INSCRIÇÃO: 00030
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO10
 
TÍTULO: Qual o papel da educação no combate à corrupção?
 
AUTORES: Raylson Chaves Costa (Universidade Católica Dom Bosco); Aletheya Rhayssa Alves Silva (Universidade Católica Dom Bosco); Lucas Afonso Serafim Domingues (Universidade Católica Dom Bosco); Marcos Rivany Campêro Paião (Universidade Católica Dom Bosco); Oswaldo Ribeiro da Silva (Universidade Católica Dom Bosco)
 
PALAVRAS-CHAVE: Educação, Corrupção , Videorreportagem, ,
 
RESUMO
Este trabalho apresenta uma videorreportagem apresentada na disciplina de Tópicos em Comunicação, produzida por acadêmicos matriculados no curso de Jornalismo, que questiona o papel da educação frente à corrupção sistêmica existente no país. A reportagem audiovisual tenta debater algumas questões como: qual é a função da educação na formação do indivíduo? A corrupção existe apenas no meio político partidário ou ela está nas nossas relações? O papel da família na formação do indivíduo é moldado na forma de troca ou de responsabilidade? Assim sendo uma produção audiovisual capaz de levantar dúvidas no modo em que estamos organizados.
 
INTRODUÇÃO
No ano de 2016 a Operação Lava-Jato tomou grandes proporções no país, virando manchete nos principais jornais por conta da grande quantidade de dinheiro desviada por empresários e políticos. A partir disso, criou-se um debate em torno do tema: corrupção. Como entender esse ato criminoso? O jurista Érico Fathi Cordoba de Lima (2016, p. 14-15) compreende que "​[...] a corrupção está tanto nas relações públicas, políticas quanto nas relações dos particulares e é no convívio em sociedade que se pode encontrar a corrupção sistêmica, em que ela está presente nas mais variadas e diversificadas formas." Compreender como a educação é entendida pelas pessoas no combate a corrupção, no sentido de tornar cidadãos mais éticos na fase escolar. Os responsáveis por essas crianças acreditam que a educação é um caminho eficaz de combate ou existe outra possibilidade mais eficiente. Levantar o debate em torno do papel da educação como formadora de jovens. Lembrando que deve ser uma ação conjunta de todos da sociedade.
 
OBJETIVO
A videorreportagem é uma narrativa simples para uma temática que precisa da atenção na atual situação que vive o país. Repensar valores que ensinamos as crianças como: faça a tarefa escolar e vai poder assistir à televisão, faça tudo o que for preciso pra ser o melhor da classe. O ensinar crianças e jovens que vivemos em um mundo competitivo e que não devemos pensar no outro, acaba criando uma sociedade em que a corrupção é banalizada como um "jeitinho brasileiro". Com o objetivo de mostrar que a corrupção vem sendo enraizada na sociedade e não existe apenas na relação política, diferentemente como acreditam algumas pessoas ouvidas nas enquetes. A videorreportagem consegue criar esse diálogo com quem assisti e com que participa do vídeo, assim cria um ambiente de diálogos, onde debater ideias torna-se primeiro plano. As entrevistas em televisão têm o poder de transmitir o que o jornalismo impresso nem sempre consegue: a exposição da intimidade do entrevistado. Os gestos, olhar, o tom da voz, o modo de se vestir, a mudança no semblante influenciam o telespectador e a própria ação do entrevistador, que ao adquirir experiência consegue tirar do entrevistado mais do que ele gostaria de dizer. Boas entrevistas são as que revelam conhecimentos, esclarecem fatos e marcam opiniões. (BARBEIRO, 2010, p.85)
 
