ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00873</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Grande Reportagem televisiva:  Abandono animal um retrato da solidariedade no mundo canino </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Natalia Lemos Lima (Universidade do Sagrado Coração); Mayra Fernanda Ferreira (Universidade do Sagrado Coração)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Grande Reportagem, Televisão, Solidariedade , Abandono Animal, Cidadania </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A grande reportagem "Abandono Animal: Um retrato da solidariedade no mundo canino" foi produzida para o programa "USC Repórter", como trabalho de conclusão de curso em Jornalismo, cujo foco principal é retratar a solidariedade entre pessoas e cães de rua de diferentes cidades do estado de São Paulo. A partir das técnicas jornalísticas e do processo de produção em televisão, a grande reportagem retrata a essência de uma pauta mais humanizada e sensível e com um olhar direcionado para aqueles que passam despercebidos aos olhos de muitos. Nossa intenção é mostrar que existem boas histórias através de pautas não factuais  e que a mídia muitas vezes fecha os olhos para os assuntos cotidianos. Desse modo, a grande reportagem visa resgatar a função social do jornalista, juntamente com a sua imersão na execução da pauta, e mostrar que mesmo diante do abandono existe compaixão e solidariedade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A "Grande Reportagem Abandono Animal" é um produto de percepção jornalística, de cunho social e cidadão, que surge para ir contra tudo que a grande mídia expõe de maneira superficial sobre o abandono de animais, em especial neste trabalho, os cães. Através do gênero reportagem a proposta do trabalho é abordar a temática do abandono animal através de um conteúdo midiático que vai em contrapartida ao real significado da palavra abandono. Ao optar-se por tal recorte, a pesquisadora buscou fugir do tradicional tratamento jornalístico que é dado a esse tipo de assunto  e através de uma pauta não factual, encontrou na solidariedade histórias inspiradoras de personagens que lutam por um mundo melhor. Diante da realidade encontrada nas ruas das grandes e pequenas cidades, surgiu o desafio de resgatar o lado mais bonito do abandono, que se constatou como a solidariedade. Foi através de quatro cidades do interior paulista, que se findou a produção da reportagem por meio da imersão da pesquisadora enquanto jornalista. Tornou-se possível mostrar por meio de um produto audiovisual, informativo e de caráter jornalístico histórias de pessoas que são exemplos de compaixão e solidariedade. Através do gênero reportagem e das técnicas jornalísticas, a produção televisiva enfatiza o contraste entre as diferentes vertentes do abandono e o modo como pode ser desdobrada uma pauta a partir do olhar diferenciado do repórter. Diante disso, tem-se como foco deste trabalho a produção de um programa jornalístico, que é inspirado no formato e na linha editorial do programa apresentado pela TV Globo, o "Globo Repórter". Adaptando isso para a realidade acadêmica da pesquisadora, foi criado um programa intitulado "USC Repórter". A edição experimental tem como pauta a questão do abandono animal e da solidariedade no mundo canino e os contextos que englobam essa vertente como: Saúde pública, posse responsável, castração, miscigenação de raças e o envolvimento de pessoas na causa animal. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Grande Reportagem "Abandono Animal" busca romper as características negativas ligadas à palavra abandono e principalmente resgatar a essência sensível e humanizada do jornalismo. Como objetivos específicos, o produto busca resgatar através de técnicas jornalísticas histórias de pessoas que não se conhecem, mas que através da solidariedade mudam o mundo da comunidade em que vivem. Contudo, a produção desta grande reportagem tem por objetivo colocar o tema central do trabalho em evidência através de recursos audiovisuais, combinando som e imagem e trazendo vida, sensibilidade e humanização para uma realidade triste, mas que diante de um olhar diferenciado torna-se exemplo de esperança e compaixão. O presente trabalho também visa zelar pelo bem-estar animal, ponderando a importância da população na vida dos animais em situações de abandono, chamando a atenção para o abandono animal de cães que cresce gradativamente nas ruas e nas instituições de proteção animal. Assim, a grande reportagem voltada para o meio televiso contribui para conscientizar sobre a relação entre homem e animal, colaborando para o crescimento do ser humano e da sociedade em que ele vive. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Partindo do contexto histórico do surgimento da televisão e do telejornalismo surge a ideia de produzir uma grande reportagem voltada para a questão do abandono animal e da solidariedade no mundo canino. Tendo em vista os problemas sociais que atingem diretamente os animais e o incômodo gerado por essa realidade, decidiu-se então aprofundar conhecimentos em torno do tema e dar início a um produto jornalístico que resultou em trabalho de conclusão de curso em jornalismo. Diante disso, tem-se como foco deste trabalho a produção de um programa jornalístico, que é inspirado no formato e na linha editorial do programa apresentado pela TV Globo, o "Globo Repórter". Adaptando isso para a realidade acadêmica da pesquisadora, é criado um programa intitulado "USC Repórter". O programa é baseado no gênero reportagem que nada mais é que um detalhamento aprofundado da notícia. É como uma ampliação da notícia diária, só que em maior profundidade, com mais relatos, depoimentos, construção narrativa, desdobramentos diferenciados e extensivos, além da riqueza dos detalhes. Segundo Bahia (2009), no jornalismo, a grande notícia  e quase sempre a notícia mais importante  é a reportagem. Enquanto a notícia nos diz no mesmo dia ou no dia seguinte se o acontecimento entrou para a história, a reportagem nos mostra como isso se deu. A distância entre reportagem e notícia estabelece-se, na prática, a partir da pauta, isto é, do projeto de texto. Para as notícias, as pautas são apenas indicações de fatos programados, da continuação (suíte) de eventos já ocorridos e dos quais se espera desdobramento. (LAGE, 1987, p. 55) A reportagem em seu ponto inicial é uma notícia em que um fato procede de apuração e questionamentos para que seja levada ao público do rádio, impresso, digital ou televisão. Bahia (2009) afirma que a notícia não muda de natureza, mas muda de caráter quando evolui para a categoria de reportagem. Segundo o autor, a reportagem é, portanto, uma espécie de notícia que, por ter suas próprias regras, alcança um valor especial. O salto da notícia para a reportagem se dá no momento em que é preciso ir além da notificação  em que a notícia deixa de ser sinônimo de nota  e se situa no detalhamento, no questionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, adquirindo uma nova dimensão narrativa e ética. (BAHIA, 2009, p. 62) A reportagem revitaliza o jornalismo e está incorporada na essência da prática e do exercer da profissão. Bahia (2009) afirma que no jornalismo são as versões que contam. É a partir dessas versões que o autor aponta que se constrói um fato bem apurado e digno de explorar todos os lados e a pluralidade de fontes, com o intuito de demonstrar a maior verdade possível e comprovada. Portanto, o presente trabalho justifica-se através da sua originalidade e da construção de uma narrativa que traz diretamente das ruas histórias de vida baseadas na solidariedade e na compaixão. O produto resgata uma luta cotidiana de pessoas comuns e que através do jornalismo tornam-se conhecidas por lutarem por um mundo melhor. Considerando a relevância social da temática em retratar um assunto de interesse nacional, justifica-se também a imersão da pesquisadora e jornalista em executar uma pauta não factual e em razão da sensibilidade e humanização conseguir produzir um produto jornalístico, informativo e reflexivo em torno do abandono. Colaborando direta e indiretamente com a sociedade, além de auxiliar os indivíduos que nessa sociedade vivem a desenvolver uma mudança de hábito e atitude em torno do abandono animal. Outro ponto chave do presente trabalho se dá pelo número significativo de animais abandonados no Brasil que totalizam 30 milhões. Tal informação serve de inspiração para que a pesquisadora busque explorar, por meio do jornalismo, e do gênero reportagem, a questão do abandono animal e da solidariedade com os mesmos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para realização da Grande Reportagem, "Abandono animal: um retrato da solidariedade do mundo canino", inicialmente foram selecionadas as referências para nortear as pesquisas bibliográficas, que serviram como base para elaboração do produto final. Na busca por um formato jornalístico, contribuíram Bahia (2009), Carvalho (2010), Pena (2012) e Lage (2004 e 2012) que serviram como base na compreensão do gênero reportagem. Barbeiro e Lima (2012), Curado (2002), Rezende (2010) e Vizeu (2010) contribuíram com o embasamento teórico sobre a história da TV e o surgimento do telejornalismo. Bistane (2008), Bonasio (2002) e demais autores contribuíram como suporte teórico sobre a produção de reportagem em televisão e as técnicas de produção e edição. Após as pesquisas bibliográficas, deu-se início à produção da pauta e seleção dos entrevistados que dariam voz ao produto. A mesma partiu de uma perspectiva humanizada, destacando, assim, a visão dos entrevistados sobre o tema em questão e a relação deles com os animais. Com uma pauta pré-estabelecida houve o primeiro contato com os