Carlos Eduardo Lins da Silva



Entrevista com Carlos Eduardo Lins da Silva

Realizada em: 11 de maio de 2017

Pesquisa e roteiro: Alice Melo

Entrevistadores: Ana Paula Goulart e Cláudio Ornellas

Transcrição: Helio Cantimiro

Edição: Cláudio Ornellas


Diga seu nome completo, local e data de nascimento, por favor.


Carlos Eduardo Lins da Silva, nascido em Santos (SP), em 31 de outubro de 1952.


Quais os nomes e as atividades profissionais dos seus pais?


Meu pai foi um pequeno empresário, no ramo de madeira, durante muitos anos, e depois ele foi à falência, logo depois do golpe militar. Porque o sócio capitalista dele era dono de um banco em Santos, e esse banco teve seriíssimos problemas, praticamente quebrou e, com ele, quebraram as empresas com as quais ele tinha sociedade. Aí meu pai se dedicou ao ramo de construção imobiliária com meu tio e, finalmente, foi gerente de um hotel do meu tio em Campos do Jordão (SP). Minha mãe é dona de casa. Chamam-se Nemércio Nunes Lins da Silva e Ruth Vasques Lins da Silva.


Qual foi a sua formação?


Fiz primário, ginásio, colegial, faculdade de Jornalismo Cásper Líbero e faculdade de Ciências Sociais na USP [Universidade de São Paulo], na qual não me formei. Fiz o mestrado na Michigan State University, como bolsista da Fulbright, doutorado pela USP, livre-docência pela USP e fiz um programa de pós-doutorado no Wilson Center, em Washington.


Qual foi a sua primeira experiência como jornalista?


Começou amadoristicamente, quando eu tinha nove, dez anos, com meu irmão. Nós fazíamos uma revista familiar chamada O Centavo – na época, a grande revista brasileira era O Cruzeiro. Nós fazíamos O Centavo com papel carbono, circulação de seis exemplares, que nós vendíamos para os familiares. Depois, eu fiz também, claro que amadoristicamente, muitos jornais para mim mesmo. Fazia diariamente um jornal com as principais notícias do Brasil, dos Estados Unidos, mas era circulação de um exemplar, só para mim. E, quando eu fiz 18 anos, vim para são Paulo e arrumei um emprego nos Diários Associados. Comecei a trabalhar em 1971 nos Diários Associados, como repórter de Geral. Aí eu fui para Michigan fazer o meu mestrado e continuei trabalhando para os Diários, como correspondente, em Michigan, um correspondente que não tinha muita mobilidade nos Estados Unidos – os Diários não tinham dinheiro nenhum. E, depois, eu voltei para São Paulo e fui editor de Opinião dos Diários.


Você começou como repórter em um momento duro da ditadura...


Duro, duro. Os Diários eram um jornal aquiescente com a censura. Então, o chefe de redação recebia as ordens do que não podia publicar, e não publicava. Várias vezes, eu fui à rua fazer matéria e, quando eu voltava, o secretário de redação, o chefe de reportagem dizia: “Essa, não”. Então, era um período duríssimo, mas que, no jornal onde eu trabalhava, não tinha conflito, porque o jornal recebia as determinações por telefone, inclusive, para não documentar. Recebia por telefone as ordens da censura e cumpria, sem nenhum problema.


Você trabalhava para o Diário da Noite e Diário de São Paulo simultaneamente?


Sim. A equipe de reportagem era única para os dois jornais. A gente fazia as matérias naqueles rolos, também, de papel de carbono, em que uma cópia ia para o Diário de São Paulo, uma ia para o Diário da Noite primeira edição, uma ia para o Diário da Noite segunda edição, outra ia para a TV Tupi e a outra ia para a Rádio Tupi. Então, a gente fazia para cinco veículos ao mesmo tempo.

Já estava antecipando o trabalho em tempos de internet. Pois é, exatamente.


Voltando a sua formação, qual foi a sua tese de mestrado?


A minha tese de mestrado foi sobre meios de comunicação de massa e meio ambiente, porque, não profissionalmente, a minha atividade social na época, digamos, era o ambientalismo. Eu e muitos colegas meus fundamos um centro de estudos ecológicos em Santos e, depois, fundamos um jornal chamado Raízes, que foi o primeiro jornal especializado no ambientalismo no Brasil. Não durou muito – durou, sei lá, cinco meses, quatro meses. Então, esse interesse pelo ambiente me levou a, na escolha da tese de mestrado, optar por esse tópico. Então, a tese de mestrado se chamava Meios de Comunicação e Meio Ambiente: um Estudo de Caso no Brasil, em Santos, Brasil.


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