ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00107</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;INFÂNCIA ROUBADA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;John Silva de Brito (Faculdade Boas Novas); Johny Lucas Vasconcelos dos Santos (Faculdade Boas Novas); Wellyson da Silva Nascimento (Faculdade Boas Novas); Jair Almeida da Silva (Faculdade Boas Novas); Arleni de Lima Simões (Faculdade Boas Novas); Alan Rodrigues de Lima (Faculdade Boas Novas); Raphael Henrique Cortezão (Faculdade Boas Novas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Fotorreportagem, Fotojornalismo, Infância roubada, Trabalho Infantil, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho infantil é uma das mais comuns formas de violência e atinge, principalmente, as classes menos favorecidas e marginalizadas da sociedade. A exploração infantil é considerada crime pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) desde a década de 90, mas sua prática ainda é comum. Em Manaus, capital do Amazonas, é comum a exploração infanto-juvenil nos portos e ruas da cidade. A fotorreportagem Infância Roubada tem por objetivo demonstrar e retratar por imagens o cotidiano dessas crianças, sem expor ou julgar, por meio de seus personagens reais, na tentativa de captar seus sentimentos, angústias, emoções, dores, através da fotografia, mas sem explorar seu lado vulnerável e questionar qual o sentido das imagens no mundo de hoje.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No Brasil, o trabalho infantil não é permitido sob qualquer condição para crianças e adolescentes entre zero e treze anos; a partir dos quatorze anos é possível trabalhar como aprendiz, desde que não sejam insalubres ou perigosas e não façam parte da lista das piores formas de trabalho infantil. Segundo o art. 7o, inciso XXXIII, da Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA estabelecem a "proibição" do trabalho noturno, perigoso, insalubre e penoso aos menores de 18 anos. O trabalho infantil prejudica tanto a saúde quanto o desenvolvimento físico e emocional da criança, além de acarretar problemas psíquicos e atrasos no aprendizado escolar. São vários os fatores que levam crianças ao trabalho precoce, o principal é a pobreza. A Região Amazônica possui um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano, portanto, a prática do trabalho infanto-juvenil chega a ser encarada com normalidade. É com base nisso que Vieira observa: (...) destacam-se as condições de pobreza das famílias e, por isso, a necessidade de complementação da renda familiar; o modelo do sistema econômico, que gera a desigualdade social; o mercado de trabalho, que aceita a inclusão de crianças e de adolescentes; a inserção precária dessas crianças e adolescentes no sistema educacional; o nível educacional dos pais e os aspectos culturais que determinam a percepção sobre o trabalho (VIEIRA, 2011, p 3-4). Diante desses dados alarmantes, é impossível deixar de retratar esta problemática social. Para alcançar isso, a fotografia é um método que se aplica perfeitamente, visto que ela exerce a importante função de registro de memória e desperta o olhar dos observadores a partir dos elementos que ela carrega consigo. Optou-se pela modalidade de fotojornalismo que tem como característica o conteúdo informativo presente na foto, com finalidade passar uma mensagem ao espectador. Logo, essa é uma propriedade que contribui com o objetivo pretendido na fotorreportagem Infância Roubada.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> O objetivo geral do trabalho é mostrar uma situação que é recorrente no Estado do Amazonas, mais especificamente na sua capital, Manaus, onde o trabalho infanto-juvenil é uma prática que ocorre de maneira explícita e frequente, mas que quando é noticiada pelos veículos de comunicação é de forma superficial. Por meio das fotografias realizadas, almeja-se transmitir um choque de realidade aos espectadores para que mais do que apenas observar, se comovam com a imagem e despertem, dentro de si, o lado solidário para ajudar a mudar a realidade em que se encontram esses jovens e crianças. Deseja-se também passar um quadro geral sobre como é o dia a dia de uma criança que teve sua infância roubada, assim é possível comover um número ainda maior de pessoas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Durante as aulas de Fotojornalismo, questões como valores, ética, responsabilidade social e o papel do jornalista perante a sociedade foram abordados no curso de Jornalismo realizado pela Faculdade Boas Novas, surgindo assim uma preocupação especial no que diz respeito ao problema das crianças expostas ao trabalho infantil. A ideia, portanto, passa pelo registro com imagens e pelo objetivo em obter experiência como fotógrafo na área. Utilizou-se a fotografia para exibir o trabalho infantil na sua forma mais pura, pois ela está carregada de muitos elementos visuais que corroboram para que haja um despertar de sentimentos no observador, provocando nele várias emoções além de chamar a atenção e