ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00193</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Capital do HIV</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Caroline de Mendonça Musskopf (Universidade Luterana do Brasil); João Henrique Mattos (Universidade Luterana do Brasil); Gabriela Machado Ramos de Almeida (Universidade Luterana do Brasil)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Jornalismo em profundidade, Reportagem especial, HIV/Aids, Produção multimídia, Website</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto Capital do HIV consiste em um site sobre a endemia de HIV/Aids em Porto Alegre que reúne conteúdo jornalístico produzido em diversos suportes - textos, fotografias, infográficos, podcasts e vídeos. Apesar de Porto Alegre registrar índices de infecção por HIV três vezes superiores à média nacional, o problema não tem sido pautado pelo jornalismo local. O projeto tem, portanto, dois grandes objetivos: 1) oferecer informações atualizadas sobre a endemia de HIV/Aids na capital gaúcha, a atuação das ONGs, as políticas públicas, o cuidado com as populações mais vulneráveis e também informações de serviço para todos os tipos de públicos, como formas de prevenção, diagnóstico e tratamento; e 2) proporcionar aos estudantes de Jornalismo a oportunidade de trabalhar na produção de jornalismo em profundidade, em formato multimídia, tendo como resultado final um site.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto Capital do HIV foi iniciado na disciplina de Produtos Audiovisuais do curso de Jornalismo da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), em Canoas/RS. A disciplina, de caráter teórico-prático, propõe aos estudantes a realização de um documentário de tema livre. O material começou a ser desenvolvido, então, como um videodocumentário, com intuito avaliativo e obrigatório, tomando como gancho o encerramento da parceria entre a Organização Não Governamental Grupo de Apoio à Prevenção da Aids do Rio Grande do Sul (Gapa RS) e o poder público estadual, que resultou no despejo do Gapa da sua antiga sede, cujo aluguel era pago pelo governo do estado. Entretanto, após a realização das oito primeiras entrevistas, nas quais as fontes estavam subdivididas em ONGs, Órgãos Públicos e Serviço de Saúde, percebemos que havia muitos outros pontos importantes a serem desenvolvidos para a produção de um conteúdo informativo consistente e abrangente sobre HIV/Aids, e que não caberiam no documentário em função da sua duração. Decidimos, assim, que o conteúdo deveria ser expandido em formato multimídia e publicado em uma plataforma própria, pois o documentário não seria o suficiente para desenvolver um panorama da endemia de HIV/Aids em Porto Alegre de forma satisfatória. O projeto foi norteado por algumas questões que deveriam ser respondidas ao público: por que Porto Alegre apresenta índices tão superiores à média nacional? Quem são as pessoas mais vulneráveis à infecção? Quais são os espaços de referência na prevenção, diagnóstico, apoio e tratamento ao HIV/Aids? Como atuam? O site que abriga o projeto reúne, de forma inédita no Rio Grande do Sul, grande quantidade de conteúdo jornalístico a respeito da endemia de HIV/Aids de Porto Alegre, a atuação das ONGs, as políticas públicas, o cuidado com as populações mais vulneráveis a infecções sexualmente transmissíveis e também informações de serviço, como formas de prevenção, diagnóstico e tratamento.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A intenção de trazer determinados assuntos para o debate público através do jornalismo já foi apontada por diversos teóricos da Comunicação, desde a década de 1970, a partir por exemplo da Teoria do Agendamento, desenvolvida por Maxwell McCombs e Donald Shaw, que aborda principalmente os efeitos sociais da comunicação em massa (BRUM, 2003). Segundo Clóvis de Barros Filho (2001, p. 169), esta teoria "é a hipótese segundo a qual a mídia, pela seleção, disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará e discutirá". Ao contrário das perspectivas mais pessimistas, no entanto, o agendamento dos veículos de comunicação não é entendido necessariamente como algo negativo, uma vez que a agenda da mídia e a agenda pública se retroalimentam e interagem o tempo todo (BRUM, 2003). O projeto Capital do HIV tem como objetivo principal agendar midiaticamente