INSCRIÇÃO: 00084
 
CATEGORIA: CA
 
MODALIDADE: CA04
 
TÍTULO: Divina Comédia Cabocla
 
AUTORES: Leonardo santos silva (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); Camila Eduarda Vasconcelos Peixoto (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); Glenna Franciele Matos Martins (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); Pedro Vinícius Deógenes Miguel (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); Renata da Cunha Braga (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); Allan Soljenitsin Barreto Rodrigues (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS)
 
PALAVRAS-CHAVE: Videoclipe, Amazônia, Cultura Indígena, ,
 
RESUMO
Divina comédia cabocla é um videoclipe realizado para a música, de mesmo nome, do cantor e compositor amazonense Nicolas Jr. Produzido para a disciplina Comunicação no Amazonas e na Amazônia, o videoclipe procura unir os conhecimentos adquiridos em sala de aula ao conteúdo presente no livro "História da Amazônia" de Marcio Souza. Em contraponto com a cultura imposta como padrão na sociedade com o intuito de valorizar e preservar a cultura indígena.
 
INTRODUÇÃO
inerentes ao ser humano (música, literatura, pintura, cinema, etc.); com o passar do tempo, essas formas de comunicar passaram a se combinar para obter resultados ainda mais enfáticos: "[...] em certo sentido, todos os meios e artes entraram num processo de expansão, como se os círculos definidores de todas as artes e meios ameaçassem se fundir num único círculo do tamanho do campo inteiro da cultura" (MACHADO, 2007). O videoclipe como associação de imagens, letra e música, pode funcionar como ferramenta para reforçar uma ideia, onde um elemento pode tornar o outro ainda mais compreensível, numa relação de troca que deixa a experiência do público mais completa. De acordo com Laura Corrêa: O videoclipe surge para vender um pacote completo: música e imagem do artista. [...] hoje, os clipes podem apresentar construções narrativas, lineares ou não. Na composição do clipe, as imagens se relacionam em maior ou menor intensidade com a letra. A dimensão imagética é criada nesta tensão entre o sonoro e as possíveis traduções em forma de imagem que cada música suscita. No videoclipe, nem sempre o que é dito na música é visto na imagem, a tradução intersemiótica não é uma obrigação nem uma tradução fiel da música. (CORREA, 2009). Tendo em vista esse pensamento dos diferentes recursos que se pode utilizar para difundir um assunto através da arte, o videoclipe "Divina comédia cabocla" traz imagens que representam uma sequência de acontecimentos e pequenas ações do dia a dia que evoluem para algo maior e mais profundo : o conflito entre uma cultura genuína e uma cultura imposta pela sociedade, e juntamente às imagens, a letra da música homônima cria uma associação não só com a história contida nas imagens como também à essência do conteúdo histórico do qual o conceito do videoclipe originou-se, que foi retirado das páginas do livro História da Amazônia, do escritor Márcio Souza.
 
OBJETIVO
Holzbach (2010) analisou que uma das características do videoclipe é a sincronização de som e imagem. Machado (1995) diz que na verdade, o videoclipe torna sensível ao que nunca prestamos atenção antes: a unidade indecomponível do som com a imagem no vídeo, que nos permite falar verdadeiramente e com toda propriedade de um meio audiovisual. O videoclipe "Divina comédia cabocla" tem como objetivo trazer uma narrativa que se relacione tanto com a letra da música de mesmo nome quanto ao conteúdo extraído do livro "História da Amazônia" do autor Márcio Souza. Tratando-se de um livro com abordagem bem completa de fatos e mitos relacionados ao percurso temporal da região, optou-se pela questão da aculturação indígena, uma vez que este tema está presente em várias fases da história da região e ainda na atualidade, mesmo que de modo diferente ou adaptado. Assim como houve inúmeros atos de resistência e luta contra a imposição de uma cultura europeia que inferiorizava os costumes indígenas, sendo estes bastante conhecidos pelos aspectos físicos e pelo próprio confronto corporal, o videoclipe busca mostrar a retomada de uma resistência quando a aculturação é percebida nos dias atuais e num ambiente já moderno como a cidade de Manaus urbanizada; para reforçar a ideia, as gravações acontecem em espaços que unem o passado ao presente, e a música escolhida traz na letra a vida do caboclo que nega a cultura de sua região e ao mesmo tempo deixa claro no refrão a insatisfação com essa realidade.
