se preocupa com religião, sexo, idade ou orientação sexual.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O desejo de escrever algo relacionado ao amor surgiu após observar o dia-a-dia do comportamento afetivo atualmente, principalmente em redes sociais. O sociólogo Bauman observou que o termo "parceiro" vem sendo substituído por "redes" de relacionamento, sugerindo "momentos nos quais "se está em contato" intercalados por períodos de movimentação a esmo. Nela as conexões são estabelecidas e cortadas por escolha" (2003, p. 12). Diante da insegurança e do desapego emocional, as pessoas passaram a desenvolver novas modalidades de se relacionar. Desde "relacionamentos de bolso", em que as relações se tornam descartáveis e as pessoas são tratadas como mercadoria, até relacionamentos virtuais, onde existe a comodidade de ser mais fácil iniciar e terminar um relacionamento desta maneira. Bauman resume os anseios da sociedade contemporânea ao dizer "Nada de apaixonar-se... Nada daquela súbita torrente de emoções que nos deixa sem fôlego e com o coração aos pulos. Nem as emoções que chamamos de "amor"" (2003, p. 37). Entretanto, apesar das inúmeras tentativas em decifrar o amor e torná-lo seguro, Bauman esclarece que "não se pode aprender a amar, tal como não se pode aprender a morrer" (2003, p.17). A escolha do formato utilizado veio da vontade de trazer uma linguagem mais literária à obra. A crônica é um dos modelos do gênero jornalístico opinativo, que é mais profundo que a notícia, mas com maior sensibilidade, fazendo o elo entre o jornalismo e a literatura. Formato controverso, suas características variam de país para país, no entanto, a maioria dos teóricos brasileiros apontam a crônica como um formato genuinamente brasileiro, tendo em vista que as características apresentadas pelo formato no Brasil não são encontradas em nenhum outro país. De acordo com a classificação, feita por Marques de Melo (2006), dos gêneros luso brasileiros, crônica é um formato que consiste em narrar os fatos em ordem cronológica (kronos = tempo) e tem como berço o jornalismo impresso. A crônica trata sempre sobre temas da atualidade, retratando-os com sensibilidade e sutileza. É jornalismo, quando usa a realidade como base do texto e, é literatura, quando faz uso de recursos líricos para complementar a história. Enquanto no jornalismo informativo as informações são passadas ao receptor com a intenção apenas de informar, a crônica faz uso de sua natureza hibrida para opinar, criticar e orientar o receptor. "O cronista tem que ter cara de paisagem, agir anonimamente, incógnito. Só assim conseguirá chegar perto do mundo real, e vê-lo, santíssima pretensão, exatamente como ele é. Ou parece ser" (MENEZES, 2002, p.166). Partindo das características citadas acima, optou-se pela elaboração de um produto que percorre entre o jornalismo e a literatura. O livro de crônicas nos deu a mobilidade de ser jornalístico, quando se desenvolveu a partir de um assunto contemporâneo e por buscar compreender como este reflete na sociedade, e da literatura ao ser narrado de forma mais poética, através da riqueza de detalhes e dos recursos narrativos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para escrever o livro, o projeto usou como base três tipos de pesquisa, sendo elas: qualitativa, exploratória e descritiva. A exploratória muitas vezes antecede outros tipos de pesquisa, pois visa descobrir e elucidar fenômenos ocorridos entre um determinado grupo social, através do uso de critérios e técnicas pré-definidos antes da análise. a pesquisa exploratória visa a proporcionar ao pesquisador uma maior familiaridade com o problema em estudo. Este esforço tem como meta tornar um problema complexo mais explícito ou mesmo construir hipóteses mais adequadas. (VIEIRA, 2002, p.65) A pesquisa qualitativa está diretamente relacionada ao levantamento de dados buscando compreender as perspectivas, opiniões e comportamentos