ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00211</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Revista Entrelinhas: uma proposta de leitura para leitores</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Ana Carolina Custódio (Universidade Federal do Mato Grosso); Andrezza Dias de Oliveira (Universidade Federal do Mato Grosso); Gesner Duarte Pádua (Universidade Federal do Mato Grosso)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Jornalismo Cultural, Revista, Literatura, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A revista Entrelinhas é uma proposta de leitura voltada para os leitores que buscam ir além da divulgação de novas obras literárias e ter informação de profundidade sobre o tema, com análises e comentários que permitem conhecer mais sobre o cenário literário brasileiro. Além de inovar na abordagem do assunto, a proposta da revista, inserida no campo do jornalismo cultural, é apresentar um modelo de linguagem e projeto visual que atraia o público alvo, incentivando também a formação de novos leitores a partir do despertar do interesse para a literatura. O material foi produzido como trabalho final de graduação do curso de Comunicação Social  Jornalismo da UFMT-CUA.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Desde seu início, a identidade do jornalismo cultural está associada à literatura. Segundo Ribeiro (2003, p. 158), literatura e jornalismo pertenciam a um mesmo sistema de bens simbólicos, que só se separaram  e obtiveram uma autonomia relativa - na medida em que foram capazes de constituir mercados distintos, associados a lógicas produtivas diversas. Ainda pouco estudado (PIZA, 2003; RIBEIRO, 2003), o jornalismo cultural é frequentemente tratado como entretenimento e não de maneira informativa. Na sua produção prevalecem ensaios e resenhas críticas sobre movimentos artísticos, na maior parte das vezes reservada apenas à acadêmicos ou aos próprios produtores culturais, sem se preocupar de aproximar os temas do público em geral. Devido a esta realidade, pouco se discute a relevância social dessa área do jornalismo. Embora a literatura tenha sido uns dos pilares do jornalismo cultural no Brasil, ela é pouco explorada dentro do jornalismo atual. Ela ocupava um espaço importante nos jornais na forma da crítica literária, que enfraqueceu à medida que o jornal se tornou menos opinativo e mais informativo (TRAVANCAS, 2001, p. 43). Ainda que exista um público que tem interesse sobre este tema  vide a existência dos cadernos literários nos jornais  encontra-se pouco material profissional que o trate de maneira realmente informativa. O conteúdo das publicações tradicionais acaba limitando-se, em geral, às resenhas críticas e divulgação de lançamentos, sem abordar outros aspectos presentes no mundo da literatura, como por exemplo, análises de cenários literários, contextualização das obras e reportagens que tratem a temática com mais profundidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Diante destas considerações sobre o cenário atual do jornalismo cultural brasileiro, especialmente das publicações que têm como objeto a literatura, nossa proposta foi produzir uma revista impressa sobre literatura com um perfil voltado ao público jovem que apresentasse o tema de maneira diferente do modelo tradicional, marcado fortemente pelo elitismo cultural e o academicismo, que não se aproxima da realidade de um público mais amplo. Este produto jornalístico foi criado como um projeto experimental na disciplina de Trabalho Final de Graduação, do Curso de Comunicação Social  Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso- Campus Universitário do Araguaia, no semestre letivo 2016/2. Nesta produção foi necessário considerar algumas problemáticas. De maneira geral, nos questionamos como deveria ser uma revista que tratasse sobre literatura de maneira informativa e analítica e que, ao mesmo tempo, fosse atrativa para o público jovem. Refletimos sobre as particularidades do jornalismo cultural encontradas no cenário atual a fim de propormos uma abordagem dos temas literários por um viés jornalístico diferente do tradicional encontrado na maioria dos veículos. A partir desta problemática geral surgiram alguns desafios, entre eles, como aplicar diferentes recursos do jornalismo cultural sem ficar preso ao que é encontrado na produção contemporânea marcada pela agenda cultural e críticas literárias superficiais ou específicas demais; Descobrir uma linguagem adequada para tratar deste tema sem se prender ao caráter excessivamente acadêmico, mas sem torná-lo superficial; Elaborar um projeto gráfico-editorial para o público destinado; Escolher pautas jornalísticas que fossem interessantes para tratar do tema.