entrevistados para o agendamento das entrevistas. No total foram selecionados 12 entrevistados, de diferentes cidades do interior de São Paulo e com diferentes histórias em relação aos animais, porém, ambos possuem histórias de vida interligadas por conta da solidariedade. A primeira entrevista foi realizada no Centro de Controle de Zoonoses na cidade Bauru e teve duração de quatro horas. No local foram entrevistados um dos representantes do órgão público e uma das funcionárias. Os dois entrevistados falaram sobre a função do órgão, suas responsabilidades, as demandas do abandono e como os animais são tratados no ambiente. Já a segunda entrevista foi realizada dois dias depois da primeira, em uma feira de adoção promovida pelo Instituto Luisa Mell na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo. Para isso foi necessário um deslocamento da pesquisadora e do cinegrafista que a auxiliou em todo suporte técnico. Lá foram realizadas um total de quatro entrevistas, com a fundadora do instituto já citada acima, uma das voluntárias do instituto, a gerente de marketing que auxiliou na organização do evento e um visitante da feira que adotou um animal. Essa segunda gravação teve duração de seis horas e mais seis horas de translado de Bauru a Jundiaí e vice-versa. Na ocasião, foram abordados assuntos sobre o resgate de animais em vias públicas, cativeiros e vítimas de maus tratos, além do processo de adoção e posse responsável. A terceira entrevista foi realizada na cidade de Avaré, também localizada no interior de São Paulo. Lá foram entrevistadas duas personagens, a Eliana que resgatou e proporcionou um lar temporário para uma cachorrinha de rua e a médica veterinária Tatiana que foi quem prestou todo atendimento à cachorra. Para essa gravação foram necessárias três horas de translado de Bauru a Avaré e vice-versa, resultando num total de cinco horas de gravação. Borika, uma protetora independente, foi entrevistada na cidade de Bauru, em um condomínio residencial chamado Vale do Igapó. A entrevista durou cerca de três horas e a protetora contou sobre como começou ajudar os cães, quais são as dificuldades que ela enfrenta diariamente e o quão gratificante é lutar pelos animais mesmo diante da alta demanda e de tristes realidades encontradas. Trazendo uma versão masculina da solidariedade, o quinto e último entrevistado foi o Eduardo Leporo, que é fotógrafo e idealizador do projeto "Moradores de rua e seus cães". A entrevista foi realizada na cidade de São Paulo, e teve duração de oito horas de gravação, mais sete horas de translado Bauru  São Paulo e vice-versa. O Eduardo arrecada ração e outros produtos pet para serem distribuídos uma vez a cada dois meses nas ruas da grande metrópole. Grande parte do processo de gravação foi feito nas ruas por conta da logística do projeto. Ao total foram realizadas quatro entrevistas utilizadas no trabalho final, sendo com o próprio idealizador do projeto, a veterinária que auxilia com atendimento para os cães e duas moradoras de rua que falaram sobre a importância do cão na vida delas mediante a situação de rua em que vivem. Partindo do pressuposto de que a imagem e o som são os pontos principais de uma reportagem televisiva, foi de suma importância atentar-se com a qualidade visual e auditiva durante as gravações externas e entrevistas que iriam compor o produto final. Na questão visual preocupou-se com a captação de imagens e vídeos, os locais e a iluminação, uma vez que, Bonasio (2002) afirma que se as imagens não forem esteticamente boas, a comunicação com o público não será eficiente e posicionamento e o enquadramento correto da câmera podem valorizar qualquer entrevista ou gravação. Com os personagens que dão voz e interatividade à reportagem, houve também a elaboração do roteiro e das laudas de gravação. O roteiro da "Grande Reportagem" foi construído com a utilização do off  texto narrado pelo repórter, e buscou construir uma narrativa com apresentação dos personagens logo no início das cenas. Também para construção da narrativa, optou-se por uma contextualização dos assuntos, para que fosse seguindo uma sequência lógica entre as histórias - e que de alguma forma elas se interligassem. Também na lauda de edição estão presentes as deixas iniciais e finais das sonoras dos entrevistados. Para montar o 'esqueleto' do produto foi utilizado um roteiro apenas com os textos dos offs, o tempo das sonoras e as imagens que iriam cobrir os textos quando necessário. Após o processo de montagem da reportagem foi produzido um segundo roteiro, no modelo de lauda de edição e/ou reportagem conforme o padrão utilizado nas emissoras de TV. O segundo roteiro contém informações como texto de offs corrigidos, deixas iniciais e finais das sonoras dos entrevistados, GC de todos os entrevistados, imagens de apoio que foram utilizadas, efeitos sonoros e visuais que comporão o trabalho