ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00130</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O Dia em Que Urano Entrou em Escorpião</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Leonardo Brandão Sena (Universidade Federal do Amazonas); Lucas Henrique Almeida Silva (Universidade Federal do Amazonas); Maria Luiza da Silva Dacio (Universidade Federal do Amazonas); Priscila Maria Desideri (Universidade Federal do Amazonas); Ítala Clay (Universidade Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Adaptação, Ficção, Literatura, Roteiro, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O roteiro de O dia em que Urano entrou em Escorpião é um trabalho produzido para o curso de Comunicação Social  Jornalismo e apresentado no terceiro semestre no ano de 2017. O produto demonstra a adaptação do conto de Caio F. Abreu, que dá margem para se tornar um produto audiovisual. Este paper tem o intuito de exibir a estrutura e o conteúdo do roteiro, passando pelo processo de desenvolvimento, enfocando nos métodos e técnicas para que se atinja a intencionalidade do mesmo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Baseado na encenação do conto O dia em que Urano entrou em Escorpião de Caio F. Abreu, o roteiro serviu para guiar o produto audiovisual, - dividindo as cenas, descrevendo os personagens, os cenários - também sendo a forma escrita do curta-metragem. Uma previsão que na prática se realiza cena por cena, enquadramento por enquadramento. O roteiro buscou repassar ao máximo as emoções transmitidas na leitura do conto, para que tivessem o mesmo impacto quando fossem encenadas. Na produção em questão, quatro jovens estão imersos na solidão urbana, logo, o script tem a missão de retratar as questões sociais vividas por estes no ápice de sua juventude. Somado a isto, foram englobados conhecimentos técnicos e teóricos, ministrados em três disciplinas que foram: Linguagem Cinematográfica e Audiovisual, Teoria e Estética do Audiovisual, Oficina Básica de Audiovisual. Tais matérias foram responsáveis por conduzir estudos e análises alinhados à prática e produção do roteiro.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A solidão urbana que Caio F. Abreu retrata em seu conto  O dia em que Urano entrou em escorpião continua sendo um importante tema a ser debatido. A cada dia vemos mais pessoas no mundo todo se isolarem em suas bolhas, fruto da intolerância e do estresse diário dos centros urbanos. A relação interpessoal dos personagens no conto foi uma das principais motivações para a elaboração deste trabalho. A dualidade da juventude dos personagens é uma realidade próxima. O objetivo do roteiro é incentivar o debate sobre essas relações e estágios da juventude.  Em nosso mundo de furiosa individualização, os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro . (BAUMAN, 2004, P. 6.) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Por ser um meio de comunicação mais atraente, a produção de audiovisuais sempre surge como hipótese para idealizar histórias escritas, seja de contos ou de livros. O cinema nos oferece a possibilidade de inquirir o real através do impulso imaginativo e da prova documental (BARBOSA, 2000, p. 81). E neste meio em questão, para auxiliar nas produções, estão os roteiros. Pelo fato do conto de Caio F. Abreu trazer um assunto bastante interessante, tratando dos problemas de jovens e podendo fomentar discussões, é importante sua abordagem em outros meios de comunicação. Na história os jovens possuem dificuldades para se comunicar, sentem-se solitários e buscam permanecer em seus próprios mundos, comportamentos presentes também na vida real; é necessário exibi-los. Logo, o roteiro surge para organizar a passagem de ideias do papel para a tela, de uma maneira que seja claro o entendimento dessas problemáticas. Sobre o autor, Caio F. Abreu foi um legítimo representante da geração que marcou a cena cultural do Brasil nos anos 80. Escreveu contos, romances, novelas e sua literatura foi marcada por tratar de temas de interesse universal - amor, sexo, solidão -, como por exemplo, O dia em que Urano entrou em Escorpião, onde relações interpessoais e suicídio também são temas expostos. Logo, suas criações os personagens retratam um modo cinzento de viver, na busca inquietante pela felicidade. O sentimento de solidão exposto no conto não é o mesmo que estar desacompanhado, tendo em vista que os jovens vivem juntos. Muitas pessoas passam por momentos em que se encontram sozinhas, seja por força das circunstâncias ou por escolha própria. Tema bastante pertinente nos dias de hoje. Contudo, as relações interpessoais acabam sendo prejudicadas por esse sentimento de solidão, deixando as pessoas distantes espiritualmente, ainda que estejam próximas fisicamente. O conteúdo de um relacionamento interpessoal pode ser de vários níveis e envolver diferentes sentimentos como o amor, compaixão, amizade se transmitido com clareza. Por fim, a tentativa de suicídio expõe o quão frágil é o ser humano em seus momentos de extrema insatisfação, seja consigo ou com o próximo. É o que Caio F. Abreu retrata no final do conto - além dos sentimentos já citados acima -, com um personagem apresentando transtornos mentais, principalmente por se achar incompreendido, e tentando matar