ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #ed1b24"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00013</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Eles vivem no meio da rodovia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Loraine França Gonçalves (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul); Edson Silva (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Assentamentos humanos, Direitos humanos, Grande reportagem multimídia, Jornalismo, Narrativas jornalísticas de viagem</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho explicita o Projeto Experimental "Assentamentos Humanos  Narrativas jornalísticas de viagem e o uso da grande reportagem multimídia" desenvolvido no curso de Comunicação Social  Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O estudo discorre sobre as narrativas jornalísticas de viagem, aplicando o conceito na construção do olhar ético sobre os assentamentos humanos. Para o desenvolvimento deste trabalho, escolheu-se a comunidade ribeirinha localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra, em Ladário - MS. A visibilidade dessa população foi construída na perspectiva dos direitos humanos fundamentais e investigando-se problemas sociais urgentes. Do estudo resultou a grande reportagem multimídia "Eles vivem no meio da rodovia ", que evidencia os dramas humanos dessa população.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este paper apresenta a grande reportagem multimídia "Eles vivem no meio da rodovia", resultado do Projeto Experimental "Assentamentos Humanos  Narrativas jornalísticas de viagem e o uso da grande reportagem multimídia", desenvolvido no curso de Comunicação Social  Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O projeto foi desenvolvido entre os meses de julho e novembro de 2017. A defesa, em 13 de dezembro, quando também aprovou-se o mesmo com distinção, tendo a banca indicado a continuidade da pesquisa, apresentação em eventos científicos e inscrição em prêmios, de acordo com a ata de avaliação anexada ao relatório final do projeto experimental. Do estudo resultou a composição do Documento de Pesquisa, com 239 páginas, organizado com todos os documentos gerados pela investigação e decorrentes de fontes documentais, fontes pessoais e observação direta como pré-projeto experimental, declarações que versam sobre os direitos humanos, plano de manejo da APA Baía Negra, entrevistas analisadas que tratam sobre a comunidade em questão, transcrição das entrevistas de fontes pessoais, roteiro de viagem, relatório de viagem, desenho da grande reportagem multimídia e cronograma de desenvolvimento dos capítulos.O Documento de Pesquisa é o instrumento organizado a partir da pesquisa junto às fontes documentais, pessoais e imersão da repórter para observação direta de cenários, pessoas e objetos. Enquanto plataforma informativa completa serve como base de decolagem para os variados produtos como livro-reportagem, vídeo documentário, entre outros gêneros jornalísticos densos e complexos. O paper apresenta os propósitos do projeto, bem como a fundamentação e o caminho percorrido para se chegar ao produto final, apresentado em detalhes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto experimental buscou estudar e demonstrar o uso das narrativas jornalísticas de viagem como recurso para o jornalismo e, assim, construir a visibilidade da situação de ribeirinhos e ribeirinhas residentes na APA Baía Negra por meio da produção de uma grande reportagem multimídia. O produto visou denunciar a violação dos direitos fundamentais a partir da aplicação da Constituição Federal de 1988, leis específicas e normativas internacionais nos roteiros de entrevistas. A importância do olhar profissional comprometido com o ético-social, capaz de perceber de forma crítica a violação de direitos em assentamentos humanos também foi a finalidade de estudos no projeto experimental.