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Escolhemos abordar esta temática por notarmos a carência de uma nova abordagem no campo do jornalismo cultural voltado à literatura. Existem poucos veículos - especialmente os impressos - que trazem esse conteúdo de maneira que não apenas analise, mas também informe com mais profundidade sobre o tema e de uma forma graficamente atrativa. Com o processo de modernização da sociedade a partir do início do século XX, houve um enfraquecimento do jornalismo cultural dentro das redações, que passaram a dar mais destaque a temas como política e segurança. A instituição de novos formatos e linguagens pelos veículos foi acompanhada por um tratamento menor e mais superficial dos assuntos ligados às manifestações artísticas. Com relação à literatura, então, as seções especializadas dos jornais e revistas passaram a priorizar o gênero da crítica e do ensaio, e, muitas vezes tratando esse campo de forma rasteira, como mero entretenimento. Para os pensadores da Teoria Crítica, como Adorno e Horkheimer, o surgimento dos veículos de massa seriam responsáveis por transformar a cultura em apenas um setor de entretenimento na medida que as obras poderiam ser produzidas em grande escala pelo sistema capitalista, ou seja, a cultura passou a ser produzida segundo a lógica da produção industrial, como qualquer outro bem de consumo. Daí o termo "Indústria Cultural", consagrado pelos autores. Dessa maneira, a arte, segundo Adorno e Horkheimer perderia sua essência, a sua "aura", uma vez que "a cultura contemporânea a tudo confere um ar de semelhança" (ADORNO, 2009, p. 5). Se a cultura seria massificada em sua formação, o jornalismo seria afetado pelo mesmo processo de "massificação", visto que os produtos noticiosos também se enquadram no conceito de bem cultural. Piza (2003, p. 44) discorda um pouco dessa perspectiva, à medida que constata a existência obras de arte de qualidades sólidas voltadas para o grande público. Para ele, o grande perigo para o jornalismo cultural seria mesmo o elitismo atribuído à essas manifestações. "A maioria das pessoas associa cultura como algo intangível, exclusivo dos que leem muitos livros e acumularam muitas informações, algo sério e complicado" (PIZA, 2003, p. 46). O que se observa atualmente é que, de fato, ocorre um distanciamento do público em relação aos cadernos de cultura (no sentido de movimentos artísticos). Por vezes, apela-se à uma abordagem mais superficial, voltada ao entretenimento, como por exemplo, o Caderno B do Jornal do Brasil. O conteúdo do caderno cultural desse jornal online se restringe basicamente à agenda cultural, como divulgação de eventos e lançamentos do mercado editorial. Nota-se também uma tentativa de resgatar seu interesse, mas, em geral, a produção do jornalismo cultural acaba destinada a um circulo restrito de artistas e acadêmicos da área. A discussão entre essas duas linhas de pensamento reflete uma problemática enfrentada no próprio fazer do jornalismo cultural. Marcado fortemente pelo gênero da crítica, neste segmento jornalístico existe um desafio de encontrar formatos e linguagens mais relevantes e atrativos, especialmente quando se trata da literatura, para o nicho do público jovem e, principalmente, explorando o potencial dos mercados locais e regionais, já que a maioria (dos poucos) veículos jornalísticos especializados nessa área está voltada para o mercado em âmbito nacional, liderado pelas grandes capitais. Ao público do interior do país, cabe, quando muito, o consumo de produtos que não foram pensados para eles nem abordam suas especificidades. Outro nicho pouco explorado nos produtos jornalísticos tradicionais são as temáticas alternativas. Esses veículos não abrem espaço para a discussão de temas e autores que não são considerados consagrados. Consideramos importante dar visibilidade, por exemplo, a temas como a literatura feita por negros e outros grupos sociais marginalizados, inclusive pelo jornalismo cultural.