JUSTIFICATIVA
O presente trabalho é fruto da disciplina de Tópicos em Comunicação que trabalhou uma produção audiovisual de até cinco minutos. A partir disso, o grupo de acadêmicos de Jornalismo, construiu uma videorreportagem para o Festival Audiovisual Universitário (FUA), realizado em 2017. A temática das produções tinha de ser sobre corrupção, por meio da qual se trabalhasse a semiótica da disciplina através da narrativa jornalística. Para isso, precisou-se criar uma reportagem audiovisual em que fosse possível as pessoas se identificarem com a temática provocada e que ainda criasse uma perspectiva nova para o público.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
O conceito de videorreportagem se espalhou no começo dos anos 1970, com a ideia do profissional criar suas próprias produções audiovisuais e também de caracterizar o jornalista como portador de várias habilidades. No Brasil, esse termo começou a tornar-se conhecido nos anos 1980. Tivemos os repórteres-abelhas que conseguiam comandar uma câmera e construir uma narrativa, sem precisar de uma grande equipe e vários equipamentos como nas matérias tradicionais de um telejornal. No Brasil apenas na década de 1980, é que o formato surge na TV, por meio do programa TV MIX, da TV Gazeta, dirigido por Fernando Meirelles. Após este experimento, os repórteres-abelhas (nome que designa um comparativo com a agilidade que o inseto possui) foram adotados por outras emissoras, como a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e portais de notícias como o AOL e UOL. Assim, uma demanda que surgiu a partir da falta de recursos financeiros se transformou em uma nova opção de linguagem jornalística, aliada ao avanço e barateamento de equipamentos tecnológicos. (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2013. p.3) Com a difusão desse conceito, as empresas passaram a fazer os investimentos para construir uma nova linguagem que pudesse transmitir o que as pessoas estavam pensando e de uma forma próxima. O exemplo hoje é o Profissão Repórter, da TV Globo que atua nas videorreportagens, onde o/a repórter atua atrás das câmeras fazendo as perguntas e guiando a narrativa para construção de uma informação. A utilização dos celulares é uma ferramenta que vem atribuindo uma nova dinâmica e estética as produções audiovisuais. Os casos de mídia independente vêm se espalhando, pois, o celular é a única fonte de informação que se tem em mãos e dessa forma criam-se espaços mais plurais e diversos, do que o telejornalismo tradicional tem como regra. Os profissionais estão descobrindo as potencialidades desta nova forma de produção, ao buscar novos ângulos, inovações na narrativa e o resgate do trabalho individual e autoral, ou seja, não mais industrializado. Eles experimentam, assim, uma nova roupagem no telejornalismo onde percepção, sensibilidade e investigação resultarão em um produto original. (MACHADO FILHO, 2008, p. 12-13) Dessa necessidade de fazer trabalhos com múltiplos pontos de vistas e de forma coletiva, as produções de videorreportagens passam a ser feitas de maneira compartilhada. Outros profissionais fazem a contribuição na construção de uma narrativa mais elaborada para o público. Como destaca Silva (2010, p.74) "O videorrepórter grava, entrevista, apresenta e dirige, mas compartilha as etapas de produção, redação, roteiro e edição com outros profissionais" ou seja, uma colaboração para criar um produto de interesse público. A corrupção torna-se frequentemente notícia dentro dos veículos de comunicação do país, surgindo constantemente em livros, debates e filmes. Falar de corrupção é debater sobre o modo de viver em sociedade, da relação em que pessoas são criadas e da relação que um sujeito tem sobre o outro. Uma criação muitas das vezes baseada no favorecimento do eu. Tal atitude apenas demonstra o quanto está sistematizada e enraizada, culturalmente, passando por vezes a ser incorporado ao caráter do brasileiro, o sentimento de corromper. Aquele que fura a fila, aquele que faz uso indevido da vaga destinada ao estacionamento de veículos de pessoa com deficiência ou de idoso, assim o faz e não se constrange, nem demonstra remorso, pois já conjecturou em seu íntimo que o importante é ter atendida a demanda imposta por seu ego, ou seja, ele em primeiro lugar e somente depois o restante da sociedade terá suas demandas atendidas. (LIMA, 2016. p.58) Criar relações baseadas na troca cria uma sociedade que pense no outro como objeto de troca, ou seja, vou levar vantagem se fizer isso para aquela pessoa. Não existe o pensamento de alteridade, ou seja, pensar no outro e entender que ele é diferente. Essa concepção de vida vem incutida nas primeiras instituições que uma pessoa tem contato, a família, a escola, vivências religiosas é que vão dar base na formação e influenciar no seu modo de relacionar-se com outros sujeitos.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
A criação do roteiro foi o primeiro passo do processo, selecionar o enfoque que iria ser abordado pela videorreportagem, fugindo de que a corrupção é algo exclusivamente praticado por políticos. Para isso definimos a abordagem da reportagem em cima de duas palavras: educação e corrupção sistêmica. A educação como base de uma sociedade desenvolvida é a proposta apresentada como possível solução, sendo certo que a educação formal modificaria a "cultura da fraude" valorizando as relações éticas e morais em que a corrupção é posta de lado e o desenvolvimento se faz presente. (LIMA, 2016, p.12) Para iniciar a videorreportagem, utilizamos do recurso enquete ou "fala povo" com o objetivo de entender como a população enxerga o conceito de corrupção, com isso ouvimos pessoas que passavam pelo Centro de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A pergunta-chave era: "A corrupção é o grande mal do Brasil?". Logo depois, houve a passagem do repórter, quando ele aparece em cena olhando diretamente para a câmera, que questiona a pergunta-chave e indaga qual seria o papel da educação nessa temática. A sonora da socióloga Dolores Ribeiro Coutinho trabalha no conceito de que a sociedade não cria pessoas para pensar no outro. Relatando também que a socialização do indivíduo interfere diretamente na sua vida e relacionando a corrupção. A socióloga explica o porquê não pensar na corrupção como algo estrutural, mas sistêmico. Na estrutura da videorreportagem, voltamos para as enquetes com a pergunta-chave: "Qual o papel da educação no combate à corrupção?". A maioria das respostas é que a educação não influencia na corrupção e que a educação deve se atentar a disciplinas básicas. Logo em seguida aparece um off (texto em áudio gravado pelo repórter) com imagem de um jogo de tirar bases. O repórter usa de maneira semiótica afirmando: "Às vezes nos preocupamos com o superficial, que esquecemos de nos preocupar com a base." Para finalizar colocamos a fala da socióloga dizendo sobre o modo de criação. Houve a inserção da fala da Diretora Estadual da Educação nas Prisões de MS (2017) e da professora do ensino médio, Cacilda Inácio da Silva que relaciona o papel decisivo da educação, mas enfatiza que não se pode atribuir toda a carga para a escola. A última opinião da videorreportagem é de um jovem que fala sobre o processo de educação como uma solução em longo prazo. Durante a fala dos personagens utilizamos de cenas comuns do dia a dia. Porém, por conta das exigências da disciplina citada anteriormente, com uma carga mais semiótica das ações com seus significados. No processo de edição, optou-se pela utilização de trilhas com batidas fortes que ambientassem o telespectador de como o assunto era pesado no começo e no final, a trilha passou para uma suavização, já que imaginamos que o tema tinha alcançado algumas respostas. Os equipamentos utilizados para a produção da reportagem audiovisual foram: 2 Câmeras Canon T5i, 1 microfone de mão sem-fio e 1 lapela sem-fio, e em uma das sonoras foi usado jogo de iluminação. O processo de edição foi realizado durante dois dias consecutivos, sendo utilizado o software para edição Adobe Premiere Pro 2015.
 