a endemia de HIV/Aids em Porto Alegre, essencialmente a partir do ponto de vista das Organizações Não Governamentais, que atuam na prevenção e no contato direto com as populações mais vulneráveis e que estão com possibilidades de trabalho bastante restritas pela falta de apoio e financiamento do poder público. A partir da mesma perspectiva, buscou-se enfatizar as especificidades das pessoas mais vulneráveis à infecção pelo HIV/Aids na capital gaúcha e entender o que está sendo feito em nível municipal e estadual para reverter os índices que transformam Porto Alegre na capital do HIV no Brasil. Além disso, também é objetivo do projeto oferecer informação às pessoas acometidas pela infecção sobre os locais de diagnóstico, apoio e tratamento. No âmbito acadêmico, o objetivo do projeto é proporcionar aos estudantes de Jornalismo a oportunidade de trabalhar na produção de jornalismo em profundidade, em formato multimídia, envolvendo texto, fotografia, infográfico, podcast e vídeo, tendo como resultado final um site.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Rio Grande do Sul lidera o ranking de incidência de HIV/Aids entre os estados brasileiros. Entre 2007 e junho de 2016, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 136.945 casos de infecção pelo vírus HIV no Brasil, sendo 13.855 no Rio Grande do Sul. Isso significa que quase 10% do total das notificações do Brasil foram registradas no Estado. Quando se considera os números municipais, a situação é ainda mais grave: Porto Alegre é a capital do país com maior detecção de HIV e mortalidade por Aids há mais de 10 anos, segundo dados dos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde. O Dia Mundial da Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, é uma das datas comemorativas que sempre pautam os veículos de comunicação. Ainda que seja importante a divulgação das ações da data, um dia é pouco para abordar uma questão tão relevante socialmente como a endemia de HIV/Aids em Porto Alegre nas últimas décadas. Outro ponto relevante é que a taxa de prevalência da infecção por HIV/Aids é maior em determinadas populações, divididas entre 1) populações-chave: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas transgêneras, usuários de drogas, pessoas privadas de liberdade e profissionais do sexo e 2) e populações prioritárias: em Porto Alegre, pode-se destacar, por exemplo, a população de adolescentes e jovens e a população de rua. A partir desta perspectiva, em entrevista, alguns ativistas de Porto Alegre apontaram que o silenciamento do problema  tanto nas mídias quanto na maioria dos círculos sociais  diz muito a respeito do contexto social das pessoas mais acometidas pela infecção. Conforme Foucault (1974, p. 211), "o corpo é uma realidade biopolítica. A medicina é uma estratégia biopolítica". Peter Pál Pelbart (2003) explica que o biopoder é aquele exercido sobre os corpos da população. Nesse processo, o poder não se encarrega mais de "fazer morrer", como na sociedade disciplinar, mas de "fazer viver" e gerir esse modo de vida. Ainda segundo Pelbart (2003, p. 58), "sempre a vida fez pressão sobre a história, sobretudo através das epidemias e da fome. Mas só quando estas foram relativamente controladas é que a vida começou a ser objeto de saber, e a espécie vivente [...] tornou-se objeto de intervenção". Ou seja, para o autor, os controles (ou a falta deles) dos índices epidemiológicos também podem se constituir como um instrumento de estratégia política. A partir desta perspectiva, é possível estabelecer um paralelo sobre como muitas vezes mortes são justificadas "em nome da defesa da vida" da maioria, de modo a "eliminar os perigosos em relação à população" e não os adversários propriamente ditos (PELBART, 2003). Da mesma forma, o descaso com uma endemia que apresenta prevalência de 0,4% na população geral e 30% na população trans, pode ser entendido a partir da biopolítica. Para corroborar com este argumento, em agosto de 2017, o Gapa, referência para todo o Estado em ações de prevenção ao HIV/Aids voltadas às populações mais vulneráveis à infecção, foi despejado de sua sede. O aluguel do imóvel em que o Gapa funcionava foi pago pelo governo estadual de 1991 a 2008. Em 2015, o proprietário ingressou na justiça com uma ação de despejo que se concretizou dois anos depois. Outras 12 ONGs que trabalham com prevenção e assistência à população com HIV/Aids e eram vinculadas ao Fórum de ONGs Aids do Rio Grande do Sul encerraram suas atividades nos últimos anos, a maioria por falta de recursos para manutenção de suas atividades. O projeto Capital do HIV se justifica, então, a partir de dois vieses que se complementam: como produção jornalística e como ação socialmente relevante.