ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00390</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O farelo: Sobre Exclusão Social, a ausência e a decadência Humana</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;ADRIANE CRIS DA SILVA DE SÁ (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); LEVY GAMA SANTOS (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); INGRYD SOUZA COSTA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); GUSTAVO BRILHANTE MACHADO (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); WANDO LUIS COSTA E COSTA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); GERSON ANDRÉ ALBUQUERQUE FERREIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ausência, Exclusão social, Expropriação, História em quadrinhos, Pecuária</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> <div align="justify"> O trabalho exposto apresenta uma crítica das heranças socioculturais deixadas pelo extrativismo e pelo latifúndio por meio da narrativa em HQs. A proposta está marcada por uma definição e tendências própria dos HQs que incorporam as temáticas sociais, não como forma de exaltação de símbolos ou marcas históricas oficiais e comemorativas, mas da experiência vivida no interior dessas realidades. A crítica leva em conta as marcas políticas e sociais presentes na formação das oligarquias do estado do Amazonas. Sofrimento, brutalidade e a ausência são marcas centrais desse trabalho, pois capazes de expressar todas as negações possíveis dessa realidade histórica. Negações que compõem um quadro de sensações e experiências próprias daqueles que viveram na Amazônia de 1950 a 1970, contexto da expansão das fronteiras cujo vetor principal foi à pecuária. </div> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Apresentar a experiência local característica da pecuária e do latifúndio no estado do Amazonas, por meio das HQs é propor uma narrativa histórico/crítica/artística sobre a realidade indagando-a, sobretudo, a forma violenta como se deu essa experiência que inclui marcas profundas da exclusão social. O produto apresentado diferencia-se por uma tendência HQs que incorpora temáticas sociais, não como forma de exaltar símbolos ou marcas históricas oficiais e comemorativas, mas da experiência vivida no interior dessas realidades. Especialmente, experiência de homens e mulheres utilizadas como mão de obra precarizada que os  conservou brutalmente por meio do trabalho análogo ao trabalho escravo.<br>O produto marca pelas HQs a criação do coletivo articulado nos campos: comunicação social e arte visual. Seu objetivo é construir produtos e experimentações ligadas à literatura, à arte, à historia e à filosofia como base de sustentação de trabalhos.<br>O cenário da história corresponde ao período de 1960 a 1980, período marcado pela expansão da pecuária no estado. Expansão esta que foi potencializada pelo declínio do ciclo econômico extrativista, sobretudo, da essência do pau rosa usado na indústria perfumista europeia. Emergem assim, novos agentes, em sua maioria, grandes comerciantes que sentiram o abalo e o esgotamento da comercialização dos produtos oriundos do extrativismo animal e vegetal. Uma derrocada ocasionada pelo rareamento das espécies comercializadas, brandas fiscalizações do Estado, e especialmente pela substituição estratégica desses produtos por outros equivalentes sintéticos. Foi então que nasceu essa primeira experiência, fecundada pela leitura de  O fungo de Marcio Santana, texto que nos serviu como insigth para a caracterização psicológica do personagem, resultando em uma adaptação extrema que extrapola o ambiente urbano de conto de Márcio Santana, restando somente atormentação própria e delírio contido na (in) existência do protagonista do presente trabalho. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo geral é de apresentar artisticamente uma crítica sobre as heranças socioculturais deixadas pelo extrativismo e pelo latifúndio por meio da narrativa dos HQs. O tema implicado gravita em torno do sofrimento, brutalidade e da ausência como marcas centrais do trabalho, pois são capazes de expressar todas as negações possíveis dessa realidade histórica do latifúndio e da pecuária. <br>Os objetivos especificos são: <br>1)&nbsp;&nbsp;&nbsp; Estimular a criação de um coletivo em HQs e experiências visuais no Laboratorio de Web Design do curos de Comunicação Social do ICSEZ/UFAM;<br>2)&nbsp;&nbsp;&nbsp; Propor um diálogo experimental entre a área de comunicação e as artes visuais por meio de temáticas amazônicas;<br>3)&nbsp;&nbsp;&nbsp; Replicar os produtos como possibilidades pedagógicas nas escolas locais.<br></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Tornar compreensíveis as relações e processos históricos que erigiram uma base social desigual no Estado do Amazonas, por si, já dota o trabalho de uma justificativa plausível. Justificativa reforçada quando nessa intenção ajusta-se a proposta de compor a revisitação histórica por meio de um arranjo metodológico interdisciplinar, que inclui um diálogo, entre estudantes de artes visuais e de comunicação social, agrupados por um interesse comum em produzir uma narrativa em HQs.