INSCRIÇÃO: 01553
 
CATEGORIA: CA
 
MODALIDADE: CA02
 
TÍTULO: PELÍCULA
 
AUTORES:Paula Fernandes Martins de Azevedo (Centro Universitário do Vale do Ipojuca); Ian Costa Cavalcanti (Centro Universitário do Vale do Ipojuca); Adriano Luiz Queiroz Oliveira Silva (Centro Universitário do Vale do Ipojuca); Robson da Silva Santos (Centro Universitário do Vale do Ipojuca)
 
PALAVRAS-CHAVE:cinema, pernambucano, estética, público
 
RESUMO
O filme documental Película emerge sobre o cinema em seu sentindo amplo, embora esteja centrado sobre a produção cinematográfica de Pernambuco. Mostra a percepção que cada espectador tem sobre obras fílmicas e registram em seus depoimentos as impressões e reflexos da realidade que é reproduzida na tela do cinema, seja algo presente no cotidiano ou desejos intrínsecos que transcendem no imaginário permitindo viver num mundo ficcional. Cada entrevistado define a experiência própria de ver um filme. Mostramos como os realizadores independentes expõem suas produções, delineando seu processo criativo, dando uma identidade original, levantando a discussão em torno da filmografia pernambucana juntamente com profissionais de comunicação e de audiovisual e suas perspectivas e obstáculos para estarem inseridos no circuito comercial de cinema.
 
INTRODUÇÃO
As películas exibidas no Brasil eram similares aos de outros países, porém, o cinema brasileiro apresentou dificuldades nas produções de obras cinematográficas.Os cineastas do Brasil se distanciam do panorama internacional e nesse momento surgem os ciclos regionalistas pela geração cinemovista da época versando sobre questões socioculturais. A cena pernambucana teve ciclos de produção cinematográfica que proporcionaram ao estado o destaque de um dos pólos produtores mais importantes do país. Seja nos anos vinte com o Ciclo do Recife ou com os filmes do Ciclo do Super 8.A cinematografia foi sendo inserida e caracterizada pela curiosidade de alguns jovens pertencentes a famílias que detinham um capital financeiro mais elevado e puderam trazer para o Brasil as primeiras câmeras que filmavam, vindas da Europa onde deu inicio ás produções amadoras. Eram videastas que se reuniam em cineclubes com frequência para criar narrativa audiovisual com estética específica retratando o cotidiano do interior (o sertão) ou hábitos da região que define a identidade das produções nordestinas.Apesar dos ciclos oscilarem, teve uma explosão produtiva e foi partir da retomada que se diversifica as produções em níveis ideológicos e é com longa–metragem “Baile Perfumado” (1997), dirigido por Paulo Caldas e Lírio Ferreira que marca a mudança e mostra a pluralidade de temas explorados pelos diretores ganhando visibilidade em festivais locais, nacionais e internacionais ocorrendo a integração do cinema pernambuco com o mundo.A partir desse estudo da história do cinema pernambucano e observando o impulso e a construção das obras que começaram acanhadas em Pernambuco, o estado é referência em criar registros de suas raízes, mais ao mesmo tempo sendo contemporâneos, autorais e independentes. Película é um documentário de gênero jornalístico de cunho cultural. Sendo um instrumento de comunicação visual, moderno, midiático e reflexivo.
 
OBJETIVO
Objetivo Geral • Produzir o filme documentário com as impressões do público, cineastas e profissionais de audiovisual sobre cinema. Objetivo Específicos • Evidenciar a discussão sobre cinema e as produções cinematográficas pernambucanas e a disseminação das obras fílmicas dos realizadores dessa nova geração; • Contribuir para as pesquisas sobre o cinema pernambucano independente através do filme documentário; • Acrescentar ao acervo do Centro Universitário Vale do Ipojuca (Unifavip) como instrumento de pesquisa para aqueles que almejam estudar sobre audiovisual na modalidade cinema.
 
