ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00588</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO09</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Baile Funk  A classe A vai à favela</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Vinicius Oliveira Lopes da Silva (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Patricia Rangel (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Patricia Rangel (Escola Superior de Propaganda e Marketing)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;baile funk, comunidades, imersão, radiojornalismo, reportagem</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em formato expositivo, a reportagem radiofônica Baile Funk - A classe A Vai à Favela busca a imersão do ouvinte no universo dos bailes funk que acontecem nas comunidades de São Paulo. Por meio de entrevistas realizadas com especialistas e frequentadores, pretendeu-se expor não só a realidade desse evento que faz parte da cultura popular brasileira contemporânea, como também, tentar entender a tendência de cada vez mais jovens de classes abastadas da sociedade buscarem diversão nesse ambiente. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A reportagem radiofônica Bailes Funk - A classe A vai à Favela foi produzida no âmbito acadêmico e teve a finalidade de colocar em prática os ensinamentos indicados durante as aulas, de forma a estimular a criatividade e o exercício de rotinas do trabalho jornalístico na área de rádio. E, por ser realizada inteiramente pelos alunos do curso, possibilitou o contato com diversas faces do fazer jornalístico, como a apuração, coleta de informações, entrevistas, locução e edição do conteúdo final. Quanto a escolha do tema, a reportagem Bailes Funk - A classe A Vai à Favela surge da inquietação do grupo de alunos acerca da baixa visibilidade dada ao tema pela mídia brasileira no geral. Apesar do assunto dialogar com questões atuais encaradas pelos jovens da sociedade atual, a matéria realizada mostrou, a partir de relatos de frequentadores, determinado distanciamento social e geográfico com o palco dos acontecimentos que foram explorados. As comunidades carentes de São Paulo, que em sua maioria se concentram em bairros afastados do centro da cidade, e a dificuldade de encontrar fontes dispostas a dar declarações sobre o tema (parte dos entrevistados pediram para não serem identificados), demonstraram um desafio além do esperado. O ritmo funk nos últimos anos quebrou diversas barreiras sociais, alcançando seu espaço na mídia e no mercado brasileiro com grandes sucessos. Hits como  Bum bum tan tan , composto pelo Mc Fióti, alcançou a inesperada marca de 776 milhões de visualizações no youtube, e consagrados artistas como Mc Guimê e Mc Livinho, que juntos ultrapassam a marca de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, são exemplos de como a cultura do funk cresceu no Brasil e no mundo nos últimos anos. No entanto o ritmo, patrimônio legítimo da cultura brasileira, ainda é cercado por estereótipos e preconceitos enraizados na sociedade, o que dificultou a aproximação e o contato com jovens de classe média que abandonam baladas de luxo para se adentrar ao desconhecido ambiente dos bailes de favela. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho teve como objetivo compreender os motivos que levam jovens de classes abastadas a buscarem diversão nos bailes funk nas comunidades de São Paulo. A reportagem mostrou que mesmo possuindo condições financeiras para frequentar locais elitizados e próximos a sua camada social, muitos jovens preferem se entreter nas esquinas das maiores favelas de São Paulo. Porém, a ida desses jovens, serve como um gancho para abordar com profundidade os acontecimentos que penumbram um baile funk. Questões como violência, preconceito, relação com as forças policiais e com o tráfico de drogas são abordados pelos entrevistados com base em suas experiências vivenciadas nas festas. O caráter imersivo da matéria se demonstra, não só nos depoimentos intimistas das fontes e personagens entrevistados, como também, com a utilização de dispositivos técnicos a partir de efeitos sonoros e trilhagem dos offs com batidas e músicas relacionadas ao tema. Nesse sentido, a reportagem visa dar luz, não só ao movimento desses jovens da classe média e a problemática dos bailes funk. A reportagem busca ainda anexar o ouvinte a realidade marginalizada, por parte da sociedade, e pouco explorada pela grande mídia. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Uma das principais características da reportagem de rádio é seu caráter atual e informativo, capaz de se aprofundar em causas, consequências e explicações de temas, e depoimentos dos envolvidos. Ou seja, torna-se essencial a profundidade numa reportagem radiofônica. Em este punto, el reportaje se caracteriza por su actitud informativa, por tener cierta conexión com la actualidad, um carácter narrativo descriptivo y uma mayor profundidad.