ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00793</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;beijo para Sofia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Otávio Penteado Mandrá (Universidade Metodista de Piracicaba); Marco Aurelio de Sousa Jr (Universidade Metodista de Piracicaba); Glauco Madeira de Toledo (Universidade Metodista de Piracicaba); Lilian Bison (Universidade Metodista de Piracicaba); Calebe Jangrossi Correa (Universidade Metodista de Piracicaba); Everson Felipe Medeiros do Nascimento (Universidade Metodista de Piracicaba)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;infância, HIV, AIDS, Direção de Fotografia, Fotografia em movimento</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Esse artigo apresenta os processos utilizados para a realização da Direção de Fotografia do curta metragem "Um Beijo para Sofia", O projeto "Um Beijo para Sofia", tendo como intenção uma abordagem delicada e cuidadosa, apresenta um tema que na última década passou a ser pouco discutido e exposto pelos veículos de comunicação, apesar de não ter perdido sua importância: a infância de um portador do vírus HIV e os tabus ainda existentes, que se evidenciam em diversas ocasiões do convívio social. um trabalho de conclusão do curso de Graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), no ano de 2017. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto "Um Beijo para Sofia" é um curta metragem ficcional de gênero "drama", que tem como principal objetivo narrar a vida de uma criança portadora do vírus HIV. Assim, o filme mostra a história de Sofia, uma menina de 11 anos que lida com a doença com a ajuda de sua mãe e seu melhor amigo. Todavia, por se tratar de um tema que ainda é tabu, propositalmente em nenhum momento é mencionado o nome da doença de Sofia, que é revelada apenas por signos expostos ao longo da narrativa. Essa opção se deu para que o espectador tenha espaço para construir sua reflexão sem conceitos pré-estabelecidos. "De todas as formas, a criança não percebe a gravidade do seu estado. Não sabe o que está acontecendo com ela, nem consegue entender o que ocorre com seu pai e/ou mãe. Sofrem o prejuízo da doença na sua própria carne. E é assim que acontece em todas as partes do mundo. Quase não se fala da transmissão do HIV em crianças. É muito difícil explicar às crianças o que significa a AIDS." Fonte: site Guia Infantil3 No filme, Sofia vive sua infância com alegria apesar das dietas especiais e medicações regradas. Todavia, ela acredita não poder revelar a doença mesmo aos seus amigos mais próximos. Eles, com a habitual inocência infantil, a tratam normalmente e ignoram a existência da doença de Sofia. Os adultos, por outro lado, nem sempre tratam a questão com naturalidade. E é a essa realidade que Sofia se vê obrigada a se adaptar. "Um Beijo para Sofia" é um projeto de conclusão de curso realizado no ano de 2017 pelos estudantes do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). A equipe de Fotografia foi composta pelo Diretor de Fotografia Marco Escanhoela, aluno do 8º semestre semestre, e seus assistentes Felipe Medeiros e Otávio Mandra, estudantes do 8º e 6º semestres de Cinema na época da realização do curta-metragem. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo do projeto é contrastar a delicadeza e naturalidade da infância com a superficialidade da sociedade que sustenta tabus num contínuo processo ilusório, através de uma abordagem que se afaste de estigmas, trazendo uma pluralidade de olhares para a temática do HIV/aids buscamos trazer a realidade da personagem e imergir o espectador no universo retratado, e o mostramos o carinho, cuidado, amor e solidão vividos por nossa personagem por meio da direção de fotografia e o design de produção criado pelo curta metragem Um Beijo para Sofia. