ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00300</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;VT - O Seu Olhar Pode Mudar Histórias</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Letícia Marques Tiveron (Universidade Católica de Brasília); Iago Martinho Kieling (Universidade Católica de Brasília); Gerson Luiz Scheidweller (Universidade Católica de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Lei Maria da Penha, Concurso, VT, Televisão, Empoderamento</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com o objetivo de combater a violência doméstica e familiar, a campanha de divulgação do Concurso de Fotografias Sobre a Lei Maria da Penha, promovido pela Câmara dos Deputados, contou com a realização de um VT para ser veiculado em TV s públicas e na internet, produzido por uma parceria entre a disciplina de Planejamento de Campanhas e a agência júnior Matriz Comunicação. O vídeo intitulado  o seu olhar pode mudar histórias construiu sua narrativa a partir do enquadramento, da iluminação e do movimento de câmera como elementos discursivos. O resultado foi o atingimento das metas de marketing e de comunicação definidas pelo cliente, além de contribuir para a decodificação da mais importante lei de proteção às mulheres para a sociedade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados realiza há 5 anos o Concurso Sobre a Lei Maria da Penha, para difundir a lei e a sua importância para as mulheres de todo o Brasil. Em 2016, a campanha de divulgação do concurso foi realizada com apoio dos estudantes da disciplina de Planejamento de Campanhas da Universidade Católica de Brasília e da agência júnior Matriz Comunicação, sem qualquer tipo de investimento por parte do órgão federal. Os organizadores do concurso decidiram utilizar em 2016 a fotografia como forma de expressão. A proposta era que, a sociedade brasileira expressasse, sob o olhar de cidadãos e cidadãs, o empoderamento feminino e a superação da violência doméstica. O objetivo era que jovens e adultos decodificassem a Lei Maria da Penha sob a forma artística, sendo sensibilizados por uma campanha publicitária. Do total de atendimentos realizados pelo Ligue 180  a Central de Atendimento à Mulher  no 1º semestre de 2016, 12,23% (67.962) corresponderam a relatos de violência. Desses relatos, 51,06% corresponderam à violência física; 31,10%, violência psicológica; 6,51%, violência moral; 4,86%, cárcere privado; 4,30%, violência sexual; 1,93%, violência patrimonial; e 0,24%, tráfico de pessoas. A campanha visou incentivar fotógrafos profissionais e amadores a expressarem os efeitos da lei para a superação da violência, mostrando que as agressões não são um fim, mas podem representar um recomeço para a vida de muitas mulheres. O conceito teve a ideia de que um olhar pode mudar histórias, correlacionando o olhar do(a) fotógrafo(a) às diferentes formas de se observar o real. Assim, as peças mostravam que diferentes enquadramentos de uma mesma cena podem proporcionar diferentes discursos e significados. Foram desenvolvidas diversas peças para a campanha, como cartazes e flyers distribuídos em todo o país, anúncios para jornal, site, spot, página de Facebook e um VT de 30 segundos, desenvolvido pelos alunos Iago Kieling e Letícia Tiveron. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo de comunicação ao se produzir um VT de 30 segundos como produto da campanha foi de aumentar o alcance por meio do potencial inerente ao audiovisual, em complementação às notícias elaboradas em forma de texto escrito e às peças offline. Com a grande presença do público-alvo na internet, principalmente nas redes sociais, um vídeo poderia difundir a ideia do concurso aos jovens, incentivando-os a acessar o site e participarem da iniciativa. Aproveitou-se que o produto não necessitaria de investimentos financeiros vultosos para a sua produção e divulgação, haja vista que sua exibição, tanto nas redes sociais quanto nas TV s públicas e comunitárias, não caracterizava custos. Intentamos promover o concurso, sensibilizar as pessoas a respeito do tema e divulgar a Lei Maria da Penha a diferentes gerações. Muitas vezes o acesso à linguagem jurídica contida na legislação afasta dos cidadãos e cidadãs a compreensão plena dos seus direitos