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como pudemos observar durante a análise dos conteúdos dos cadernos culturais tradicionais, a temática literatura, além de ser pouco explorada, normalmente é abordada de forma superficial ou com uma linguagem acadêmica que afasta o público considerado leigo na área. A produção jornalística atual tende a simplificar demais a linguagem utilizada para se adaptar aos avanços das novas tecnologias da informação e, por consequência, ocorre o empobrecimento da crítica (ASSIS, 2008, p. 185). Já para Nina (2007, p. 29), o academicismo presente nas resenhas dos especialistas da área resulta no distanciamento do público com os textos publicados. Para Piza (2003, p. 8), uma tendência do jornalismo cultural atual é tentar se parecer com outros gêneros jornalísticos, como o político, econômico, policial, etc, e esquecer das especificidades que o enriquecem, como a análise e o debate de ideias. Uma alternativa possível que enxergamos para abordar o jornalismo cultural, sem que este perca as suas particularidades, é considerar os critérios da Newsmaking, teoria da Comunicação que se preocupa com as relações entre os profissionais de jornalismo, a rotina de produção e a organização do local de trabalho (VIZEU, 2008, p. 223). A hipótese da Newsmaking (em tradução literal fazedores de notícia) discute desde o contato inicial entre o jornalista e suas fontes, as etapas de captação, produção e edição da informação, até o momento em que o acontecimento se transforma em notícia e esta é distribuída (HOHLFELDT, 2001, p. 204). Nesse contexto, o trabalho jornalístico é orientado por meio de critérios de noticiabilidade. Os valores-notícia condicionam a maneira como será a produção e a relevância do que será noticiado. Eles são responsáveis por organizar o caos de informações do dia a dia (VIZEU, 2008, p. 225). Acreditamos que esses critérios não podem ser esquecidos na produção do jornalismo cultural, mas sim devem servir como norteadores para sua produção para que o jornalista possa abordar os temas com a profundidade necessária à área. Por meio da abordagem do Newsmaking, definimos para a revista impressa Entrelinhas os critérios de noticiabilidade utilizados na prática do jornalismo cultural. Traquina (2008, p 63) define estes critérios usados nas rotinas de produção como "o conjunto de valores-notícia que determinam se um acontecimento, ou assunto, é suscetível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado como merecedor de ser transformado em matéria noticiável e, por isso, possuindo valor-notícia". Se o jornalismo cultural ainda precisa conhecer novos caminhos, os movimentos artísticos que são tratados por ele oferecem uma gama de opções que não são exploradas, caindo no desinteresse ou desconhecimento do público. Ao tratar especificamente da literatura, A leitura de cadernos literários e de revistas culturais é fundamental não apenas para ficar antenado com o que é publicado no mercado editorial, mas para conhecer diversos tipos de texto, sejam eles assinados por jornalistas, acadêmicos ou escritores. É uma pena que, nas faculdades, os estudantes tenham tão pouco conhecimento acerca desses veículos (NINA, 2007, p 63). O desafio que se coloca ao propor um produto de jornalismo cultural que trate da literatura é alcançar um equilíbrio entre a análise e informação de profundidade que são necessários para a abordagem do tema, mas de maneira que atraia o público geral, ou seja, que não soe academicista, hermético ou chato demais. Encontrar um formato que não se apegue ao elitismo que vêm marcando a produção cultural nos jornais, porém, não transformá-lo apenas em entretenimento vazio e superficial. Para aprofundarmos o conhecimento sobre como produzir uma revista, utilizamos o processo de pesquisa bibliográfica buscando autores e publicações sobre os parâmetros do jornalismo cultural. Em conjunto com o tipo de pesquisa escolhido usamos alguns aspectos metodológicos presentes no campo jornalístico. Utilizamos o modo de observação empírica dos produtos semelhantes existentes, dos cadernos culturais de jornais e algumas revistas jornalísticas com outras temáticas. Alguns dos veículos observados foram a revista cultural Rolling Stone Brasil, a revista-laboratório Origens, produzida pelo curso de Jornalismo das Faculdades Integradas Rio Branco e a versão online do caderno Ilustrada da Folha de São Paulo. A linguagem que escolhemos para a nossa revista, marcada por uma boa dose de subjetividade, narrativas e posicionamento do repórter em primeira pessoa, é herança de uma vertente que surgiu nos anos 60, nos Estados Unidos, o New Journalism (ou Novo Jornalismo ou, ainda, Jornalismo Literário, como ficou conhecido aqui no Brasil). Nós, repórteres e editores, estamos presente nos textos, procuramos