ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00326</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Estrutural, uma comunidade à espera do fim do lixão: série de reportagens radiofônicas expandidas</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Bianca Marinho Pereira (Universidade de Brasília); Elton Bruno Barbosa Pinheiro (Universidade de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Lixão da Estrutural, Radiojornalismo, Reportagem expandida, Série Radiofônica, Linguagem sonora</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho detalha a produção de  Estrutural, uma comunidade à espera do fim do lixão: série de reportagens radiofônicas expandidas , uma série com cinco reportagens produzida para ser veiculada em rádios e acessada na internet. O trabalho apresenta a Cidade Estrutural  localizada a 15 quilômetros do centro de Brasília  no contexto da expectativa dos moradores quanto ao fechamento do Aterro Controlado do Jóquei, conhecido popularmente como Lixão da Estrutural, previsto para janeiro de 2018. A partir de entrevistas com catadores de materiais recicláveis, moradores da região, governo e especialistas em meio ambiente, é apresentada a região administrativa e desenha-se um registro da mudança econômica, ambiental e de comportamento decorrentes do fechamento do lixão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Estrutural, uma comunidade à espera do fim do lixão é um convite para entender as mudanças vividas pelos moradores da Cidade Estrutural, no Distrito Federal, no contexto da preparação para o fechamento do Lixão da Estrutural. A reportagem acompanhou a população da região administrativa durante os dois meses que antecederam o prazo final anunciado pelo governo do Distrito Federal para o fechamento do lixão  setembro e outubro de 2017. Esta reportagem radiofônica, estruturada em cinco episódios  e expandida para o ambiente da internet  se propõe a recuperar memórias sobre a região, apresentar as características da Cidade Estrutural de hoje e mostrar as perspectivas de quem vive no lugar onde surgiu o lixão, para um futuro sem ele. Os episódios estão divididos em cinco eixos. O primeiro é um levantamento de dados oficiais e do histórico da criação da cidade, sob o olhar de quem ajudou a construí-la. No segundo episódio, trabalha-se de forma mais aprofundada a rotina dentro do lixão, considerando as dificuldades no cotidiano da profissão dos catadores e as ocasiões de conflito e companheirismo em um território onde quem dita a lei são eles mesmos. Quais as consequências de viver tão perto do lixo? Essa é a pergunta que norteia a terceira parte do trabalho. Doenças e danos irreversíveis à saúde de quem tira o sustento em meio ao lixo são quase prerrogativas da função. O gás e as doenças que exalam do lixo, no entanto, não estão restritas às fronteiras do Lixão da Estrutural  alcançam toda a região, impactando, inclusive, o solo, a água e até a educação, com o fechamento de uma escola pela presença do gás. No quarto episódio, são apresentados moradores da Cidade Estrutural que, por meio da educação, da arte ou da criatividade, de alguma forma trabalham para melhorar a região. O episódio que fecha a série traz o debate sobre o fechamento do lixão e a transição para o Aterro de Samambaia com o aprofundamento dos impactos social, econômico e ambiental.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho teve como objetivo principal a produção de uma série de reportagens radiofônicas expandidas sobre a história e as características da Cidade Estrutural, com foco na expectativa dos moradores em relação ao fechamento do Lixão abordando também questões como a reinserção dos catadores no mercado de trabalho e a recuperação ambiental do maior lixão da América Latina e segundo maior do mundo. Também visa conhecer e elucidar como o funcionamento do Lixão da Estrutural influenciou a consolidação de uma das regiões administrativas mais pobres do Distrito Federal, segundo dados da Companhia de Planejamento do DF. Para contar essa história, é imprescindível levantar personagens que acompanharam a história local, questionar a comunidade sobre como está reagindo ao fechamento do lixão, ouvir especialistas e apurar se as medidas para reparação ambiental estão de acordo com a legislação vigente, além de monitorar qual o destino/futuro dos catadores de materiais recicláveis. Constitui-se como outras finalidades desta pesquisa, compreender as dificuldades e os desafios das pessoas que estiveram/estão grande parte da vida catando materiais recicláveis no lixão. Perceber e retratar como o processo de desativação do lixão e a migração para o aterro sanitário de Samambaia são marcos não só para o cotidiano da Cidade Estrutural, mas para todo o DF e para a Política Nacional de Resíduos sólidos, que, enfim, começa a apresentar sinais de desenvolvimento. Preservar e humanizar a história de uma região que, a apenas 15 quilômetros da Praça dos Três Poderes, está tão perto e, ao mesmo tempo, tão à margem do desenvolvimento de Brasília. Por fim, o produto possibilita obter um registro histórico e crítico do processo de fechamento do lixão e de como isso reverberou na comunidade que depende dele para sobreviver, direta ou indiretamente. Fornece informações que podem embasar estudos futuros sobre tal problemática. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Do objeto jornalístico De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), o Brasil tem atualmente quase 3 mil lixões ou aterros irregulares que impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros . O maior lixão da América Latina é o Aterro Controlado do Jóquei, conhecido como lixão da Estrutural, e está localizado no Distrito Federal . Cooperativas que atuam no local estimam que mais de 2 mil catadores trabalham dentro do lixão. Além da relevância da existência desse lixão e das mudanças que acompanharão o fechamento do espaço, também pode-se ressaltar o valor-notícia da atualidade. A promessa do governo era fechar o lixão até o fim de outubro. Após críticas e reuniões com cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, o governo adiou esse fechamento mais uma vez para o dia 20 de janeiro de 2018. Essas características obedecem a dois valores-notícia fundamentais, conforme desenhado por PENA (2005): atualidade (o novo é o primeiro quesito da notícia) e proximidade (o que está mais próximo, no sentido físico ou psicológico, é o que comove mais). Do meio radiofônico O rádio é um meio de comunicação popular. De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia de 2015 , o rádio é o segundo veículo mais procurado pelos brasileiros como fonte de informação de credibilidade, atrás da TV. É possível consumir o conteúdo do rádio enquanto realiza-se outra atividade como, por exemplo, cuidar de tarefas domésticas, ou no celular, enquanto se desloca para o trabalho. Com o contato direto com o ouvinte, o rádio tem a possibilidade de gerar emoções e estimular a imaginação. Em Os meios de comunicação como extensões do homem, Marshall McLuhan explica que o rádio proporciona uma experiência particular.(MCLUHAN, 1995, p. 336). O custo de produção e de divulgação do conteúdo produzido para rádio é acessível. Além de ser mais barato comprar um dispositivo para ouvir rádio que para assistir TV, as pessoas conseguem ter acesso ao conteúdo em rádios populares e comunitárias, como a Rádio Comunitária da Estrutural, onde o conteúdo produzido no âmbito desta pesquisa será disponibilizado de forma gratuita. Reportagem expandida Estrutural, uma comunidade à espera do fim do lixão é uma reportagem que envolve diversas dimensões da Cidade Estrutural e muitos dilemas sobre os benefícios e sobre os problemas sociais do fechamento do lixão. Essa multiplicidade de fatores pode ser abordada por meio do formato reportagem, que permite ao repórter se aprofundar no tema. José Marques de Melo (1994) define a reportagem como um  relato ampliado de um acontecimento que já repercutiu no organismo social e produziu alterações que são percebidas pela instituição jornalística . Os cinco episódios da série, com cerca de dez minutos de duração cada, dão espaço para essa ampliação do relato, o que não seria possível com uma notícia curta inserida na grade da programação de alguma emissora. O formato expandido foi pensado ao longo de cada etapa da produção da reportagem. O conceito permite que a reportagem informe além do conteúdo abordado nos cinco episódios da série e dialogue com as novas mídias. A plataforma usada para expandir a nossa série é o site do Laboratório de Áudio da Universidade de Brasília por permitir o compartilhamento dos áudios e a disposição dos conteúdos de forma simples, além de estar alinhado com o formato da reportagem e ter visibilidade diante da comunidade acadêmica . A reportagem radiofônica expandida está centrada no conteúdo em áudio. Apesar dos complementos que recebe na internet, como fotos, vídeos, links de interesse, e documentos que permitem aprofundar em determinado ponto, a reportagem em áudio continua como a principal estrutura para o entendimento da mensagem. Os roteiros em texto são disponibilizados na página da reportagem, em cada episódio, com o intuito de proporcionar acessibilidade a quem não tem o sentido da audição, bem como fonte de pesquisa e/ou consulta aos interessados no formato.