JUSTIFICATIVA
A experiência em desenvolver um documentário, está atrelada a enfrentar desafios e requer tempo e qualidade técnica, e dessa tríade extraímos novos propósitos. Aliados a teoria e a prática permitiu absorvermos o conteúdo com mais profundidade e estimulou nosso interesse pela produção e estudos cinematográficos, reverberando na escolha do tema sobre cinema. Produtores e/ou realizadores compartilharam suas experiências práticas e opiniões relativas à linguagem audiovisual. E para iniciar dentro do que propusemos a roteirizar desencadeamos a perguntar basilar “o que é cinema?” Que deflagra várias acepções diferentes porque cada individuo experimenta de forma diversa o seu fascínio pela sétima arte independente do gênero. Muitas narrativas que foram contatadas através do audiovisual fizeram que a cena pernambucana chama-se atenção não só pelo público local mais alinhou com olhares de outros estados e países. Longas-metragens como o “Baile Perfumado” (1997), direção de Lírio Ferreira e Paulo Calda; “Amarelo Manga” (2003), direção de Claudio de Assis; “Gonzaga de Pai Para Filho” (2012), direção de Breno Silveira; o recente filme “Aquarius” (2016), direção de Kleber Mendonça Filho, e as produções independentes como “Olhos de Botões” (2015), direção de Marlom Meirelles; “Maria” (2016), direção de Carolina Correia; “Iluminadas” (2016), direção de Gabi Saegesser; “Jesus também foi menino” (2016), direção de Edvaldo Santos são filmes dirigido pela nova geração de cineastas que apesar de percorrerem caminhos diversos dos filmes exibidos nas grandes salas em sua maioria nos shopping centers (Multiplexes) com apelo mais comercial (blockbusters), pertencem ao mesmo movimento gerando unicidade até porque a intenção é aproximar os espectadores das narrativas fílmicas. O videodocumentário Película, essa obra de não-ficção, buscou avaliar os pontos de vista, argumentos, o senso crítico habitado nos personagens entrevistados e analisar de forma extrínseca o cinema como produto da indústria cultural. O documentário, antes de tudo, é definido pela intenção de seu autor de fazer documentário intenção social, manifestada na indexação da obra, conforme percebida pelo espectador. (RAMOS, 2008, p.25). A definição de documentário é sempre relativa ou comparativa. Assim como o amor adquire significado em sua comparação com a indiferença, ou, ódio, e cultura adquire significado quando contrastada com barbárie ou caos, o documentário define-se pelo contraste com filme de ficção ou filme vanguarda. (NICHOLS, 2008, p.47). Segundo o autor “Nos documentários encontramos histórias ou argumentos, evocações ou descrições, que nos permitem ver o mundo de uma nova maneira.” (NICHOLS, 2008, p.28). A experiência de documentar é saber lidar com a adversidade. Cada um teve suas impressões pessoais ao gravar, apesar serem funções definidas elas tornam-se uno, pois o contexto de pré-produção até finalização devem conter uma conexão entre os envolvidos.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
O videodocumentário tem caráter empírico e utilizou–se do modo de representação participativa. O modo participativo enfatiza a interação do cineasta e tema. A filmagem acontece em entrevistas ou outras formas de envolvimento direto. Frequentemente, une-se á imagem de arquivo para examinar questões históricas. (NICHOLS, 2008, p.62- 63). O roteiro foi o ponto de partida, uma ferramenta que norteou o inicio do projeto de forma antecipada com dados do local, o período do evento, o agendamento com curador do festival. Tecemos indagações importantes, qual seria objetivo, porque queríamos mostrar, que matéria-prima utilizaríamos para criar. Definimos a abordagem, como faríamos a captura de imagens, à edição e a coleta de dados. Tivemos a preocupação de como ocorreria à interação do entrevistador com os personagens, optamos em conduzir a entrevista de modo dialogal com perguntas pré-definidas mais que produzissem efeito para cada relato obtendo um resultado numa única história. As entrevistas foram realizadas durante o 3º Festival de Cinema de Caruaru. Acentuamos com o curador como envolveríamos ás pessoas para participarem do projeto. O filme documentário Película tem uma cronologia de cenas abrindo com plano geral onde os atores sócias “os espectadores” circulam numa sala de cinema, aguardando as projeções de imagens sonoras e animadas, a sequência segue em plano detalhe, focando no olhar do espectador diante da ânsia de decifrar a realidade ou impossível, papel que ocupa o filme no psiquismo do público, na multiplicidade que consta na narrativa entre espaço e o tempo fílmico. Planos médios, primeiro plano, primeiríssimo plano (close), lateral com entrevistados. Utilizamos na decupagem background, teasers fornecidos pelos diretores. Registradas as imagens, revisamos todo material produzido, seguindo para a montagem que são fragmentos cinematográficos que constrói o sentido filme. Durante ás gravações foram utilizados os equipamentos como as câmeras DSLR que filmam em FULL HD Canon 70D, lentes canon EF-S 50mm, EF-S 18-35mm, Nikon D3300, lentes 18-55 mm e grande angular. Para captação de áudio microfone lapela Sony Uwp-D sem fio D11 V1, um tripé Greika Weifeng Modelo WF5316, com hidráulica, um iluminador de LED da TREV profissional, como também a iluminação natural, luz ambiente nos ambientes externos. A edição foi feita através do adobe Premiere CS6. O roteiro foi redigido por Paula Fernandes Martins de Azevedo, as imagens são de Robson da Silva Santos, produção Adriano Luiz de Queiroz Oliveira Silva e a edição e finalização em conjunto.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
O presente trabalho tem a duração de 19 minutos e 49 segundos. O documentário partiu de uma inquietação: Reunir as ideias sobre cinema e ao mesmo tempo discutir qual é o panorama atual sobre cinematografia pernambucana, já que está sendo aclamado pelos críticos e tem chamado a atenção de um público que se interessa cada vez mais por outras ‘formas’ de cinema, tanto no Brasil quanto no mundo. A pesquisa, o roteiro e o planejamento foram elos fundamentais e adotamos para começar Película. O que era mais relevante na filmagem tinha que conectar-se com o roteiro. Tudo deve ser observado pelo objeto pesquisado para ter uma entrevista precisa, a técnica retórica, a relação do espectador, filme e cineastas.
 