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Usualmente, a viagem é utilizada no jornalismo para fins que algumas vezes não envolvem narrativas jornalísticas ou, ocasionalmente, abordam e promovem visibilidade aos problemas sociais urgentes. Não raro, é comum nos depararmos com sites e blogues que utilizam-se do termo "jornalismo de viagem" para caracterizar uma atividade relacionada a área, mas que possui apenas caráter turístico e baixa associação ao que de fato é o jornalismo. O estudo buscou, assim, considerar para a definição do objeto  as narrativas jornalísticas de viagem os elementos tempo, espaço e pessoa próprios da narrativa e implícitos na significação do termo "viagem". A veiculação das informações na internet propaga-se de forma rápida, ampliando o uso do ciberespaço por veículos de comunicação tradicionais como o impresso, que passou a migrar seus conteúdos para a internet e adaptá-los ao novo meio, sem abandonar a linguagem presente no texto impresso e que ainda perdura nas narrativas multimídia. Surge como complemento ao texto a inserção de mídias como áudios, vídeos, mapas interativos e o uso de hiperlinks. A associação da web com a tecnologia do celular e plataformas responsivas, permite ainda que os conteúdos tornem-se acessíveis a todos que possuem cobertura das operadoras de telefonia em seus smartphones. Dessa forma, e levando em consideração grandes reportagens publicadas pelo UolTab, o pesquisador Alexandre Lenzi (2015) considera que a tendência deste veículo: "...é a passagem da justaposição, onde peças de diferentes mídias são diagramadas em conjunto, sem necessariamente estarem realmente integradas, para uma nova experiência de imersão proporcionada por peças que complementam e formam uma nova unidade multimídia". (LENZI apud LONGHI, 2015, p. 10). Assim, executou-se a escolha da grande reportagem multimídia como produto da pesquisa desenvolvida, considerando a nova experiência citada por Lenzi, capaz de proporcionar ao público-leitor imersão plena no conteúdo explicitado, por intermédio de recursos hipermídias que permitem o aprofundamento no tema de maneira distinta àquela em que ocorre no impresso, onde os detalhes são descritos apenas em palavras e/ou imagens. O alcance da grande reportagem multimídia é capaz de chegar a todos os continentes, permitindo que outras comunidades possam acessar as informações, facilitando a visibilidade ao se articular com o celular e outras mídias móveis. A delimitação da pesquisa com foco nos "assentamentos humanos" envolveu a observância e o respeito aos direitos humanos, exigindo recursos que permitiram a construção de narrativas jornalísticas complexas, como é o caso da grande reportagem nos seus eixos de verticalidade e horizontalidade. Para os efeitos deste estudo, compreende-se que assentamentos humanos são as metrópoles, mas também as pequenas cidades do interior, povoados, comunidades indígenas, quilombolas, vilas de ribeirinhos, assentamentos e acampamentos de trabalhadores rurais e de indígenas ao longo das rodovias. O item 5 da Declaração de Istambul versa sobre melhores condições de vida nos assentamentos humanos: "Nós reconhecemos a necessidade de intensificar nossos esforços e cooperação para melhorar as condições de vida nas cidades grandes e pequenas e em vilarejos em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, onde a situação é mais grave, e em países com economia em transição". (ONU, 1996, p.2). Em outros termos, levou-se em consideração sua profundidade e amplitude, através das exaustivas investigações, observando-se ainda a capacidade das novas tecnologias em alcançar diversos setores da sociedade, uma vez que o acesso à internet, ainda que ausente em determinadas localidades, vêm se expandido no país. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A metodologia do trabalho seguiu as técnicas da pesquisa jornalística exaustiva, levando-se em consideração três etapas fundamentais do processo: consultas a fontes documentais, fontes pessoais e observação direta, ou seja, neste caso, a presença física da repórter no local do fato. Neste caso a imersão nos cenários da Baía Negra, bem como a relação próxima e intensa com a população, com segmentos da sociedade e com os gestores responsáveis pelas políticas públicas. A elaboração do projeto experimental se deu a partir do mês de julho de 2017, quando surgiu a ideia em se trabalhar com a comunidade de ribeirinhos da Baía Negra, que está localizada em Ladário - MS, a 430 km de Campo Grande. A proposta de trabalho foi apresentada ao orientador e debatida em reuniões de orientação para definir o objeto a ser investigado. O principal ponto de partida para os estudos foi a prospecção de três