CONSIDERAÇÕES
A videorreportagem teve como intenção mostrar como a corrupção é uma ação construída por várias instituições e que muitas vezes, concordam com os atos criminosos. O jornalismo tem o papel decisivo de informar o público de novos pontos de vistas e mostrar que é um assunto de interesse público a aliança da educação no combate a corrupção, pensando em longo prazo. Interesse público refere-se ao papel da mídia de representar a sociedade e seus interesses, à defesa dos cidadãos contra um governo autoritário que destitua a ordem social e roube as liberdades individuais, à função de levar ao público as informações que precisam para exercer sua atividade política na vida cotidiana. Assim, a ideia de interesse público também se alia fortemente à ideia da formação de uma esfera civil politicamente ativa, não apenas no voto, mas na deliberação dos assuntos comuns. (SILVA apud TRAQUINA, 2010, p. 21) São várias ações como furar fila, deixar carrinho de supermercado em estacionamento são tipificações de "jeitinho brasileiro" que levam à corrupção. A educação é um caminho sólido em que podemos trabalhar a temática da corrupção, trabalhar com jovens de que a alteridade precisa ser praticada todos os dias e que não precisamos esperar algo em troca ao fazer uma ação. Conseguir uma educação que possa despertar o ato da reflexão nas simples relações com o outro. Não deve tornar-se uma educação da ditadura, pode fazer isso e não aquilo, é mostrar para o educando que ele/ela faz parte de uma sociedade que deve pensar no outro de maneira mútua. Mas devemos lembrar que a educação não deve puxar toda a carga na construção da sociedade. A família, a religião são instituições que vão agregar muitos valores aos cidadãos e dessa forma incentivar que reflitam sobre atos praticados. A justiça deve trabalhar de forma legisladora, mas não de forma autoritária. Uma instituição séria deve trabalhar em favor das populações, para construir uma sociedade mais justa e igualitária.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. ​Manual de telejornalismo: ​os segredos da notícia na TV. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

BARBOSA, Lívia. O jeitinho brasileiro – a arte de ser mais igual que os outros. 2. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

BARROS FILHO, Clóvis. PRAÇA, Sérgio. Corrupção. Parceria degenerativa. Campinas: Papirus 7 Mares, 2014. P.21 e 23

DA MATTA, Roberto, O que faz o brasil, Brasil?, Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

LIMA, Érico Fathi Córdoba de. ​O real custo Brasil: corrupção sistêmica como entrave ao desenvolvimento. 107 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Desenvolvimento Local, Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2016. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2018.