despertar a curiosidade. A relação da imagem fotográfica com seu referente, ou com o real, no transcorrer dos tempos, desde os primórdios da fotografia aos dias atuais, pode ser lida sob um dos aspectos:  Como espelho do real  o discurso da mimese  , onde há semelhança entre a imagem fotográfica e o real. Dubois (2006, p.26), O fotojornalismo é a melhor opção para a realização deste trabalho, pois essa modalidade prevê uma foto com conteúdo informativo, com a finalidade de transmitir uma mensagem ao observador com um valor único, pois a ação capturada não pode ser reproduzida novamente. Caso isso aconteça, como uma ação planejada, se deixa de lado a espontaneidade que é uma característica marcante do fotojornalismo, afirmado por Jorge P. Sousa em alguns trechos: [...] entendo por fotojornalismo a atividade de realização de fotografias informativas, interpretativas, documentais ou "ilustrativas" [...] caracteriza-se mais pela finalidade, pela intenção, e não tanto pelo produto; [...] spot news (fotografias únicas que condensam uma representação de um acontecimento e um seu significado) [...] (SOUSA, 2004, p.12) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A metodologia utilizada para fotografar foi baseada em sala de aula de Introdução a Fotografia onde foram abordados estilos e composições fotográficas. Tendendo mostrar a ação que acontecia no momento, foi escolhido o plano médio, uma vez que ele exerce tal função. No que diz respeito às características das fotografias presentes neste produto, podemos destacar seu objetivo essencial de situar, documentar e caracterizar uma situação real e as crianças que a vivem. Ao se posicionar para tirar as fotos, procuramos colocar as opções técnicas a serviço de uma intenção clara de oferecer um retrato das condições em que muitas das crianças vivem, registrando seu cotidiano e procurando dar uma noção da situação vivida por elas. O estilo preto e branco foi essencial para ajudar na percepção da textura de todas as cenas, pois é nesse estilo que se evidencia tais características. Aproveitou-se apenas a luz ambiente para a captura do momento, mantendo-se as características originais da fotografia, visto que o tratamento utilizado no programa Lightroom foi restrito para o contraste, não se fazendo dessa forma uma manipulação do real. Claudia Maria Teixeira e Paulo César Boni explicam de forma mais detalhada a diferença entre tratamento e manipulação: O tratamento de uma fotografia constitui na melhora da qualidade de sua imagem. É o uso da tecnologia disponível para clarear pontos escuros, ressaltar a luz e até alterar a saturação das cores, tornando-as mais fortes ou esmaecidas, dependendo do que se quer transmitir. Quando se trata uma imagem, a intenção não é alterar o seu conteúdo, portanto, as informações que fazem parte do quadro não são modificas. [...] Na manipulação- no caso específico do fotojornalismo  existe interferência na realidade dos fatos. Elementos podem ser acrescentados ou excluídos, dependendo da intenção de quem manipula. Neste caso, o real pode ser transformado em ficção. Ou seja, o que nunca existiu pode tomar forma, e o que estava presente no ato da captura da imagem, pode simplesmente desaparecer do quadro. (ALMEIDA e BONI, 2006, p.16 e 18) Vários pontos mereceram atenção por parte daqueles se envolveram neste trabalho. Podemos citar aqui questões centrais como não captar imagens que invadissem a privacidade, respeitar a dor, proteger a identidade das vítimas de crimes menores de idade (colocando-se tarjas nos rostos); evitar tratamento discriminatório em função da idade, do sexo, da cor ou da raça, da nacionalidade, das crenças, do aspecto físico e (por vezes) da deficiência; não captar e apresentar imagens num contexto diferente da sua produção; uso de máquinas fotográficas dissimuladas / escondidas; utilizar encenações para a fotografia e a fotografias de recriações fictícias de situações; abuso de efeitos especiais, usando, por exemplo, filtros para objetivas ou filtros digitais. Por se tratar de um trabalho feito em equipe, as câmeras fotográficas utilizadas foram duas DSLR Canon T3i e T4i, uma lente Canon EF 24-70mm f/2.8L II USM Lens e outra Canon EF-S 18-135mm f/3.5-5.6 IS STM. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O estilo escolhido para as fotos deu-se pelo fato do destaque da ação, focando a atenção do espectador para o momento que foi capturado. As fotos do presente trabalho confirmam o fato do ganho de uma sensação de particularidade, destacando as formas, texturas e expressões que se tornam visíveis na fotografia. John Hedgecoe afirma no livro O novo manual de fotografia: "As fotos em preto e branco geralmente têm um quê atemporal e podem transmitir sentimento. Em termos de composição, a ausência da cor permite que você se concentre na forma, textura e padrão". (HEDGECOE, 2007, p.118). Nas fotografias é perceptível os detalhes como um olhar perdido, um pai que ainda adolescente carrega em seu colo um filho, o contato entre elas, a relação de descaso com a infância e o