 
JUSTIFICATIVA
A questão da valorização ou no caso, a falta de valorização da cultura regional, é um tema interessante de abordar uma vez que pode ser percebido em diferentes áreas e aspectos do cotidiano. Diante do contexto histórico retratado no livro "História da Amazônia", ponto de partida para o desenvolvimento do produto apresentado, nota-se que o desapego e a rejeição aos costumes da região não ocorreram de forma repentina, mas de um longo processo que acompanhou a colonização do país como um todo. A chegada dos colonizadores marca a imposição da cultura europeia, e dessa forma a língua, religião, arte, comportamento e hábitos começaram a ser moldados no estilo europeu, de modo violento e com a típica premissa de um povo que se julga superior: a missão de mostrar o jeito certo de viver, o favor de apresentar e dividir uma cultura mais "esclarecida". Desde então a região passou por mudanças geográficas, sociais e culturais, as diversas fases da Amazônia desenvolveram-se com os padrões europeus cada dia mais impregnados, e logo o novo parecia comum e a regionalidade desaparecia até se tornar exótica e distante. É impossível pensar a história brasileira sem rememorar o tratamento dispensado aos povos indígenas ao longo dessa linha do tempo. Durante os longos anos da "colonização", as políticas indigenistas estatais refletiam a dupla matriz de prevalências: de um lado, o interesse da Igreja em converter os povos indígenas; e, de outro, os interesses econômicos dos "colonizadores" (VIEIRA, 1998, p. 148). Trabalhar a ideia de aculturação na atualidade significa identificar que o processo histórico não acabou, ele continua acontecendo, porém de modo menos impactante e também pouco percebido, se levarmos em conta que agora a cultura estrangeira é dominante. A resistência, hoje, não se dá nos combates anunciados e sim pelas atitudes que buscam resgatar a Amazônia original, por esse motivo a música escolhida para o videoclipe é uma música do cantor e compositor paraense Nicolas Jr., chamada "Divina comédia cabocla": canção que configura a valorização da cultura, não só pelo conteúdo da letra em si, mas por tratar-se da arte regional sendo feita por um artista local em meio a um mercado fonográfico (em proporções mundiais) que geralmente concede espaço àqueles com produtos dos padrões internacionais. A incorporação indígena frequentemente ocorre através do completo abandono de sua cultura, costumes e crenças, para que possa ser agregado em determinada sociedade "branca". Nesse sentido, muitas vezes o processo de incorporação com mútua penetração de particularidades culturais é abandonada a um plano complementar, prevalecendo a ideia de mobilidade social, processo pelo qual um indivíduo "se despoja dos costumes de sua própria classe ou grupo étnico, para tornar-se um membro de outra classe ou grupo étnico" (GONÇALVES, N. O.; HOHENDORFF, R. V, 2012). A narrativa do videoclipe leva em consideração a união do conteúdo de Márcio Souza com a letra da música de Nicolas, criando uma ligação entre passado histórico e cotidiano presente. A sequência representa uma "índia aculturada" que inicialmente rejeita as origens e não entende suas raízes; no decorrer do vídeo ela entra em contato com diversos elementos que fizeram parte do desenvolvimento de Manaus e outros pertencentes aos indígenas, e portanto ela mostra indiferença aos pontos da cidade que carregam o impacto da colonização, ou seja, está alheia ao percurso temporal do próprio ambiente em que vive (realidade de grande parte da população que desconhece sua história), e demonstra aversão aos elementos indígenas, olhando-os com a ideia de inferioridade já condicionada de modo inconsciente pela geração moderna. Por fim o retorno à floresta marca a resistência já mencionada, funcionado como uma alegoria para a aceitação das origens, a desconexão de um pensamento introduzido há muito tempo nos habitantes da região amazônica.