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Por se tratar de uma temática pouco discutida abertamente, pelo fato de ser considerada tabu, o filme surge da ideia de expor a realidade de muitas famílias que enfrentam a doença todos os dias e se sentem ameaçadas por uma sociedade munida de preconceitos e atitudes que tornam o peso destas famílias ainda maior. Além de dar espaço para a representatividade dessas pessoas que são mantidas numa proposital invisibilidade social, que intenciona manter o assunto intocado. A AIDS, o 'romance' inocente de crianças, a amizade, o preconceito e como o amor maternal pode mudar o modo de ver o mundo, ao tornar a caminhada menos árdua, são os tópicos abordados pelo filme, que pretende mostrar a realidade das pessoas que convivem diariamente com a doença, desmistificando e mostrando que, apesar de exigir uma rotina de cuidados, não é uma sentença de morte e que a criança com o HIV também tem muita vida pela frente. A fotografia em movimento em conjunto da direção de arte, foram pensadas e trabalharam lado a lado para que a mise-en- scène a fim de tornar o filme mais que uma experiência estética, mas também uma experiência humana e política. Ao acompanhar a trajetória da personagem, o filme acaba por tratar de assuntos pertinentes a filosofia existencial, tema este que foi objeto de estudo de um dos integrantes da produtora para elaboração da monografia. No estudo intitulado a Análise do filme "Synecdoche, New York" por meio da ótica existencialista (ASSONI; AURÉLIO; MEDEIROS, 2017), produzido no semestre que antecedeu a produção do filme, foram apresentados alguns conceitos do livro O mito de Sísifo de Albert Camus, que quando salientados, deixa claro o percurso que Sofia fará durante o filme. No livro, Camus nos apresenta ao conceito do absurdo, que segundo o ele, (...) pode bater no rosto de um homem qualquer. Tal como é em sua natureza desoladora, em sua luz sem brilho, esse sentimento é inapreensível (CAMUS, p. 25). No filme esse sentimento é representado pela condição de saúde de Sofia, assim quando ela torna-se consciente da doença, sua mente passa a vivenciar os conflitos em busca de uma explicação para os seus dilemas. Além disso, o mundo a sua volta torna-se mais duro. A respeito disso, Camus (citado por ASSONI; AURÉLIO; MEDEIROS, 2017) esclarece: Nesse momento as cortinas do mundo caem, e o que se apresenta é um cenário difícil de decifrar, pois já não é auxiliado pelos símbolos que antes o representavam, "o mundo nos escapa porque volta a ser ele mesmo." (CAMUS, p.28). Por fim, ao realizar o movimento de afirmação da vida em alguns pontos chaves do filme, Sofia passa a ter mais semelhanças com Sísifo que, por essa razão, é considerado por Camus como sendo um herói absurdo, assim segundo o autor, Ele o é tanto por suas paixões como por seu tormento. O desprezo pelos deuses, o ódio à Morte e a paixão pela vida lhe valeram esse suplício indescritível em que todo o ser se ocupa em não completar nada. É o preço a pagar pelas paixões deste mundo. (CAMUS, 1965, p. 86) Dessa forma, Sofia tem como atitude a solução proposta por Camus ao fim do ensaio, ela se imagina feliz, apesar da sua dura realidade, e opta pela construção de sua vida a partir de sua singularidade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Todo o processo de concepção da fotografia do filme "Um Beijo para Sofia" começou após a finalização do roteiro. Como em nenhum momento da narrativa é citado o nome da doença de Sofia, ficou à cargo da direção de arte e direção de fotografia representar o mundo da menina de forma que a doença fosse revelada através de elementos presentes em cena. Portanto, os elementos cenográficos terão importante papel para subsidiar a leitura fílmica. No roteiro é explícito o gosto da menina por unicórnios, seres mitológicos associados à pureza, inclusive de seu sangue. Além dessa característica, o diretor geral enfatizou, em sua proposta de direção, a constante presença do sentimento de dualidade na vida de Sofia (vida e morte, saúde e doença, amizade e afastamento, apoio e preconceito). A partir dessas informações, a diretora de arte trouxe como proposta a referência visual das obras de Edgar Degas4,5, que igualmente trabalha contrastes, não apenas de cores e de luz e sombras, mas também de situações cotidianas nas quais a delicadeza e a crueza da vida se contrastam, muitas vezes utilizando de extrema sutiliza, que somente olhos mais atentos percebem a intenção. Foram selecionadas 17 pinturas de 1253 obras de Degas pelo diretor geral Calleb Jangrossi, diretor de fotografia Marco Escanhoela e a diretora de arte Lilian Bison. Essas foram utilizadas para definir as paletas de cores das personagens e das cenas. Para o quarto de Sofia foram utilizados como referências principais, o