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como já foi dito, o projeto Capital do HIV foi gerado na disciplina de Produtos Audiovisuais do curso de Jornalismo da ULBRA e, por isso, começou a ser desenvolvido inicialmente apenas como um videodocumentário. Em um primeiro momento, o que chamou a atenção dos alunos realizadores foi o despejo do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids do Rio Grande do Sul (Gapa RS), mas depois da realização de algumas pesquisas sobre o tema e de oito entrevistas em vídeo para o documentário, entendemos que não seria suficiente triangular as fontes em ONGs, Órgãos Públicos e Serviço de Saúde, com apenas uma pessoa do serviço de saúde, por exemplo. Passamos para uma segunda etapa, então, de nova pesquisa de fontes e materiais para transformar o que era inicialmente um projeto de documentário em algo maior e mais abrangente. Durante o desenvolvimento dos textos, fotografias, podcasts e infográficos, foram necessárias nove saídas para a realização das entrevistas, gravadas integralmente em vídeo e aproveitadas também para outros formatos (como os podcasts), além de três saídas para produção de imagens de apoio e fotografias para as galerias de fotos do site. Ao todo, doze fontes foram entrevistadas para os vídeos e foram consultados também os relatórios e boletins epidemiológicos emitidos pelo Ministério da Saúde. Para embasar os demais conteúdos da plataforma, mais oito fontes foram consultadas, totalizando vinte pessoas que auxiliaram na obtenção de dados para o projeto como um todo, seja como fontes de informações, como fontes jornalísticas ou como personagens da reportagem. O material bruto de entrevistas totalizou cinco horas de vídeo, às quais foram acrescidos aproximadamente 50 minutos de imagens de insert. A plataforma Capital do HIV (https://capitaldohiv.wixsite.com/jornalismoulbra/) foi desenvolvida para englobar vários recursos multimídia, de forma complementar. Para que o texto sobre Prevenção Combinada, por exemplo, não ficasse muito denso, criamos os podcasts sobre PrEP (Profilaxia Pré-exposição) e PEP (Profilaxia Pós-exposição). O terceiro podcast complementa o texto sobre populações vulneráveis não apenas pelo conteúdo, mas pela trilha sonora que remete a um momento história da epidemia de HIV no Brasil e, com o auxílio de efeitos sonoros, visou-se prender a atenção do ouvinte. No que diz respeito às galerias de fotos, elas auxiliam o público a visualizar os locais que citamos em textos e também a se localizar com maior facilidade, caso precisem acessar esses serviços. Além disso, as fotos que aparecem como cabeçalhos de cada link e abrem os textos mostram diferentes lugares da cidade de Porto Alegre e de Canoas (Região Metropolitana) e dialogam com a identidade visual criada para o projeto, que será descrita em seguida. Os infográficos foram utilizados para sistematizar alguns dados relevantes, sem sobrecarregar os textos. Desde outubro de 2015, os mecanismos de busca do Google não exibem websites desenvolvidos com a plataforma Wix em seus resultados. Estes links são bloqueados porque os algoritmos do Google não reconhecem o HTML deste tipo de site, que não são preparados para o Google/SEO. Por outro lado, as possibilidades que o Wix oferece em termos de desenvolvimento de templates fazem com que esses pontos negativos possam ser superados, levando em consideração ainda a possibilidade de aliar a plataforma a uma página no Facebook. Por este motivo, o planejamento estratégico para a divulgação do projeto Capital do HIV desenvolveu-se a partir da criação de uma página homônima no Facebook (https://www.facebook.com/capitaldohiv/). O projeto conta com uma identidade visual própria, que foi criada a partir do mapa da Região Metropolitana de Porto Alegre, associada à ideia de veias e da pulsação sanguínea, assim como à ideia de rede de apoio - uma vez que estas ruas, visualmente, lembram redes de sociabilidade. Esta foi uma preocupação para toda a produção do material, incluindo as