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Para a realização do videoclipe, a equipe seguiu as três etapas desenvolvidas em uma produção audiovisual. Segundo Musberger: O processo de produção consiste na operação de equipamentos físicos edigitais combinados para converter o roteiro escrito em um programa completo e pronto para ser distribuído. O processo é dividido em três estágios: pré-produção, produção e pós-produção. (MUSBERGER, 2008,p. 31). Na etapa de pré-produção, através de brainstormings o grupo desenvolveu as ideias e o conceito que se seguiria ao longo do videoclipe, logo após ocorreram a produção do roteiro e definição da personagem principal e dos cenários que serviriam como locação das filmagens. Optou-se por produzir uma narrativa semelhante a ideia de sujeito que é retratado na música, a personagem principal passeia por pontos turísticos da cidade de Manaus e rejeita a sua própria cultura e raízes, porém, no final acaba entendendo o real significado de pertencer a um local e preservar a sua identidade cultural e entender as suas origens. Essa concepção de narrativa é uma das características do videoclipe defendido por Kelly Porto: Ainda que procurem seguir os padrões tradicionais, as narrativas têm de estar estreitamente ligadas principalmente à música. Há os videoclipes que possuem mais independência na relação imagem-som, porém, a mesma tem de ser feita sempre de maneira coerente e regrada [..] O necessário sempre é imagem e som relacionados, mesmo havendo uma ruptura proposital de algum som ou trecho de música. (PORTO, 2013). A produção se deu na disposição dos quatro cenários escolhidos: O Largo São Sebastião e o Teatro Amazonas, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, o Centro Cultural Povos da Amazônia e uma trilha da Universidade Federal do Amazonas. Utilizou-se uma câmera Nikon D3100 com lentes 18-55mm que permitem a fotografia retratos e paisagens, tem alcance desde ângulos amplos até alcances reduzidos, estabilizador de imagem de quatro pontos entre outras funcionalidades que a tornaram ideal para a gravação do produto. Os planos de filmagem utilizados foram: Plano geral, plano médio e primeiro plano. Na fase de pós-produção ocorreram a montagem e edição das cenas no programa de edição Adobe Premiere Pro CC 2016, na edição optou-se pela mescla e corte das cenas, aceleração de imagens e efeitos de transição de uma sequência de cenas a outra, além da sincronização pontual da batida da música com as cenas do videoclipe.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
O processo de criação do produto se deu pela escolha da música tema e pela prática de tudo o que foi aprendido em sala de aula na disciplina A Comunicação no Amazonas e na Amazônia e no que foi lido no livro que serve de inspiração para o videoclipe (História da Amazônia; Márcio Souza; 2009). Durante duas semanas houve uma intensa procura em relação a música, e obtendo um resultado satisfatório a partir do aval concedido pelo cantor Nicolas Jr. para a equipe usar “Divina comédia cabocla” como a música do produto final. “Divina comédia cabocla” foi lançada no ano de 2010, composta e performada por Nicolas Jr. Nela. O autor faz uma crítica ferrenha ao povo amazônico que insiste em adotar a cultura de outros povos esquecendo-se de sua cultura de origem. [...] trocaram o Teatro Amazonas pela lei da informática. Agora a gente só come farinha quando falta “ferrinhé”, se não tiver gatorade aí quem sabe eu beba um guaraná. Não comemos mais jaraqui, porque já temos bigmac. Chega dessas coisas do Amazonas, quero o que vem lá de fora [...] Divina Comédia Cabocla (JR, 2009). Durante todo o processo de criação do videoclipe a equipe se preocupou em direcioná-lo ao livro de inspiração, fazendo uma ponte entre os versos de Nicolas Jr. com trechos da obra de Márcio Souza, principalmente as que o autor cita as dificuldades do povo indígena em equilibrar os conhecimentos adquiridos através dos europeus e seguir sua própria tradição, cultura e afins. [...] Durante quase todo século XX os estudiosos consideraram a Amazônia como a última fronteira para o estudo da História, porque ali aparentemente ainda era possível encontrar exemplos de povos “sem história”, já que as condições e desafios da selva tropical pareciam ter impedido a elaboração de culturas acima do sistema “tribal”. [...] (SOUZA, 2009, p.43). Em