deixar nossas impressões e nossos pontos de vistas nas matérias, conciliando informação, interpretação, análise e opinião na busca de um produto mais denso e, ao mesmo tempo, mais atrativo. Porém sempre com o uso do bom senso, da ética e a busca pelo equilíbrio, princípios fundamentais do bom jornalismo. "O Novo Jornalismo promoveu uma guinada conceitual e epistemológica no modo de narrar a notícia, rompendo com os conceitos estanques da prática jornalística, como a objetividade e a imparcialidade.", analisa Queirós (2012, p 420). Levando isso em consideração, temos a consciência de que a linguagem jornalística não é apenas um relato imparcial da realidade, como se fosse um espelho que refletisse fielmente a realidade, como preconizava a Teoria do Espelho, uma das mais antigas teorias do jornalismo (Traquina, 2008) e que desfruta de pouco crédito atualmente. No processo de produção da notícia, os relatos passam por vários filtros, vários procedimentos interpretativos, desde o repórter até o editor (PEREIRA JÚNIOR, 2016), "contaminando-se", naturalmente, pela subjetividade dos agentes envolvidos. Entretanto, acreditamos que é possível fazer um jornalismo longe do mito da imparcialidade e da neutralidade, e, ainda assim, equilibrado, responsável, não tendencioso e com pluralidade de vozes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O nosso produto final foi uma revista temática sobre literatura chamada "Entrelinhas". A expressão "ler nas entrelinhas" significa compreender uma mensagem que não está explicitamente em algo, seja uma frase, um texto, etc. É entender o que não é dito em uma mensagem. Nossa revista aborda o tema literatura de maneira mais profunda (o que pode ser evidenciado, inclusive na extensão das matérias), indo além do que é dito nos livros. Assim, procuramos discutir as "entrelinhas" do mundo literário. A revista, projetada para ser editada quinzenalmente, tem 32 páginas, e, na edição apresentada, as temáticas escolhidas são abordadas em matérias sobre literatura afro-brasileira, o mundo dos leitores na web, música e poesia, resenhas críticas, ensaio fotográfico, artigo de opinião, lista de recomendação e divulgação de novos autores regionais. Esta edição da revista foi produzida para ser apresentada como trabalho final de graduação, pretende-se que as outras edições sejam comercializadas com venda em bancas e via assinatura. A revista é dividida em seis editorias fixas e duas editorias livres. As seções livres podem mudar de acordo com a necessidade de cada edição futura. Na sequência em que aparecem no produto, "Protagonismo" é a primeira editoria fixa da revista, ela possui duas páginas (páginas 6 e 7) e aborda os diversos protagonismos que a literatura permite. É reservada para divulgar formas de dar visibilidade a minorias no mercado editorial. A segunda editoria fixa, também de duas páginas (páginas 8 e 9), "Opinião", é destinada para os artigos. "Reportagem Especial", terceira editoria fixa, possui nove páginas (páginas 10 a 18) e traz sempre assuntos variados que se relacionam com a literatura. A seção livre "Ilustrando" apresenta ensaios fotográficos associados à relação entre leitores e livros (páginas 19 a 21). A quarta editoria fixa, com duas páginas, "Hábitos de Leitura" (páginas 22 e 23), como o nome sugere, analisa costumes e a cena em que o leitor brasileiro está inserido. "Novos Autores", quinta seção fixa, também possui duas páginas (24 e 25) e apresenta o trabalho de escritores locais e regionais que estão começando ou são pouco conhecidos. "Recomendamos" é a última editoria fixa, tem duas páginas (26 e 27) e traz resenhas críticas de livros. "Fora das Páginas" é uma editoria livre que discute adaptações de livros para cinema, teatro e outros meios e tem duas páginas (28 e 29). O público alvo da revista é o jovem entre 15 e 30 anos, que se interessa por literatura e tudo que seja relacionado a esta temática. Propusemo-nos a tentar fugir do modelo tradicional de jornalismo encontrado nos cadernos culturais dos grandes jornais. Por ser destinada ao público jovem, a revista possui uma linguagem mais coloquial, porém ainda na norma padrão da língua portuguesa. Também escolhemos tratar a literatura de uma forma que foge do modelo tradicional dos cadernos culturais, em que obras mais "cultas" têm mais espaço. Procuramos tratar o tema de maneira mais ampla, dando espaço tanto para estas obras quanto para a literatura considerada de entretenimento. A escolha de editorias que possibilitam a