ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01244</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Website Da Lama ao Caos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;VINICIUS VEIGA MELLO (CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA); STEFANO DE SOUZA KUPIDLOWSKI MARCHESINI FONSECA (CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA); IARA NASSIF (CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA); CHRISTIANE ROCHA E SILVA (CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Bento Rodrigues, Jornalismo, Mariana, Tragédia, Website</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto "Da Lama Ao Caos" foi desenvolvido com o propósito de retratar a realidade das vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, cidade histórica e primeira capital de Minas Gerais, no recorte de dois anos após o ocorrido da maior tragédia socioambiental do Brasil. O objetivo é dar voz àqueles que ainda não encontraram soluções para o seu problema dentro dos mais abrangentes nichos, sendo esses jurídicos, financeiros ou psicológicos e expor a situação atual do subdistrito de Bento Rodrigues, como principal local afetado pela lama de resíduos de minério após o rompimento da barragem. O website se apresenta como uma plataforma de produção jornalística convergente em multimídias.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto "Da Lama Ao Caos" nasceu e foi desenvolvido ao longo das disciplinas de Redação para Mídia Digital e de Webjornalismo do curso de Comunicação Social do Centro Universitário Newton Paiva ministradas para o curso de Jornalismo. A partir daí, criou-se um portal para se trabalhar o conceito de grande-reportagem e abranger de forma multimídia e convergente, os gêneros do jornalismo contemporâneo para o webjornalismo, com uma ênfase nas proposições do jornalismo literário. Por meio do portal, foram disponibilizadas entrevistas em áudio, vídeos e vlogs, o compilado atualizado de notícias que envolvem todo o processo a partir do rompimento da barragem de Fundão e um ensaio fotográfico produzido em Bento Rodrigues e cobertura realizada in loco, transmitida ao vivo através de uma rede social que apresentasse as especificidades e compartimentação para a proposição: o twitter como ferramenta jornalística factual de textos, fotos e vídeos. A ideia do problema apresentado inicialmente era abordar um universo amplo dentro do contexto da tragédia, mesmo que isso fosse construído dentro de um recorte específico da tragédia, abrangendo um lapso-temporal específico, mas que não se enquadra apenas à época de sua produção e execução.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Reportar e divulgar a situação que envolve o entorno da maior tragédia socioambiental brasileira, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG) e seu subdistrito de Bento Rodrigues, tendo como ponto inicial a coleta de dados através de entrevistas com vítimas e o acesso direto a uma das áreas afetadas, a partir disso construir de forma categorizada os produtos de mídia que constituem o website, com base no conceito de convergência ou na cultura da convergência das mídias, proposto por Jenkins (2008); dar voz às vítimas e manter viva, de forma responsável, as demandas das vítimas não resolvidas, sejam elas judiciais, financeiras ou psicológicas; ouvir fontes que fogem do senso comum, pré-determinadas em assessorias, agências ou órgãos governamentais; gerar percepção tátil e abrangente sobre o ocorrido a partir da observação presencial e do empirismo das situações acompanhadas ao longo do recorte supracitado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornalismo contemporâneo vive a constante da evolução com o advento da internet e suas plataformas, gadgets e a necessidade do mercado em atender os feeds que alimentam o mundo virtual e o universo expandido da web, como propõe Canavilhas (2006) ao considerar que nas condições atuais apenas os grandes jornais impressos e aqueles que atendem lugares sem pouca penetração de internet sobreviverão no médio-prazo. Entretanto, o mesmo autor reforça a importância do jornalista e da sua ampliação da sua personificação nos ambientes de trabalho, propondo Canavilhas (2016) que "este tipo de trabalho de profundidade exige tempo de produção e recursos humanos, situação que não se coaduna com a diminuição do número de jornalistas nas redações". A proposição de um diálogo convergente entre as mídias do jornalismo e abrangentes no aspecto do jornalismo digital, ou webjornalismo, traz as características do próprio profissional multimídia, resultando assim uma convergência profissional consequência de uma convergência tecnológica como proposto por Canavilhas (2006). Ainda dentro dos preceitos que determinam o conceito do conteúdo digital produzido, é Ferrari (2010) quem exemplifica que, mesmo dentro do jornalismo digital, é necessário seguir os preceitos essenciais ao jornalismo tradicional, por exemplo, a hierarquia da notícia  da mais relevante para a menos relevante  e ainda realizar todos os processos comuns que qualquer jornalista precisa