e toda e qualquer iniciativa de decodificação dessa linguagem através de diferentes plataformas deve ser incentivada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A população brasileira já ultrapassa a marca de 103 milhões de mulheres. De acordo com pesquisa da ONU, no mínimo uma em cada cinco mulheres considera ter sofrido alguma vez na vida, algum tipo de assédio e/ou violência. Dessas, 38,7% das mulheres em situação de violência sofrem agressões todos os dias. Para 33,86% a agressão é semanal. Criada em 2006, a Lei Maria da Penha veio assegurar os direitos das mulheres, em relação à sua integridade, já que ela visa punir definitivamente os agressores e proteger as vítimas de novas ameaças. Apesar de a lei ter melhorado a vida de muitas mulheres desde a sua criação, muitos casos de violência ainda ocorrem diariamente. Por falta de conhecimento ou segurança na lei, muitas mulheres ainda são silenciadas e permanecem sofrendo esse mal. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que 35% das mulheres no mundo todo já sofreram qualquer violência física e/ou sexual praticada por parceiro íntimo ou violência sexual por um não-parceiro em algum momento de suas vidas. Paralelamente, estudos nacionais mostram que até 70% das mulheres já foram vítimas de violência física e/ou sexual por parte de um parceiro íntimo. No cenário nacional, hoje, contabilizam-se 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, número que coloca o Brasil no 5º lugar do ranking de países nesse tipo de crime. Segundo o Mapa da Violência 2015, dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no país, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% dos casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex. Essas quase 5 mil mortes representaram 13 homicídios femininos diários em 2013 (MAPA DA VIOLÊNCIA, 2015). Pesquisas governamentais estimam que o serviço telefônico Ligue 180 realizou 749.024 atendimentos em 2015, ano anterior ao concurso. Desse total, 41,09% das ligações referiram-se à prestação de informações; 9,56%, a encaminhamentos para serviços especializados de atendimento à mulher; 38,54%, a encaminhamentos para outros serviços de teleatendimento (190/Polícia Militar, 197/Polícia Civil, Disque 100/SDH). Em comparação a 2014, houve aumento de: 44,74% no número de relatos de violência; 325% de cárcere privado (média de 11,8/dia); 129% de violência sexual (média de 9,53/dia); 151% de tráfico de pessoas (média de 29/mês). Apesar de os números de denúncias serem crescentes em relação aos anos anteriores, a Secretaria da Mulher considera os dados um indicativo de que as mulheres têm tido maior conhecimento dos direitos e mecanismos de proteção. Dessa forma, é de suma importância que a lei seja mais divulgada e melhor explicada para seu público. É nesse contexto que concursos como o de fotografia dão maior visibilidade ao tema. Ao investir também em um VT, a campanha é engrandecida, aumentando seu potencial de sucesso para promover o concurso, o debate acerca do tema e, consequentemente, o aumento de denúncias. Há ainda desarmonia teórica quanto à conceituação de violência de gênero. Pode-se definir ao menos duas vertentes principais de argumentação sobre o tema: uma que enfoca a opressão das mulheres pelos homens e outra que postula por uma ambigüidade que seria inerente às relações entre homens e mulheres. A primeira corrente de pensamento encara a violência como uma das faces da dominação masculina, enquanto a segunda considera a violência como um elemento natural da aliança afetiva/conjugal. A carente presença de discussões na esfera pública contemporânea (espaços políticos e meios de comunicação) acerca da violência de gênero a partir do conhecimento produzido pelas próprias mulheres contribuiu para a manutenção da opressão que se acentua quando observada através das interseccionalidades de gênero, raça e etnia. Para Hanna Arendt (1994, p.7)  aqueles que nada mais viram do que violência nas atividades humanas, convencidos de que eram  sempre acidentais, nem sérios, nem precisos (...) não tiveram mais nada a dizer sobre a violência ou a História .