dias feita junto aos moradores do local no mês de agosto. O percurso foi considerado para a configuração do contexto da viagem, uma vez que implica em espaço, tempo e relação com pessoas. A visita inicial permitiu exercícios de interpretação, remetendo à constituição do objeto, os estudos sobre narrativas de viagem como recurso para o jornalismo comprometido com o ético-social. Para tanto, seguiu-se o que estabelece o artigo 3º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que define a profissão de jornalista como sendo "atividade de natureza social, estando sempre subordinado ao presente Código de Ética". (FENAJ, 2007, p. 1). Inicialmente, trabalhou-se com o termo "jornalismo de viagem" como sendo o objeto. Após leituras bibliográficas e pesquisas sobre o assunto em sites da internet, observou-se que o termo está, geralmente, associado ao jornalismo voltado ao turismo. Em oposição a esse modelo, as narrativas jornalísticas de viagem estudadas servem para demonstrar que, a viagem, ao ser associada ao olhar jornalístico e o compromisso ético-social do profissional, possibilita o desenvolvimento de narrativas diferenciadas, que busquem perceber mais a fundo os cenários e a situação dos assentamentos humanos e suas relações com o meio e investigar problemas sociais urgentes. Concluída a etapa de prospecção inicial, o estudo seguiu para o levantamento de fontes documentais como bibliografias que abordam o objeto do trabalho e os temas presentes na pesquisa como narrativas jornalísticas, viagem, assentamentos humanos, grande reportagem multimídia, APA Baía Negra, além de instrumentos legais brasileiros como a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso, entre outros, bem como as normativas internacionais das quais o Brasil é signatário, a exemplo da Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Federal. Na segunda etapa, ocorreu o levantamento das fontes pessoais com posterior contato telefônico e agendamento de entrevistas. Finalizada as duas primeiras etapas, a pesquisa direcionou-se para a realização da imersão que durou dez dias e investigou as questões sociais urgentes da comunidade. A teoria depreendida dos estudos iniciais, bem como as normativas internacionais, leis específicas foram devidamente aplicadas durante a imersão a fim de demonstrar o uso das narrativas jornalísticas de viagem e a importância do olhar ético-social do profissional e verificar a violação ou não dos direitos humanos fundamentais. Sobre a apuração da informação, Bahia (1990) comenta sobre o acesso a fontes documentais e pessoais. Porém, enfatiza a importância da presença do repórter no local do fato, ou seja, a observação direta que possibilita ao profissional o uso pleno dos sentidos. Ele comenta: "Nenhum desses tipos de apuração é mais importante que o da observação pessoal, direta, que envolve física e mentalmente o repórter com os fatos no momento e no local em que ocorrem. É o modo mais eficiente de cobrir um assunto porque identifica o repórter com a ação, seus efeitos, seus participantes e as reações que possam gerar de imediato". (Bahia, 1990, p. 41). Constatou-se a partir daí a violação de direitos como saúde e saneamento, trabalho e lazer, educação e moradia. O contraste entre a exuberância da natureza da Baía Negra e a miséria construída a partir da negligência do poder público que descaracteriza esta população, expondo-a ao abandono e esquecimento foram eixo central da grande reportagem multimídia. Casebres improvisados em condições precárias, sem banheiro, com ausência de água encanada, idosos com saúde debilitada e sem assistência médica adequada, adultos com mais de 40 anos analfabetos e que tiveram as aulas de alfabetização interrompidas com a entrada de um novo prefeito; inexistência de espaço para lazer das famílias e desrespeito do gestor público da cidade que indicou como alternativa para a solução dos problemas da comunidade o extermínio de sua população, conforme relato no artigo opinativo do capítulo "Tchernóbil pantaneira". A tipologia da grande reportagem seguiu os estudos feitos por Coimbra (1993), levando-se em consideração as faces que caracterizam o texto da reportagem. O autor, citando Guimarães (1993), esclarece que três estruturas de textos são possíveis na grande reportagem: dissertativo, narrativo e descritivo. Dessa