ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00133</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Casa do pai: a reabilitação através da fé</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Geziel Silva Araujo (Universidade Federal de Roraima); Bryan Chrystian da Costa Araujo (Universidade Federal de Roraima); Ariene dos Santos Lima (Universidade Federal de Roraima); Vilso Junior Chierentin Santi (Universidade Federal de Roraima)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Audiovisual, Webdocumentário, Casa do pai, Jornalismo Comunitário, Integração</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho descreve os processos de produção e pesquisa do webdocumentário que apresenta o relato de dependentes químicos internados na instituição de apoio e reabilitação, Casa do Pai, que tem a fé como principal instrumento na recuperação dos internos. O projeto audiovisual foi produzido por acadêmicos do curso de Comunicação Social  Jornalismo da Universidade Federal de Roraima - UFRR na disciplina de Jornalismo Comunitário. O intuito do vídeo foi apresentar como a crença modificou a realidade e o estado de vulnerabilidade no qual se encontravam os internos. Além disso, o documentário buscou documentar e questionar os espaços de protagonização e representação para os indivíduos atendidos pela instituição. Para isso a equipe pesquisou teorias acerca de comunicação comunitária, representação no jornalismo, audiovisual e ciberespaço. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto audiovisual do webdocumentário  Casa do Pai: a reabilitação através da fé foi desenvolvido por acadêmicos da disciplina de Jornalismo Comunitário no Curso de Jornalismo da UFRR em parceria com os voluntários e internos na instituição de reabilitação Casa do Pai. A transposição do webdoc para o ciberespaço segue perspectivas que objetivam a coletivização do material, integração com usuários que compartilham do mesmo contexto dos internos, assim como a protagonismo e representação da realidade de sujeitos habitualmente marginalizados e ocultos dos radares da mídia tradicional. Diante do atual modelo de sociabilidade, o ciberespaço (LÉVY, 1999) institui-se como ferramenta capaz de alterar perspectivas e conceitos impostos em meios sociais e reconfigurar a realidade de comunidades excluídas da protagonização midiática. Por conseguinte, se os o ciberespaço possui algum impacto na sociedade e nas relações sociais, ele é positivo. Para muitas das pessoas as tecnologias já são como extensões do corpo humano (CASTELLS, 2003). A ausência de exemplos e representações positivas a transpor e coletivizar a realidade dos internos por meio de um material audiovisual ou jornalístico na mídia local, impossibilitavam consequentes alterações acerca de perspectivas externas relacionadas as pessoas em processo de reabilitação. Como resultado, para a criação do produto estabelecemos um processo de comunicação capaz de ressaltar as especificidades da comunidade e estabelecer o protagonismo, representação e participação na atividade de produção em comunicação. O trabalho desenvolvido em conjunto com os sujeitos em reabilitação, assim como todos aqueles imersos em seu cotidiano, assumiu a alcunha de comunicação comunitária. Tratando-se, de acordo com Peruzzo (2006, p. 02), de  (...) uma forma de expressão de segmentos excluídos da população, mas em processo de mobilização visando atingir seus interesses e suprir necessidades de sobrevivência e de participação política . </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo principal do webdocumentário  Casa do Pai: a reabilitação através da fé é apresentar a realidade dos dependentes químicos que estão em processo de reabilitação na instituição de apoio Casa do Pai, com o intuito de demonstrar como a crença é utilizada como ferramenta de suporte para o resgate social destes indivíduos. Além disso, o webdoc possui igualmente a intenção de documentar e conceder meios para a representação e protagonismo destes sujeitos nos espaços de comunicação, assim como garantir suprir as necessidades de participação e integração midiática e social no Estado. Para tanto, o projeto audiovisual apresenta depoimentos dos internos na instituição e de outros voluntários que se encontram habitualmente imersos no contexto da casa de reabilitação. Em um processo realizado em conjunto entre os acadêmicos do curso de comunicação e os protagonistas do vídeo, a atividade de desenvolvimento e construção do webdoc assumiu a alcunha de um produto de comunicação comunitária concebido como,  instrumentos para uma educação popular, como alimentadores de um processo educativo transformador (KAPLÚN, 1985, apud PERUZZO, 2006, p.03).