ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00325</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Mulheres da Manga: narrativa longform sobre o cotidiano de mulheres ribeirinhas do Porto da Manga</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Iasmim Amiden dos Santos (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL); Katarini Giroldo Miguel (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Jornalismo, Mulheres ribeirinhas, Narrativa longform, Porto da Manga, UFMS</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Mulheres da Manga é uma narrativa longform sobre o cotidiano das mulheres ribeirinhas do Porto da Manga, uma comunidade pantaneira, localizada às margens do rio Paraguai, no Pantanal. A narrativa tem o objetivo de retratar, pela ótica feminina, as características da região, condições de trabalho e a situação de vulnerabilidade socioambiental em que vivem as ribeirinhas. Além disso, as principais atividades de subsistência desempenhadas pelas mulheres, como a coleta de isca viva, que é realizada 100% pelas ribeirinhas, e as atividades de extrativismo e comércio de derivados de frutos do Pantanal. O trabalho utiliza o gênero narrativo-descritivo e diferentes formatos jornalísticos, como as fotografias, infográficos e os áudios, para retratar a temática. A narrativa está dividida em quatro capítulos, construídos por meio dos depoimentos das personagens.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A narrativa Mulheres da Manga foi desenvolvida como projeto experimental para obtenção do diploma do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no ano de 2016. Consiste em uma narrativa longform, para a Web, sobre o cotidiano das mulheres ribeirinhas do Porto da Manga, uma comunidade localizada às margens do rio Paraguai, a 60 km de Corumbá, no Pantanal. O interesse pelo tema se deve ao papel desempenhado pelas mulheres na geração de renda da comunidade. O trabalho de coleta de isca viva é realizado 100% pelas ribeirinhas (SIQUEIRA, 2016), e apesar das atividades desempenhadas, fundamentais para a subsistência da população local, as mulheres do Porto da Manga encontram-se às margens das políticas públicas. A escolha do tema também se deve a falta de visibilidade destas mulheres nas mídias tradicionais. Para a construção do texto, é utilizado o gênero narrativo-descritivo, que visa enriquecer as paisagens e os diálogos. Coimbra (1993) define este gênero como o detalhamento da recriação do cenário, ambientação e comportamento dos personagens. A escolha por produzir uma narrativa com características específicas da Web, definidas por Palacios (2003) como interatividade, hipertextualidade, multimidialidade, personalização e memória, se deve ao espaço global e ilimitado oferecido pela mesma, bem como o fácil acesso, que permitirá o retorno do trabalho à comunidade, que dispõe de internet nos computadores da escola e nas pousadas. O formato longform, escolhido para dispor o conteúdo do produto, é, segundo Longhi (2014), caracterizado como matérias com mais de quatro mil palavras ou grandes reportagens entre 10 a 20 mil palavras. A narrativa não atende a uma estrutura linear, a leitura pode ser iniciada a partir de qualquer capítulo e o tema principal, ainda será compreendido. Os títulos dos capítulos foram inspirados em obras do poeta Manoel de Barros, que trazem aspectos do cotidiano às margens dos rios, e o relacionamento com a natureza. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Objetivo geral: " Desenvolver uma narrativa longform, descritiva, que retrate o cotidiano das mulheres ribeirinhas da comunidade do Porto da Manga, Pantanal, Mato Grosso do Sul. Objetivos específicos: " Levantar dados gerais sobre a comunidade, a partir de documentos e entrevistas com mulheres ribeirinhas e especialistas, para servir como base de estudo e análise estatística a fim de entender melhor as condições da região. " Estabelecer por meio dos depoimentos das personagens, a relação das mulheres ribeirinhas com o meio ambiente e com os impactos causados pelos períodos de seca e cheia do Pantanal. " Registrar por meio de fotografias e vídeos a comunidade ribeirinha e a situação em que vivem e trabalham estas mulheres. " Descrever histórias de vida de mulheres ribeirinhas a fim de apresentar o contexto sociocultural das personagens entrevistadas, também no âmbito das condições de vulnerabilidade socioambiental em que vivem. " Publicar o trabalho na Web (www.mulheresdamangareportagem.com.br). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A proposta de desenvolver uma narrativa longform sobre o cotidiano de mulheres ribeirinhas que vivem no Porto da Manga se justifica pela pouca visibilidade que as mídias tradicionais dão a essas mulheres. Além disso, a necessidade de valorizar o papel desempenhado por elas no trabalho artesanal e, principalmente, na contribuição com a renda local através da atividade de coleta de isca-viva. De acordo com Siqueira (2016), as mulheres ribeirinhas realizam 100% na atividade de coleta no Porto da Manga, comunidade localizada a 60 quilômetros da cidade de Corumbá, entre o rio Paraguai e a Estrada-Parque. As mulheres ribeirinhas encontraram na coleta de iscas-vivas uma alternativa rentável para prover condições mínimas de sobrevivência para suas famílias. E, apesar de, ao longo dos anos, terem desenvolvido meios de trabalho mais seguros, como os macacões impermeáveis, sofrem com a falta de serviços públicos básicos. As duplas jornadas de trabalho, no rio com a coleta e em casa com as atividades domésticas, ferem seus direitos como cidadãs. A escolha do tema também se deve a uma identificação com narrativas que tratem de questões sociais que envolvem os direitos das mulheres, especificamente, daquelas que vivem nos limites da sobrevivência, em condições insalubres de trabalho, saúde e moradia, fora do alcance das ações políticas e que, além disso, são retratadas de forma romantizada pela mídia de massa, como é o caso das mulheres ribeirinhas do Pantanal. A imagem da mulher pantaneira, detentora de saberes tradicionais, que vive em perfeito equilíbrio com o bioma, predomina sobre as reais situações do cotidiano, que envolvem longas jornadas de trabalho, além do cuidado familiar, falta de assistência médica e moradias inadequadas para fazer frente aos eventos climáticos extremos do Pantanal. Para Ortiz (2013), a atividade pesqueira, em termos de captura e comercialização, sofre com as oscilações do mercado turístico local. E, segundo Zannata (2012, p. 64), "na temporada de pesca, os homens exercem a função de piloteiros e as mulheres acabam sendo obrigadas a sair em busca das iscas. Atividade que compromete a saúde e coloca a vida de muitas delas em risco". A maioria das mulheres que vivem no Porto da Manga migrou do meio urbano devido à falta de oportunidades de trabalho. Chegaram à comunidade, acompanhadas por seus maridos, que pilotavam barcos para turistas, e como alternativa de renda, as ribeirinhas aprimoraram as técnicas para desenvolver a atividade de coleta. Além de expandir o trabalho para a sociedade em geral, a narrativa longform permite maior apuração da temática, principalmente através dos elementos visuais como os vídeos e as fotografias, que retratam de forma documental o ambiente onde se passam as histórias. Freund (1976) define a fotografia como fator para mudança de visão das massas, pois esta abre uma janela para o mundo e antes o homem comum só podia visualizar os acontecimentos à sua volta. O formato longform, escolhido para dispor o conteúdo do produto, é também, segundo Longhi (2014), um grande marco das narrativas jornalísticas contemporâneas Além disso, pela abundância de texto que sinaliza um resgate da qualidade, apuração e contextualização já conhecidos do jornalismo impresso, especialmente consagrados pela reportagem (LONGHI; WINQUES, 2015). A narrativa longform é de navegação intuitiva devido à barra de rolagem e aos hiperlinks para permitir que o leitor se insira em diferentes níveis de aprofundamento nas histórias das personagens. Para Canavilhas (2014), a navegação intuitiva, em conjunto com a plena integração de conteúdos de diferentes formatos, torna a leitura mais imersiva e envolvente, e não requere ao utilizador conhecimentos de informática muito profundos. O trabalho também se mostra pertinente para tratar de algumas discussões no jornalismo atual, como a migração de textos para a Web, a