ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00462</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Os espinhos da rosa</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Paulo Pereira Neto (Universidade Federal do Amazonas); Yasmin Miranda Monteverde (Universidade Federal do Amazonas); Kethleen Guerreiro Rebêlo (Universidade Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Artigo de opinião, Festival Folclórico de Parintins, Jornalismo Opinativo, Opinião, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho foi produzido, como componente da Revista-laboratório Banzeiro, na disciplina de Jornalismo Cultural, do curso de Comunicação Social/Jornalismo, da Universidade Federal do Amazonas, campus Parintins. O referido artigo de opinião visa instigar o senso crítico do leitor em relação ao Festival Folclórico de Parintins e ao mesmo tempo proporcionar uma reflexão sobre os impactos negativos deixados pelo evento.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo Carmo (2006), opinião é um arranjo de crenças, valores e representações do mundo que um indivíduo possui. O jornalismo não se resumi em difundir informações, também possui o direito e dever de opinar. Por meio de uma opinião com fundamentos, os veículos poderão desempenhar seu papel social com o público, trabalhando com transparência e passando credibilidade (CAMPOS, 2002). No Brasil, a gênese do jornalismo opinativo foi marcada pela produção monolítica, ou seja, confeccionado por uma única pessoa, e gerando a disseminação de uma única opinião em todo veículo. O Correio Brasiliense, primeiro periódico brasileiro, é um exemplo, tendo sua parcela opinativa fabricada por Hipólito da Costa, na Inglaterra (MELO, 2003). A opinião é levada aos leitores por meio dos gêneros opinativos, vistos como uma reunião de pontos de vista sobre um assunto (MELO; ASSIS, 2016). Os textos desse gênero permitem proferir uma posição perante os fatos, na tentativa de convencer o leitor de que esse julgamento é o mais próximo do correto ou adequado. Utilizando a classificação de Marques de Melo, os gêneros opinativos estão dispostos da seguinte forma: editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, caricatura, carta e crônica. Sendo a categoria "artigo" a destacada neste trabalho. O artigo de opinião "trata-se de uma matéria jornalística onde alguém (jornalista ou não) desenvolve uma ideia e apresenta sua opinião." (MELO, 2003, p. 121). Este possui duas propriedades: a atualidade  tratando de um fato atual, não necessariamente recente, mas que esteja presente no cotidiano da sociedade. E a opinião, devendo ser apresentada por meio de argumentos, norteando o leitor para reflexões sobre o assunto (MELO, 2003 apud ANTUNES, 2009). Portanto, por meio da discussão feita acerca do artigo de opinião e suas características, percebeu-se a importância de usar tal gênero para aborda o Festival Folclórico de Parintins, um evento de grande relevância para todo o estado do Amazonas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A finalidade do artigo consiste em expor os impactos negativos ocasionados pelo Festival Folclórico de Parintins, sendo um megaevento que modifica diretamente a vida da população parintinense em aspectos sociais, econômicos e ambientais. E objetiva-se também causar uma reflexão nos leitores perante os argumentos apresentados, permitindo-os desenvolver um olhar crítico para com o festejo. E ainda, pôr em evidência assuntos não divulgados pela mídia e ignorados pelas autoridades e habitantes da cidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Festival Folclórico de Parintins é uma das mais importantes manifestações culturais do país. Realizado nos três últimos dias do mês de junho, o festejo marca a disputa dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso na arena do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, popularmente conhecido como Bumbodrómo, o espaço físico palco da festa. Nas noites de festejo, os bumbás vislumbram os olhos dos visitantes com apresentações que fundem a cultura regional com as tradições do bumba-meu-boi nordestino. Estas serão avaliadas por jurados específicos que após os três dias de apresentação, divulgarão o boi vencedor. Pela sua riqueza em danças, músicas e fantasia, a festa ganhou atenção da mídia, do governo e de patrocinadores. Hoje, deixou de ser uma simples brincadeira local e reúne todos os anos milhares de turistas de várias regiões do Brasil e do mundo destinados a apreciar o evento. Em decorrência do