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A escolha por produzir um webdocumentário encaixava-se dentro de um dos requisitos para aprovação na disciplina de Jornalismo Comunitário no Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Roraima. A produção deveria seguir os critérios estudados em sala de aula, que definiram a comunicação comunitária, e transpostos para um produto capaz de elencar e levar protagonismo, representação e integração comunicacional para uma comunidade distante do cotidiano comum de muitos cidadãos. Para a seleção do tema, a equipe analisou as possibilidades de como deveria ser trabalhado o assunto e qual a sua relevância para a sociedade. Quando, enfim, a história de resgate social e tratamento de dependentes químicos por meio da crença religiosa na instituição Casa do Pai, sobressaltou-se aos olhares jornalísticos dos acadêmicos e o meio audiovisual foi o selecionado para discutir o cenário encontrado. O documentário é uma forma de preservar as memórias e relatos vividos por personagens reais que contribuem para a construção social, tendo um papel importante na educação e na humanização das pessoas. Segundo Penafria (2009, p. 78),  [...] Só por si o documentário é um termo que arrasta consigo um peso: a obrigação de representar a realidade . Nesse tipo de produção abordar uma situação delicada requer muita cautela e ética, pois estamos lidando com histórias e emoções de pessoas que tornam a prática jornalística um grande desafio. Pensado como um meio capaz de viabilizar a representação e o protagonismo das pessoas em reabilitação na Casa de apoio, assim como os voluntários imersos naquela realidade, o webdocumentário foi hospedado em uma plataforma online para melhor divulgação do conteúdo e compartilhamento do material  já que as produções do Curso tem acesso restrito a grade de programação da TV Universitária. Contudo, como o acesso a internet na comunidade também é restrito, o vídeo foi disponibilizado por meio de DVDs e Pendrives como forma alternativa de compartilhar o conteúdo para aqueles sem acesso à rede de computadores. Dessa maneira, mesmo entre aqueles sem acesso ao ciberespaço à coletivização e visibilidade do material vis estas estratégias possibilitou alcançar sujeitos constantemente excluídos da participação nos atuais sistemas de comunicação. A participação dos internos no decorrer do processo de produção do webdocumentário possibilitou a construção de uma comunicação popular e participativa no qual as pessoas em reabilitação foram ao mesmo tempo protagonistas, produtores e consumidores  representando suas características e cotidiano não a partir de uma visão exterior, mas de forma a compartilhar seus próprios significados utilizando de linguagens e signos comuns a todos na casa de apoio. Gilberto Gimenez (1979, p. 60) entende essa atividade tal qual chamada de comunicação popular como algo que  implica a quebra da lógica da dominação e se dá não a partir de cima, mas a partir do povo, compartilhando dentro do possível seus próprios códigos (GIMENEZ, 1979, apud PERUZZO, 2006, p.03). Com isto posto, o produto permitiu a participação das pessoas em reabilitação em uma atividade comunicacional nascida em seu próprio espaço e o registro das memórias dos indivíduos entrevistados, bem como suas trajetórias e biografias. O audiovisual possibilitou a protagonização desses mesmos sujeitos, tanto no material final quanto na produção, e oportunizou a representação da realidade dos internos. Por consequência disso e pela a representatividade dada às pessoas em situação de reabilitação o material foi hospedado em uma plataforma mundialmente acessada no ciberespaço e posteriormente, após a divulgação do material, percebemos a mudança da significação e do imaginário social acerca de dependentes químicos. Portanto, como afirmou Thompson (1998, p. 20)  (...) os meios de comunicação são rodas de fiar no mundo moderno e, ao usar estes meios, os seres humanos fabricam teias de significação para si mesmos .