ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00443</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Opressão: uma fuga do comum</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Luiza Maria Reis Queiroz (Faculdade Martha Falcão- Wyden); Beatriz Agnes Pinto de Melo (Faculdade Martha Falcão- Wyden); Beatriz Silva Goes (Faculdade Martha Falcão- Wyden)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Teorias, industria cultual, propaganda, curta-metragem, ficção científica</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente artigo apresenta a descrição da criação de um curta-metragem de ficção baseado na teoria de recepção na América Latina. O curta-metragem "Opressão: uma fuga do comum" foi desenvolvido como produto final das disciplinas de Linguagem Audiovisual e Teorias da Comunicação do curso de Jornalismo da Faculdade Martha Falcão/Wyden, durante o 2° período no ano de 2017. O enredo mostra uma breve situação do cotidiano do jovem João Morfeu e as propagandas ao redor dele. Nesse sentido, este paper teve como objetivo apresentar o desenvolvimento de todo o processo do filme: desde os primeiros rascunhos, passando pela produção do produto, filmagens e edição final.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A ideia central da produção foi representar a veiculação excessiva de propagandas na internet e em outros veículos de comunicação de massa. A partir da ideia, tratamos de criar uma situação do cotidiano traduzida em um curta-metragem de ficção. O filme mostra a reação de um jovem, aparentemente comum, ao ser envolvido por diversas propagandas de produtos mundialmente consumidos e no que ele sentiu ao se deparar nessa situação. Todo o conteúdo desenvolvido foi baseado na Teoria dos Estudos de Recepção na América Latina, onde a partir da década de 1920, filósofos dedicaram seus estudos à comunicação. Na década de 1960, a América Latina passou a ser representada por pensadores locais, que decidiram estudar a comunicação do território. Com isso, eles poderiam entender de forma mais especifica como a mídia influencia na cultura latino-americana. Por conta disso, o Centro Internacional de Estudos Superiores de Periodismo para a América Latina (Ciespal) foi fundado para desenvolver esses estudos, que focavam na diversidade das culturas e no poder que era exercido sob elas. Durante o estudo do tema proposto, destacamos o trabalho do espanhol Jesús Martin Barbero, visto que esse estudo tem como referência a América Latina, esclarecendo a recepção de conteúdo. Conforme Barbero, o mundo capitalista gira em torno do estimulo ao consumo, onde todos são vistos como produtos da grande indústria. Este entendimento perpassa a ideia de que a mídia injeta pensamentos fúteis de consumo na população, que tem consciência do que estão consumindo e, ainda assim, propagam o conteúdo por meio de outros veículos. Baseado nisso, o personagem principal do curta-metragem, chamado de João Morfeu, vai apresentar de forma clara a maneira que a grande mídia tenta influenciar o consumidor. Por fim, salienta-se que "Opressão: uma fuga do comum" é uma trama que traz uma reflexão, agonia e doses de humor, tudo isso em uma duração de quatro minutos e vinte e vinte e nove segundos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho buscou produzir um curta-metragem de ficção com a temática dos Estudos de Recepção na América Latina. Para isso, adotou-se como objetivos específicos: (i) aliar os conhecimentos teóricos apreendidos nas disciplinas Teorias da Comunicação e Linguagem Audiovisual do curso de Jornalismo da Faculdade Martha Falcão/Wyden com os conhecimentos práticos postos em ação nessa produção laboratorial e (ii) exercitar a produção de um curta de ficção ao trabalhar com as novas possibilidades desse formato audiovisual.