festival, a ilha tupinambarana e seus habitantes sofreram grandes mudanças. Graças ao evento, o desenvolvimento urbano chegou à Parintins. Na infraestrutura, a paisagem da ilha modificou-se com melhorias nas ruas, locais públicos, hospitais, escolas, a abertura do porto e aeroporto e a construção do Bumbodrómo, o símbolo da festividade. O artista parintinense ganhou visibilidade, podendo expor seus trabalhos mundo a fora, contribuindo para divulgação da cultura popular. A economia cresceu com a vinda de turistas, a geração de renda aumentou principalmente no que se refere a hotéis e serviços de alimentação e transporte. O município interiorano ganhou contornos de cidade grande. Entretanto, o custo do progresso advindo da popularidade do festival é alto. A ilha sofre com o aumento da violência, prostituição e doenças sexualmente transmissíveis no período da festividade. Os resíduos deixados após os dias de festa enchem as ruas e poluem o rio que rodeia a cidade. Nos dias próximos ao evento a cidade passar por um processo de embelezamento, com pinturas e reformar das ruas e pontos principais da cidade. O fornecimento de água e energia só ganha estabilidade quando se aproxima o evento. A segurança é reforçada somente durante o folguedo. As melhorias que deveriam se estender o ano todo, duram apenas os dias do festejo, servindo para mascarar as falhas presentes no município e enganar os turistas. A cidade não tem estrutura suficiente para receber um grande número de visitantes, não possuindo o mínimo saneamento básico. A festa perde a cada ano seu caráter de brincadeira do povo e se tem tornado um produto da indústria cultural, colocando a geração de lucro na frente da divulgação e enaltecimento da tradição local. A cidade de Parintins não apenas ganhou benefícios com o festival, os maléficos também se fazem presente e devem ser discutidos. Diante disso, foi escolhido o gênero artigo de opinião, por dar "[...] liberdade em relação ao tema, ao juízo de valor emitido, e também em relação ao modo de expressão verbal. " (MELO, 2003, p. 125). Dessa forma o presente artigo vem identificar os problemas existentes, seus causadores e suas consequências, na finalidade de gerar uma reflexão nos leitores na esperança de orientá-los a ter uma percepção critica perante o evento. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Na elaboração de um artigo de opinião, o autor deve construir seu ponto de vista por meio de argumentos plausíveis e coerentes. Segundo Carmo (2009) primeiramente, o jornalista deve dominar o tema proposto, ter um preparo e conhecimento prévio para ponderar sobre ele, assim estará capacitado para descrever os fatos e executar julgamento sobre as consequências do mesmo. Na construção deste trabalho, além da bagagem sociocognitiva dos autores, foram feitas pesquisas e leituras de bibliografias, além e entrevistas com pessoas que vivem as interferências do festival. Antes de atribuir uma opinião sobre o tema determinado, faz-se necessário conhecê-lo intimamente, buscar sua definição e essência. Em função disso, foram lidas obras como: "A cultura do boi-bumbá em Parintins" de Basílio Tenório, para compreender a construção social que foi o boi-bumbá e sua história desde a brincadeira de rua até o atual status de megaevento. "Vermelho  Um pessoal Garantido" e "Caprichoso  A Terra é Azul" ambos de autoria de Andreas Valentin e Paulo José Cunha, que transmitem, por meio de texto e imagem, a beleza da ilha e do seu povo no período do festival. As entrevistas realizadas foram da categoria diálogo, definidas como aquelas onde o entrevistado e o entrevistador trabalham em parceria na procura de uma verdade sobre o assunto discutido (MEDINA, 2008). A escolha desta, foi devido a favorecer a aproximação do entrevistado e entrevistador, desse modo facilitando a busca pela resposta das questões abordadas. As perguntas utilizadas foram relacionadas aos benefícios e os malefícios que o festival trazia para cidade e para a vida dos habitantes. No que se refere ao método de produção do artigo de opinião, foi considerada estrutura padrão de textos dissertativos argumentativos: introdução, onde é exposto o assunto que será abordado; desenvolvimento, parte destinada aos argumentos que vão sustentar a opinião vigente no artigo; conclusão, finalização com a exposição do objetivo do texto e/ou possíveis soluções.