</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A equipe responsável pela produção do webdocumentário foi formada por acadêmicos do Curso de Comunicação Social  Jornalismo que atuaram em parceria com a Agência de experimentação jornalística, Rede Amazoom, da Universidade Federal de Roraima. Para a construção desse material os discentes entraram em contato com a Igreja da Paz, instituição responsável pela criação e administração do Projeto Amor Incondicional, popularmente conhecido como Casa do Pai. Após o primeiro contato, a equipe agendou uma série de reuniões com os representantes da igreja e com os internos, com o intuito de apresentar a proposta do webdocumentário. Posteriormente à permissão de filmagem, foram agendadas reuniões para decidir a forma de trabalho com o grupo na comunidade, em conjunto com os voluntários e internos que participaram das gravações. Foi somente depois do primeiro contato com a realidade das pessoas em reabilitação e com os sujeitos imersos em seu contexto que os acadêmicos notaram a necessidade de estruturação de uma ferramenta de comunicação capaz de alavancar a representatividade e protagonismo adequados àquelas pessoas. Assim, o registro e consequente documentação daquele cenário, e logo a democratização do conteúdo para pessoas que precisassem de informações quanto à realidade lá encontrada, permitiu atacar esses problemas. A captura de imagens foi realizada na comunidade terapêutica Casa do Pai, localizada na região Água Boa, em Boa Vista-RR. Para captar as imagens em vídeo foram utilizadas duas câmeras profissionais NIKON modelo D7000 e duas lentes NIKON, uma 50mm f1.8 e outra 28mm f2.8 e um tripé de apoio SLIK PRO 500DX. O objetivo era obter uma melhor captação de imagens com desfoque do plano de fundo dando ênfase na expressão e aperfeiçoamento estético dos entrevistados, conforme postulado por Squirra (2004). Utilizamos também, um microfone lapela SONY conectado diretamente na câmera em todas as filmagens para manter o mesmo padrão de áudio. Para edição dos vídeos foi utilizado o Adobe Premiere. Foram aproveitadas, na produção do documentário, durante as narrativas, partes do vídeo do YouTube  Casa de Recuperação Recomeçar Catanduva-SP 2013 . Para melhor divulgação do webdoc a equipe hospedou o material no canal do YouTube da agência experimental de comunicação Rede Amazoom e similarmente disponibilizou o vídeo no site  Rede Amazoom e em suas redes sociais. O compartilhamento do produto em diversas plataformas segue ideias que compreendem os sites e redes sociais como meios de comunicação muito mais interativos, permitindo o contato e proximidade com os usuários e o aproximando das características que definem o exercício do ciberjornalismo como: hipertextualidade, multimidialidade, interatividade, memória, instantaneidade, personalização e ubiquidade (CANAVILHAS, et al, 2014). Já as redes sociais virtuais serviram para a divulgação do conteúdo, considerando que o material é muito extenso para ser compartilhado completamente nas redes, foram inseridas pequenas chamadas que direcionavam o consumidor ou para o canal no YouTube, onde o vídeo poderia ser encontrado, ou para o site da equipe Rede Amazoom, responsável pela coletivização desse material. As redes virtuais, nesse caso, são importantes ferramentas para estabelecer a conexão com os usuários, como evidência Ferrari (2015, p. 21):  Hoje, o provedor não importa, o que importa é achar o que procuro e ser achado nas redes sociais . O espaço externo do sítio da Igreja da Paz foi o cenário escolhido para serem feitas as imagens com a paisagem da natureza desfocada no fundo. É possível ouvir o som do vento e o canto dos pássaros. A intenção de escolhermos esse local é mostrar onde os internos ficam durante o tratamento e o sentimento de paz e tranquilidade que o lugar transmite. No decorrer da gravação, várias pessoas integradas ao cotidiano na comunidade se dedicaram a participação do projeto. Muitos com histórias distintas, porém marcadas pelo mesmo problema e afastamento social ocasionado pela dependência química. Eles falaram sobre o seu primeiro contato com as drogas, como se tornaram dependentes, a luta em lidar com a desintoxicação e as dificuldades das famílias que também sofrem e são muito afetadas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como exposto antecipadamente,  Casa do Pai: a reabilitação através da fé é um projeto audiovisual no formato de um webdocumentário voltado para plataformas digitais e