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os estudos de recepção na América Latina se caracterizam pelo estudo do fluxo desorganizado de troca de informações de um país com outro. Entre os teóricos que decidiram analisar essa troca de conteúdo, destaca-se o professor Jesús Martín-Barbero, que desenvolveu a Teoria das Mediações Culturais. Os estudos culturais focavam na diversidade das culturas e no poder que era exercido dentro delas, fato que despertou o interesse do teórico espanhol. Barbero usou a teoria dos meios e mediações para mostrar o modo que os latinos se comunicam. Com isso, a proposta dele é baseada na observação do espaço representativo que fica entre o emissor e o receptor. Segundo Barbero (2002, p.55) o foco das discussões "deve se deslocar dos meios para as mediações, isto é, para as articulações entre práticas de comunicação e movimentos sociais, para as diferentes temporalidades e para a pluralidade de matrizes culturais". Nesse sentido, para Barbero, a comunicação não deve ser pensada apenas a partir dos meios, mas como uma problemática fundamental para se compreender a interação do receptor na sociedade. A intenção do teórico é mostrar como os meios de comunicação, principalmente a publicidade, influenciam e empurram o indivíduo telespectador a se igualar com outras culturas, ou seja, isso acaba beneficiando a indústria global, estimulando a cadeia do consumismo. Dentro desse contexto, a hegemonia nos permite pensar na dominação como um processo entre sujeitos onde o dominador intenta não esmagar, mas seduzir o dominado, que entra no jogo porque parte dos seus próprios interesses será dita pelo discurso do dominador. Vale ressaltar que, para Gramsci apud Escoste (2001, p.99), hegemonia é a "dominação tem que ser refeita continuamente, tanto pelo lado do dominador como pelo do dominado". A influência da mídia é um fator que jamais vai poder ser controlado, pois os meios de comunicação de massa acabam criando a ilusão de que as pessoas se sentem compreendias, porém, elas estão insatisfeitas. Segundo Barbero (2002), com o passar do tempo, os consumidores passaram a ser mais seletivos, consequência do avanço da tecnologia, para se adequar a essa mudança. Por seguinte, esta ficção em vídeo foi criada baseada na teoria formulada por Barbero. Convém ressaltar que o curta-metragem é um pequeno filme - de no máximo trinta minutos - onde a intenção é informar, divertir, ou nesse caso, despertar uma reflexão sobre o consumismo e o excesso de propagandas que induzem a participar de um mundo que não é seu. Entende-se que o melhor modo de representar em ficção os pensamentos do teórico espanhol, seria retratar experiências reais vivenciadas durante o cotidiano, onde o telespectador se identifica. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Opressão: uma fuga do comum" é um filme que retrata uma situação do cotidiano de grande parte da população que é exposta a propagandas, nos parelhos celulares e, também, nas ruas da vida real. O curta-metragem tira o telespectador da zona de conforto, apresentando uma trama baseada nos conceitos dos estudos de recepção na América Latina. Para a realização da obra, que tem duração de quatro minutos e vinte e nove segundos. O processo de criação foi dividido em quatro etapas: a)Coletar ideias. Nesse processo, a equipe realizou um brainstorming, uma técnica de dinâmica em grupo para organizar as ideias e propostas para o curta-metragem. Tudo foi passado para o papel, como um rafe, até que fosse definido, em conjunto, quais assuntos dentro da teoria a obra seria baseada. Após a definição de abordagem, que seria construída a partir dos estudos de Jesús Martín-Barbero, foi necessário realizar uma coleta de informações sobre o assunto. b) Roteiros. O primeiro roteiro foi criado para elencar as principais cenas e construir uma narrativa para a história. A partir disso, a equipe pode definir os principais desafios, prevenir as futuras falhas e elucidar a ideia para o audiovisual com a teoria proposta. Já o segundo roteiro, construído de forma minuciosamente detalhada, encaixou as direções de imagens, ângulos e, até mesmo, pequenas falas do personagem principal e do grupo ao redor. c) Gravações. Após a elaboração do roteiro final, a equipe deu andamento as gravações, que duraram um dia. Foram utilizadas duas câmeras digitais DSLR Canon, modelo T5I, uma delas capturava a visão do personagem, enquanto a outra registrava de forma objetiva o que estava acontecendo ao redor. A intenção principal era mostrar a visão do personagem, ou seja, imagens subjetivas e, para isso, a técnica handycam, conhecida como câmera na mão, foi usada em todas as gravações. Para cenários de gravação, a equipe percorreu corredores, uma sala e o elevador da Faculdade Martha Falcão/Wyden. d) Edição. Foram necessários dois dias para a conclusão do processo de edição, que foi construído por meio programa Adobe Premiere CC. Durante este processo, foi possível adequar um back-timing, para dar a intenção de ação e efeito dramático. Os cortes de imagem forma elaborados para expressar continuidade na cena construída. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curta-metragem tem duração de quatro minutos e vinte e nove segundos. No início do filme, alunos estão mexendo nos celulares, durante uma aula, sendo iluminados com o slide do professor que está ministrando o conteúdo. João Morfeu está dormindo, no momento em que uma garota, que está sentada ao lado dele, deixa um cair um caderno e, com um movimento abrupto da cadeira, desperta o personagem. Ele olha de um lado para o outro ele e percebe que todos no lugar estão distraídos usando os celulares, por isso, ele resolve mexer no aparelho. Morfeu começa a ficar irritado com a quantidade propagandas que aparecem para na tela e acaba jogando o celular contra a cadeira após tantos anúncios fúteis. Nesse momento, o personagem levanta a cabeça e se depara com a sala totalmente vazia. Ele limpa os óculos e, sem não entender o que está acontecendo, levanta e sai da sala. Morfeu está dentro de um sonho, que na verdade, se parece mais com um pesadelo. No corredor, Morfeu começa a ser abordado por pessoas, que o oferecem diversos produtos e roupas. Na tentativa de escapar dos vendedores, o rapaz corre desesperadamente pelo corredor da faculdade, com as mãos na cabeça, tentando bloquear as vozes que estão perseguindo ele. Ao descer escadas, entrar no elevador, percorrer corredores, o personagem se frustra ao chegar em um lugar sem saída e, ao cai de joelhos no chão, se prostra diante de pessoas que estão no local, repetindo a palavra "compre". Nesse momento tudo escurece, o sonho acaba. De volta a sala de aula, o ambiente está escuro, o personagem acorda assustado, levantando a cabeça e olhando de um lado para o outro, observando que grande parte dos colegas de sala ainda estão mexendo nos aparelhos telefônicos e os outros, discutindo com o professor. Morfel tenta relaxar, esfrega as mãos no rosto, junta os materiais, se levanta e vai embora da sala. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O curta-metragem procurou trazer, como citado antes, uma representação do pensamento do teórico Jesús Martin Barbero. Diante disso, foi explorado o cotidiano da maioria dos jovens no século atual, onde a cada momento, eles se deparam com propagandas que estimulam o consumo excessivo de produtos que muitas vezes são desnecessários. Para a produção, foi estudada a influência da cultura de massa sob outros países, a disseminação da cultura, a recepção de conteúdos e, principalmente, a visão do marxista Barbero. Com todas as pesquisas realizadas, a produção se encaixou no que foi idealizado e, o resultado saiu como esperado, fazendo com que o aprendizado contribuísse no desenvolvimento de outras atividades de audiovisual e teorias da comunicação. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBERO, Jesús Martín. Dos Meios às Mediações. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006.<br><br>BARBERO, Jesús Martín. Globalização comunicacional e transformação cultural. In: Por uma Outra Comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003.<br><br>BERGER, Christa. A pesquisa em comunicação na América Latina. In: HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz C; FRANÇA, Vera V. 2. ed. Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis: Vozes Editora, 2001.<br><br>ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Cartografias dos estudos culturais: uma versão latino-americana. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.<br><br>WOLF, Mauro. O estudo dos efeitos a longo prazo. In: WOLF, Mauro. 3. ed. Teorias das comunicações de massa. São Paulo: Martins Fontes, 2008.<br><br> </td></tr></table></body></html>