de um determinado nicho da população. É de caráter exploratório, logo, não busca obter números como resultados. Para realizar esse tipo de pesquisa, as entrevistas em profundidades e a observação em campo, são os recursos mais utilizados. São cinco as características básicas da pesquisa qualitativa, chamada, às vezes, também de naturalística: a) A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento; b) os dados coletados são predominantemente descritivos; c) a preocupação com o processo é muito maior do que com o produto; d) o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador; e e) a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. (BAUER; GASKELL, 2010, p. 44) A descritiva exerce a função de descrever algo, como comportamentos, atitudes e valores. De acordo com DeVito as pesquisas "descritivas podem ser realizadas em trabalhos de campo, através da observação sistemática ou por meio da construção de panoramas sobre um certo assunto". (apud SANTAELLA, 1997, 2001, p. 147, p. 147) O Porto Velho Shopping foi escolhido para sediar a intervenção urbana por ter diariamente um fluxo grande de pessoas, de diversas classes sociais, idades, credos e orientações sexuais. A delimitação do período de coleta das histórias partiu de duas datas comemorativas ligadas ao amor, o Valentine's Day e o Dia dos Namorados. A primeira semana ocorreu entre os dias 14 e 21 de fevereiro e a segunda entre 5 e 12 de junho. O espaço montado para a intervenção foi estruturado pensando na proximidade entre a pesquisadora e os entrevistados, além de ter espaço para mais de um entrevistado por vez, considerando a possibilidade de casais contarem juntos uma história. O quadro negro continha a frase "Escuto histórias de amor", a intenção era despertar a curiosidade sobre o projeto e atrair o público que desejava compartilhar uma história de amor pessoal ou de conhecidos, de uma perspectiva positiva ou negativa sobre o sentimento. A abordagem partia do público e as perguntas mais frequentes foram "Como funciona? Porque você está fazendo isso? É da área de psicologia? É pago? Vem muita gente aqui? Que tipo de história de amor te interessa?". Em seguida a pesquisadora explicava que estava ali para ouvir todas as histórias de amor que quisessem contar, entre familiares, amigos, namorados, não importa a forma, desde que contivesse o tema. Com final feliz ou não, qualquer história era bem-vinda. Entretanto, só houveram relatos relacionados a amor entre casais. Também era explicado que as pessoas sentavam para contar suas histórias enquanto um áudio gravaria a conversa, para que no futuro alguns destes relatos se tornassem crônicas, com todos os nomes reais modificados, para então serem compiladas em um livro, como parte de um projeto de conclusão de curso em jornalismo. Em seguida, convidava a pessoa ou o casal para sentar e contar a história de amor que quisessem, partindo do momento em que se conheceram. Durante o tempo de entrevista, as perguntas variavam dependendo da história. Em geral, as perguntas usadas foram para criar uma ordem cronológica dos fatos (Quando foi? Quanto tempo depois do primeiro beijo? Quantos meses depois?) e para obter mais detalhes sobre alguma parte da história (Quem tomou a iniciativa? Como foi? Aonde foi?), em especial durante o clímax. Não foi feita a limitação de tempo de entrevista e nem a distinção de público. Todas as idades, classes sociais, credos e orientações sexuais terão espaço nesta pesquisa. Pode até apontar contradições, ambiguidades, pedir mais esclarecimentos. Mas ele não julga seu discurso, suas atitudes, suas escolhas. Ele escuta. Ele não está em busca de uma resposta verdadeira, objetiva. O próprio fato de um entrevistado não querer responder a uma questão, por exemplo, pode dizer tanto dele e de sua visão de mundo, quanto uma resposta. (TRAVANCAS, 2005, p. 7) Nenhum tipo de registro fotográfico dos entrevistados foi feito, com a intenção de deixá-los