visibilidade tanto de assuntos poucos discutidos quanto de minorias quase nunca presentes na mídia tradicional, também reforça nossa linha editorial. A identidade visual da revista é reafirmada por meio do design moderno e descontraído. A elaboração do projeto gráfico levou em conta agradar visualmente o público jovem. Desde a composição da capa até a escolha das fontes usadas nos textos das reportagens. A logo da revista remete a algo personalizado e manual. Ela traz o título da revista "Entrelinhas" literalmente entre duas linhas. A metalinguagem presente neste elemento é uma forma de reforçar o sentido da palavra e divertir os leitores mais atentos. Na logo "Entrelinhas", optamos por utilizar as cores azul e preto. A escolha do azul foi baseada no poder de atração da cor, que, segundo Collaro (2007, p 27), apesar de ser uma cor fria é considerada uma cor dinâmica, que expressa profundidade e remete a viagens imaginárias. O preto foi escolhido por conta do efeito de contraste que ele exerce em relação ao azul da logo. Nos chapéus das editorias, utilizamos cores diferentes para cada uma de maneira a criar uma identidade própria para cada editoria, e garantir que elas possam ser identificadas com maior facilidade. As mesmas cores foram utilizadas nos títulos das matérias de cada editoria e em sua apresentação no sumário, facilitando a localização mais rápida de cada matéria pelo leitor. Ilustrações e montagens foram exclusivamente criadas para algumas reportagens de acordo com a necessidade de cada uma para suavizar a forma como o texto foi disposto nas páginas. Priorizamos os espaços em branco em alguns pontos para arejar as páginas. A disposição das imagens é livre e pode ser readequada de acordo com a necessidade da matéria e de necessidade do uso dos espaços em branco. Por ser uma revista voltada para um público que tem o hábito da leitura, algumas matérias têm uma grande quantidade de texto. Para tornar a leitura mais agradável, os textos foram dispostos em três colunas em cada página como padrão, no entanto, este padrão pode ser alterado de acordo com a necessidade visual de cada matéria (uso de textos em boxes, por exemplo, podem tomar uma coluna se for esteticamente mais adequado). Ainda para facilitar a leitura, optamos por utilizar a fonte aparajita, regular tamanho 12, uma fonte serifada que permite melhor fluxo de leitura. As citações das fontes foram destacadas com uma fonte diferente  ClementePDaf, tamanho 12, itálico  com o propósito de tornar a leitura mais interessante e dar um visual mais dinâmico. Ainda nas citações diretas, as aspas são substituídas pelo travessão com a intenção de remeter as falas de personagens nos livros. Procuramos proporcionar ao leitor uma experiência semelhante a ler um livro, seja na forma criativa da escrita ou no projeto gráfico. Nos títulos de cada matéria, utilizamos a fonte Gobold, uma fonte sem serifa. As cores variam de acordo com a cor da editoria e o tamanho da fonte pode variar de acordo com o que for esteticamente mais adequado ao texto. Todas as matérias possuem linha fina, na fonte Walkaway oblique em itálico, sem serifa. Foi escolhida por ser uma fonte fina, em tamanho 14, que garante contraste com a fonte do título e as fontes do texto e dão destaque para a linha fina que apresenta a matéria de maneira a gerar interesse no leitor. A editoria Reportagem Especial não segue fielmente a identidade visual das outras editorias, podendo ser alterada de acordo com a necessidade do tema tratado. Na edição produzida, as páginas possuem uma borda de cor diferente, a capa da reportagem ocupa duas páginas contendo apenas uma foto, o título, a linha fina e a assinatura das repórteres. A fonte do título não é a mesma padrão do resto das editorias e o seu tamanho pode ser alterado de acordo com a necessidade. No entanto, mantivemos alguns elementos que garantem a identidade visual da matéria em relação ao resto da revista, utilizando as mesmas fontes no corpo do texto que também foi dividido em três colunas, assim como os elementos gráficos de rodapé e cabeçalho da página, que foram mantidos. A seção Novos Autores também não segue o mesmo padrão do resto da revista. Por tratar de outro tipo de texto, não jornalístico, optamos por dar uma estética própria para a editoria. As páginas são de cor amarela e possuem um efeito de papel antigo, e a fonte utilizada  A TypewriterForMe, tamanho 10, com serifa  remete as fontes das antigas máquinas de escrever. Optamos por essa estética por remeter aos antigos folhetins dos jornais, onde eram publicados textos literários em série. Esse resgate foi feito considerando que a prática de publicação de textos literários em veículos jornalísticos se adequa à proposta da revista e garante o incentivo, tanto da leitura quanto da prática da escrita.