ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00582</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Ilustração do Livro Os Contos de Beedle, o Bardo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Vitória Carvalho Brilhante de Alencar (Universidade de Fortaleza); Barbarah Maria Gadelha Freire (Universidade de Fortaleza); Tarcisio Bezerra Martins Filho (Universidade de Fortaleza)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Comunicação, Cor, Ilustração, Infantil, Livro</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho aqui apresentado se trata do conjunto de ilustrações desenvolvidos para a composição da releitura do livro "Os contos de Beedle, o bardo", projeto desenvolvido na disciplina de Comunicação Visual II, ministrada pelo professor Tarcísio Bezerra, na Universidade de Fortaleza. O projeto é o resultado de uma pesquisa referente à linguagem visual utilizada na comunicação dos livros infantis, como suas cores e como elas colaboram na compreensão da história.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Durante o curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Fortaleza, os alunos com interesse nas artes gráficas, tem como possibilidade de disciplina eletiva, Comunicação Visual II. Nesta, há um direcionamento específico para o estudo dos processos metodológicos da criação em design gráfico. As aulas, ministrada pelo professor Tarcísio Bezerra, têm foco em diferentes projetos; em um de seus módulos, "design editorial", estuda-se a importância dos processos de criação em livros, revistas e jornais. No semestre cursado, o trabalho avaliativo da disciplina consistia na criação de um produto editorial, que explore os objetivos traçados de acordo com o público e o produto escolhido. De modo específico, a equipe ficou responsável pelo desenvolvimento de um livro infantil que pensasse a relação entre sua produção e uso diário (usabilidade, público). O trabalho aqui apresentado trata da elaboração de ilustrações para o livro escolhido. A ilustração tem uma forte influência nos aspectos comunicativos, sendo um veículo de expressão onde a dinamicidade da ilustração facilita o aprendizado infantil e por tanto a absorção de qualquer conteúdo, mensagem ou ideia que o livro procura passar. Segundo Susana (2011, p. XII) "Podemos dizer que ela assume, no seu desenvolvimento, uma condição inclusiva que, ao absorver múltiplas influências se enriquece e afirma cada vez mais."</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo do trabalho aqui apresentado é desenvolver uma série de ilustrações para o livro "Beedle, o Bardo", inserindo-o no contexto do público escolhido, explorando a importância da representação gráfica na produção de livros infantis. De forma mais específica, o projeto objetiva: 1) entender o comportamento da comunicação infantil, uma vez que esse público apresenta hábitos muito específicos em relação ao produto analisado, como a utilização de cores fortes e personagens expressivos. 2) Explorar o conceito de ilustração e sua ressonância na literatura infantil. 3) Aplicar os conceitos e procedimentos estudados na disciplina de forma consciente de sua importância na Comunicação Visual. 4) Avaliar as possibilidades de métodos para o desenvolvimento do projeto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A ilustração é uma das formas de comunicação mais antigas da humanidade. Se pensarmos a grosso modo, podemos considerar as intervenções rupestres como formas de comunicação cuja essência em muito se assemelha com os objetivos das ilustrações que vemos nos dias de hoje. Jacques Aumont (2001), em seu livro "A imagem", destaca: "a produção de imagens jamais é gratuita, e, desde sempre, as imagens foram fabricadas para determinados usos, individuais ou coletivos." A Associação dos Designers Gráficos (2000 apud ZIMMERMAN, 2015, p. 02) considera ilustração uma imagem que seu objetivo for "corroborar ou exemplificar o conteúdo de um texto de livro, jornal, revista ou qualquer outro tipo de publicação". Quando se trata de ilustração, é possível perceber alguns procedimentos muito específicos, que se relacionam diretamente com o estudo da comunicação visual, como a utilização das formas básicas para a conceituação de personagens. A ilustração tem acompanhado o desenvolvimento do design gráfico desde seu início. Contudo, da forma com a conhecemos, a ilustração deve seu desenvolvimento à litografia e à xilogravura em cores. O objetivo da imagem a partir desses sistemas de impressão estiverem diretamente relacionadas à reprodutibilidade de uma "realidade". Essa relação entre a ilustração e a documentação das imagens torna-se secundária a partir do desenvolvimento de outras tecnologias que servem melhor a essa função. De acordo com Zimmermann (2015, p. 2), a fotografia foi de grande incentivo para o crescimento da