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Partindo do pressuposto que o artigo de opinião é um texto onde o autor apresenta seu posicionamento diante de uma questão atual e de interesse comum (VILARINHO), o artigo "Os espinhos da rosa" propõem debater e opinar sobe os efeitos nocivos que o Festival Folclórico de Parintins desencadeou na sociedade parintinense, por meio da apresentação de argumentos que comprovem a opinião defendida, com uma abordagem objetiva e compenetrada. A escolha do título, juntamente com a percepção do festival como uma rosa, está relacionada ao fato dela, mesmo detentora de uma beleza encantadora e perfume agradável, possuir espinhos que podem ferir a pele e fazê-la liberar sangue. O festejo se encaixa perfeitamente nessa imagem, pois mesmo tendo um encanto presente nas danças, músicas e alegorias, pode causar danos aos habitantes e visitantes da ilha tupinambarana. O artigo começa com uma introdução, apresentando o festival como seu tema central e completa dizendo que muito se fala das vantagens que ele traz, mas pouco se discute a respeito dos males que ele acarreta. O desenvolvimento do texto é dividido em seis tópicos. O primeiro expõe os problemas sociais que assolam Parintins e que foram aumentados devido a festividade. Em seguida, é discutido a perda da essência do folguedo, sua transformação de brincadeira de rua para um produto da indústria cultural. O seguinte, aponta sobre as melhorias que a cidade recebe durante o período de festa, mas que desaparecem depois do fim do evento. Posteriormente, é dito sobre a problemática do descarte do lixo, que inundam a ilha durante o festival e não possuem destino correto. O próximo aborda sobre a atitude dos bois-bumbás em debater a temática da preservação ambiental em suas toadas, entretanto não alcançando um efeito satisfatório na gestão de resíduos dos bumbás, dos habitantes e dos visitantes. No tópico subsequente, é exposto a política de "pão e circo" existente na cidade. Em seguida, é criticado o estereótipo existente de que Parintins se resume em festival. Por fim, na conclusão é reafirmado o objetivo do artigo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A produção do presente trabalho desencadeou uma compreensão mais aprofundada do gênero artigo de opinião e de suas finalidades. Ademais, não só contribuiu para o entendimento claro dos dois lados do festival, como também para o reconhecimento das consequências tanto positivas quanto negativas deixadas pelo evento no município. Possibilitou também, o despertar de um senso crítico diante da própria ilha de Parintins, que possui uma conduta de dependência e resignação com o folguedo. E tal comportamento interfere na realização e valorização de outras manifestações culturais, que se encontram esquecidas pela população e autoridades locais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ANTUNES, Débora. A retórica no jornalismo opinativo: uma análise da argumentação de Hélio Schwartsman. 2009. 81 f. Monografia (Especialização) - Curso de Comunicação Social/Jornalismo, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2009. Disponível em: <http://www.academia.edu/2389740/A_RETÓRICA_NO_JORNALISMO_OPINATIVO_UMA_ANÁLISE_DA_ARGUMENTAÇÃO_DE_HÉLIO_SCHWARTSMAN>. Acesso em: 10 abr. 2018.<br><br>CAMPOS, Pedro Celso. Gêneros do Jornalismo e Técnicas de Entrevista, 2002. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/campos-pedro-generos-do-jornalismo.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.<br><br>CARMO, Valdemir Manoel do. A argumentação e os processos retóricos no jornalismo opinativo. 2006. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Letras, Universidade Prebisteriana Mackenzie, São Paulo, 2006. Disponível em: <http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/2296/1/Valdemir Manoel Carmo.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.<br><br>MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. 5. ed. São Paulo: Ática, 2008.<br><br>MELO, José Marque; ASSIS, Francisco de Assis. Gêneros e formatos jornalísticos: um modelo classificatório, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/interc/v39n1/1809-5844-interc-39-1-0039.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.<br><br>MELO, José Marques. Jornalismo opinativo: Gêneros opinativos no jornalismo brasileiro, 2003. Disponível: <https://pt.scribd.com/doc/62191117/Jose-Marques-de-Melo-Jornalismo-Opinativo-Capitulo-IV>. Acesso em: 10 abr. 2018.<br><br>VILARINHO, Sabrina. Artigo de opinião. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/artigo-opiniao.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018.<br><br> </td></tr></table></body></html>