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Pauta Este trabalho surgiu pelo factual da data estipulada pelo governo do Distrito Federal para o fechamento do Lixão da Estrutural  outubro de 2017  e pela observação da pesquisadora/repórter de que as políticas prometidas pelo governo ainda estavam longe de serem cumpridas. O foco nas pessoas atingidas diretamente ou indiretamente pelo lixão foi o que também orientou metodologicamente a produção desta série de reportagens. Em uma busca pela internet e pela Biblioteca Digital de Monografias da Universidade de Brasília não foram encontrados trabalhos ou reportagens que partissem desse ponto  o que garantiu o ineditismo do olhar, apesar do tema  fechamento do lixão não ser inédito. O que diferencia é que, além do factual, a reportagem permite o aprofundamento no tema. Pré-Apuração A imersão no tema deste trabalho começou em 2015, com uma reportagem para o Campus Impresso sobre o grande número de crianças que precisavam migrar todos os dias para estudar em outras regiões administrativas devido à falta de escolas na Cidade Estrutural que recebesse toda a população. Foi nessa ocasião que tive o primeiro contato com a história e as características da região. No mesmo ano, produzi uma matéria sobre os conflitos entre os catadores de materiais recicláveis dentro do Lixão da Estrutural para concorrer ao Prêmio CBN de Jornalismo Universitário e uma matéria sobre a falta de efetividade da Política Nacional de Resíduos Sólidos quanto ao fechamento de lixões para o Campus TV. Todos esses temas estão presentes de modo mais aprofundado na série de reportagens Estrutural, uma comunidade à espera do fim do lixão. Essas experiências proporcionaram imersão no tema mesmo antes de decidir tornar a Cidade Estrutural objeto de estudo do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Com o tema aprovado pelo orientador, a pré-apuração consistiu em visitas à Estrutural, pesquisa de matérias que já haviam sido publicas na mídia ou trabalhos realizados com o tema do fechamento do lixão e conversas com líderes comunitários. A partir daí, foram definidos os temas das reportagens como: i) Apresentar a história da Estrutural e as características da região. Já trazer no primeiro episódio a expectativa de alguns dos fundadores sobre o fechamento do lixão. ii) Abordar a rotina dos catadores dentro do lixão, os conflitos internos e como o projeto Fênix, do Tribunal de Justiça do DF, trabalha para pacificar as relações entre eles; iii) Mostrar a influência e os problemas trazidos pelo lixão para a comunidade  como prejuízos à saúde e a interdição de uma escola por causa do gás metano. Por outro lado, mostrar dois projetos que visam melhorar a educação local; iv) Contar histórias de moradores que por meio da arte, música, educação, costura e criatividade trabalham para mostrar que a Estrutural também é espaço para a criação de talentos e que, mesmo com o fechamento do lixão, é possível encontrar outros caminhos para se desenvolver; v) Trabalhar a legislação a respeito do fechamento dos lixões no país e as preocupações dos catadores que já migraram para os galpões alugados e dos que ainda estão no lixão e temem perder renda. Apresentar o que já foi feito pelo governo do Distrito Federal para dar efetividade ao fechamento do lixão e para incluir os catadores no novo modelo. Ainda na fase da pré-apuração, conheci o grupo de articulação do Polo de Extensão da Estrutural. Este coletivo é constituído por alunos e professores da Universidade de Brasília e do Instituto Federal de Brasília e buscar ouvir as demandas da população da Estrutural  quanto a aspectos básicos, como saúde e educação, e ao fechamento do lixão. A partir desses debates, o grupo elabora planos de ação para fornecer apoio e ajudar a desenvolver pontos específicos na Estrutural. Passei a frequentar as reuniões do referido grupo e participei do Fórum de Criação do Polo de Extensão da Cidade Estrutural, um importante momento de debate promovido na Estrutural com os moradores. Apuração Com a estruturação dos episódios, contatos e as perguntas em mãos, fui a campo. Frequentei a Estrutural de agosto a outubro de 2017 para acompanhar os últimos meses antes do fechamento do lixão prometido pelo governo do Distrito Federal  que estava marcado para o fim de outubro e, no último dia do prazo, foi adiado para 2018. A maioria das entrevistas foram feitas pessoalmente. Optou-se por gravar por telefone apenas quando o entrevistado não tinha tempo e disponibilidade de receber a repórter pessoalmente. Para conhecer personagens conversei com