para criar essa construção e a transformar numa narrativa para um portal de notícias ou até mesmo uma agência. Com base nas propostas citadas, o projeto "Da Lama Ao Caos" saiu do campo da ideia para se materializar em algo intangível, mas presente e visível ao público que tem ali, no website, a convergência das mídias e ampliação dos próprios preceitos básicos do jornalismo e seus gêneros e subgêneros. Mesmo se apresentando em uma plataforma digital e subdividida em projetos distintos de mídias que se complementam, o uso do jornalismo literário como proposto por Pena (2006) na construção do website "Da Lama Ao Caos" se inicia na potencialização dos recursos do jornalismo, evidenciando que todas as técnicas que constituem a narrativa do jornalismo em seus demais gêneros estão presentes, mas de forma muito mais desenvolvida no jornalismo literário. A cultura da convergência, por exemplo, citada por Jenkins (2008) é visível em toda plataforma, uma vez que a convergência dos meios de comunicação, a cultura participativa e a inteligência coletiva se fazem presentes. Para o autor "no mundo da convergência das mídias, toda história importante é contada, toda marca é vendida e todo consumidor é cortejado por múltiplos suportes de mídia." (JENKINS, H. 2008 p. 22). É importante ressaltar que toda construção jornalística há uma apuração rigorosa, observação atenta, capacidade de se expressar de forma clara e uma abordagem ética. E dentro desses gêneros e subgêneros que podem compor o website e o webjornalismo de forma ampla, se apresenta uma técnica, que também se confunde ao jornalismo contemporâneo e ganha representatividade, sendo essa o storytelling e o conceito trabalhado por Cunha e Mantello (2014) de narrativa e história, onde texto passa a ser sinestésico, atingindo a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato, mesmo que tudo isso seja perceptível no campo da imaginação. É o trabalho com o cérebro e o uso do meio ou veículo preponderante, atingir todos os outros sentidos além do usufruído no momento sendo o "mais interessante é o fato das histórias não serem algo que se impõe, e sim que cativa, que promove o envolvimento, fazem um convite muitas vezes a partir de uma abertura diferenciada" (CUNHA, K. M. & MANTELLO, P. F. 2014).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A partir da pesquisa realizada bibliograficamente e proposta em Barros e Duarte (2010), pode-se construir a base que permeia todos os passos subsequentes deste trabalho, que passam pela entrevista em profundidade, como técnica qualitativa para explorar o assunto tratado, sendo esse o recorte específico da tragédia ocorrida em Mariana (MG), em busca de informações, percepções e observações empíricas daqueles que vivenciaram o ocorrido e poderiam partilhar de opiniões parecidas, mas com sua universalidade e sua projeção sentimental única, ampliando o recorte e criando um paradoxo. Também como técnica o uso da própria internet como fonte de informação e instrumento de busca factual e também de pesquisa cognitiva a partir de outros pontos de vista, estando a grande rede "numa incessante metamorfose" (BARROS e DUARTE, 2010, p. 147). O estudo de caso ainda em Barros e Duarte (2010) sendo importante técnica para o entendimento da comunicação e do seu papel dentro do contexto da maior tragédia socioambiental brasileira, estudando de forma empírica o fenômeno supracitado dentro do contexto trabalho  o recorte dos dois anos de tragédia  visando evidenciar os limites da fronteira que contemplam o próprio fenômeno e contexto que não esteja claramente definido. Na construção do próprio trabalho, se fez necessário o uso das próprias técnicas do jornalismo contemporâneo, como a apuração rigorosa, a busca por fontes que transcendem as tidas como oficiais, tais quais assessorias, órgãos governamentais e agentes públicos, a capacidade de observação presencial do ambiente e do tempo, uma vez que para a construção do objetivo final a percepção e o olhar do próprio jornalista como multimídia se fizeram necessário. E por fim, mas não menos importante e não necessariamente aplicado nessa ordem, o exercício da cidadania proposto por Traquina e Mesquita (2003) sendo um conceito universal do jornalismo, visando contribuir da forma mais eficaz possível com a formação do cidadão, ter espírito público para trazer ao mundo contemporâneo o bem comum e a solidariedade. É importante ressaltar que o uso dos equipamentos para a coleta de todos os dados, além do próprio esforço e ímpeto dos jornalistas autores, se deu através de instrumentos acessíveis, sendo eles uma câmera fotográfica semiprofissional da Fujifilm S2800 HD lente grande angular 28mm, uma câmera filmadora Sony HDR-AS15, smartphones Samsung S7 com alta qualidade de definição para vídeos, um tripé para apoio e dois microfones de lapela para boa captação de áudio.