final. Com todas as gravações realizadas constatou-se um total de 28 horas de gravação em material bruto e deu-se início ao processo de edição e finalização. Para edição e finalização da grande reportagem "Abandono animal: um retrato da solidariedade no mundo canino", foram necessárias 24 horas de trabalho, que começaram com a decupagem das entrevistas, selecionando as imagens, as sonoras e as trilhas que seriam necessárias para dar sentido à reportagem. Posteriormente foi criado um esqueleto do produto que foi realizado no programa de computador Adobe Premier, estruturando assim a construção lógica da história e fazendo a divisão de blocos do programa. Para construção das vinhetas, tanto de abertura quanto de passagem de bloco foi utilizado o programa After Effects, além da animação que foi construída para ilustrar o translado de uma cidade para outra. Em seguida foi utilizado o programa Photoshop para tratar luz e contraste de algumas fotos que servem de ilustração na reportagem. Posterior a isso, foi editada a cabeça do programa para criação do estúdio digital que aparece no início, ao fundo do apresentador. Após a reportagem estar totalmente estruturada deu-se início à inserção dos créditos com o nome dos entrevistados e das trilhas sonoras selecionadas para cada momento. Com o vídeo inteiramente produzido com trilhas, efeitos, imagens e entrevistas foram feitos os ajustes de áudio através do programa Adobe Audition, para manter um padrão de áudio do início ao fim, além de tirar ruídos de algumas sonoras gravadas em ambientes externos. Diante da criação de um programa piloto, houve também a preocupação com a identidade visual do produto, que foi criada na TV Acadêmica da Universidade pelo técnico responsável pelo setor e com orientação da professora e da pesquisadora. Foram elaboradas vinhetas de abertura e encerramento com cores previamente selecionadas, além de logos e GCs deixando o programa mais jornalístico e próximo da fonte de inspiração. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Diante da essência do jornalismo e das características que tornam especial o gênero da reportagem, a temática do abandono animal é abordada neste trabalho de maneira detalhada, sensível e acima de tudo informativa, fazendo jus ao gênero e a profissão. A Grande Reportagem  Abandono Animal: Um retrato da solidariedade no mundo canino possui 21 minutos e 42 segundos, entre cabeça, intervalos comerciais, entrevistas, efeitos e vinhetas. O produto começa com uma vinheta desenvolvida na ilha de edição da TV acadêmica exclusivamente para o programa. No segundo momento vem a cabeça. O apresentador descreve brevemente o assunto principal da pauta, com uma breve apresentação dos personagens e das histórias que serão contadas no decorrer do programa. O programa é dividido em três blocos e cada um contém de 7 a 10 minutos, contendo também 30 segundos de intervalo comercial, no qual são exibidos materiais produzidos pelos alunos do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade do Sagrado Coração, inseridos conforme a dinâmica da grade de programação de uma emissora e seus intervalos. O primeiro bloco aborda duas histórias de protetoras independentes que descobriram na solidariedade e nos cães um novo jeito de levar a vida. O bloco é representado por duas figuras femininas que contam como descobriram o amor pelos animais e o modo que encontraram de mudar a vida de cães em situação de abandono mesmo diante das dificuldades. Já no segundo bloco é abordada a questão da solidariedade com os cães em duas instituições sendo uma delas mantida por órgãos públicos. Neste bloco é retratado de maneira explicativa a função do Centro de Controle de Zoonoses na cidade de Bauru e quais problemas a instituição enfrenta ao lidar diariamente com o abandono. Também é contada a história de um instituto conhecido e reverenciado no meio animal, por conta do trabalho realizado em resgate, proteção, adoção e pós adoção. No terceiro e último bloco é contada a história de um fotógrafo que descobriu através da fotografia a necessidade de ajudar os que vivem ´q margem da sociedade. Neste terceiro e último bloco são contadas histórias de moradores de rua da cidade de São Paulo que mesmo diante das condições precárias e muitas vezes da situação de abandono também, encontram em seus animais o amor e carinho que não encontrados nas pessoas. O bloco é encerrado com depoimentos marcantes de pessoas que encontraram na solidariedade o motivo de viver e ajudar o próximo. O produto também é estruturado com imagens de cães, entrevistas, trilha sonora e locuções em off, que juntos constroem uma narrativa de linguagem simples de acordo com o programa que serviu de inspiração. São contadas ao total cinco histórias de pessoas que dedicam parte do tempo e da vida aos cães. Para cada uma das histórias foi selecionada uma trilha exclusiva de acordo com