moradores e cooperativas, fui a eventos onde os catadores estariam e fui para a área próxima ao lixão. As fotos do Lixão da Estrutural usadas na página da reportagem na internet foram cedidas pelo SLU, devido à impossibilidade da repórter entrar para fazer as próprias fotos. Após a finalização do processo de apuração, pude, então, delimitar o foco e o tema de cada de casa episódio da série, conforme o quadro a seguir: Tabela 02: Estruturação final dos episódios da série Episódio 1 Estrutural de Luta Episódio 2 A vida no lixão Episódio 3 Saúde e Educação Episódio 4 Futuro da Estrutural Episódio 5 Espera sem fim Edição e roteirização O processo de produção dos roteiros de cada reportagem foi guiado pelas sonoras coletadas. As histórias dos catadores e dos moradores da Estrutural trouxeram o resultado deste trabalho. Os textos foram revisados pelo professor-orientador Elton Bruno Pinheiro, na presença da orientanda, para que ambos colaborassem para o resultado final. Prezou-se por sonoras que pudessem despertar emoções nos ouvintes. As escolhas das trilhas, todas com autorização para uso e disponíveis no YouTube, foram influenciadas pelo tom de cada relato, a fim de colaborar para humanizar a reportagem. Cada roteiro foi redigido pensando tanto nos moradores da Estrutural, com conhecimento por viver aquilo, quanto em quem nunca ouviu falar na Estrutural e não tem conhecimento sobre os problemas ambientais e sociais que advém da existência dos lixões. Desta forma, dados e especialistas ajudaram a apresentar a região administrativa e a explicar os problemas mencionados. Produção do Conteúdo Expandido Para o conteúdo expandido, foram selecionados áudios, fotos, vídeos, links de interesse e documentos que ajudassem a complementar as histórias trabalhadas na reportagem. O conteúdo expandido é, portanto, uma extensão da reportagem na internet. Os critérios para a escolha dos materiais foram baseados no valor-notícia e na curiosidade a respeito das pessoas entrevistadas. Também foram selecionados áudios extras que ajudassem a complementar o conteúdo de cada episódio. Ao longo da reportagem, citamos a história da Abadia Teixeira, que começou a recolher livros na rua para montar uma biblioteca em casa. Em um áudio complementar, a própria Abadia tem a oportunidade de contar a história com mais detalhes. Apesar de ser um conteúdo extra, optou-se por falas que não passassem 5 minutos de duração para não cansar o ouvinte-leitor. Conteúdos do YouTube também foram aproveitados. O projeto Reciclando Sons nos autorizou a inserir vídeos de apresentações anteriores de alunos disponíveis em tal plataforma . Assim, é possível assistir uma apresentação completa da orquestra. A plataforma de armazenamento do site é o Joomla, sistema de gestão de conteúdo. O Joomla já é utilizado no site da Universidade de Brasília. Simultâneo à criação da reportagem estava sendo desenvolvido o site do Laboratório de Áudio da UnB. Desta forma, o conteúdo expandido foi pensado para ser uma aba do site do LabAudio, chamada  Conteúdo Expandido . </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As reportagens foram estruturadas como: i) Apresentar a história da Estrutural e as características da região. Já trazer no primeiro episódio a expectativa de alguns dos fundadores sobre o fechamento do lixão. ii) Abordar a rotina dos catadores dentro do lixão, os conflitos internos e como o projeto Fênix, do Tribunal de Justiça do DF, trabalha para pacificar as relações entre eles; iii) Mostrar a influência e os problemas trazidos pelo lixão para a comunidade  como prejuízos à saúde e a interdição de uma escola por causa do gás metano. Por outro lado, mostrar dois projetos que visam melhorar a educação local; iv) Contar histórias de moradores que por meio da arte, música, educação, costura e criatividade trabalham para mostrar que a Estrutural também é espaço para a criação de talentos e que, mesmo com o fechamento do lixão, é possível encontrar outros caminhos para se desenvolver; v) Trabalhar a legislação a respeito do fechamento dos lixões no país e as preocupações dos catadores que já migraram para os galpões alugados e dos que ainda estão no lixão e temem perder renda. Apresentar o que já foi feito pelo governo do Distrito Federal para dar efetividade ao fechamento do lixão e para incluir os catadores no novo modelo. Foi elaborado um quadro-síntese para orientar a próxima etapa, a apuração: Tabela 01: Síntese dos episódios para a pré-apuração Episódios Fontes Perguntas Ep 1 - História e características - Pioneiros - Estudiosos da história da Estrutural - Família criada com a renda do lixão - Líder Comunitário Como