diversos capítulos é possível observar a incansável luta dos indígenas em tentar se opor a cultura imposta pelos europeus, luta que ao longo do tempo se tornou cada vez mais fraca. Além de que muitas das propostas de expansão econômica e ocupação da Amazônia se mostraram letais a várias tribos indígenas que viviam na região. Conforme Márcio Souza (2009) a cidade de Manaus foi culturalmente colonizada pela massa de imigrantes, oriunda das partes mais atrasadas do país, pessoas originárias do mundo rural, onde não havia nenhuma mobilidade social, nenhuma escola, nenhuma esperança. A crescente preocupação com a expansão para a Amazônia da frente econômica nos anos 70, que expôs as populações indígenas às doenças, sofrimentos e morte[...] O certo é que em quase todas as partes da Amazônia os projetos de desenvolvimento baseado no regime da segurança nacional causaram danos irreparáveis aos povos indígenas, levando alguns à extinção [...] (SOUZA, 2009, p.340). Após a compreensão de encaixes e citações, a equipe elaborou um esboço de roteiro, onde inicialmente haveria índios que partiriam da floresta para a metrópole, fazendo assim uma alusão de mudança de hábitos. Observando a possibilidade de não conseguir colocar em imagens as ideias pensadas, houve mudanças e assim surgiu o roteiro final: apenas uma personagem, que teria fortes características indígenas ignorando a cultura do seu local de origem e idealizando a cultura de outros povos. Para escolha da atriz que viveria a única personagem, a decisão da equipe foi unânime ao perceber que ao lado tinha uma integrante com características indígenas mais perceptíveis. Em relação às locações do videoclipe: a cidade de Manaus é rica em pontos turísticos. A equipe quis valorizá-los para mostrar a beleza e cultura local, foram escolhidos o Largo de São Sebastião, o Mercado Adolpho Lisboa e o Centro Cultural dos Povos da Amazônia. Além destes locais, a equipe gravou em uma das trilhas da Universidade Federal do Amazonas, onde foram gravadas as cenas iniciais e finais. O processo de captação de imagens durou duas semanas. Na primeira semana a equipe se dedicou em gravar no Largo de São Sebastião. No Largo, foram gravadas a cena da bicicleta, em que a personagem a dirige rumo à escadaria em frente ao Teatro Amazonas, e tira várias selfies em cima de uma carruagem que está fixada no jardim do Teatro; e também a cena em que a personagem recusa um copo com suco natural, trocando-o por um copo com refrigerante de uma marca estrangeira. O segundo dia gravação aconteceu exatamente uma semana após o primeiro dia. A equipe se deslocou até o Mercado Adolpho Lisboa, e lá foram gravadas as cenas onde a personagem encontra vários artigos indígenas, em que ela os admira, mas a cultura urbana não os abrange, e assim a personagem ignora mais uma vez sua cultura para poder adotar cultura de outros povos. Durante a mesma semana das gravações das cenas supracitadas, a equipe gravou no Centro Cultural Povos da Amazônia, neste local foram gravadas as cenas mais emblemáticas do videoclipe: a personagem assiste a vídeos de costumes indígenas, encontra artefatos, pinturas e itens que correspondem a cultua indígena e começa a entender o real valor de sua cultura. Por último, foram capturadas as imagens na trilha da universidade, parte da equipe se deslocou até o setor sul do campus, e por lá se encontrou como uma guia para poder adentrar na trilha. Como já mencionado as cenas iniciais, onde mostram a natureza, e as cenas finais, que mostram a índia voltando para seu local de origem, foram gravadas nesse local. Após as gravações, as imagens foram revisadas pelos integrantes da equipe, e foram montadas de acordo com o roteiro final. Para Murch (2004) o montador tem a capacidade de representar o espectador na produção de um filme melhor do que qualquer outro. Após a montagem, o vídeo seguiu para edição de som, onde foi adicionada a música “Divina Comédia Cabocla”, a canção que não tem gravação em estúdio, teve que passar por um pequeno processo de edição que consistia em tirar efeitos sonoros indesejáveis: palmas e gritos durante a gravação que foi feita em um show de Nicolas Jr.