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A tragédia em Mariana (MG) é considerada a maior tragédia socioambiental brasileira, atingindo todo um ambiente que engloba os preceitos da sociedade contemporânea, trabalhamos aqui com a ideia do capitalismo enquanto posição de discurso econômico que rege todo nosso sistema de governo, a ideia de população e marginalização, uma vez que as vítimas diretamente afetadas se apresentam em subdistritos de pouco desenvolvimento como Bento Rodrigues, constituída por uma população estimada pelo IBGE e Defesa Civil de Minas Gerais em no máximo mil pessoas, e a ideia de ecossistema, uma vez que não só a fauna e flora tenham sido diretamente atingidas, com o rio Doce, uma dos principais cursos de água da região Sudeste do Brasil, mas também da população ribeirinha e que vivia da pesca e da agricultura familiar para o sustento. Para entender a dimensão do ocorrido, passados dois anos da tragédia e do desinteresse em se abordar sistematicamente o assunto, muito por conta da necessidade factual apresentada como especificidade no jornalismo contemporâneo, os alunos proponentes desse projeto usaram das técnicas e dos conceitos adquiridos ao longo do curso de Jornalismo, representado nas específicas matérias ministradas pelo Centro Universitário Newton Paiva de Redação para Mídias Digitais, Webjornalismo e Fotojornalismo, com o intuito de construir um portal que abordasse de forma ampla o recorte específico supracitado, criando o paradoxo e ampliando a necessidade de abordar pontos de vistas diferentes e em diferentes mídias. O portal foi construído através da plataforma Wordpress, onde o template foi escolhido devido a seus tons e cores sóbrios e as fontes tipográficas utilizadas remetiam à seriedade da informação e da notícia a ser trabalhada. As divisões dos trabalhos em projetos específicos categorizados em boxes no final da página corroboram com a construção da convergência e da cultura que a rodeia, como proposto e supracitado por Jenkins (2008) podendo, assim, acessar com facilidade o conteúdo procurado, embora entrelaçados e auto referenciados a todo momento. A construção abrange a entrevistas em áudio, vídeos produzidos e editados, a produção de um álbum que trabalhe com as técnicas do fotojornalismo, uma crônica que trabalha com a opinião dentro da construção do jornalismo e o link que direciona o leitor para uma rede social específica onde foi realizada uma linha temporal reportando e cobrindo as ações realizadas pela comunidade dos atingidos na data que marcou os dois anos da tragédia, o conteúdo produzido aqui também pode ser seguido através da ferramenta da hashtag como indicador utilizado na construção da linha temporal representado por #trMariana2anos. Além das outras capacidades de dinâmicas apresentados no próprio template do website (www.lamaaocaos.wordpress.com).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O projeto e a execução do website "Da Lama Ao Caos", tal qual sugere a música homônima de Chico Science e a Nação Zumbi, era retratar que de forma intensa que "um homem roubado nunca se engana", uma vez que o entendimento que permeou todo o contexto abordado é de que as pessoas do subdistrito Bento Rodrigues, vítimas da maior tragédia socioambiental brasileira, foram roubadas de sua história passada e da construção de seu futuro. A ideia apresenta uma diferenciação do retratado comumente nos maiores veículos de comunicação, utilizando uma plataforma que se apresenta eficiente e impactante dentro dos conceitos de jornalismo digital, ou o webjornalismo e suas convergências de mídias. É importante ressaltar que toda a construção do projeto, desde sua idealização até a finalização do website em outras mídias digitais, foi pautado pelo dever inerente de todo jornalista com a sociedade. E é nesse dever de exercer a cidadania através da construção de uma notícia que o projeto busca dar voz àqueles que, por vezes, são marginalizados em suas próprias buscas de justiça em amplo contexto. Criar a narrativa, disseminar a informação, repercutir o lado mais vulnerável e se desprender do estigma de que a história só é construída por àqueles que detém o poder econômico e influenciável.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARROS, A.; DUARTE, J. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. São Paulo: Editora Atlas, 2010.<br><br>CANAVILHAS, João. Do jornalismo online ao webjornalismo: formação para a mudança. In: Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação. Universidade da Beira Interior: 2006. Disponível em: < http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhas-joao-jornalismo-online-webjornalismo.pdf> Acesso em: 19 de abril de 2018.<br><br>CUNHA, K. M. e MANTELLO, P. F. Era uma vez a Notícia: Storytelling como Técnica de Redação de Textos Jornalísticos. São Paulo, Periódico Rev. Comunicação Midiática, 2014. 67 p.<br><br>DA LAMA AO CAOS. Wordpress. Disponível em: <lamaaocaos.wordpress.com> Acesso em: 19 de abril de 2018.<br><br>FERRARI, P. Jornalismo Digital. São Paulo: Contexto, 2010.<br><br>JENKINS, H. Cultura da Convergência. São Paulo: Editora Aleph, 2008.<br><br>PENA, Felipe. Jornalismo Literário. São Paulo: Contexto, 2006.<br><br>TRAQUINA, N.; MESQUITA, M. Jornalismo Cívico. Lisboa: Livros Horizonte, 2003.<br><br> </td></tr></table></body></html>