<br>Inclui-se também como justificativa a ideia do trabalho coletivo como procedimento metodológico capaz de incluir fecundamente experiências locais diversas que fazem parte dessas distintas, mas complementares formações dos discentes. Tal experiência pode ser compartilhada ainda, por alunos e professores do ensino fundamental e outros interessados em ler de forma espontânea uma critica visual composta artisticamente pela versatilidade das narrativas das QHs. Além disso, abre uma interessante janela para a produção de quadrinhos relacionados à história cultural da Amazônia em uma perspectiva crítica. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção da história em quadrinhos Farelo iniciou a partir de uma ideia proposta em sala de aula na disciplina História e Cultura da Amazônia. Inicialmente, a ideia foi ilustrar o livro  O Fungo que mais tarde potencializou uma nova criação, por esse motivo a ideia inicial tomou outros rumos, então, optou-se por escrever uma ideia original, diretamente em um roteiro aberto, mais conhecido como argumento, para assim organizar as falas caso houvesse, e cenas da situação a ser contada.<br>Materiais<br>Os materiais utilizados foram: o lápis para esboçar os desenhos, e em sua arte-final a caneta nanquim para a arte em linhas, além da tinta nanquim com pincel para o preenchimento de grandes áreas de contraste, as pranchetas de desenho como suporte para execução da arte. A composição dos desenhos foi efetuada sobre papel sulfite formato A3 (tamanho 29,7 cm x 42 cm) de gramatura 75g/mm. O Computador e software de edição de imagens foram utilizados no processo de edição final do comic book. Para fundamentar o conteúdo partiu de pesquisa sobre contexto histórico, combinado com do uso de referencias para a construção de ambientes e das composições presentes nas ilustrações. Para os ajustes e afinamentos do trabalho foram combinados encontros regulares para discussão e orientação sobre o conteúdo, roteiro e análise das ilustrações. <br>Etapa 1:<br>O argumento foi proposto por motivo de sua forma escrita possibilitar maior liberdade descritiva e de experimentação literária, fornecendo liberdade tanto à roteirista com sua inspiração em propor cenas e acontecimentos da história, como ao ilustrador para decidir planos e ângulos de cena. Por decisão do grupo, nesse caso, não se construiu diálogos de personagens para que a roteirista focasse somente no tema proposto. Sempre houve reuniões em grupo para montar tópicos a serem abordados pela roteirista ao desenvolver o roteiro, respeitando cenas possíveis de ilustrar. No grupo foi sugerido que na estrutura final da história em quadrinhos não haveria balões de fala, e sim recordatórios como guia de imersão na história.<br>Etapa 2:<br>Um passo paralelo ao roteiro foi estudar as características psicológicas de cada personagem para que houvesse uma demonstração na descrição de cada cena. <br>Etapa 3:<br>Após o roteiro pronto, reuniu-se com o ilustrador. O papel do ilustrador foi crucial para se encontrar as características estéticas de cada personagem. O ilustrador iniciou seus estudos a partir do roteiro e das discussões sobre cada personagem.<br>Etapa 4:<br>Apresentou propostas para cada personagem, estas foram analisadas e selecionadas com todo cuidado para não destoar da proposta.<br>Etapa 5:<br>Selecionadas as propostas estéticas, o ilustrador passou a construir estudos gestuais para cada personagem, montando seus model sheets (folha de modelos). Os model sheets são estudos gráficos, desenhos de cada personagem, nele o ilustrador desenha todas as possíveis poses e ações que a personagem possa demonstrar na história além de sua aparência. Vale ressaltar que as propostas estéticas dos personagens selecionadas são desenhos com seus traços de esboços visíveis ainda que arte-finalizados, não se apagaria os traços de lápis ao fundo. Característica essa que ajudaria à composição elucidar com melhor presteza a proposta da história.<br>Etapa 6:<br>Realizados os estudos gráficos, seguiu para as ilustrações dos quadrinhos, neste passo entra o rafista. O rafista propôs rascunhos para as composições das cenas, a fim de facilitar os estudos para o ilustrador.<br>Etapa 7:<br>Este passo denomina-se roteiro ilustrado, ou storyboard. Os rascunhos vislumbram compor as cenas estabelecendo planos e ângulos. Para não cercear os processos criativos de ambos, rafista e ilustrador, foi solicitado para realizarem seus desenhos, mesmo seguindo o esquema do roteiro, propusessem novas cenas, caso percebessem que as cenas poderiam ter mais ilustrações para serem explicadas as sequências roteirizadas. O rafista propôs uma ideia inicial de layout para cada página, as tumbnails ou miniaturas deram um panorama de como poderiam ser alocados os quadros na página. As ilustrações foram realizadas partindo dos esboços propostos pelo rafista.