importância das imagens e a presença de conteúdo transmídia que contextualize e aprofunde a narrativa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Foi realizado, a priori, um levantamento bibliográfico referente à mulher ribeirinha no Pantanal e ao subtemas de gênero e trabalho. Além disso, sobre jornalismo longform e conteúdos hipermídia e transmídia, a fim de utilizá-los como suporte teórico do trabalho. Depois de compilar a bibliografia, foi feita uma visita in loco, no mês de março de 2016, com o intuito de conhecer a comunidade do Porto da Manga e estabelecer um primeiro contato com as mulheres. Durante a viagem, a proposta do trabalho foi apresentada para as ribeirinhas e alguns registros fotográficos foram feitos. A partir desta visita, foram elaborados três roteiros para realização das entrevistas (constam no apêndice): um específico para as mulheres ribeirinhas, em que foram consideradas perguntas gerais sobre o cotidiano no Porto da Manga; um segundo roteiro voltado aos projetos desenvolvidos pela organização não governamental Ecoa  Ecologia e Ação4 como, por exemplo, o projeto  Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado e Pantanal5 , que tem o objetivo de aumentar a geração de renda das famílias por meio da produção de derivados de frutos do Pantanal; e, por último, um roteiro para as entrevistas com pesquisadoras, que tratam de subtemas contemplados por este trabalho, como a alteração das relações sociais no Pantanal após a ascensão do turismo, e as condições de trabalho e moradia de famílias pantaneiras. Os roteiros estruturados serviram de base para iniciar um diálogo com as ribeirinhas, a fim construir uma narrativa guiada pelas histórias compartilhadas, e desmistificar a pretensa objetividade dos relatos. Medina (2008) aponta o diálogo como prática insubstituível.  O que está presentificado e presenciado vai muito além do código linguístico. Prova disso: a força da palavra poética só emerge de um diálogo imprevisível no corpo a corpo (MEDINA, 2008, p. 96). Durante a segunda viagem ao Porto da Manga, feita no mês de julho de 2016, foram coletados os depoimentos das ribeirinhas. Todas as entrevistas foram gravadas com um Sony Px 204 Digital6. A opção por não utilizar uma câmera filmadora, para o registro dos relatos, se deve a preocupação de que o aparato pudesse causar intimidação e comprometer o diálogo estabelecido com as mulheres. Para o registro fotográfico, foi utilizada uma Nikon D3200 com objetiva 18-55mm. No intuito de presenciar o cotidiano das ribeirinhas nos diferentes períodos do Pantanal, foi realizada uma última viagem, durante o mês de outubro de 2016. Nesta visita, foram entregues as fotografias captadas no local, ampliadas no tamanho 15x21cm, para as personagens contempladas por esta narrativa, como forma de agradecimento pelas experiências compartilhadas. Além disso, foi acompanhado o trabalho de campo das consultoras da organização Ecoa, no processo de capacitação das mulheres para a produção de derivados de frutos do Pantanal, e na elaboração de estratégias para aumentar as vendas e, consequentemente, a renda das mulheres ribeirinhas. A etapa de entrevistas foi finalizada em janeiro de 2017 (os termos de autorização constam no anexo), com a pesquisadora Mara Aline dos Santos Ribeiro, que realiza estudos sobre o Pantanal e os povos pantaneiros. No total, foram 13 entrevistas, utilizadas como fio condutor da narrativa. As conversas foram transcritas para que fosse mantida no texto, a essência dos relatos, e a oralidade das personagens, isto é, a maneira de falar de cada entrevistada.  