as imagens, locais de gravação e sonoras dos entrevistados. No decorrer da reportagem são emitidas mensagens de apoio à causa animal e à importância da solidariedade com os cães, isso através da voz dos personagens que compõem o produto. Ao final é escolhida uma trilha animada, que é coberta por imagens de cães que ilustraram a reportagem e um off na voz do repórter falando sobre a relação do cão como melhor amigo do homem. Esse desfecho permite que o telespectador tenha um momento de reflexão sobre o assunto, cumprindo o papel de um jornalismo social. Considerando a função social do jornalista perante a sociedade, a escolha pelo gênero da grande reportagem ou reportagem especial para a execução de uma pauta não factual, leva em consideração o papel participativo do repórter. A possibilidade de produção de uma grande reportagem é um dos grandes pilares do jornalismo e em especial da televisão que difere do rádio, blogs e redes sociais. O diferencial desse tipo de produção está diretamente ligado ao olhar e participação do repórter. Especialmente neste trabalho, a pesquisadora participou ativamente de todas as gravações internas e externas, assim como criou relações e encontrou novos personagens diante das rotinas de produção. O fato da imersão do repórter na pauta, reflete diretamente na construção do texto e na edição do produto final, uma vez que tudo foi presenciado, sentido e vivido na mais pura essência da profissão. O jornalismo além de informar proporciona a que o executa um exercício social e cidadão. Na grande reportagem  Abandono Animal o contato entre repórter e entrevistado é latente em vários momentos, contato esse, que trouxe para o produto veracidade, humanização e sintonia em relação a temática abordada. Embora o principal objetivo do trabalho fosse abordar o abandono através de uma perspectiva positiva, foi necessário uma intensa imersão do repórter uma vez que as gravações externas, em especial do último bloco do programa, foram gravadas nas principais ruas da cidade de São Paulo com moradores de rua que vivem diariamente a margem da sociedade. Diante de tais realidades, a pesquisadora vivenciou a essência da profissão e conseguiu transmitir através dos offs a sensibilidade de quem luta por um mundo melhor mesmo e dedica amor aos animais mesmo diante de tantas dificuldades. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A grande reportagem  Abandono animal: um retrato da solidariedade no mundo canino surge para mostrar que o abandono não é só tristeza e dor, que paralelo a ele existe compaixão e solidariedade. A reportagem especial ou grande reportagem trabalha com o enfoque em um único assunto e que no decorrer da exibição vai se destrinchando com o desdobramento dos fatos, a interpretação detalhada, na abrangência e na criatividade para seduzir o telespectador. Carvalho (2010) diz que essa breve história revela aspectos importantíssimos. Primeiro: os temas abordados em uma reportagem especial não necessariamente precisam ser inéditos. O que realmente precisa ser novo é o olhar sobre aquele fato. Diante desses aspectos, a experiência de produção e execução da Grande Repostagem foi enriquecedora e satisfatória, uma vez que a pesquisadora conseguiu unir, a essência do jornalismo, a aventura da reportagem e a solidariedade em uma pauta não factual de cunho social e que retrata um problema do cotidiano que na maioria das vezes é tratado com indiferença pelas pessoas e pela grande mídia. Além do caráter jornalístico, a temática refletiu na possibilidade de contar histórias de pessoas que comuns, mas que são protagonistas de grandes mudanças positivas na comunidade em que vivem, tornando-se assim, fontes de inspiração por um mundo melhor. Fazer jornalismo é mais do que levar informação e contar histórias, o real significado do ofício está no olhar sensível e humanizado e de olhar onde poucos conseguem enxergar. O fato de abordar um assunto do cotidiano, porém não factual, possibilitou um amplo desdobramento em torno do tema e também apresentar informações verídicas trazidas na voz dos próprios entrevistados, deixando evidente a importância da solidariedade na vida dos cães e das pessoas que se propõe a lutar por eles. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CARVALHO, Alexandre. Reportagem na TV: como fazer, como produzir, como editar... [et.al.].  São Paulo: Contexto, 2010. <br><br>CRUZ NETO, João Elias. Reportagem de Televisão: Como Produzir, Executar e Editar. Petrópolis: Vozes, 2008.<br><br>LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2004.<br><br>MORIGI, Valdir; GIRALDI, Maria Tourinho; ALMEIDA, Cristóvão Domingos (orgs.). Comunicação, informação e cidadania: refletindo práticas e contextos. Porto Alegre: Sulina, 2011.<br><br>PATERNOSTRO, Vera Íris. O Texto na TV: Manual de Telejornalismo. Rio de Janeiro: Campus, 2006. <br><br> </td></tr></table></body></html>