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Como estudantes de Jornalismo acreditamos que o jornalismo cultural ainda tem muito a explorar dentro de temáticas específicas como a literatura. Mais do que informar, esse gênero permite a possibilidade de utilizar o jornalismo como ferramenta de incentivo à formação de novos leitores, especialmente quando pensamos nos jovens como publico alvo. É a partir da abordagem desse tema com profundidade que podemos ajudar na formação de um público bem informado e com senso crítico. A produção desta revista nos possibilitou visualizar novos caminhos que o jornalismo oferece, ainda pouco explorados. Ao fugirmos da crença na neutralidade e na imparcialidade absolutas e rígidas do jornalismo em suas concepções mais tradicionais, um novo leque de opções que permitem a análise de temas a partir da experiência do jornalista se estende à nossa frente, observando, contudo, os princípios sobre os quais se sustentam o jornalismo responsável e sério, como a boa apuração, o equilíbrio de vozes e versões e a tentativa de se aproximar ao máximo da veracidade dos fatos. O processo de apuração das matérias produzidas deixou evidente a necessidade e a viabilidade do produto proposto, considerando que todas as fontes com quem conversamos são leitores, que mostraram interesse em consumir uma publicação como a que propomos. Existe uma carência de informação de qualidade sobre o tema nos meios jornalísticos, já que o modelo proposto pelos cadernos de cultura parece ultrapassado e não atinge o público jovem em geral. Pudemos observar em nossas apurações que o incentivo da leitura é despertado a partir do momento que o indivíduo passa a conhecer novas obras e ter informações que despertam sua curiosidade. A importância deste incentivo não está apenas na formação de leitores, mas também na formação de novos escritores, e assim, o cenário literário pode se tornar ainda mais rico e diverso.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ADORNO, Theodor W. Indústria Cultural e Sociedade. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009.<br><br>ASSIS, Francisco de. Jornalismo Cultural Brasileiro: aspectos e tendências. Revista Estudos da Comunicação, Curitiba, v. 9, n. 20, p. 183-192, set./dez. 2008. Disponível em: <http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/comunicacao?dd1=2633&dd99=view&dd98=pb> Acesso em: 20 Mar. 2017.<br><br>COLLARO, A. C. Produção gráfica, arte e técnica da mídia impressa. 01 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.<br><br>HOHLFELDT, Antonio. Hipóteses Contemporâneas de Pesquisa em Comunicação. In: HOHLFELDT, A.; MARTINO, Luiz C.; FRANÇA, Vera. Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis: Vozes, 2001.<br><br>NINA, Claúdia. Literatura nos jornais: a crítica literária dos rodapés às resenhas. São Paulo: Summus, 2007.<br><br>PIZA, Daniel. Jornalismo Cultural. São Paulo: Contexto, 2003.<br><br>PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Guia para a edição jornalística. Petrópolis: Vozes, 2006. <br><br>QUEIRÓS, Francisco Aquinei Timóteo. Literatura como jornalismo e jornalismo como literatura em radical chique e em a sangue frio. Revista Philologus, Ano 18, N° 54  Suplemento: Anais da VII JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/revista/54supl/54supl.html> Acesso em: 24 Mar. 2017.<br><br>RIBEIRO, Ana Paula Goulart. Jornalismo, literatura e política: a modernização da imprensa carioca nos anos 1950. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 1, n. 31, p. 147-160, ago. 2003. ISSN 2178-1494. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2186>. Acesso em: 25 Ago. 2016.<br><br>SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. 04 ed. São Paulo: Contexto, 2011<br><br>TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo: a tribo jornalística / uma comunidade interpretativa internacional. 2.ed. Florianópolis: Insular, 2008.<br><br>TRAVANCAS, Isabel. O livro no jornal. São Paulo: Ateliê, 2001. <br><br>VIZEU, Alfredo Eurico Pereira Junior. O newsmaking e o trabalho de campo. In: LAGO, Cláudia; BENETTI, Marcia. Metodologia de pesquisa em jornalismo. 2a edição. Petrópolis: Vozes, 2008.<br><br> </td></tr></table></body></html>