A maneira de falar de cada personagem é um importante elemento de sua identidade. Daí a importância da incorporação da oralidade (CRIADO, 2006, p. 20). A partir das transcrições, o texto começa a ser estruturado. A narrativa é dividida em quatro capítulos, que não são apresentados de forma cronológica, mas contemplam o ciclo do cotidiano das mulheres ribeirinhas. Para a montagem da narrativa longform, foi utilizado o programa Muse CC, da Adobe Systems, que permitiu criar todo o layout do produto</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A narrativa está dividia em quatro capítulos, acessíveis por meio de hiperlinks ou pela barra de rolagem. O primeiro capítulo, intitulado  Água que corre entre pedras , traz relatos da anciã Maria do Carmo de Souza, Dona Carmem, que acompanhou a chegada dos primeiros moradores no local. Além disso, histórias sobre Marechal Rondon, com quem seu pai trabalhou, e teve sua importância para a região. O sertanista é responsável pelo nome da comunidade Porto da Manga. As histórias de Dona Carmem são as sementes da narrativa que começa a ganhar forma. A partir de seus depoimentos, aspectos do cotidiano das mulheres ribeirinhas são identificados e o contexto geral do trabalho é apresentado ao leitor, com a intenção de instigá-lo a seguir para o próximo capítulo.  Independência tem algemas , é o capítulo mais importante da narrativa e, portanto, o que mais utiliza-se do texto descritivo e dos recursos visuais. Trata-se do trabalho desenvolvido pelas mulheres, das longas jornadas, sob as condições precárias nas quais estão submetidas, que protagonizam o cotidiano dessas ribeirinhas. As atividades responsáveis pela geração de renda e, consequentemente, pela sobrevivência, que correspondem a 10 horas diárias. O terceiro capítulo,  O mundo meu é pequeno , contempla a dupla jornada das mulheres ribeirinhas, que além de trabalharem para sustentar a família, são responsáveis pelos afazeres domésticos. Devido ao tempo que destinam aos cuidados, não conseguem terminar os estudos, ou até mesmo começar. A narrativa traz depoimentos de mulheres que engravidaram quando bem jovens, e largaram os estudos para acompanhar os maridos, que trabalhavam para os turistas na região. Nesta conjuntura, acabaram por construir suas vidas à beira do rio, dentro das condições de trabalho e educação que o local oferece. Por fim, o quarto e último capítulo, denominado  Ontem choveu no futuro , trata da relação entre o cotidiano das mulheres ribeirinhas do Porto da Manga e a natureza. A rotina é definida pelos períodos do Pantanal, como a seca e as cheia. A narrativa também aborda os saberes tradicionais adquiridos sobre medicações, técnicas de trabalho, entre outros elementos, que têm sua correlação com a natureza. Após os capítulos, é apresentado um diário de bordo, com as impressões da jornalista sobre as relações estabelecidas com as mulheres e as experiências compartilhadas na região. Impressões obtidas pela observação direta, isto é, uma percepção mais atenta aos lugares, objetos e personagens por meio dos cinco sentidos (COIMBRA, 1993).Todos os nomes dos capítulos foram inspirados em obras de Manoel de Barros, poeta brasileiro que viveu no Pantanal e retratou características da vida pantaneira. A narrativa é construída em terceira pessoa, isto é, traz relatos e descreve as personagens, além das impressões sobre seus sentimentos. O objetivo é que as protagonistas sejam as mulheres ribeirinhas e que todas as histórias sejam guiadas pelos depoimentos. identidade visual do trabalho é composta pelas cores branco, marrom e azul, prioritariamente, para fazer referência a elementos marcantes da região, como o rio, a terra, os pássaros, os peixes, entre outros. As fontes utilizadas são  Georgia , para o corpo de texto e legendas, e  Bree Serif para os títulos, a fim de garantir a legibilidade sem perder a estética. No produto, foram incorporados: efeitos de visualização de fotos, como o paralaxe, com o intuito de criar uma ilusão de profundidade e imersão na narrativa; links externos e internos, que garantem a hipertextualidade; linha do tempo interativa, para permitir maior contextualização, além dos mapas e infográficos; e os áudios e vídeos, com o objetivo de atrair a atenção do leitor e, principalmente, retratar o tema com maior fidelidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A temática apresentada neste projeto experimental mostrou-se cada vez mais relevante conforme eram realizadas as etapas de levantamento bibliográfico, pesquisas e entrevistas. Existem poucos estudos sobre a comunidade ribeirinha e as mulheres da região, e na pouca visibilidade que o tema ganha em âmbitos midiáticos, são desconsideradas as dificuldades enfrentadas pelas mulheres como consequência da falta de políticas públicas. Durante o processo de estruturação do trabalho, foi