mais à vontade e estabelecer um espaço de confiança para compartilhar algo tão pessoal. Para Vieira, os periódicos aproximaram a produção jornalística da indústria "em que se tenta cobrir várias áreas diferentes da atividade social, com mais rapidez e obedecendo a padrões rígidos para simplificar a coleta de informações e uniformizar a elaboração dos textos" (2004, p. 2). Diante disso, surgiu o desejo de criar o produto em forma de romance-reportagem, onde o autor não inventa nada, fazendo uso do jornalismo ao se dedicar aos fatos e da literatura ao adotar estratégias ficcionais para enriquecer a narrativa. Segundo Pena (2006), o romance-reportagem se baseia na verossimilhança e não na veracidade, como o livro-reportagem. Narradas de forma onisciente, cada crônica foi baseada em uma história, partindo não só das descrições relatadas, mas também das observações feitas durante o período de conversa com o entrevistado, do comportamento, da maneira como o personagem se emocionou ao contar determinados trechos da história. Descrever personagens, lugares vividos por eles, ações e comportamentos é essencial no jornalismo compreensivo. Descrever o máximo possível para o leitor entender e sentir o clima de uma história. Entrando no mundo deles, o leitor participa de seus sofrimentos, suas dificuldades, suas alegrias, suas conquistas. Ou, ainda, se coloca no lugar dos personagens. Quando o leitor se coloca no lugar dos personagens, ele está vivendo pelo espírito, compreende as vidas dos personagens. (VIEIRA, 2004, p. 10) A intenção é levar ao leitor, através de cada crônica, a emoção que a autora sentiu ao ouvir cada uma daquelas histórias, despertando diversas sensações, como empatia, deixar olhos marejados, corações palpitando e arrancar gargalhadas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Dos noventa relatos que foram ouvidos durante as duas semanas de intervenção urbana, quinze foram escolhidos para fazer parte do produto final. Foram selecionadas as melhores e mais marcantes, bem diferentes entre si, mas que transmitissem a ideia de que existem histórias de amor reais e maravilhosas a serem contadas. Ao todo, o livro possuí 105 páginas. O "Escuto histórias de amor" foi produzido no formato de livro digital, pelos beneficios que o e-book traz, como sua portabilidade. São arquivos leves, facilmente enviados por e-mail ou transportados em cartões de memória e pen-drives. Geralmente, são disponibilizados nos formatos: PDF, ePub e MOBI. O formato PDF é o mais popular atualmente e não há como alterá-lo após sua produção. Os livros digitais também tem como vantagem o preço. Mota e Gomes (2013) declaram que a publicação desse formato vem afetando a cadeia produtiva dos livros nos últimos anos, pois a digitalização é mais eficiente e necessita de um orçamento menor. Resultando nos preços de venda muito inferiores ao de um livro impresso, isso quando o e-book não é disponibilizado de forma gratuita. O "Escuto histórias de amor" utiliza quase todos os recursos citados por Collaro, sendo eles: "capa, página de guarda, falso título, frontispício, retrofrontispício, dedicatória, prefácio, introdução, miolo, índice, colofão, errata, sobrecapa, aba ou orelha etc." (2000, p. 139), algumas são obrigatórias, outras opcionais. Como trata-se de um livro em formato digital, não foi necessário usar alguns recursos do livro impresso como, por exemplo, a página de guarda, o colofão, a sobrecapa e orelha. Neste livro também não foi feito uso de errata e prefácio. Entretanto, foram incluídas outras partes importantes, como epígrafe, que de acordo com Souza (2010) trata-se de "uma citação à escolha do autor, geralmente um trecho de uma obra literária, poesia ou até letra de música". Além da nota da autora, que no "Escuto histórias de amor" foi utilizado para explicar ao leitor como as histórias surgiram e qual é o objetivo do livro, e o sobre a autora, que em obras impressas aparece na orelha do