</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O VT contou com uma equipe de mais de 10 pessoas empenhadas em sua produção, trabalhando semanas para que a ideia saísse do papel e se tornasse de fato um filme publicitário veiculado por todo o país. Ao todo, o produto contou com pessoas nas funções de roteiro, produção, direção de arte, operação de câmera, assistência de direção e fotografia, direção, edição e até mesmo um compositor musical para a trilha sonora, O vídeo trouxe o contraste entre a violência e o empoderamento feminino, porém com um diferencial: o uso do movimento de câmera como recurso discursivo. Dessa forma, o filme conta com apenas uma tomada, em plano sequência, partindo de um enquadramento em plano detalhe para um plano geral, que muda o contexto de toda a narrativa. O plano detalhe visa propor um tratamento mais intimista da personagem, já que a dramaticidade do início é a chave para abordar a violência. Já o plano aberto, representa a situação ampliada, avançada, onde no lugar da violência, há a sua superação e o crescimento do empoderamento das mulheres. A produção contou com o uso de um travelling sobre vários metros de trilhos, para que o movimento de zoom fosse sutil e preciso. Ao todo foram realizadas 22 tomadas para chegar à ideal, que continha em harmonia a interpretação da atriz e o movimento de câmera. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O VT foi gravado em um estúdio, contando com uma organização da direção de arte para transformá-lo no quarto da personagem. O produto teve uma equipe de 12 pessoas, empenhadas desde a pré, até a sua pós produção. Em uma única tomada, o vídeo começa em um plano fechado, no olho da personagem, remetendo através da cor, luz e maquiagem, à violência. Porém, ao abrir para um plano geral do local, a personagem apresenta-se na verdade, maquiando-se para sair. A inversão do cenário faz jus à proposta de contraste entre a violência e a sua superação, representada pelo alegria da personagem e sua autonomia para se divertir. Ao final, é unido ao caráter sensibilizador do VT a sua responsabilidade informativa, por meio do texto em off e do lettering sobreposto ao vídeo, ambos convidando o público a conhecer melhor o concurso e participar, por meio do site. O vídeo por ser acessado pela url: https://www.youtube.com/watch?v=0JMacUPnJVc </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Tendo uma equipe de mais de 10 estudantes, o filme foi uma realização de alunos da disciplina de Planejamento de Campanhas e da agência júnior de publicidade, a Matriz Comunicação. Depois de pronto, o VT foi aprovado e, assim, veiculado nas redes sociais da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, Banco Mundial, Senado Federal e ONU Mulheres. O VT também foi veiculado na TV Câmara e TV Senado durante aproximadamente um mês, valorizando o trabalho dos estudantes. A campanha superou seu objetivo de conseguir 300 inscrições para o concurso, atingindo um total de 380 inscritos. Com isso, o número de fotos produzidas e inscritas no concurso foi de 720, chegando a um total de 28.265 visualizações no site durante a campanha. Nesse contexto, o papel do VT foi fundamental para o sucesso da campanha, haja vista que ele atingiu aproximadamente 50 mil visualizações na internet, além da audiência dos canais de televisão.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ACOSTA, Fernando. Um relato do Seminário Internacional Homens pelo Fim da Violência contra Mulher. Rio de Janeiro, 2003. <br><br>ALEAM - Comissão dos Direitos da Mulher da e da Familia da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. Basta de violência contra a mulher! 2009. Disponível em: http://www.ale.am.gov.br/tag/mulher/ Acesso em: 17.04.2017<br><br>ARAÚJO, Maria de Fátima. Violência sexual na família. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722002000200002 , acesso em 07.09.06.<br><br>SAFFIOTI, Heleith I. B. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cpa/n16/n16a07.pdf , acesso em 17.07.16.<br><br>ARENDT. Hannah. Sobre a Violência. Tradução de André Duarte. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994. <br><br>COMPROMISSO E ATITUDE. Dados e Estatística sobre a Violência contra as Mulheres Disponível em: http://www.compromissoeatitude.org.br/dados-e-estatisticas-sobre-violencia-contra-as-mulheres/ Acesso em: 17.04.2017. <br><br> </td></tr></table></body></html>