INSCRIÇÃO: 00060
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO12
 
TÍTULO: Negócio Informal em Barra do Garças: os coadjuvantes do comércio
 
AUTORES: Suzana Rosa Ataide da Conceição (Universidade Federal do Mato do Grosso); João Pedro Donadel (Universidade Federal do Mato do Grosso)
 
PALAVRAS-CHAVE: Comércio Informal, Barra do Garças, Fotojornalismo, ,
 
RESUMO
O ensaio fotojornalístico, que aborda o trabalho informal em Barra do Garças, é uma proposta de desenvolver o olhar crítico do individual para o coletivo e conduzir o receptor a uma reinterpretação do real que está latente na essência das imagens. Procura-se aqui ampliar a discussão sobre o cenário atual em que se encontram os vendedores ambulantes da cidade, bem como promover um instante de reflexão sobre as pessoas que são atingidas por esse mercado, em suas peculiaridades de classe, de gênero e geracionais. Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da disciplina de "Laboratório de Fotojornalismo", do curso de jornalismo da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT - Campus Universitário do Araguaia).
 
INTRODUÇÃO
Diante das discussões sobre o cenário atual da situação econômica do país, uma crise atinge a todos, homens, mulheres, crianças e idosos. São muitas as pessoas que procuram uma forma de sobreviver em meio às dificuldades econômicas e, entre elas, os vendedores ambulantes. A informalidade é um fenômeno social, seguindo a perspectiva de transformação, e está presente não apenas como uma forma de subemprego disfarçado, mas como tendência central do mundo do trabalho (OLIVEIRA, 2000). O ensaio retrata vendedores de diferentes tipos de produtos, dando destaques aos diversos segmentos envolvidos, evidenciando aspectos de classe social, de faixa etária e de gêneros. De forma crítica e explicativa, procura levantar uma única ideia ou sensação, tal como um ensaio precisa ser em sua concepção (SOUSA, 2002). A intenção é construir uma narrativa informativa e ao mesmo tempo opinativa, necessária para o fortalecimento das características do ensaio, resultando assim na interação entre o fotógrafo e o conteúdo da cena abordada. O fenômeno social será, assim, estetizado, de forma a entender o trabalho ambulante como uma atividade que contribui para o desenvolvimento da economia (BARROSO, 2008). A ideia de dedicar um olhar aos "Coadjuvantes do comércio" partiu da discussão em relação à proibição de venda ilegal do pequi no centro de Barra do Garças (MT), resultando em um confronto entre policiais e comerciantes, em novembro de 2017. O ensaio procura elaborar uma narrativa que desnude a realidade sobre essas pessoas, dentro da perspectiva social e em diferentes ângulos, planos e enquadramentos, possibilitando uma reflexão sobre o fenômeno de um tipo de trabalho considerado "ilegal". Acompanha, a partir das imagens, o dia a dia, as dificuldades e as ansiedades que envolvem essa atividade informal, procurando revelar aspectos que apontam para uma importância significativa dessa atividade também para o comércio local.
 