a si mesmo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para dar forma a este produto, foi utilizado o método básico de construção de roteiro, que consiste em uma estrutura linear com cabeçalho de cena, ação e diálogos. Seguindo o esquema, O dia em que Urano entrou em Escorpião pode ser representado da seguinte forma. ATO I: ANÚNCIO O primeiro momento ocorre quando o protagonista chega à sala e se junta aos outros personagens, cena principal deste ato em que uma breve ideia do roteiro é exibida. Após essa apresentação, aparecem as reações dos coadjuvantes e ocorre uma comunicação entre eles, confusa pela mensagem do protagonista não ter sido exposta de uma boa maneira pelo próprio. O fim do ATO I é marcado pelo término do disco que toca Pink Floyd, concatenando com uma pausa na comunicação dos personagens e um silêncio geral. ATO II: QUEM ENTROU ONDE? O ATO II se inicia com o grito do protagonista reiterando a ideia exposta no ATO I. Mais longo do que os demais atos, este momento passa pela tentativa de desconstrução do argumento do protagonista pelos outros personagens, principalmente quando o mesmo afirma que poderia morrer. Indiretamente, os demais afirmam que a ideia do protagonista beira a loucura. No meio deste ato o protagonista faz a leitura de um excerto escrito em francês, à espera que os outros personagens entendam a mensagem. Por fim, o protagonista não obtém resposta e se frustra. Tal sentimento está presente em vários momentos da ação do protagonista. ATO III: AÇÃO O ATO III - e penúltimo -, é o mais significativo na obra de Caio F. Abreu, é o que chama atenção em um texto que parecia se encaminhar para um fim melancólico, reacende o interesse do conto. Essa sessão retrata o protagonista saturando-se de tudo o que o cerca, não vendo mais saídas e respostas para seu questionamento. O roteiro procura evidenciar ao máximo a radical atitude do personagem. ATO IV: SINCRONIA Por fim, no ATO IV, a coletividade e a união de todos os personagens sugerem o entendimento da ideia do protagonista. Neste momento todos estão no mesmo ambiente, não só físico, mas de pensamento. A prova disso se dá quando o síndico interrompe o momento e uma dos personagens propõe a ideia do protagonista. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O roteiro de  O dia em que Urano entrou em escorpião foi desenvolvido em diferentes momentos do módulo de audiovisual do curso de Comunicação Social  Jornalismo. Em 2017 diante da proposta do trabalho de conclusão do módulo, surgiu a necessidade de criar um roteiro, após o grupo se reunir e discutir ideias chegamos à decisão de adaptar o conto  O dia em que Urano entrou em escorpião do livro  Morangos Mofados de Caio F. Abreu, por tratar de temas urbanos pertinentes até hoje. O roteiro passou a ser produzido em algumas reuniões do grupo, passando por aproximadamente quatro tratamentos, com o auxílio de professores e do ator André Mattos. A versão final do roteiro de  O dia em que Urano entrou em escorpião findou com uma divisão de quatro atos em um total de cinco páginas. O curta metragem foi filmado em Junho de 2017, após a viabilização do local de filmagem. Foi finalizado em Julho e exibido no mesmo mês aos alunos e professores do módulo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Este trabalho nos deu oportunidade de praticar os ensinamentos passados no módulo de audiovisual e de conhecer a fundo o processo de produção, uma vez que pudemos analisar e vivenciar as dificuldades da construção de um roteiro. Logo, houve melhor apreensão sobre conteúdos teóricos relacionados às fases de elaboração deste produto. Por se tratar da adaptação de um conto literário para a linguagem cinematográfica, nos foi exigida a fidelidade à obra de Caio F. Abreu, o qual desenvolve com extrema sensibilidade o relacionamento entre as personagens e possui inúmeras obras que se encaixam perfeitamente na linguagem audiovisual. O produto final seguiu de forma satisfatória as intencionalidades do roteiro. A solidão em que os personagens de  O dia em que Urano entrou em escorpião nos apresentam, é algo diferente de estar sozinho. É estar inserido num meio social e mesmo assim sentir-se isolado em seus próprios pensamentos e convicções. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ABREU, C.F. Morangos Mofados. Rio de Janeiro: Agir, 2005.<br><br>ALVES, Marcia Nogueira, FONTOURA, Mara, ANTONIUTTI, Cleide Luciane. Mídia e a Produção Audiovisual: uma introdução. Curitiba: Editora Ibpex, 2008.<br><br>BARBOSA, Jorge Luiz. A arte de representar como reconhecimento do mundo: o espaço geográfico, o cinema e o imaginário social. Revista Geographia, Ano II, n° 3, 2000.<br><br>BARTON, David; LEE, Carmen. Linguagem online: textos e práticas digitais. São Paulo: Parábola Editorial. 2015.<br><br>JOZEF, Bella. Cinema e Literatura: Algumas Considerações. Revista Contexto, 2010, número 17, Rio de Janeiro. <br><br>LEFEBVRE, H. (1969): Introdução à Modernidade. Paz e Terra: Rio de Janeiro.<br><br>MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. Editora Brasiliense. São Paulo. 2011.<br><br>ROBBE-GRILLET, Alain. Pour un nouveau roman. Paris: Minuit, 1964.<br><br>SOUSA, J. P. Elementos de Teoria e Pesquisa da Comunicação e dos Media. Porto: 2006.<br><br> </td></tr></table></body></html>