notada que a representação das mulheres ribeirinhas pelas mídias tradicionais, principalmente, pelos veículos de televisão do estado de Mato Grosso do Sul, é carente de uma contextualização mais abrangente do cotidiano. A realização das pesquisas e estudo bibliográfico colaborou para produzir uma narrativa que contempla questões históricas, culturais e econômicas, que muito interferem na construção e reconstrução da vida das mulheres ribeirinhas. As entrevistas desenrolaram melhor que o esperado, as mulheres perceberam a oportunidade de fazer denúncias dos modos de vida a que estão submetidas, dando voz ao trabalho, que mostra a luta destas pelo reconhecimento de seus direitos. A apresentação das históricas pelo formato longform possibilitou que o conteúdo fosse disponibilizado ao leitor de forma mais contextualizada e, além disso, mais próximo à realidade. As fotografias, os áudios, infográficos e ilustrações contribuíram para destacar aspectos do cotidiano e aprofundar questões pertinentes que envolvem as dificuldades rotineiras. Os desafios encontrados durante o processo de produção do trabalho foram, ao final, gratificantes, contribuindo, e muito, para um amadurecimento profissional e do olhar jornalístico para questões sociais, principalmente, as que envolvem mulheres nos limites da sobrevivência e que necessitam dar visibilidade a luta diária, para garantir os mínimos direitos adquiridos e também para conquistar outros direitos fundamentais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993.<br><br>CANAVILHAS, João. Hipertextualidade: Novas arquiteturas noticiosas. In: CANAVILHAS, João (Org). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã, Pt: Livros Labcom, 2014a. Disponível em <http://www.livroslabcom.ubi.pt/book/121> Acesso em: 12 de jan. de 2016.<br><br>CANAVILHAS, João (Org). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã, Pt: Livros Labcom, 2014b, p. 1-24. Disponível em: http://www.livroslabcom.ubi.pt/book/121 Acesso em: 02 de jan. de 2016.<br><br>COIMBRA, O. O texto da reportagem impressa: um curso sobre sua estrutura. São Paulo: Ática, 1993.<br><br>CRIADO, Alex. Falares: a oralidade como elemento construtor da grande- reportagem. 2006. 144 f. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação). Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.<br><br>CRIADO, Alex. Falares: a oralidade como elemento construtor da grande- reportagem. 2006. 144 f. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação). Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.<br><br>ECOA. Ecologia e Ação. Porto da Manga. 2005. Disponível em: <http://riosvivos.org.br/pantanal/desenvolvimento-integral-de-comunidades-2/comunidades-do-pantanal/porto-da-manga/> Acesso em: 11 de nov. De 2016.<br><br>_____. Ecologia e Ação. Porto da Manga. 2014. Disponível em:<http://riosvivos.org.br/comunidades/comunidades-tradicionais-comunidades/porto-da-manga/> Acesso em: 11 de nov. De 2016.<br><br>LONGHI, Raquel; WINQUES, Kérley. O lugar do longform no jornalismo online. Qualidade versus quantidade e algumas considerações sobre o consumo. In: Estudos de Jornalismo do XXIV Encontro Anual da Compós. Universidade de Brasília: Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.compos.org.br/biblioteca/compos-2015-3c242f70-9168-4dfd-ba4c-0b444ac7347b_2852.pdf> Acesso em: 06 de mar. de 2016.<br><br>MEDINA, Cremilda. Entrevista: O diálogo possível. São Paulo: Ática, 1995.<br><br>ORTIZ, Luiz. O turismo de pesca na comunidade do Porto da Manga. São Paulo, 27 nov. 2013. Disponível em: <http://blog.pucsp.br/tgetica/2013/11/27/o-turismo-de-pesca-na-comunidade-do-porto-da-manga-corumbams/> Acesso em: 03 de mar. De 2016.<br><br>PALACIOS, Marcos. Ruptura, continuidade e potencialização no jornalismo online: o lugar da memória. IN: MACHADO, Elias; PALACIOS, Marcos. Modelos de jornalismo digital. Salvador: CNPq, 2003. cap. 1, p. 13-36.<br><br>SIQUEIRA, André Luiz. Entrevista concedida a Iasmim Amiden dos Santos. Campo Grande, MS. 01 de mar. de 2016.<br><br>ZANNATA, Jacir Alfonso. Gemido dos excluídos: A construção social do adoecimento. 2012. Dissertação (Mestrado). Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, MS.<br><br> </td></tr></table></body></html>