trabalho no lugar de um caderno e a própria escola. Caso a foto fosse colorida, não haveria a percepção de tais detalhes e não haveria a mesma carga emotiva, pois, as cores iriam desviar a atenção do espectador. Outras funções notadas nas fotos são as texturas como no carrinho de pipoca, no barco, o local onde acontece a cena, as expressões das crianças, entre outros. O enquadramento utilizado teve como objetivo reunir nas fotografias, elementos que correspondessem ao tema proposto para a realização deste trabalho. Pretende-se que, a partir desta produção de fotojornalismo, possa ser despertado o interesse das pessoas sobre a situação calamitosa em que se encontram não somente essas crianças que foram registradas, mas todas as que de certa forma são ignoradas pela sociedade. Os elementos reunidos nas fotografias representam o futuro dessas crianças que tem sua infância roubada e é através dos próprios elementos citados anteriormente que é passada a ideia do tema já citado. Segundo Jorge Pedro Sousa: [...] enquanto o fotojornalista raramente sabe exatamente o que vai fotografar, como o poderá fazer e as condições que vai encontrar, o fotodocumentarista trabalha em termos de projeto: quando inicia um trabalho, tem já um conhecimento prévio do assunto e das condições em que pode desenvolver o plano de abordagem do tema que anteriormente traçou. Este background possibilita-lhe pensar no equipamento requerido e refletir sobre os diferentes estilos e pontos de vista de abordagem do assunto. (SOUSA, 2004, p.12) O modelo de fotojornalismo foi escolhido devido o fato do próprio fotógrafo não ter o privilégio de montar uma cena como no fotodocumentarismo, visto que o retratamento fiel da realidade é a principal característica para as condições de realização do seu trabalho. A fotografia fundamentada no fotojornalismo é espontânea, momentânea. Podemos visualizar isto nas fotografias apresentadas neste trabalho, pois para a confecção do mesmo não foram pensados em fatores como as condições favoráveis ou não, a ideia formada sobre o momento a ser capturado pelas lentes das câmeras. Jorge Pedro Souza afirma que "[...] o fotojornalista tem por ambição mais tradicional "mostrar o que acontece no momento", tendendo a basear a sua produção no que poderíamos designar por um "discurso do instante" ou uma "linguagem do instante" [...]" (SOUSA, 2004, p.13). A seleção das fotos que entraram na fotorreportagem foi um desafio grande para os alunos. Além do significado que os fotógrafos procuraram mostrar em todas as imagens, os alunos também buscaram um olhar diferente, que pudesse levar o leitor a perceber algo além do que já havia sido mostrado. Dessa forma, a cada reunião de equipe, uma nova seleção era feita, até chegarmos à seleção final de 10 fotos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Ao final do trabalho, consideramos nosso objetivo alcançado. Conseguimos superar as dificuldades encontradas e obtivemos um resultado satisfatório e finalizamos nosso produto com a sensação de dever cumprido. Durante a realização do projeto não enfrentamos grandes desentendimentos entre os integrantes do grupo, nem com o orientador. Todas as discordâncias, embora raras, foram solucionadas com tranquilidade. A atividade foi profícua e proporcionou aos alunos vivência e experimentações de uma situação fotojornalística, resultando na produção e utilização do conhecimento fotográfico e jornalístico. Foi possível notar que houve evolução técnica ao longo dos dias de trabalho. Os alunos passaram a resolver as demandas, coletiva e individualmente, e a construir padrões e referências que proporcionaram a produção de um material de qualidade. Passando de meros cliques e captações avulsas à uma interpretação sensível e rápida das situações, alcançaram uma maior eficácia na mensagem e na transmissão da imagem. É importante ressaltar que os alunos tiveram o cuidado de trabalhar com ética durante todo o processo fotográfico, buscando exercer a função social do jornalismo, mostrando de forma direta histórias que existem, sem modificar as cenas fotografadas nos locais, utilizando apenas as técnicas e métodos fotográficos aprendidos no decorrer do curso. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALMEIDA, Cláudia Maria Teixeira de e BONI, Paulo César. A ética no fotojornalismo da era digital. In discursos Fotográficos: volume II. Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina, 2006. p. 16-20. <br><br>DUBOIS, P. O ato fotográfico. Campinas: Papirus, 1998.<br><br>HEDGECOE, John. O novo manual de fotografia: guia completo para todos os formatos. 3 ed. São Paulo: Senac São aulo, 2007. p.18. <br><br>SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Chapecó: Argos, 2004. p. 9-13. <br><br>VIEIRA, Marcia Guedes. Trabalho infantil no Brasil: aspectos culturais e políticas públicas. 2009. Disponível em: <http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1307582935_ARQUIVO_TRABALHOINFANTILePOLITICASPUBLICAS.pdf> . Acessado: 25/03/2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>