 
CONSIDERAÇÕES
O processo de produção do produto final proporcionou a todos os alunos diversos aprendizados, desde as filmagens até a edição final do videoclipe. O trabalho possibilitou a experimentação e abriu espaço para o potencial criativo dos integrantes da equipe. Os alunos tiveram, em muitos momentos, dificuldades em colocar em prática os aprendizados dados em sala de aula, porém com esforço e dedicação o grupo conseguiu achar soluções para os mais variados desafios.਀䄀琀爀愀瘀猀 搀愀 瀀爀漀搀甀漀 愀甀搀椀漀瘀椀猀甀愀氀Ⰰ 昀漀椀 瀀漀猀猀瘀攀氀 挀漀氀漀挀愀爀 愀 琀攀漀爀椀愀 渀愀 瀀爀琀椀挀愀 攀 攀渀琀攀渀搀攀爀 琀漀搀漀猀 漀猀 挀漀渀挀攀椀琀漀猀 琀爀愀戀愀氀栀愀搀漀猀 渀漀 猀攀琀漀爀 愀甀搀椀漀瘀椀猀甀愀氀Ⰰ 搀攀猀搀攀 愀 漀爀最愀渀椀稀愀漀 搀愀猀 攀琀愀瀀愀猀 搀攀 瀀爀漀搀甀漀 愀琀 愀 最爀愀瘀愀漀 攀洀 猀椀⸀ 䄀 椀洀瀀漀爀琀渀挀椀愀 搀攀猀猀攀猀 挀漀渀挀攀椀琀漀猀 猀攀 瘀椀甀 愀琀爀愀瘀猀 搀漀猀 攀猀琀甀搀漀猀 搀漀猀 氀漀挀愀椀猀Ⰰ 搀漀猀 瀀氀愀渀漀猀 攀 搀漀猀 渀最甀氀漀猀 愀 猀攀爀攀洀 甀琀椀氀椀稀愀搀漀猀Ⰰ 愀氀洀 搀漀 挀甀椀搀愀搀漀 搀攀 琀漀爀渀愀爀 漀 瘀椀搀攀漀挀氀椀瀀攀 挀漀攀爀攀渀琀攀 愀漀 爀攀愀氀 猀椀最渀椀昀椀挀愀搀漀 瀀漀爀 琀爀猀 搀愀 洀切猀椀挀愀 ᰀ䐠椀瘀椀渀愀 䌀漀洀搀椀愀 䌀愀戀漀挀氀愀ᴀ†攀 爀攀猀瀀攀椀琀愀爀 愀猀 挀愀爀愀挀琀攀爀猀琀椀挀愀猀 爀攀最椀漀渀愀椀猀 焀甀攀 愀 挀愀渀漀 爀攀琀爀愀琀愀⸀ 䄀 爀攀氀愀漀 焀甀攀 漀 瘀椀搀攀漀挀氀椀瀀攀 攀 愀 洀切猀椀挀愀 搀攀瘀攀爀椀愀洀 琀攀爀 挀漀洀 漀 氀椀瘀爀漀 䠀椀猀琀爀椀愀 搀愀 䄀洀愀稀渀椀愀 猀攀 搀攀甀 挀漀洀漀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀 洀攀琀愀 愀 猀攀爀 愀氀挀愀渀愀搀愀 瀀攀氀愀 攀焀甀椀瀀攀⸀ 䄀氀洀 搀攀 愀最爀攀最愀爀 挀漀渀栀攀挀椀洀攀渀琀漀 搀愀 爀攀最椀漀 攀 挀甀氀琀甀爀愀 愀洀愀稀渀椀挀愀Ⰰ 漀 攀猀琀甀搀漀 搀漀 氀椀瘀爀漀 猀攀 琀漀爀渀漀甀 甀洀愀 洀愀渀攀椀爀愀 搀攀 瘀愀氀漀爀椀稀愀爀 愀 挀甀氀琀甀爀愀 氀漀挀愀氀 攀 