quadro Four ballerinas on the stage (que deu a inspiração para o uso dos tons pastéis em fundo neutro - em especial o off-White - no enxoval, objetos de cena ou figurino) e o quadro Dancer in Front of a Window que deu a inspiração para o uso de leds azul e rosa atrás das cortinas, para criar a atmosfera onírica do quarto, que era o local de refúgio de Sofia para as dificuldades que sua condição de saúde lhe impõe (IMAGENS 1, 2 e 3). As luzes trabalham nos tons mais naturais possíveis para enaltecer o trabalho da direção de arte feita por Lilian Bison, com exceção do quarto de Sofia onde a luz passa a ser o universo da criança protegida em seu quarto. Trabalhamos com planos sequência, e a maioria das cenas com planos únicos para transmitir ao espectador o mundo de Sofia de uma forma passiva. O filme foi gravado com uma câmera Sony A7sI e Sony A7sII e com lentes Canon 50mm 1,4, e Canon 20mm 2,8 e adaptador Metabones para suporte das lentes e Canon FD 75-200 f 3.5~5.6 com adaptador de EF Mount para E Mount. Filmamos em 24fps para melhor captação de qualidade possível para a câmera que utilizamos e na proporção 2.35:1 (Ultrawide) e também cenas em 4K. Slider, Move, Grua e Drone também foram usados para a composição da mise-en-scene. A pós produção foi feita por meio do software Première Pro, After Effects e Adobe Audition onde foram realizadas a edição, coloração, construção de trilha sonora original, mixagem de som e finalização. Para a fotografia foram seguidos a Decupagem feita pelo diretor Calleb Jangrossi, com exceção de poucos planos que foram feitos pelo diretor de fotografia Marco Escanhoela. As luzes trabalham nos tons mais naturais possíveis para enaltecer o trabalho da direção de arte feita por Lilian Bison, com exceção do quarto de Sofia onde a luz passa a ser o universo da criança protegida em seu quarto. Trabalhamos com planos sequência, e a maioria das cenas com planos únicos para transmitir ao espectador o mundo de Sofia de uma forma passiva. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curta "Um Beijo para Sofia" segue a estrutura em três atos, mostrando inicialmente a menina e seu universo que, na sequência, é abalado pelas incertezas que surgem na sua relação com a doença e, por fim, o momento no qual ela deve seguir em frente, ao encontrar leveza no ato de apoio de seu melhor amigo, Davi. Todavia, o desenvolvimento da trama segue um padrão diferenciado dos roteiros clássicos, com começo, meio e fim. O filme é um breve relato de uma família que convive diariamente com o vírus HIV, portanto, o expectador é lançado no meio da história da vida das personagens que, ao fim, deverão apenas seguir enfrentando seus dilemas diários. Por se tratar de um tema bastante delicado, ao invés de diálogos longos, o silêncio toma espaço, trazendo uma riqueza de ações e significados, a fim de dar espaço para o espectador construir e/ou desconstruir sua posição sobre o tema. Os processos realizados para atingir os objetivos do projeto estão descritos a seguir. O diretor e roteirista Calebe Jangrossi, optou por trabalhar com planos parados e compostos, afim de trazer sensações sonoras e visuais ao expectador, portanto há planos longos onde a direção de arte/fotografia/som foram essenciais para a construção narrativa de cada cena. Por opção do diretor, o HIV nunca é mencionado explicitamente na história, porém a trama carrega signos que ajudam o expectador a montar esse quebra cabeça ao final do filme. Em especial está a construção do plano sequência final, onde a Fotografia em trabalho com a Direção de arte constroem um cenário com elementos que confirmam a suspeita do espectador ou que contribuam para a compreensão daqueles que não decifraram outros significados ao longo da trama (quadros na parede do corredor, conforme será detalhado mais adiante) juntamente ao poema, denominado "Intensa Tinta", da poetiza portuguesa Ana Carina Osório, que autorizou o uso d e sua obra no filme. A decupagem de direção criada pelo diretor Calebe Jangrossi passou por quatro tratamentos até chegar no resultado final. Portanto todo o trabalho da obra não depende apenas da fotografia e sim de um trabalho cuidadoso em conjunto com as demais áreas do cinema e a união da equipe se consolida em conceber para o filme A equipe técnica é formada por cerca de 20 pessoas, sendo