disponibilizado na plataforma YouTube e nas redes sociais e site da agência de comunicação e experimentação em jornalismo Rede Amazoom, do curso de Comunicação Social da UFRR. O título da produção remete ao nome da instituição de reabilitação,  Casa do Pai . Já o subtítulo,  A reabilitação através da fé , faz referência à forma de tratamento utilizada como apoio na recuperação e resgate social dos internos apresentados no material, que tem duração de 14 minutos e 34 segundos. O grupo de acadêmicos responsável pelo trabalho saiu da cidade de Boa Vista, capital do Estado de Roraima, por volta das 8 horas e 20 minutos da manhã, chegando por volta das 9 horas ao sítio da Igreja da Paz, local cedido para a realização do projeto Casa do Pai. No local os alunos puderam presenciar a chegada dos familiares, que são levados até o local por um ônibus fretado, e sua recepção calorosa pelos internos que passam mais de 15 dias sem vê-los. Após este momento de reencontro, todos seguiram para um salão, onde foi realizado um culto. As discentes Vanessa Brito e Ariene Lima ficaram encarregadas de entrar em contato com os entrevistados, Luiza Lizliê foi a responsável por realizar o diálogo e entrevistas que seriam posteriormente registrados em audiovisual, Geziel Araújo e Giovani Oliveira foram incubidos de efetuar a captura de imagens de todos os internos, familiares e dos arredores da casa de apoio, imagens que seriam utilizadas no webdocumentário, além de conteúdo extra que ficaria disponível caso houvesse necessidade. Os acadêmicos, Robson Moreira e Bryan Araújo, não estiveram no local no dia das gravações, no entanto suas contribuições vieram de outras maneiras, Robson realizou a narração do documentário e Bryan a construção teórica metodológica que acompanharia o produto, desde seu projeto iniciado em sala de aula até a finalização do trabalho com os internos, além de ser responsável pela divulgação do material. O webdoc foi disponibilizado na parte jornalística do site Rede Amazoom (www.redeamazoom.org) e também no canal do YouTube do portal, para melhor compartilhamento e coletivização do material. O conteúdo liberado no ciberespaço tenciona o uso das ferramentas digitais que proporcionam maior interação com outros usuários, desta maneira a equipe estaria ciente da repercussão do vídeo e da recepção dos consumidores quanto às histórias apresentadas. Inserido neste meio, o material também poderia facilmente ser acessado pelos familiares dos sujeitos em reabilitação com acesso à internet quando tivessem vontade de ver e lembrar o protagonismo dos internos na casa de apoio. Ademais o vídeo pode ser baixado em um dispositivo eletrônico ou gravado em um DVD para divulgação e permanência na comunidade. Logo, concordamos com a visão de Jenkins (2009) acerca da  cultura de convergência ao referir-se a integração e conexão entre os novas tecnologias da informação. Segundo ele,  na cultura da convergência as velhas e as novas mídias colidem, nela a mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis" (JENKINS, 2009. p. 29). A plataforma Rede Amazoom que abrigou a produção é um projeto que objetiva acima de tudo democratizar e sistematizar o vasto e pouco explorado espaço sociocultural da Amazônia e Caribe. Para isso, o projeto não se limita somente à internet, ela utiliza o ciberespaço como ponto de partida para transpor seu viés a outras mídias e meios abarcando amplamente a diversidade das expressões culturais em suas múltiplas dimensões. O Amazoom define-se como um meio de comunicação alternativa em relação a abordagem da imprensa tradicional, concordando com os preceitos anteriores do webdoc que objetiva a representação, protagonismo e coletivização do material, além de integração dos participantes da Casa do Pai nos processos comunicacionais. Logo, como explica Peruzzo (2006, p. 08)  (...) o que caracteriza o jornal como alternativo é o fato de representar uma opção enquanto fonte de informação, pelo conteúdo que oferece e pelo tipo de abordagem . Foi justamente o que procuramos fazer. O trabalho de reabilitação da instituição tem duração de seis meses. Os internos ficam afastados do meio em que estavam para dar início a um processo de abstinência, no qual eles desenvolvem atividades de cultivo de hortaliças, criação de animais, preparo de refeições e a participação em cultos que ocorrem diariamente. As pessoas em tratamento recebem visitas