瀀攀爀挀攀戀攀爀 漀 焀甀漀 爀椀挀漀 攀 椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀  愀 挀愀甀猀愀 椀渀搀最攀渀愀 攀 琀漀搀漀猀 漀猀 瘀愀氀漀爀攀猀 愀最爀攀最愀搀漀猀 愀 猀甀愀 挀甀氀琀甀爀愀 攀 愀 瀀攀爀瀀攀琀甀愀漀 搀攀猀猀攀猀 挀漀渀挀攀椀琀漀猀⸀ 一攀渀栀甀洀愀 搀愀猀 攀琀愀瀀愀猀 搀漀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 搀漀 瀀爀漀搀甀琀漀 昀漀椀 瀀攀渀猀愀搀愀 猀漀洀攀渀琀攀 瀀漀爀 甀洀 椀渀琀攀最爀愀渀琀攀Ⰰ 最爀愀渀搀攀 瀀愀爀琀攀 搀愀 攀焀甀椀瀀攀 瀀愀爀琀椀挀椀瀀漀甀 愀琀椀瘀愀洀攀渀琀攀 攀洀 琀漀搀愀猀 攀氀愀猀⸀ 嘀愀氀攀 爀攀猀猀愀氀琀愀爀 焀甀攀 琀爀愀戀愀氀栀漀猀 挀漀洀漀 攀猀琀攀 昀愀稀攀洀 漀 甀渀椀瘀攀爀猀椀琀爀椀漀 挀漀渀栀攀挀攀爀 洀愀椀猀 猀攀甀猀 昀甀琀甀爀漀猀 挀漀氀攀最愀猀 搀攀 瀀爀漀昀椀猀猀漀Ⰰ 漀 焀甀攀 漀 琀漀爀渀愀 洀愀椀猀 椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀 瀀愀爀愀 瘀椀搀愀 愀挀愀搀洀椀挀愀 搀漀 攀猀琀甀搀愀渀琀攀⸀ 䐀椀愀渀琀攀 琀愀椀猀 爀攀昀氀攀砀攀猀Ⰰ 漀 最爀甀瀀漀 猀攀 猀攀渀琀攀 椀洀攀渀猀愀洀攀渀琀攀 猀愀琀椀猀昀攀椀琀漀 挀漀洀 漀 爀攀猀甀氀琀愀搀漀Ⰰ 瀀漀椀猀 漀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 愀最爀攀最漀甀 搀攀 昀漀爀洀愀 椀洀攀渀猀甀爀瘀攀氀 渀愀 瘀椀搀愀 愀挀愀搀洀椀挀愀 搀攀 挀愀搀愀 甀洀 搀漀猀 挀漀洀瀀漀渀攀渀琀攀猀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀ ㄀㜀㜀㤀昀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀䌀伀刀刀䔀䄀Ⰰ 䰀愀甀爀愀 䨀漀猀愀渀椀 䄀⸀䈀爀攀瘀攀 䠀椀猀琀爀椀愀 搀漀 嘀椀搀攀漀挀氀椀瀀攀⸀ ㈀  㤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䜀伀一윀䄀䰀嘀䔀匀Ⰰ 一⸀ 伀⸀㬀 䠀伀䠀䔀一䐀伀刀䘀䘀Ⰰ 刀⸀ 嘀⸀ 䄀 最渀攀猀攀 搀愀 攀砀挀氀甀猀漀 椀渀搀最攀渀愀 攀 猀攀甀猀 爀攀昀氀攀砀漀猀 渀愀 ⠀椀渀⤀攀昀椀挀挀椀愀 搀愀猀 瀀漀氀琀椀挀愀猀 瀀切戀氀椀挀愀猀 搀攀 猀愀切搀攀 攀猀瀀攀挀昀椀挀愀猀 瀀愀爀愀 瀀漀瘀漀猀 椀渀搀最攀渀愀猀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀⸀ ㈀ ㄀㌀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䨀刀⸀Ⰰ 