livro. Para estruturar o livro vários recursos de design foram utilizados, desde o uso de contraste de cor e tamanho até o uso de proximidade dos itens relacionados. Na capa foi utilizada uma ilustração baseada nos dois stands onde a intervenção urbana foi realizada. Na primeira semana, o stand possuía um balanço estilo namoradeira, para os casais sentarem. Na segunda semana, o stand era embaixo de um arco, com flores e uma gaiola vazia para decorar. De acordo com Silva, o uso de ilustrações, "além de embelezarem plasticamente, muitas vezes, devido às suas características imagéticas, carregam toda a carga emocional e informativa de uma ação ou de um fato qualquer" (1985, p.120). Para colorir a ilustração e a contracapa, o designer optou por tons de rosa, verde, branco e cinza. Segundo Collaro (2000), o cinza é uma cor neutra, que reage de formas diferentes dependendo das combinações feitas. Já o branco "sugere pureza e está sempre condicionado a um sentimento de paz" e a cor rosa é "de fácil assimilação quanto às sensações, transmitindo feminilidade, intimidade e também se enquadra nas cores quentes, devido à presença do vermelho" (2000, p.75). Enquanto isso, o verde está diretamente ligado a estabilidade. No título do livro foi utilizado o tipo de letra que Willians classifica como manuscrito, a categoria que "inclui todos os tipos que parecem ter sido escritos à mão, com uma caneta tinteiro, com um pincel ou, às vezes, com um lápis ou caneta profissional" (2009, p.137). As fontes serifadas são definidas por Yamashiro (2012) como "sofisticadas, clássicas e tradicionais", além disso, esse tipo de fonte originou-se "no talhar das letras em pedra, e são consideradas uma herança da caligrafia manual". Esse tipo de fonte se faz presente em todo o livro. Silva ressalva que, jornalisticamente, o título é imprescindível, este "é a grande vedete de um determinado arranjo gráfico, atraindo para si toda a carga emocional da mensagem, seja ela veiculada de forma impressa ou eletrônica" (1985, p. 115). Apesar de no livro os títulos das crônicas usarem a mesma fonte do corpo do texto, o tamanho em 28 pontos lhe oferece peso e destaque. De um modo geral, os títulos são compostos em caracteres maiores que os utilizados no texto, devendo para isso atrair a atenção e analogamente, cumprir a missão de um vendedor, persuadindo o leitor para que compre e leia a mensagem. (SILVA, 1985, p. 115) Abaixo do título e acima de cada história foi utilizado uma epígrafe, de letra de música, que fizesse sentido com história da crônica. As epígrafes estão em fonte sem serifa pois estas são mais suaves e, geralmente, são aplicadas em layouts que necessitam de clareza e respiro. Para contrastar a epígrafe do título e do restante da crônica, a fonte diferente não foi o único recurso utilizado, pois Willians explica que existem "várias maneiras de criar contrastes: fios (linhas), fontes, cores, relações espaciais, direções etc." (2009, p. 83). Sendo assim, a cor utilizada na epígrafe é um tom de cinza mais claro que o preto, propriamente dito, mas não tão claro para que não se torne ilegível. Entretanto, a epígrafe é próxima do título para criar uma unidade visual. Willians explica que "quando vários itens estão próximos entre si, eles se tornam uma unidade visual, e não várias unidades separadas. Assim como na vida, a proximidade implica uma relação" (2009, p.17). No desenvolvimento das crônicas foi utilizado o alinhamento justificado, onde Willians define como "as linhas de texto ficam alinhadas dos dois lados. Só utilize este alinhamento se as suas linhas puderem ter uma largura tal que evite a formação de "vazios" horríveis entre as palavras" (2009, p. 38). A formatação é a mesma em todo o livro, desde a folha de créditos até a página sobre a autora, pois Willians aponta a repetição como uma característica muito importante em publicações com muitas páginas, "quando os leitores abrirem o material, deverá ser imediatamente óbvio que as páginas 7 e 12 fazem parte da mesma publicação" (2009, p. 52).