forma, as estruturas dos texto da grande reportagem "Eles vivem no meio da rodovia" possui elementos característicos de cada uma das três estruturas. Ao todo, 15 fontes foram entrevistadas. Nove foram citadas na reportagem. Toda documentação obtida do processo da pesquisa jornalística exaustiva compôs o Documento de Pesquisa que deu base para a elaboração da grande reportagem multimídia "Eles vivem no meio da rodovia". Após a apresentação e defesa do projeto experimental para a banca examinadora, o trabalho foi também exposto dentro da própria comunidade. Para tanto, realizou-se uma Roda de Leitura a fim de explicitar aos moradores  muitos deles, analfabetos  o resultado do trabalho e o conteúdo da grande reportagem multimídia. Além da Roda, realizou-se a apresentação da grande reportagem multimídia em reunião com a presença de moradores e instituições que integram o Conselho Gestor da APA Baía Negra como Ibama, Marinha do Brasil, Secretaria Municipal de Educação, Fundação de Meio Ambiente, Associação dos Moradores e Produtores Rurais da Codrasa, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, entre outros. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A grande reportagem "Eles vivem no meio da rodovia" está dividida em sete capítulos que tratam, cada um, sobre as violações dos direitos humanos dos ribeirinhos da APA Baía Negra e mostra a difícil vida dessa população em meio a falta de políticas públicas que garantam a dignidade humana. O contraste entre a exuberância da natureza local que se assemelha a um "Jardim de Monet" pantaneiro e a miséria e pobreza em que vivem 22 famílias é o eixo central desta reportagem. O título "Eles vivem no meio da rodovia" surgiu devido a real situação dos ribeirinhos da APA Baía Negra, que possuem seus casebres na rodovia Transpantaneira, abandonada há 38 anos. São eles que dão vida à estrada e vivem seus dias, como o próprio título afirma, no meio da rodovia. A aba 1, intitulada "Início", refere-se à introdução do tema da grande reportagem multimídia. São abordados a história do local, como vivem os moradores da comunidade e o cenário natural em que está inserida. A aba 2, "Entre o céu e o inferno", trata sobre a saúde da população que não possui atenção suficiente da gestão municipal e enfrenta diversos problemas, principalmente no que diz respeito aos idosos. O saneamento básico também é abordado nesta, uma vez que, muitos moradores não possuem água tratada e encanada e nem banheiro. Na aba 3, "Via aquática", retratou-se o trabalho, descrevendo as formas de sobrevivência dos ribeirinhos e ribeirinhas, que apesar de viverem em meio à pobreza e à falta de políticas públicas, tiram da abundância da natureza o sustento de suas famílias. Extração da raiz do jaracatiá, árvore nativa da região, pesca e artesanato são as principais atividades desenvolvidas no local. Na aba 4, "Trânsito interrompido", é abordada a questão do analfabetismo dos adultos que moram na APA Baía Negra. Não há escola e nem professor, direito garantido pela Constituição Federal, mas negado pela Prefeitura de Ladário. A aba 5, "É quente, quente", é destinada à arquitetura das casas, com fotos que mostram as pequenas construções que se destacam no local, e fala um pouco sobre os ambientes em que vivem as famílias. A esperança na moradia digna é outro fator abordado aqui. São pessoas ligadas ao rio, à natureza e desejam permanecer no lugar em que escolheram para viver. O medo de serem retiradas dali pelo Serviço Público da União (SPU), responsável pela área, paira sobre todas as famílias. Na aba 6, "Tchernóbil Pantaneira", foi desenvolvido um artigo opinativo a partir da conversa com o prefeito Carlos Ruso, que não só violou os direitos humanos em comentários durante suas falas, mas também acredita que a solução para sanar os problemas da comunidade é jogar uma bomba no local. Em tom sarcástico, Ruso fez comparação com o caso de Tchernóbil, ocorrido em 1986,considerado o pior acidente nuclear da história da humanidade e que causou isolamento da população que sobreviveu à radioatividade. A aba 7, "No lugar do outro", fala sobre o projeto experimental desenvolvido e um pouco da trajetória da acadêmica pelo curso de Jornalismo. Por fim, na aba 8, "Créditos", encontram-se a ficha técnica e os agradecimentos. Os textos foram construídos