elas estudantes de outras turmas de cinema anteriores a equipe de TCC inicial. Após o fechamento da equipe partimos para a produção de elenco e locação. A busca por locações e atores foi realizada durante um período de cinco meses. Inicialmente foram realizados diversos testes via redes sociais, através de vídeos e fotos enviadas pelos candidatos. Posteriormente foram realizados testes presenciais com a presença do responsável (no caso dos menores de idade), no estúdio da UNIMEP. A escolha da protagonista para viver a personagem Sofia, se deu pela Ana Sophia Delicato, de 11 anos de idade, nascida em Piracicaba, e sem estudo formal na área de atuação. Um fato curioso é que a escolha da atriz se deu bem depois da escolha do nome da personagem. A opção por escolher uma criança que nunca havia atuado foi arriscada, porém muito satisfatória, pois pudemos ver a evolução e a criação espontânea da atriz para com a personagem. No elenco também foram escolhidos o ator mirim Caio Laranjeira para interpretar o pequeno Davi. Caio Laranjeira já possui experiência em atuação para cinema e audiovisual, teatro e publicidade. E a atriz Fernanda Viacava, que tem vasta experiência na área, tanto em cinema e audiovisual, como em teatro e publicidade. O elenco de apoio foi composto por três não-atores e uma estudante de interpretação para teatro, além de 23 alunos do Colégio Piracicabano que tem aulas de teatro na grade curricular e viveram os estudantes da escola de Sofia. Todas as locações foram escolhidas e definidas em Piracicaba, cidade da concepção do filme. Além de espaços residenciais, foram utilizadas instalações do Colégio Piracicabano (escola de Sofia) e do Museu Martha Watts. A produção executiva, fechou o plano de patrocínio, com o qual conseguiu parcerias com diversos estabelecimentos da cidade que nos ofereceram variados serviços de alimentação, transporte e logística, além do empréstimo de objetos de decoração, equipamentos de iluminação e filmagem, entre outros. Apesar das parcerias, foi necessário o aporte de dinheiro dos integrantes do grupo e seus familiares para viabilizar o projeto. No financiamento coletivo (Catarse) apenas seis apoiadores contribuíram, totalizando a arrecadação de R$184,00. Acreditamos que a baixa adesão se deu pela temática do filme que ainda é um grande tabu na atualidade. O orçamento do projeto girou em torno de R$6.000,00, sendo que parte deste dinheiro veio do financiamento familiar do diretor. O cronograma do projeto foi pré-estabelecido dois meses antes das gravações, onde foram utilizadas seis diárias, sendo uma para a regravação de uma cena. Na Imagem 2, observa-se que o amigo de Sofia traz um novo tom para a vida de Sofia (o laranja, que é a principal cor utilizada para caracterizar o Davi, que simboliza a vitalidade). A construção da atmosfera proposta para o universo de Sofia foi um trabalho conjunto, em especial com o diretor de fotografia (Marco Aurélio de Sousa Jr.) e o diretor de produção (Calebe Jangrossi), para se chegar ao exato uso da iluminação e para obtenção de equipamentos que proporcionassem o efeito proposto. No restante da casa prevalece o universo de Cláudia, mãe de Sofia. Conforme anteriormente esclarecido, ele foi montado tendo como característica de destaque a postura maternal e acolhedora de Cláudia. As cores utilizadas foram obtidas dos quadros Dancer in her dressing room II; Ballet dancers in butterfly costumes e Three dancers yellow skirts, blue blouses (IMAGEM 4). Na escola, foram separados dois universos: o que envolve as crianças e seus espaços lúdicos; e o da diretoria (IMAGENS 7, 8 e 9), onde ocorre a cena de maior tensão na narrativa, onde a mãe de Sofia enfrenta uma difícil situação após a filha ter um sangramento na aula de educação física em meio às outras crianças. Para o universo das crianças foi utilizado como referência para obtenção da paleta de cores, o quadro Ballet scene I (IMAGENS 5 e 6). E para o universo da diretoria, foi utilizada a obra Aria after the ballet (IMAGEM 7). Na Imagem 6, observa-se as fantasias das crianças. Sofia está de unicórnio e no seu grupo de amigos temos, respectivamente: zombie do Minecraft, super-herói inspirado no videoclipe de (ambos confeccionados pela direção de arte), exploradora e Elvis Presley. Todas as fantasias foram feitas sob