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Durante a pesquisa, constatou-se que a grande maioria acredita em amor e que tem uma história marcante para contar, independente de como o relato terminava. Em vários momentos ficou claro que o avanço das tecnologias contribuiu para que os relacionamentos à distância funcionem e que casais se conheçam por acaso em uma rede social ou se reencontrem depois de anos sem trocar uma palavra. Além disso, a intervenção provocou interesse em várias pessoas que alegaram não ter uma história de amor para contar, mas que continuavam na torcida para que um grande amor aparecesse. O livro "Escuto histórias de amor" é o resultado da compilação de quinze crônicas, com o objetivo de esclarecer que o amor ainda é algo muito presente no dia a dia das pessoas, passando a mensagem de que esse sentimento não faz seleção baseada em sexualidade, idade, classe social, credo e afins. Em resumo, as histórias provam que o amor é esse sentimento capaz de virar um mundo de cabeça para baixo, durar anos mesmo que o casal nunca mais se encontre ou transformar quilômetros de distância em algo irrelevante.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.<br><br>BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Zahar, 2004.<br><br>COLLARO, Antonio Celso. Projeto Gráfico: Teoria e Prática da diagramação. Summus Editorial, 2000.<br><br>COSTA; Lailton Alves da. Gêneros Jornalísticos no Brasil organizado por José Marques de Melo e Francisco de Assis. São Bernardo do Campo, UMESP, 2010.<br><br>DUARTE, J. (orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, 2006.<br><br>GRAEML, K. S.; VOLPI, J. H. e GRAEML, A. R. O impacto do uso (excessivo) da Internet no comportamento social das pessoas. Revista Psicologia Corporal (José Henrique Volpi e Sandra Mara Volpi, Orgs.). Vol. 5, 2004<br><br>MENEZES; Rogério. Jornalismo e literatura. São Paulo: Escrituras, 2002. <br><br>MOTA, Marcio O.; GOMES, Danielle M. O. A. Uma análise do comportamento do consumidor na adoção de inovação tecnológica: uma perspectiva brasileira dos livros eletrônicos. Disponível em: http://www.spell.org.br/documentos/ver/17691/uma-analise-do-comportamento-do-consumidor-na-adocao-de-inovacao-tecnologica--uma-perspectiva-brasileira-dos-livros-eletronicos/i/pt-br. Acesso em 31 de outubro de 2016.<br><br>PENA, Felipe. Jornalismo literário. São Paulo: Contexto, 2006. <br><br>SANTAELLA, Lucia. Comunicação e Pesquisa. São Paulo, Conselho Editorial, 2001.<br><br>SILVA, Rafael Souza. Diagramação: o planejamento visual gráfico na comunicação impressa. Summus Editorial, 1985<br><br>SOUZA, Vanessa. Epígrafe  o que é, como utilizar. Disponível em: http://www.contornospesquisa.org/2010/12/epigrafe-o-que-e-como-utilizar.html. Acesso em 26 de novembro de 2016.<br><br>TRAVANCAS, Isabel. Fazendo etnografia no mundo da comunicação. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Atlas, p. 98-109, 2006.<br><br>VIEIRA, Luciana. Título: O romance-reportagem como a matriz de um novo gênero jornalístico: o jornalismo compreensivo. Disponível em: https://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/c/c6/GT1Texto003.pdf<br><br>VIEIRA, Valter Afonso. As tipologias, variações e características da pesquisa de marketing. Revista da FAE, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 61-70, 2002.<br><br>WILLIANS, Robin. Design para quem não é designer. Callis Editora Ltda, 2009.<br><br>YAMASHIRO, Agata. Aprenda como escolher a fonte certa  Parte 1. Disponível em: http://www.des1gnon.com/2012/12/aprenda-como-escolher-a-fonte-certa-parte-1/. Acesso em 21 de novembro de 2016.<br><br>YAMASHIRO, Agata. Aprenda como escolher a fonte certa  Parte 2. Disponível em: <http://www.des1gnon.com/2013/01/aprenda-como-escolher-a-fonte-certa-parte-2/>. Acesso em 21 de novembro de 2016.<br><br> </td></tr></table></body></html>