CONSIDERAÇÕES
A visibilidade do documentário vem crescente na mídia, exibidos em grandes salas de cinemas e festivais específicos pelo mundo onde ocorre à solidificação. E hoje em dia fazer documentário não é algo intangível além de ser muito promissor para empresas televisivas o mercado está acessível devido distribuição de recursos pelos fundos de cultura com as aberturas de editais. Segundo os autores (LINS; MESQUITA 2008, p.11), as vantagens técnicas, econômicas e estéticas dos equipamentos digitais e analógicos permitem tanto a cineastas já consagrados quanto a jovens que se iniciem no documentário investir na realização de filmes a custos relativamente baixos. Película versou sobre a discussão, o encontro do espectador com as projeções, e também com as recentes representações que temos em Pernambuco que são os realizadores trazendo um cinema novo que luta constante para manter-se renovado.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
BERNAND, Sheila Curran. Documentário: Técnicas para uma produção de alto impacto. Rio de Janeiro: Elsevier, Ed., 2008

FIELD, Syd. Manual do Roteiro: Os fundamentos do texto cinematográfico. Rio de Janeiro: Objetiva, Ed., 2001.

LINS, Consuelo; MESQUITA, Claudia. Filmar o real: Sobre o documentário brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Ed., 2008.

LUZ, Rogério. Filme e Subjetividade. Rio de Janeiro: Contracapa, Ed., 2002.

NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. Campinas SP: Papirus, Ed., 2008.

RAMOS, Fernando Pessoa. Afinal, o que é documentário. Campinas SP: Senac, Ed.,2008.

?