ilustração, uma vez que o ilustradores, libertados dos paradigmas da representação objetiva, passaram a recorrer a imagens menos realistas e utilizar mais de sua imaginação. Linden (2011) aponta que Jean de Brunhoff é um dos primeiros a levar ainda mais além a relação de imagem/texto. Ainda de acordo com Linden (2011, p. 15), em seus livros "a página dupla se vê legitimamente invadida como espaço narrativo cujos textos e imagens, (...), se tornam indissociáveis". Acerca da discussão sobre a ilustração no livro infantil, Guto Lins (2002) ressalta a importância da mesma ao perceber que a imagem tem como principal função caracterizar o personagem, uma vez que tem o poder de lhe atribuir uma idade, um cenario e roupas, podendo lhe situar em diferentes locais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Baseando-se na Metodologia Projetual de Bruno Munari (1981) a equipe passou por várias etapas, desde a linguagem visual a ser utilizada até a finalização dos arquivos e impressão do resultado final. Munari (1981, p. 21) ressalta que metodologia projetual "não é mais do que uma série de operações necessárias, dispostas por ordem lógicas, ditada pela experiência." Dessa forma, a equipe dispôs os procedimentos de construção dos personagens, do cenário e da composição a ser utilizada de maneira organizada, que permitiria o trabalho simultâneo de seus integrantes. Decidido os método que iriam ser utilizados no trabalho, era necessário definir o público-alvo do produto a fim de especificar a linguagem visual que seria utilizada. É necessário ressaltar que entender o produto estudado é parte significativa do processo de criação de qualquer produto comunicacional. "A fórmula "segmentação, seleção de alvo (targeting), posicionamento" é a essência do marketing estratégico." (KOTLER, 2000, p. 107). Para a criação das ilustrações foi utilizada a metodologia proposta por Guto Lins (2002) e evidenciada por Janaina Panizza (2004). De acordo com Guto (2002), deve se haver uma leitura inicial do livro, para que se possa saber qual a linguagem que está sendo abordada. Tendo em mente, então, que se tratava de um livro de contos infantis, era necessário decidir como as ilustrações iriam se comportar dentro da história. Para isso foi feita uma segunda leitura, onde os parágrafos da história foram separados por cenas, que diriam como as ilustrações deveriam ser. Após isso, foi sistematizado quais partes do livro as representações seriam necessárias. Foi criada uma versão de rascunho do livro, onde as gravuras foram indicadas pela designer para que a ilustradora soubesse o número exato de ilustrações que deveriam ser criadas. As ilustrações foram enviadas para a designer, que tinha como tarefa digitalizar cada uma delas e monta-las nas páginas, inserindo o cenário e cores. Algumas escolhas foram feitas para deixar a imagem mais leve, como por exemplo a utilização de um efeito de aquarela para representar o céu e o fundo das imagens. Seguindo esses passos, foi possível a criação de um protótipo, que após impressão e análise foi levado novamente para o computador, onde alguns ajustes foram feitos, como tamanho da fonte e algumas cores. A utilização da metodologia projetual foi de grande importância para o êxito do produto aqui descrito.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A versão das ilustrações do livro tem como como público crianças de idades entre 8 e 12 anos. A fim de relacionar interesses do target, tomou-se a decisão que as ilustrações seguiram o padrão estético da animação Hora da aventura, exibida pelo canal Cartoon Network desde 2007, contando com 9 temporadas até agora, a animação se tornou um dos programas mais assistidos nos últimos tempos, chamando a atenção não só crianças como de adultos. A linguagem visual apresentada na animação conta com cores vivas e um traço de ilustração bem característico, tornando fácil a identificação de seus personagens, mesmo quando vistos fora do contexto da animação. As ilustrações desenvolvidas, baseiam-se não só nas referências visuais de Hora de Aventura, mas também usam como base os aspectos principais do próprio livro "Os Contos de Beedle, o bardo". Em um de seus contos, apresentados no livro, Beedle conta a história de três irmãos que encontram com a morte e após enfrentar seu desafio são presenteados, cada um com um item de sua escolha. É essa a história escolhida para o desenvolvimento do livro, uma vez que é a mais conhecida entre os fãs do universo Harry Potter e a mais simples de ser retratada. No universo em que o livro se insere, Beedle era um contador de histórias, autor dos mais diversos contos que ficaram conhecidos como histórias para as crianças. Durante a introdução do livro nas histórias de Harry Potter, os personagens comparam suas histórias aos contos da Cinderela ou Gato de Botas para o mundo