OBJETIVO
A intenção desse trabalho não é somente retratar os vendedores de pequi, mas todos os vendedores ambulantes que trabalham informalmente no centro e em outros lugares da cidade, que procuram algum jeito de sobreviver financeiramente, se destacar, conquistar a atenção das pessoas que andam apressadas pelas ruas da cidade. Diariamente, os vendedores ambulantes (e o apressado público transeunte, seus potenciais clientes) enfrentam o intenso e constante calor, as fortes e passageiras chuvas de estação, a concorrência, policiais e, além de tudo isso, os preconceitos advindos da tênue linha social que os separa a partir de perspectivas oscilantes entre o informal e o marginal. Em meio a essa persistência em manter um ritmo diário de trabalho, existem ainda os "dias ruins", como eles mesmos costumam dizer, com poucas vendas ou mesmo nenhuma, em feriados prolongados, por exemplo, quando as ruas estão quase desertas. O objetivo do ensaio, desse modo, é registrar quem são essas pessoas, protagonistas do comércio informal e coadjuvantes da economia local. Durante os primeiros dias em campo para capturar as imagens, foi possível identificar homens mais velhos (57 anos), mais jovens (20 a 30 anos) e mulheres da mesma faixa etária. A timidez e a insegurança diante da possibilidade de serem fotografados foram uma constante. Ao mesmo tempo, atravessando a avenida principal do comércio no centro, é possível ver idosos que, em suas expressões faciais, aparentam ter muitos anos de trabalho na rua. O intuito, então, é procurar identificar de que forma essa reflexão singular se aproxima do comum, e esse modo comum de olhar, muitas vezes, não é retratado pela sociedade. Identifica-se nos personagens não só olhares de preocupação, ou semblantes retraídos por um devir de pouca esperança sobre as possibilidades de vendas; é possível vislumbrar também, a partir de ângulos e planos peculiares, feições e gestos que podem representar perseverança, determinação, esperança.
 
JUSTIFICATIVA
Os vendedores ambulantes estão presentes na sociedade desde a revolução industrial no século XVIII, quando deixou de ser manual passando a ser mecanizado. Atualmente, uma grande e relevante porcentagem da população brasileira vive na informalidade, há uma contínua substituição do trabalho formal para o informal, por conta das crises socioeconômicas que afetam muitos brasileiros. Cerca de 48% da população brasileira economicamente ativa, não possui um contrato formal de trabalho, segundo (PEA) População Economicamente Ativa. Tendo em vista esse histórico e dados, escolhemos abordar está temática, porque, além de abrir uma reflexão e discussão, consideramos significativo ressaltar a importância dos vendedores ambulantes para a economia da cidade, a forma como lidam com as dificuldades diárias, como são vistos pela sociedade e o olhar de desconfiança entre os trabalhadores quando veem uma câmera, depois do que aconteceu em novembro de 2017 no centro com os ambulantes de pequi, achando que vamos denunciá-los a qualquer momento. Foi com base nessas impressões preliminares que elaboramos o ensaio, pensando em diferentes planos e ângulos para ressaltar a importância de dar visibilidade a grupos marginalizados pela sociedade, no caso, os vendedores de comércio ambulante. A preocupação é em desconstruir a imagem de marginalização, principalmente de vendedores que vêm de outros estados, ou países da América Latina, para vender seu material no centro da cidade como, por exemplo, os vendedores de miçangas e outras artes. Estes são quase sempre vítimas de olhares desconfiados, vistos como pessoas sujas e até comparados com moradores de rua pela sociedade. Tratando-se de uma atividade relativamente antiga e ao mesmo tempo tão atual, uma vez que alavanca discussões necessárias sobre o preconceito e o descaso social. Mostrar uma dupla observação que um ensaio precisa obter (BIONDI, 2011): a da vida cotidiana de trabalho informal e a da experiência dessas figuras.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Nossa pesquisa envolve o uso de referenciais teóricos e práticos. Utilizamos diferentes dados advindos de pesquisas feitas por especialistas em assuntos de fotografia e em fotojornalismo, o que consequentemente ajudou a definir alguns parâmetros para a elaboração e produção o ensaio. Isso foi de suma importância para a conclusão do produto, uma vez que pudemos nos lançar numa perspectiva prática a partir dos temas discutidos e dos conceitos afinados durante as aulas na disciplina "Laboratório de fotojornalismo". Trabalha-se o olhar de observador, daquela relação que vai do geral ao particular e do individual para o coletivo, elaborando e questionando críticas através das imagens de figuras retratadas em preto e branco, trazendo consequentemente uma reflexão do pessoal para o social (BIONDI, 2011). A perspectiva estética monocromática definida para o ensaio destaca o sofrimento, os detalhes do cotidiano, as possibilidades de denúncias em forma de imagens e, através delas, elabora-se noções de justiça, injustiça, medo, indignação e piedade, atravessando o imaginário social que ajuda a desenvolver relações culturais, sociais e éticas (BIONDI, op. cit.). Foi desenvolvido o ensaio para primeiramente informar, trazer à luz esses personagens muitas vezes invisíveis na realidade local, e em uma atividade singular retratar o que não se consegue significar apenas em texto: os sentidos se fazem mais importantes do que a imagem pela imagem (AVANCINI, 2011). Diante disso, surge a necessidade de expor, revelar e opinar sobre as características e polêmicas que envolvem a profissão de vendedor ambulante na cidade de Barra do Garças (MT). A ideia é retratar de maneira equilibrada não só a realidade por si só, mas um real que atravessa e transcende a imagem e a mera exposição do fato, transferindo para aquele que o observa uma sutil responsabilidade de ser também sujeito ativo nesse processo social, diante da possibilidade polissêmica de uma narrativa visual e informativa.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
O produto é um ensaio fotojornalístico com valor de opinião. Trata-se, portanto de selecionar e enquadrar elementos que, além de transmitir informação jornalística, desenvolve uma crítica ou expressa um sentimento, ou uma ideia. Tem como características imagens capturadas em preto e branco sobre este tema específico, buscando a construção de uma narrativa e, ao mesmo tempo, mostrar as possibilidades de aprofundamento sobre este fato de interesse e importância social. O ensaio foi desenvolvido em diferentes perspectivas como primeiríssimo plano, em que se privilegia uma parte em destaque, focando em uma importância na qual normalmente poderiam não ser percebidos; plano geral, em que o ambiente ocupa um espaço menor no enquadramento e é dividido esse espaço com o sujeito; plano americano, em que a parte essencial é o sujeito e o ambiente fica em segundo plano. Privilegiou-se os ângulos normais (retos), em que se tem a ação observada à altura dos olhos, e ângulos baixos, nos quais se enfoca na ação de baixo para cima, dando importância ao objeto em cena.
 