lixão influenciou o desenvolvimento da Estrutural? Por que as pessoas foram morar às margens do lixão? Como o lixão era no início? O que espera de um futuro sem o lixão se ele for fechado neste ano? Ep 2 - Rotina no lixão e conflitos - Pessoas que perderam familiares e amigos em acidentes no lixão - Representantes de cooperativas - Catadores envolvidos em conflitos - Membro do projeto Fênix do Tribunal de Justiça Quais as causas de acidentes no lixão? Você já presenciou algum? O que causa os conflitos entre os catadores? Como são esses conflitos? O que aprendeu no Fênix? Como ele tem ajudado os catadores a resolver os problemas? Ep 3 - Influências do lixão fora - saúde e educação - Catadores que sofreram problemas de saúde devido ao lixão - Membro do grupo que está estudando a saúde dos catadores - Secretarias de Saúde e de Educação - Representantes de ONGs sobre Educação na Estrutural - Projetos que trabalham para melhorar saúde e educação Você tem algum problema de saúde relacionado à atividade de catador? Qual? O que o médico falou? Quais as principais queixas dos catadores? Qual a influência do lixão na saúde e na educação da Estrutural? Quais os problemas da educação hoje na Estrutural? Como melhorar esse quadro? Ep 4 - Moradores que buscam soluções - Meninos que foram estudar música na Itália com bolsa - Abadia que criou a biblioteca comunitária - Outros personagens que oferecem soluções para o desenvolvimento da Estrutural O que você faz para solucionar os problemas da Estrutural e para melhorar a sua vida? Qual a sua história? Como vê a Estrutural hoje? O que precisa melhorar na região administrativa? Como os próprios moradores podem trabalhar para isso? Ep 5 - Fechamento, legislação e inclusão dos catadores - Catadores - Representantes do Movimento Nacional de Catadores - Moradores da Estrutural - Ambientalista - Governador do DF, Rodrigo Rollemberg - Membro do comitê do governo criado para fechar o lixão O que espera do fechamento do lixão? Observou alguma mudança depois da inauguração do Aterro Sanitário? Por que fechar o lixão agora? O que já foi feito e o que ainda falta para incluir os catadores? O que a lei diz a respeito? Quais os danos ambientais do Lixão da Estrutural e o que muda com o Aterro Sanitário? </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O trabalho partiu do intuito de ajudar a dar luz aos desafios que acompanham o fechamento do Lixão da Estrutural, visto que ele está localizado em um lugar vulnerável e que até hoje muitas famílias precisam dele para sobreviver. Também foi motivado pelo sonho de que os personagens apresentados  Arthur, Douglas, Ronaldo, Abadia e Selenita  inspirem outros moradores da Estrutural a chegar mais longe. Ao longo do trabalho, aprendi as alegrias e os desafios do fazer jornalístico. Percebi o quanto o nosso olhar, muitas vezes condicionados à cobertura factual, muitas vezes esquece a dor do outro e perdemos a oportunidade de fazer a diferença na vida de alguém. Descobri o quanto o jornalista está carregado de responsabilidade social por selecionar o que o outro vai saber sobre determinado assunto. O produto também me permitiu mergulhar no viés da comunicação comunitária, disciplina que cursei em Planaltina durante um ano e que me despertou o interesse por entender as demandas de uma comunidade sob a ótica da comunicação. O segundo semestre de 2017 foi todo dedicado a esse projeto. Cada visita à Cidade Estrutural ao longo dos últimos três meses me fez compreender melhor como o lixo tem outro valor na vida de outras pessoas e o quanto a nossa sociedade deixa de valorizar os catadores, agentes ambientais que estão fazendo aquilo que cada um de nós deveria fazer, separar o próprio lixo, e não são valorizados. Ao fim do trabalho, percebi que ele guarda a função de memória social. Ao contar a história dos moradores da Cidade Estrutural e dos catadores de materiais recicláveis em um período de crise na comunidade, fez-se um registro com a completude e riqueza de detalhes só possível pela expansão realizada na internet, o que o torna um registro histórico. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS [ABRELPE]. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 2014. Disponível em: <http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2014.pdf>. Acesso em: 25 out. 2017.<br><br>BALSEBRE, Armand. A linguagem radiofônica. In: MEDITSCH, Eduardo (org). Teorias do rádio. Florianópolis: Insular, 2005.<br><br>BATISTA, FGA; LIMA, VLA; SILVA, MMP. Avaliação dos riscos físicos e químicos no trabalho de catadores de materiais recicláveis. Campina Grande-PB. 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