ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00414</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Pérolas Negras do Vale do Guaporé</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Glenda Isllossy Leocádia (Universidade Federal de Rondônia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;cultura, foto, quilombo, Pimenteiras do Oeste-RO, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente artigo é resultado de projeto experimental de conclusão de curso de Jornalismo. Além de contextualizar historicamente a associação quilombola de Pimenteiras do Oeste  RO, o trabalho aborda por meio de fotografias os pioneiros quilombolas, a origem da cidade, bem como hábitos, memórias e costumes desse povo. Os registros fotográficos lançaram mão de teorias e técnicas apreendidas ao longo do curso, em especial nas disciplinas específicas de fotografia e, dessa forma, eternizar imageticamente a vida simples dos quilombolas que vivem do Vale do Guaporé. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Pimenteiras do Oeste, que de acordo com o IBGE (2015) tem 2.424 habitantes, pode ser considerado, portanto, o município com a menor população do estado de Rondônia. Geograficamente está localizado às margens do rio Guaporé, na fronteira com a Bolívia, e foi emancipado em 27 de dezembro de 1995. Segundo o website oficial da Prefeitura de Pimenteiras do Oeste e de moradores pioneiros a cidade surgiu com a fuga de escravos provenientes do quilombo do Piolho ou Quariterê, assentados originalmente em Vila Bela da Santíssima Trindade  Mato Grosso. Esses fugitivos se abrigaram às margens do rio Guaporé, dando origem à comunidade quilombola que posteriormente viria a ser a cidade de Pimenteiras. A colonização da região, então, foi consequência das ocupações negras no seringal de Santa Cruz, colocando em contato a cultura dos ex-escravos com culturas de indígenas, constituindo assim novas famílias identitárias, ainda que não de maneira uniforme. Enquanto uns surgiram de fugas, outros foram criados por alforriados ou libertos que herdaram lotes de seus antigos senhores. Foi graças aos antepassados negros do Vale do Guaporé que o quilombo de Pimenteiras brotou, e foi através do sentimento de sofrimento e escravidão que estas pessoas fizeram as suas histórias no Vale. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Esse projeto surgiu com a intenção de, por meio das fotografias, contar o processo de habitação da cidade de Pimenteiras do Oeste, bem como a sua origem graças aos pioneiros descendentes de escravos que fugiram dos quilombos de Vila Bela da Santíssima Trindade (MT). Também foi objetivo do trabalho garantir, nessas fotos, a memória da vida simples e dos costumes dos quilombolas que vivem no Vale do Guaporé. O material obtido permitiu entender como a permanência - e a resistência- dos quilombolas na região se fez necessária para constituir essa comunidade enquanto povo em busca de como se tornar patrimônio cultural.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Escolheu-se a modalidade fotojornalismo por ela tornar possível mirar-se através das fotografias e contemplar as sensações retratadas, estimular o reconhecimento e a preservação da identidade e da cultura quilombola, ajudando a manter vivas estas manifestações. Explica Passos (2012) que a fotografia exprime sentimentos, sensações e é por meio da visão excêntrica do fotógrafo que a imagem passa a mensagem na qual está inserida. Para o autor a fotografia permite retroceder no tempo ao se permitir fotografar uma imagem, ainda que só seja possível memorizar imagens se elas forem minimamente fotografadas. O papel da fotografia  além de gravar imagens, momentos e fatos  é contar ou narrar histórias sobre as pessoas de um determinado lugar. Por isso Sontag (1977) contextualiza que as fotos tem um processo figurativo como se fosse um passo a passo que estimula o olhar do receptor. Por estarem presentes em todo o cotidiano, as fotografias acabam inseridas no convívio das pessoas, e participam diretamente da partilha social dos grupos que as criam, representando  até certos limites, já que pode existir desconfiança sobre o retrato por diversas razões  fielmente fatos que não poderiam ser compartilhados no grupo caso não fosse por meio de uma foto. Para Passos (2012), o termo fotojornalismo é uma junção de significados: é possível, pelo jornalismo, narrar histórias; e por meio da fotografia torna-se possível memorizar fatos, ressaltando que apesar dos avanços nas tecnologias de equipamentos fotográficos não se pode negar a influência e a importância da ótica do profissional. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para fotografar foram utilizadas duas câmeras: uma Nikon D3100 equipada com lente 18:55mm e a Canon T5i lente 18:55mm. As fotos todas foram tiradas no modo manual e a maioria das imagens possui enquadramento simétrico. Foi agregado também o aprendizado obtido em sala de aula acerca das técnicas da fotografia. Foram realizados em software de tratamento de imagens: ajustes de nitidez, brilho, níveis de cor ou luminosidade, bem como correções de cor, quando a imagem necessitou de tais alterações. Várias imagens também passaram pelo processo de conversão para preto e branco. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro fotorreportagem Pérolas Negras do Vale do Guaporé é composto por 60 páginas e contém 46 fotografias e 10 páginas de texto contextualizando a origem da cidade e o relato de experiência de campo A escolha das imagens foi realizada por meio de critérios subjetivos, privilegiando as personagens memoráveis da comunidade da Santa Cruz. Um destaque especial deve ser dado ao evento do dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, devido à importância que a data recebe da parte dos quilombolas. Para esse evento específico a seleção de imagens também buscou evidenciar as partilhas de comida, objetos, e assistências entre os quilombolas. As imagens também foram separadas em dois grupos: as que foram convertidas para preto e branco e as que foram mantidas coloridas. Dentre o grupo de fotografias coloridas tem destaque o conjunto de retratos, com exceção de algumas poucas imagens, que propositadamente visam dramatizar a pessoa fotografada e não em atentar aos detalhes das fotos. Por meio destas fotografias espera-se que as pessoas percebam e sintam o momento vivido e sentido durante o registro. Objetos: &#8729; pés &#8729; enxada &#8729; corrente &#8729; ferramentas de trabalho &#8729; casa &#8729; fogão &#8729; pratos culinários, etc. &#8729; mãos Personagens reais: Moradores pioneiros que vivem no município: &#8729; Alice Serrath Paes &#8729; Argemiro Leite Fernandes &#8729; Ana de Fátima de Brito &#8729; Hermelindo de Oliveira Brito &#8729; João de Brito &#8729; Tarcísio Pedroso Quintão. O livro também poderá apresentar retratos de personagens secundárias, como por exemplo as crianças da comunidade e moradores não-quilombolas da região de Pimenteiras. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Conclui-se que através da pesquisa de campo que esses pioneiros ainda tentam manter suas vidas, costumes, partilhas e identidades culturais de quando moravam no quilombo em Santa Cruz. Por ser uma forma de documentar essa comunidade que luta para preservar seus traços ancestrais, como forma de manter vivas suas velhas heranças que vem sendo diluídas com o tempo que o projeto aqui descrito tem valor. Por mais que o quilombo rural tenha se tornado urbano, suas práticas foram trazidas para a vida urbana em Pimenteiras. Nota-se estas práticas sejam elas no falar e nos hábitos de quem mora em Pimenteiras há mais de trinta anos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. São Paulo: Ática, 2004. KOSSOY, Boris. Fotografia e História. 2.ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. PASSOS, Lúcio Kükurten dos, Produção de sentido em fotografia  União da Vitória(PR) 2012. SONTAG, Susan, 1977- Sobre fotografia, Editora: Companhia das letras. <br><br> </td></tr></table></body></html>