CONSIDERAÇÕES
Como estudantes de jornalismo, acreditamos que o curso precisa trazer vertentes reflexivas e críticas para elaboração de seus produtos e, através disso, desconstruir ideias desenvolvidas e multiplicadas dentro do meio social, elaborar discussões que sejam mais do que informativas, mas que também tirem o sujeito da sua zona de conforto, de onde se porta apenas como observador passivo; capturar mais do que a essência humana (AVANCINI, 2011). Destacar detalhes em questões e fatos que estão visíveis no nosso dia a dia e que, muitas vezes, não enxergamos com a devida acuidade necessária para construirmos um panorama informativo mais relevante socialmente. E não é preciso ir muito longe. Com esse trabalho, pudemos entender que os temas sociais que merecem o nosso olhar estão muitas vezes do nosso lado, no entorno local, numa espécie de existência latente, dependente de nossas ações e atitudes para poderem se mostrar ao público e alcançarem a visibilidade social. Os vendedores de pequi, por exemplo, são personagens conhecidas na cidade há muito tempo. Sempre na época de produção dessa fruta, eles montam suas barracas ao longo da cidade. No entanto, só agora se discutiu sobre a legalização desses trabalhadores e sobre a forma como são tratados pela administração municipal e pela sociedade. Mais do que informar, esse ensaio permitiu a possibilidade de utilizar o jornalismo como ferramenta de incentivo, de mudança de perspectiva social. Ao solicitar o olhar do observador da relação do individual para o coletivo, desenvolveu a dupla observação social, tirando o sujeito do papel apenas de receptor, sendo agora um sujeito consciente a partir de suas reflexões e interpretações. Entendemos que o jornalismo e, em especial, o fotojornalismo sejam instrumentos importantes para promover e fortalecer mudanças sociais, partindo de uma perspectiva local, como procuramos fazer ao desenvolvermos esse ensaio.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
BUITONI, D.H.S. Fotografia e jornalismo: da prata ao pixel – discussões sobre o real. Líbero, São Paulo, ano XX, n 20, p. 103-110, dez. 2007.