quinzenais de seus familiares, que participam das atividades da Casa ajudando no processo de reinserção social. Atualmente, a instituição Casa do Pai atende apenas homens. Ao recolhermos os depoimentos dos internos e de seus familiares, foram observados não só a sua relação com a fé, mas também, o drama que os dependentes e suas famílias passaram ao longo do envolvimento com as drogas e durante o processo de desintoxicação. Todos se emocionaram ao relembrar do estado como chegaram à Casa do Pai e do resultado que eles mesmos identificaram no decorrer do tratamento. Alguns relataram que antes de começar o tratamento estavam numa condição desumana, dominados pelo vício, enquanto outros não tinham mais nenhuma perspectiva de vida. Quando questionados sobre como entraram no mundo das drogas, as respostas eram recorrentes: a influência de amizades, a curiosidade e a convivência com pais que também já tiveram envolvimento com as drogas. Notou-se durante os relatos que para os internos a maior dificuldade é assumir pra si mesmos o estado de dependência química. Muitos deles acreditavam que tinham autocontrole e que poderiam parar com o consumo de drogas a qualquer momento. Todos os internos entrevistados estavam bem conscientes da sua condição de dependência e da sua necessidade de tratamento, pareciam calmos e confiantes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O webdocumentário  Casa do Pai: a reabilitação através da fé teve a finalidade de mostrar para a sociedade o cotidiano dos dependentes químicos, que utilizam a fé para conseguirem deixar a dependência das drogas ao passar pelo processo de reabilitação na comunidade terapêutica Casa do Pai. Nesse projeto percebemos que as famílias exercem uma grande influência na recuperação dos dependentes, tendo um papel fundamental durante o tratamento. Com isso, os internos acabam tendo a autoestima elevada, algo que ajuda muito na recuperação. No estado de Roraima existem apenas três unidades que oferecem o tratamento prolongado aos dependentes químicos, que são: Fazenda Esperança, Casa do Pai e a Unidade de Acolhimento, que faz parte da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). Os vídeos produzidos foram disponibilizados de duas maneiras principais, uma no site Rede Amazoom, responsável pelo armazenamento do material, assim como coletivização do conteúdo para inúmeras pessoas através das plataformas online. A outra maneira foi a gravação do webdoc em mídias físicas como DVDs e pendrives, para compartilhamento na instituição Casa do Pai, mostrando a representação e protagonismo dos internos, além de servir como ferramenta para evidenciar os danos que as drogas podem causar na vida das pessoas, e que muitas vezes acaba não sendo mostrado nos meios de comunicação. O produto final resultou de uma construção conjunta entre os internos, seus familiares e voluntários da Casa do Pai com o apoio das ferramentas digitais tecnológicas e habilidades dos acadêmicos do Curso de Comunicação Social para registrar a realidade desses sujeitos, assim como oportunizar o protagonismo e representatividade de pessoas comumente ocultadas da abordagem da imprensa local. O webdoc é um dos bons exemplos da parceria entre mídia e comunidades carentes excluídas das atividades comunicacionais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CANAVILHAS, João; SALAVERRÍA, Rámon; ROST, Marcos et al. Web jornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã, 2014. Disponível em: Acesso em: 22 de novembro de 2017.<br><br>CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2003.<br><br>FERRARI, Pollyana. A Força da Mídia Social. 2 ed. São Paulo: Editora Estação das Letras e Cores, 2015.<br><br>JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. 2 ed. São Paulo: Editora Aleph, 2009.<br><br>LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.<br><br>PENAFRIA, Manuela. O Paradigma do Documentário, António Campos, Cineasta. Outubro de 2009. Disponível em: http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/20110819- penafria_manuela_paradigma_doc.pdf <acesso em: 10.08.2017><br><br>PERUZZO, Cicilia. Revisitando os conceitos de comunicação popular, alternativa e comunitária. Intercom  Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2006.<br><br>SQUIRRA, Sebastião. Aprender telejornalismo: produção e técnica. São Paulo: Brasiliense, 2004.<br><br> </td></tr></table></body></html>