miniaturas dos vídeos para o Youtube e Facebook, as capas dos podcasts no Soundcloud e até mesmo detalhes do site, como a utilização, nas listas de serviços do link "O que está sendo feito", dos mesmos laços vermelhos que foram usados na tarja de identificação das fontes do documentário, e que são o símbolo do Dia Mundial de Luta Contra Aids. O conteúdo produzido exclusivamente para o Facebook, como os cards, também segue a padronização de cores e identidade visual criada para o projeto, unificando visualmente todo o material que integra o Capital do HIV. Segundo a mais recente pesquisa de Social Media desenvolvida pela Rock Content, publicada em 2018, o Facebook é a rede social mais utilizada pelos entrevistados (95%) e o perfil de quem utiliza a rede é majoritariamente formado por mulheres de 30 a 39 anos. Apesar de o Instagram concentrar atualmente a maior parte do público jovem de até 24 anos  que é considerado alvo estratégico do projeto  esta rede social não nos permitiria englobar a divulgação de todos os conteúdos desenvolvidos, pois o Instagram prioriza apenas o uso de fotografias e vídeos, ao contrário do Facebook. Ainda conforme a pesquisa da Rock Content, os posts em blogs ocupam a terceira posição entre os principais tipos de conteúdos divulgados nas redes sociais  ou seja, faz sentido utilizar o Facebook como ferramenta para promover a circulação dos materiais publicados no site. Assim, a fanpage é utilizadas não apenas para divulgar o conteúdo do site e gerar acessos, mas também para compartilhar materiais relevantes que tenham aproximação com a linha editorial do projeto, isto é, a temática HIV/Aids em Porto Alegre, gerando assim engajamento do seguidores da página com o projeto. Amparados pelo estudo divulgado pela Agência de Mídias Sociais Scup, de 2016, os três horários-chave escolhidos para as publicações na página do Facebook foram: 11, 15 e 20 horas. Pelo mesmo motivo, decidimos que não haveria postagens no sábado e no domingo. Objetivando o que Alejandro Rost (2014, p. 55) definiu como "interatividade" no livro "Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença", alcançou-se a chamada "interatividade seletiva", principalmente com a utilização da página e do desenvolvimento de um quiz informativo sobre o HIV/Aids. Para o autor, a diferença entre interatividade seletiva e interatividade comunicativa é que, na última, o utilizador se torna um produtor de conteúdos, enquanto, na primeira, ele ainda é apenas um receptor. Mesmo assim, antes mesmo da divulgação da plataforma, a partir da criação da fanpage, que foi anterior ao lançamento do site, e de estratégias que visavam gerar interesse e curiosidade no projeto, algumas pessoas já haviam procurado a equipe de reportagem para dividir relatos sobre as suas relações com o HIV/Aids. Estamos consideramos a possibilidade de começar a compartilhar essas histórias em formato de vídeos curtos direto na página do Facebook.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto Capital do HIV surgiu com a intenção de colocar em pauta a endemia de HIV/Aids e trazer, literalmente, essa discussão às ruas de Porto Alegre, com gravações na Praça da Alfândega, no Centro Histórico, em órgãos públicos e hospitais. O produto desenvolvido foi o site Capital do HIV, construído a partir da plataforma Wix, mas utilizando-se do Facebook (para divulgação), do Youtube (para upload dos vídeos), do Soundcloud (para upload dos podcasts) e do Infogram (para o desenvolvimento dos gráficos e infográficos interativos). O primeiro texto do menu do site, que está dentro da seção "Entenda a endemia do HIV", faz a diferenciação entre HIV e Aids, muito embora esta diferença não tenha mais influência sobre o atendimento inicial que o paciente receberá, como explica em vídeo a médica infectologista entrevistada. Em seguida, nos textos "Incidência em dados: Brasil" e "Incidência em dados: Porto Alegre", são explorados, através de textos e infográficos, os dados epidemiológicos do país, do estado e do município. A tentativa de estabelecer um perfil para a endemia de HIV/Aids em Porto Alegre se torna falha pela falta de dados, no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, sobre a prevalência da infecção nas populações-chave e populações prioritárias. O próximo texto do menu, "População-chave ou vulnerável?", trata do estigma das populações-chave em relação