SOUZA, J.P. O campo do fotojornalismo. In: SOUZA, J.P. Fotojornalismo: uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Porto: Editora: www.booc.ubi.pt, 2002. p. 7- 11.

BIONDI, A. O sofredor como exemplo no fotojornalismo: notas sobre o limite de uma identidade. Dossiê, Brazilian Journalism Besearch, Volume 7, número - 1, Universidade Federal de Minas Gerais, p. 90-105, 2011.

AVANCINI, A. A imagem fotográfica do cotidiano: significado e informação no jornalismo. Dossiê, Brazilian Journalism Besearch, Volume 7, número – 1, Universidade de São Paulo, ano 2011, p 250 – 68.

OLIVEIRA, Francisco; STÉDILE, João P.; GENOÍNO, José. Classes sociais em mudança e luta pelo socialismo. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000. (Seminário socialismo em discussão).

BARROSO, P.F. Etnografia de rua na “Voluntários da Pátria”: fotografando ambulantes no Espaço Público. Revista Ensaios – n.1, v.1, ano 1, 2º semestre de 2008, Porto Alegre, p. 1-12.

JAKOBSEN, K. Mapa do trabalho informal – Perfil socioeconômico dos trabalhadores informais na cidade de São Paulo. Coleção Brasil urgente, Editora Fundação Abramo, 2000. Pag. 01 – 23.

SOUZA, W. O trabalho informal em Barra do Garças: As duas faces de uma questão social, Universidade Federal do Mato Grosso, Barra do Garças- MT, 2018, pag. 01-30.

Anexos਀䰀攀最攀渀搀愀猀 䘀漀琀漀最爀昀椀挀愀猀 FOTO 1: ਀䔀爀椀挀欀 愀氀洀攀椀搀愀Ⰰ 渀愀琀甀爀愀氀 搀攀 䈀愀爀爀愀 搀漀 䜀愀爀愀猀 ⠀䴀吀⤀Ⰰ 琀攀洀 ㈀㌀ 愀渀漀猀 攀 栀 挀椀渀挀漀 愀渀漀猀 琀爀愀戀愀氀栀愀 渀漀 挀漀洀爀挀椀漀 愀洀戀甀氀愀渀琀攀 渀漀 挀攀渀琀爀漀 搀愀 挀椀搀愀搀攀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䘀伀吀伀 ㈀㨀 Sua barraca de frutas é a única em frente ao banco do Brasil e está sempre de segunda a sábado.

FOTO 3:਀䨀漀椀挀攀 搀愀 匀椀氀瘀愀 刀漀搀爀椀最甀攀猀Ⰰ 渀愀琀甀爀愀氀 搀攀 䈀愀爀爀愀 搀漀 䜀愀爀愀猀 ⠀䴀吀⤀Ⰰ 琀攀洀 ㌀㤀 愀渀漀猀 攀 栀  㠀 洀攀猀攀猀 琀爀愀戀愀氀栀愀 挀漀洀 愀 瘀攀渀搀愀 搀攀 瘀攀爀搀甀爀愀猀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䘀伀吀伀 㐀㨀 Sua barraca é a única em frente ao supermercado Nilo, qual está sempre de Terça a sábado. “As pessoas as vezes preferem comprar comigo que no Nilo, é que as verduras aqui estão sempre mais frescas”.

FOTO 5:਀䴀愀爀挀攀氀漀 匀椀氀瘀愀Ⰰ 渀愀琀甀爀愀氀 搀攀 刀椀戀攀椀爀漀猀椀渀栀漀 ⠀䴀吀⤀Ⰰ 琀攀洀 ㈀㔀 愀渀漀猀 攀  ㈀ 洀攀猀攀猀 琀爀愀戀愀氀栀愀 挀漀洀 愀 瘀攀渀搀愀 搀攀 瀀愀洀漀渀栀愀 攀 猀甀挀漀 搀攀 氀愀爀愀渀樀愀 渀愀琀甀爀愀氀⸀ 

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