[...] Dado que el reportero tiene la misión de indagar, investigar y profundizar em su tema, es lógico que complete los datos más noticiosos de su texto com información relativa al contexto, los antecedentes, lãs causas, lãs consecuencias, los casos similares, los testimonios y el ambiente. (DAMAS, 2008, p. 16-7) A profundidade dos fatos abordados permite ao jornalista não se limitar em explicar o acontecimento usando somente de sua noticiabilidade, e sim, proporcionar uma interpretação, contextualização e investigação dos fatos sob uma perspectiva mais ampla. Sob essa premissa a reportagem Bailes Funk - A classe A vai à favela buscou ser reveladora no que diz respeito a ocupação de espaços antes estigmatizados por jovens de classe alta, com o intuito de provocar um debate consciente sobre o fenômeno. Na reportagem foi enfatizada as entrevistas dos especialistas, sem deixar de lado o aspecto humano, o que fora utilizado como embasamento para justificar a importância do tema com relação ao meio social inserido. Por ser o funk propriedade da cultura popular brasileira, cada dia se destacar mais no mercado nacional e mobilizar jovens em torno desse ritmo, torna-se relevante pesquisar sobre o tema bem como a produção da reportagem jornalística Bailes Funk - A classe A vai à favela. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Antes de iniciar a produção da reportagem, a professora Patrícia Rangel, titular da disciplina Produção e Edição em Rádio I, passou exemplos de reportagens realizadas nos últimos semestres para usarmos como modelo e inspiração. Diante da escuta e análise de todo o material exposto, resolvemos extrair o que era necessário para a construção de nossa reportagem. Características como: o tom de conversa com o receptor; a simplicidade das palavras e objetividade. Estes atributos resultaram no modelo final da reportagem de rádio Baile Funk = A classe A vai à favela! Em relação ao tema escolhido, compreende-se que a maioria das pessoas já possuem preconceito e desconhecimento sobre os bailes funk e seus frequentadores. Portanto é função da mídia, além de explorar mais o assunto de forma isenta, tratá-lo de uma maneira que não utilize os estereótipos e preconceitos enraizados na sociedade para influenciar a opinião pública. É muito normal, nas redações de rádio, o editor condenar um texto à lata de lixo e depois pedir ao redator que conte o que estava escrito (não como estava, naturalmente). Ao terminar a resposta, o editor fala:  Brilhante! É isso que eu quero. Reescreva exatamente como você acaba de me contar. E, muitas vezes sem perceber direito a lição, o redator volta à máquina meio intrigado, tentando lembrar, textualmente, como foi a conversa com o chefe. (ALVES, 2005, p. 163) Após a escolha da angulação que devia ser dada a matéria e o recorte social sobre o tema, o grupo se deitou sobre a possibilidade de desenvolver um conteúdo imersivo. Para isso foi necessário não só a utilização de técnicas na edição, como também, um texto claro, envolvente, direto que da mesma forma que informa, introduz o ouvinte no ambiente. Posteriormente, passou-se à pesquisa acerca do tema, no entanto, as pesquisas não resultaram de uma forma que o grupo desejava. A ausência de dados e informações aliados a angulação marginalizada da mídia pelo assunto, impulsionou o grupo a procurar fontes e personagens do cotidiano que possibilitasse uma visão isenta e mais humanizada a respeito do tema. Desta forma, as técnicas de entrevista foram de cabal importância para ao entendimento do tema. A disposição dos entrevistados em conceder suas falas, como também, nos apresentar a complexidade do universo a ser abordado foi fundamental para a obtenção de informações profundas e isentas. A partir daí se deu a busca por fontes especializadas, para esclarecer melhor o tema e dar uma voz com propriedade a respeito do comportamento e da cultura. A primeira fonte especializada a ser contatada foi a professora e pesquisadora de na área de semiótica, Rosilene Marcelino. Apesar da propriedade da professora em abordar o assunto, buscou-se outro especialista, o cientista político Luis Gabriel, professor na Faculdades Integradas Rio Branco e PUC- SP, que deliberou a respeito da problemática. As fontes utilizadas na reportagem contam suas versões dos acontecimentos de modo individual, cada personagem aborda uma parte específica do tema, dessa forma desenvolvem uma abrangência maior do assunto. As entrevistas foram gravadas via telefone com o uso da híbrida do estúdio de rádio. A equipe utilizou muitas informações dadas pelas fontes também para a construção dos offs do repórter, o que implicou em um trabalho de edição de informações realizado pelos alunos.. Após a conclusão do texto para os offs, tanto da cabeça da reportagem, quanto para a condução do repórter e a gravação dos mesmos no estúdio de rádio, a edição final foi iniciada, porém o grupo concluiu que os conhecimentos específicos dos processos de finalização não eram suficientes para a conclusão. Neste sentido, a pós-produção do conteúdo foi feita com o auxílio do técnico de som da ESPM, Afonso Afonsus. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Quando foi sugerido a realização de uma reportagem no formato de rádio, o grupo de alunos discutiu diversas propostas de pauta e, a ideia de mais destaque foi a de imersão no universo dos bailes funk. No entanto, para desenvolver uma pauta concreta havia a necessidade de se encontrar algo de novo nesse meio, algo que fugisse da concepção marginalizada e pré-concebida de um baile funk de comunidade. Foi durante esses questionamentos que surgiu a ideia de abordar o ponto fora da curva, focar o que não faz sentido para a maioria das pessoas, a ideia de um membro da classe média se adentrar a uma favela em busca de diversão. Foi sob essa premissa que o grupo se engajou em buscar números e informações a respeito desse movimento, porém, a forma pejorativa que são tratados os bailes funk na mídia não permite uma abertura de espaço para esse tipo de estudo e discussão. No entanto é nesse momento de ausência de informações que o faro jornalístico deve estar apurado. A busca por fontes se iniciou com o acesso a rede de contatos dos realizadores e também pelas redes sociais. Assim, as personagens da matéria foram sendo alcançadas e a possibilidade da conclusão de um trabalho de reportagem informativo tornou-se possível. A reportagem é o gênero mais rico entre os utilizados no rádio, desde a perspectiva informativa. Na prática é o menos utilizado por exigir uma elaboração conscienciosa.. Sua riqueza provém em primeiro lugar, da ausência de uma estrutura rígida neste gênero, o que permite a intervenção da criatividade em uma grande medida, sem esquecer que se trata de uma narração de caráter informativo. (PRADO, 1989, p. 85) A partir das primeiras entrevistas com os jovens frequentadores a reportagem começou a ganhar forma. Porém, notou- se que somente a entrevista de frequentadores não seria o suficiente, havia a necessidade de uma abordagem especializada. Para isso entramos em contato com dois grandes nomes do meio acadêmico especializado, o cientista político Luis Gabriel, e a professora e pesquisadora em semiótica Rosilene Marcelino, da ESPM-SP. A visão deles foi crucial para a construção da matéria, pois foi somente com a fala deles que foi desenvolvido o embasamento acadêmico da reportagem. Após a conclusão das fases de entrevistas, o foco se voltou a edição final do material. Durante esse processo o grupo chegou à conclusão de que para criar a imersão nos bailes era necessário trilhar, principalmente durante os offs do repórter, a matéria inteira com músicas populares que fazem parte do universo dos bailes funks. A última etapa do processo foi o desenvolvimento de uma vinheta que fosse capaz de sintetizar as principais características abordadas na reportagem. Todo o processo de desenvolvimento desse produto radiofônico, desde a escolha as pautas até a edição final, foi realizada sob a supervisão da professora Patrícia Rangel. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Todo o processo de desenvolvimento da reportagem, desde a busca pelas fontes até as entrevistas, nos levou a percepção dos bailes funk sob uma ótica diferente. A visão dos frequentadores oriundos da classe média, é um olhar que abstêm os preconceitos e medos presentes na classe média, a ida desses jovens vai em contrapartida a tendência de afastamento entre as camadas da sociedade. Apesar de conhecer os riscos, a busca de diversões na favela revela a comunidade como um refúgio de liberdade para o jovem. A fuga do comum, a introdução ao desconhecido e a necessidade de se aventurar são os elementos principais para a adesão desse esse ambiente distante de sua zona de conforto. A reportagem Bailes Funk - A classe A vai à Favela, foi de crucial importância para o desenvolvimento das habilidades jornalísticas dos alunos envolvidos. O contato com as fontes e a dificuldade de lidar com um assunto delicado possibilitou um engajamento e desenvolvimento do oficio. Além de abordar a fuga para a favela como uma forma de diversão para a classe A, a reportagem buscou dar expressão para um ambiente poucas vezes visto e percebido na arte e na mídia.  E a cultura de favela, canto enquanto penso nela , esse trecho da música  É necessário voltar ao começo , do cantor e compositor Emicida sintetiza com propriedade a intenção maior da matéria. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALVES, Rosental C. Radiojornalismo e a linguagem coloquial. In: MEDITSCH,. Eduardo. Teorias do rádio: textos e contextos. Florianópolis: Insular, 2005.<br><br>DAMAS, Susana H.. Como elaborar reportajes em radio. Buenos Aires: La Crujía, 2008.<br><br>PRADO, Emílio. Estrutura da informação radiofônica. São Paulo: Summus, 1989. <br><br> </td></tr></table></body></html>