medida. Um momento especial na narrativa é quando Sofia está se recuperando de uns dias que esteve com sua saúde fragilizada e não vai à escola. Ao final da tarde ela toma sorvete com sua mãe. Esse quadro foi pensado para expressar a vitalidade e alegria de viver de ambas. Segundo Galvão (2009), o portador do HIV é visto como alguém condenado ao isolamento, à tristeza, ao sofrimento e à morte, já que a AIDS é vista como uma sentença de morte física e social. A pesquisa de Antunes, Camargo, Bousfield (2014) também reitera o fato de que existe uma oposição ao contato mais próximo com portadores do vírus. Na pesquisa realizada, os autores observaram que: "Em situações em que a distância social é relativamente maior, os participantes afirmaram que se relacionariam com alguém que vive com HIV/Aids. Observa-se que, quando as situações de relacionamento vão aumentando o grau de intimidade, os participantes vão diminuindo sua aceitação de relacionar-se com a pessoa que vive com aids" (ANTUNES, CAMARGO, BOUSFIELD, 2014). A importância da amizade de Davi e a aceitação dele em manter proximidade, inclusive física, com Sofia, é expressa na cor que a menina usa nessa cena. Apesar dos dias de afastamento da escola e do amigo, ela adota a cor laranja, que ele costuma usar (e que simboliza a vitalidade), num momento de alegria que ela compartilha com sua mãe (IMAGEM 10).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A temática trazida na narrativa, tentou mostrar um novo olhar para a doença que é considerada tabu e ainda rodeada de mitos e preconceitos. Através da direção de fotografia buscamos trazer ao expectador reflexões que possam tornar as relações humanas mais próximas e dar voz e corpo a tantos que pouco são representados nos meios de comunicação. Todo o empenho por parte de todos os integrantes da equipe foi tremendamente satisfatório ao ver o resultado final, pois acreditamos ter cumprido o objetivo do trabalho, desenvolvido um grande aprendizado e utilizado as ferramentas e habilidades adquiridas ao longo do curso de Graduação. Esperamos ter atingido nosso objetivo de uma boa história, e que ela demonstre coerência e dê prazer para quem a lê e assiste.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ANTUNES, Larissa; CAMARGO, Brigido Vizeu; BOUSFIELD, Andréa Barbará S. Representações sociais e estereótipos sobre aids e pessoas que vivem com HIV/Aids. Psicologia: teoria e prática. São Paulo, v. 16, n. 3, p. 43-57, dez. 2014. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 36872014000300004&lng=pt&nrm=iso >. Acesso em: 04 de março de 2017. <br><br>ASSONI, Rafael; AURÉLIO, Marco; MEDEIROS, Felipe. Análise do filme "Synecdoche, New York" por meio da ótica existencialista, 2017. Monografia. Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Julho de 2017. <br><br>GALVÃO, Alexandre Cavalcanti. Os muros (in)visíveis do preconceito: um estudo das representações sociais das pessoas que vivem com HIV/aids. 2009. 209 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações) - Universidade de Brasília, Brasília, 2009. Disponível em: < http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/7139/1/2009_AlexandreCavalcantiGalvao. pdf >. Acesso em: 04 de março de 2017.<br><br>LIMA, Fernando Henrique Rodrigues de. A construção do preconceito no sujeito portador de HIV: o poder do discurso midiático na representação do estigma social. 2014. 131 f. Dissertação Mestrado em Linguística Aplicada) - Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2014. Disponível em: < http://www.uece.br/posla/dmdocuments/FERNANDO%20HENRIQUE%20RODRIG UES%20DE%20LIMA.pdf >. Acesso em: 04 de março de 2017. <br><br>ROSO, Adriane; STREY, Marlene Neves; GUARESCHI, Pedrinho; BUENO, Sandra M. Nora. Cultura e ideologia: a mídia revelando estereótipos raciais de gênero. Psicologia & Sociedade. Belo Horizonte, v. 4, n. 2, p. 74-94; jul./dez. 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/%0D/psoc/v14n2/v14n2a05.pdf >. Acesso em: 04 de março de 2017. <br><br>SANTOS, Naila Janilde Seabra. Mulher e negra: dupla vulnerabilidade às DST/HIV/aids. Saúde e Sociedade. São Paulo, v. 25, n. 3, p. 602-618, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v25n3/1984-0470-sausoc-25-03- 00602.pdf >. Acesso em: 04 de março de 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>