de acordo com cada tema escolhido, tomando-se por base as falas dos moradores. As fotos foram selecionadas, tratadas e a edição do material feita em softwareMuse CC, da Adobe. Os equipamentos fotográficos utilizados foram câmera Nikon D 7000, câmera Cannon T5, smartphones Motorola G3 e Samsung Grand Duo. O registro de áudio foi realizado com Zoom H1 e microfone de lapela. Notebooks Acer e Samsung também estavam entre os equipamentos. Todo o processo de pesquisa, orientações, transcrições de entrevistas e outros documentos compõe o Documento de Pesquisa, que deu a base para o desenvolvimento da grande reportagem multimídia. Foram mais de 14 horas de entrevistas realizadas em 2 viagens até a comunidade e com fontes oficiais que se encontravam em outras localidades. Cerca de 4 mil quilômetros foram percorridos no deslocamento entre Campo Grande e Ladário e dentro da própria comunidade. Foram três dias de prospecção e dez dias de imersão, com carga horária diária de trabalho doze horas. Mais de 20 sessões de orientação, totalizando 80 horas. Registrados 2.781 fotos e 152 vídeos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A produção da grande reportagem multimídia permitiu perceber, interpretar, demonstrar e concluir que o comprometimento ético-social do jornalista é viabilizado através das narrativas jornalísticas de viagem e do olhar crítico sobre os cenários e realidades. Esses elementos possibilitaram, no caso da APA Baía Negra, a percepção da violação dos direitos fundamentais daquela população e a importância em se construir a visibilidade da mesma. Depreendeu-se, ainda, dos estudos, que a viagem é a metáfora da narrativa, porque é dotada também de elementos como tempo, espaço e pessoa. Diferente do que é considerado jornalismo de viagem no Brasil, que está mais associado ao turismo, o trabalho buscou mostrar que o olhar jornalístico com compromisso ético-social na viagem é imprescindível para a construção de narrativas diferenciadas, isto é, comprometida com o ético-social, colocando as histórias, dramas humanos e a vida na sua plenitude no centro das abordagens jornalísticas. Fica claro a importância do repórter no local do fato, imerso no cenário do acontecimento ou do objeto em estudo, com todos os sentidos acionados, contribuindo assim para a prática da alteridade. Assim, conclui-se que o trabalho cumpre com o ético-social ao tratar sobre a violação dos direitos humanos fundamentais na comunidade abordada. Considerando que o conteúdo desenvolvido obedeceu aos curtos prazos estabelecidos e que há material suficiente para a ampliação do trabalho,a expectativa é de que o estudo em questão, possa ter continuidade, estabelecendo-se como suporte para tal o grupo de pesquisa GRIOT Laboratório de Investigação em Jornalismo, Narrativas Complexas e Direitos Humanos /UFMS, coordenado pelo professor doutor Edson Silva, e vislumbrando o desenvolvimento de outros produtos como a realização de novas reportagens, produção de artigos científicos, cursos, entre outros, bem como o trânsito pelo mundo da pós-graduação. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BAHIA, Juarez. Jornal, História e Técnica. As técnicas do jornalismo. São Paulo: Ática, 1990.<br><br>BRASIL.Constituição (1988). Constituição de República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso: 13 abr. 2018. <br><br>COIMBRA, Oswaldo. O texto da reportagem impressa. São Paulo: Ática, 2003.<br><br>FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS. Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES: FENAJ, 2007. Disponível em: http://www.fenaj.org.br/federacao/cometica/codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf. Acesso: 04 mai. 2018. <br><br>LONGHI, Raquel. A grande reportagem multimídia como gênero expressivo no ciberjornalismo.Disponível em: http://www.ciberjor.ufms.br/ciberjor6/files/2015/03/ LONGHICIBERJOR.pdf. Acesso: 13 abr. 2018. <br><br>ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - HABITAT. Declaração de Istambul Sobre Assentamentos Humanos (1996). Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos. Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteud os-de-apoio/legislacao/moradia-adequada/declaracoes/declaracao-de-istambul-sobre-ass entamentos-humanos. Acesso: 04 mai. 2018. <br><br> </td></tr></table></body></html>