às políticas públicas que, em geral, não são pensadas especificamente para elas. Um podcast também foi produzido para a mesma seção, para abordar o papel da sociedade e das ONGs em relação aos índices de HIV entre as populações mais vulneráveis. É feito um paralelo entre o estigma enfrentado por essas populações e o abandono que elas sofrem. No decorrer de todo o trabalho, uma entrevista levou às outras, pois havia a necessidade de complementação ou de olhar/escutar um outro ponto de vista. A última entrevista em vídeo feita pelos autores deu origem ao texto  E as mulheres? , que aborda alguns dados sobre a feminização da epidemia de HIV/Aids. Essa referida entrevista, que entrou também para o documentário, foi feita com uma mulher que viveu por muitos anos em situação de rua e notou diferença do acesso ao tratamento da infecção quando passou a morar em uma casa. Além disso, foram desenvolvidos espaços específicos para explicar o que está sendo feito para a diminuição dos índices de HIV/Aids nas diferentes esferas (Estado, Município e as ONGs); abordar os principais aspectos da Prevenção Combinada, diretriz do Ministério da Saúde promovida por todos os estados do país; e, ainda, aprofundar a atuação do Fórum ONG Aids e da ONG Somos. Com a intenção de oferecer também um jornalismo de serviço mais direto dentro da plataforma, listamos todas as ONGs ainda vinculadas ao Fórum ONG Aids, assim como os locais em Porto Alegre que oferecem teste rápido, PrEP (profilaxia pré-exposição) e PEP (profilaxia pós-exposição). Na plataforma, há também uma contextualização do projeto e um relato sobre realização do Teste Rápido em Canoas por um dos integrantes da equipe de reportagem. No videodocumentário é possível observar a diferença entre duas coberturas de jornais impressos sobre o despejo do Gapa. Um deles é diário, mas apresenta apenas uma notícia pequena e uma nota em todo o mês de agosto de 2017 e no mês seguinte mais uma nota, todas elas escritas por colunista (ou seja, o tema não chegou a ser pautado na redação). O outro jornal utilizado é trimestral e, na edição de outubro, novembro e dezembro de 2017, trouxe o despejo do Gapa em uma página inteira das 16 totais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A equipe coletou as informações que precisava e produziu os conteúdos necessários para o desenvolvimento do trabalho não apenas com o fim último de viabilizar o site Capital do HIV, mas também percebendo, aos poucos, as formas como nós mesmos, estudantes, jovens, LGBTs e militantes, precisamos estar, constantemente, debatendo e se informando sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), sem que isso seja constrangedor ou motivo de vergonha. Ao mesmo tempo, a realização de um projeto grande, desenvolvido ao longo de oito meses, que resultou na produção de uma grande quantidade de material, ajudou a reafirmar o papel do jornalismo de cobrar do poder público e investigar o que está sendo feito de fato em dois âmbitos: tanto na prevenção à propagação do HIV em Porto Alegre, quanto para que as pessoas que vivem com HIV tenham acesso a um diagnóstico rápido, um tratamento eficaz e uma rede de apoio articulada e com condições de exercer as suas devidas funções. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARROS FILHO, Clóvis de. Ética na Comunicação: da informação ao receptor. São Paulo: Moderna, 2001. <br><br>BRUM, Juliana de. A Hipótese do Agenda Setting: Estudos e Perspectivas. Razon y palabra. n. 35. out-nov 2013.<br><br>DOWNING, John D. H. (org). Mídia Radical: rebeldia nas comunicações e movimentos sociais, Silvana Vieira (trad.). 2 ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.<br><br>MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim epidemiológico HIV/Aids 2017. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/boletim-epidemiologico-hivaids-2017> Acesso em: mar 2018.<br><br>PELBART, Peter. Biopolítica. In: Vida capital: ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003. p. 55-59.<br><br>ROCK CONTENT. Relatório Social Media Trends 2018. Disponível em: <http://materiais.rockcontent.com/social-media-trends> Acesso em: abril 2018.<br><br>ROST, Alejandro. Interatividade: Definições, estudos e tendências. In: CANAVILHAS, João (org). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: Livros LabCom, 2014. p. 56-88.<br><br> </td></tr></table></body></html>