一椀挀漀氀愀猀⸀ 䤀渀㨀 䨀刀Ⰰ 一椀挀漀氀愀猀⸀ 䐀椀瘀椀渀愀 䌀漀洀搀椀愀 䌀愀戀漀挀氀愀⸀ 䴀愀渀愀甀猀Ⰰ ㈀  㤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䄀䌀䠀䄀䐀伀Ⰰ 䄀爀氀椀渀搀漀⸀ 䄀爀琀攀 攀 洀搀椀愀⸀ 娀愀栀愀爀Ⰰ ㈀  㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀唀刀䌀䠀Ⰰ 圀愀氀琀攀爀⸀ 一甀洀 瀀椀猀挀愀爀 搀攀 漀氀栀漀猀㨀 愀 攀搀椀漀 搀攀 昀椀氀洀攀猀 猀漀戀 愀 琀椀挀愀 搀攀 甀洀 洀攀猀琀爀攀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 䨀漀爀最攀⸀ 娀愀栀愀爀Ⰰ ㈀  㐀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀唀匀䈀唀刀䜀䔀刀Ⰰ 刀⸀ 䈀⸀ 刀漀琀攀椀爀漀 瀀愀爀愀 洀搀椀愀 攀氀攀琀爀渀椀挀愀⸀ 吀爀愀搀甀漀 一愀琀愀氀椀攀 䜀攀爀栀愀爀搀琀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 䔀氀猀攀瘀椀攀爀Ⰰ ㈀  㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀伀刀吀伀Ⰰ 䬀攀氀氀礀⸀ 伀 瘀椀搀攀漀挀氀椀瀀攀㨀 愀猀瀀攀挀琀漀猀 攀 挀漀渀琀攀砀琀甀愀氀椀稀愀漀 栀椀猀琀爀椀挀愀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀Ⰰ ㈀ ㄀㌀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 䄀挀攀猀猀愀搀漀 攀洀  ㄀ 搀攀 昀攀瘀攀爀攀椀爀漀 搀攀 ㈀ ㄀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀伀唀娀䄀Ⰰ 䴀爀挀椀漀⸀ 䠀椀猀琀爀椀愀 搀愀 䄀洀愀稀渀椀愀⸀ 䴀愀渀愀甀猀㨀 䔀搀椀琀漀爀愀 嘀愀氀攀爀Ⰰ ㈀  㤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀嘀䤀䔀䤀刀䄀Ⰰ 伀琀瘀椀漀 䐀甀琀爀愀⸀ 䌀漀氀漀渀椀稀愀漀 瀀漀爀琀甀最甀攀猀愀Ⰰ 挀愀琀攀焀甀攀猀攀 樀攀猀甀琀椀挀愀 攀 䐀椀爀攀椀琀漀 䤀渀搀最攀渀愀⸀ 䤀渀⸀㨀 圀伀䰀䬀䴀䔀刀Ⰰ 䄀渀琀漀渀椀漀 䌀愀爀氀漀猀 ⠀漀爀最⤀⸀ 䐀椀爀攀椀琀漀 攀 䨀甀猀琀椀愀 渀愀 䄀洀爀椀挀愀 䤀渀搀最攀渀愀㨀 搀愀 挀漀渀焀甀椀猀琀愀  挀漀氀漀渀椀稀愀漀⸀ 倀漀爀琀漀 䄀氀攀最爀攀㨀 䰀椀瘀爀愀爀椀愀 搀漀 䄀搀瘀漀最愀搀漀Ⰰ ㄀㤀㤀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