<br>Etapa final:<br>O passo seguinte foi diagramar todo o trabalho, para isso o diagramador foi acionado na equipe. Um escâner A4 foi utilizado para digitalizar todas as ilustrações. No processo digital o tratamento das imagens foi feito em software de edição e tratamento, no caso o software Photoshop. No mesmo software foram feitas as diagramações dos requadros e inserções do texto. A obra possui arte de capa desenhada e arte-finalizada em processo tradicional, e sua colorização é digital. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">É importante mencionar que o produto é a versão condensada de uma experiência bem maior que originalmente ultrapassa o limite de sessenta páginas com finalidade de enquadrar-se como padrão livro (comic book). <br>Essa condensação ocorreu devido à limitação do envio do material estipulado&nbsp; pelo edital do evento. Embora a limitação não tenha representado uma descaracterização uma depreciação do trabalho, pois essa condensação foi pacientemente dialogada com o grupo que em processo de edição optou por escolhas partes essenciais do roteiro construído, além das interferências artísticas feitas pelos ilustradores e no processo de edição que inclui a diagramação e formatação. <br>A composição foi articulada com o conteúdo de duas disciplinas ofertadas no primeiro semestre de 2018. As disciplinas forma Sociologia da Comunicação e Historia e Cultura da Amazônia, ministrada pelo Professor Doutor Gerson André Albuquerque Ferreira do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Amazonas que atuou como orientador do trabalho aqui apresentado. O trabalho é resultado da reunião de esforços de discentes de Comunicação Social, discentes de Artes Visuais, e o artista e Técnico em Webdesign do curso de Comunicação Social que também atuou no roteiro e nos desenhos combinando técnica/arte/comunicação. Posteriormente foi submetido para apreciação aos membros do Colegiado do Curso de Jornalismo que o aprovou para submissão ao INTERCOM Norte 2018. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O produto brotou de uma primeira tentativa em marcar das HQs a criação um coletivo articulado entre os campos da comunicação social e da arte visual. O objetivo principal do coletivo é de construir produtos e experimentações ligadas aos campos da literatura, da arte, da historia e da filosofia como base de sustentação dos trabalhos. Foi então que nasceu essa primeira experiência, fecundada pela leitura do texto  O fungo de Marcio Santana que nos serviu como impulso para situar sua caracterização do personagem em uma adaptação que extrapola o ambiente urbano de seu conto, restando somente a atormentação própria de seu personagem central que encontra no delírio a sua salvação de toda violência impregnada na realidade da pecuária no Estado do Amazonas cujas cercas mantiveram homens embrutecidos e expropriados em seu corpo e sua subjetividade que desumanamente foi ignorada e trancafiada e silenciada. Desse silencio, desse embrutecimento e dessa ausência foram construidas todas as ilustrações.<br>Funciona como uma tentativa de expor e narrar visualmente a desigualdade extrema produzida pelo latifúndio e pela pecuária. É importante destacar que esse núcleo extraído do conto de Marcio Santana incorpora experiências literárias brasileiras importantes, como Vidas Secas de Graciliano Ramos, O quinze de Rachel de Queiroz, Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa e Euclides da Cunha. As três primeiras obras já traduzidas em HQs.<br>A escolha das HQs foi dada por ser uma atividade versátil e criativa que&nbsp; utiliza recursos variados, agrupando metáforas, onomatopeias, e uma estrutura narrativa apresentada por meio da mensagem icônica e linguística, balões de diferentes tipos, letras com espessuras diversas ligadas a ações e sentimentos expressivos pelos personagens. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CUNHA, Euclides da. Um paraíso perdido: Reunião dos ensaios Amazônicos.<br><br>FIELD, Syd. Manual do roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.<br><br>GOMES, L. F. Cinema nacional: caminhos percorridos. São Paulo: Ed. USP, 2007.<br><br>MANTOVI, Primaggio. Roteiros e criação de personagens: concepção e execução: HQ  cine  tv. São Paulo: Criativo, 2014.<br><br>MARTINS, José de Souza. O cativeiro da terra. São Paulo: Editora Contexto, 2010.<br><br>QUEIROZ, R. O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004.<br><br>RAMOS, Paulo. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009.<br><br>ROSA, Guimarães. Grande Sertão Veredas, Os Sertões Com o vaqueiro Mariano (1947).<br><br>SANTANA, Márcio. O fungo. 1ª edição. Publicação independente, 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>