humano. Em suas histórias podemos encontrar morais e ensinamentos para os pequenos, explicando o porque ficaram tão famosas na sua época. Para representar cada personagem, foi utilizado psicologia das cores. "As cores influenciam o ser humano e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem etc." (FARINA, PEREZ e BASTOS, 2006, p. 02). O primeiro personagem a ser apresentado é o irmão mais velho, que é descrito como "combativo". Foi utilizado para ilustrá-lo a cor vermelha, utilizando sua harmonia monocromática. O segundo personagem, o irmão do meio, é apresentado como "arrogante", sendo então utilizado tons de amarelo em sua ilustração. O terceiro personagem, o irmão mais novo, é descrito como alguém "humilde e sábio", sendo então ilustrado com tons de azul. É encontrada dessa forma uma harmonia cromática entre os três irmãos, equilibrando a narrativa visual criada. A morte é representada com as cores roxo e preto, trazendo seus aspectos mágicos e sombrios. De acordo com Putney (2018), que fez uma análise detalhada da utilização dos estudos de cor na animação, especialmente em relação ao seu comportamento da escola HSV, diz que um dos principais fatores que chamam a nossa atenção são suas cores super saturadas e, na maioria das vezes, com total brilho. A decisão da cor que representaria cada personagem se baseou na psicologia das cores e procurou encontrar cores que definisse a personalidade de cada um. Houve também a preocupação de criar harmonias cromáticas entre o cenário e os personagens, além de entre os próprios personagens. "Intimamente aliadas aos efeitos psicológicas, estão as numerosas associações que varias cores atraíram para si. Algumas datam de tempos pré-históricos e se encontram, profundamente, arraigadas na alma humana." (DANGER, 1973, p. 27).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A criação de uma série de ilustrações para um livro infantil gerou grandes desafios para a equipe, como a procura pela linguagem correta, uma vez que o produto deveria ser atrativo não só para as crianças, mas também para seus pais, que possuem o poder de compra. A utilização de metodologias projetuais foi muito importante para o desenvolvimento do produto, uma vez que destacou a importância da organização do processo de criação além da divisão de trabalho. Os conhecimentos em design gráfico, cor e desenvolvimento de personagem foram também de grande importância para o crescimento acadêmico da equipe. A possibilidade de trabalhar com um produto de público tão específico foi também importante, pois mostrou a equipe a importância de se conhecer bem o seu público antes de iniciar os trabalhos, além de ressaltar a utilização da segmentação no processo do trabalho. Foi importante também estudar a utilização das cores no universo infantil da atualidade, uma vez que as animações apresentam comportamentos muito similares em relação às suas cores, comportamento este que se mostra eficiente na conquista de novos públicos. Ademais, para a equipe, esse projeto de mostrou fundamental para a compreensão dos conceitos passados em sala de aula, uma vez que a equipe utilizou todos os métodos trabalhados pelo professor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AUMONT, Jacques. A Imagem. São Paulo. Editora Papirus, 2012. <br><br>DANGER, Eric P. A cor na comunicação. Botafogo, RJ. Fórum Editora, 1973.<br><br>FARINA, Modesto, PEREZ, Clotilde, BASTOS, Dorinho. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo. Edgar Blucher. 2006<br><br>FREITAS, Neli Klix, ZIMMERMANN Anelise. A Ilustração de Livros infantis - uma perspectiva histórica. CEART, 2015.<br><br>KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10ª Edição, 7ª reimpressão. Tradução Bazán Tecnologia e Lingüística; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000.<br><br>LINDEN, Sophie van der. Para ler o livro ilustrado. São Paulo. Cosac & Naify, 2011<br><br>LINS, Guto. Livro Infantil? Projeto gráfico, metodologia, subjetividade. São Paulo. Rosari, 2004<br><br>MUNARI, Bruno. Das Coisas Nascem Coisas. Lisboa: Edições 70, LTDA, 1981.<br><br>PANIZZA, Janaina Fuentes. Metodologia e processo criativo em projetos de comunicação visual. 2004. Dissertação (Mestrado em Relações Públicas, Propaganda e Turismo) - Escola de Comunicações e Artes, University of São Paulo, São Paulo, 2004. doi:10.11606/D.27.2004.tde-04082006-120606. Acesso em: 2018-05-22.<br><br>PUTNEY, Dean. Colors in Adventure Time. 2013 Disponível em <http://deanputney.com/notes/2013/02/colors-in-adventure-time/> Acessado em 16 de Abril de 2018.<br><br>SILVA, Susana Maria Sousa Lopes. A ilustração portuguesa para a infância no século XX e movimentos artísticos : influências mútuas, convergências estéticas. Disponível em <http://hdl.handle.net/1822/19682> Ultimo acesso em: 22/05/2018<br><br> </td></tr></table></body></html>