MACHADO FILHO, Francisco; THOMAZ, Patricia. A videorreportagem como tendência na convergência digital. In: CONGRESSO DE CIêNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE,13.,2008,São Paulo.​Anais....​São Paulo:Intercom,2008.p.1 - 15. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2018.

RIBEIRO, Renato Janine. A sociedade contra o social o alto custo da vida pública no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.

SILVA, Karina de Araújo. ​Videorreportagem em três estilos: ​Análise de um subgênero em formação. 2010. 162 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Comunicação e Cultura Contemporâneas, Universidade Federal da Bahia, Bahia, 2010. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2018. ਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀吀䠀伀䴀䄀娀Ⰰ 倀愀琀爀挀椀愀⸀ 䄀 挀漀洀瀀漀猀椀漀 搀愀 漀戀爀愀 愀甀琀漀爀愀氀 攀 愀 攀砀瀀攀爀椀洀攀渀琀愀漀 搀愀 氀椀渀最甀愀最攀洀  琀攀氀攀樀漀爀渀愀氀猀琀椀挀愀猀 渀愀 瘀椀搀攀漀爀爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀⸀ 䤀渀㨀 堀堀堀 䌀伀一䜀刀䔀匀匀伀 䈀刀䄀匀䤀䰀䔀䤀刀伀 䐀䔀 䌀䤀쨀一䌀䤀䄀匀  䐀䄀 䌀伀䴀唀一䤀䌀䄀윀쌀伀Ⰰ ㄀㔀Ⰰ ㈀  㜀Ⰰ 匀愀渀琀漀猀⸀ ☀⌀㠀㈀ ㌀㬀䄀渀愀椀猀⸀⸀⸀ ⸀ ☀⌀㠀㈀ ㌀㬀匀愀渀琀漀猀㨀 䤀渀琀攀爀挀漀洀Ⰰ ㈀  㜀⸀ 倀⸀ ㄀ ⴀ ㄀㔀⸀  䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀椀渀琀攀爀挀漀洀⸀漀爀最⸀戀爀⼀瀀愀瀀攀爀猀⼀渀愀挀椀漀渀愀椀猀⼀㈀  㜀⼀爀攀猀甀洀漀猀⼀刀 ㈀㌀㤀ⴀ㄀⸀瀀搀昀㸀⸀  䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㈀㔀 愀戀爀⸀ ㈀ ㄀㠀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䐀䔀䰀䰀䄀 䌀刀唀娀Ⰰ 䜀椀猀攀氀攀 吀栀椀攀氀㬀 䐀䔀䴀䔀吀䔀刀䌀伀Ⰰ 匀漀氀愀渀最攀 䴀攀渀攀稀攀猀 搀愀 匀椀氀瘀愀⸀ 伀 攀甀 攀 漀 漀甀琀爀漀㨀 椀渀搀椀瘀椀搀甀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 愀氀琀攀爀椀搀愀搀攀 攀 挀椀搀愀搀愀渀椀愀 ⴀ 焀甀攀猀琀攀猀 瀀愀爀愀 愀 攀搀甀挀愀漀⸀ 倀爀ⴀ搀椀猀挀攀渀琀攀㨀 㨀 挀愀搀攀爀渀漀 搀攀 瀀爀漀搀甀攀猀 愀挀愀搀洀椀挀漀ⴀ挀椀攀渀琀昀椀挀愀猀 搀漀 倀爀漀最爀愀洀愀 搀攀 倀猀ⴀ䜀爀愀搀甀愀漀 攀洀 䔀搀甀挀愀漀Ⰰ 嘀椀琀爀椀愀Ⰰ 瘀⸀ ㄀㔀Ⰰ 瀀⸀㄀㤀ⴀ㈀㤀Ⰰ 樀愀渀⸀⼀樀甀渀⸀ ㈀  㤀⸀ 匀攀洀攀猀琀爀愀氀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀攀爀椀漀搀椀挀漀猀⸀甀昀攀猀⸀戀爀⼀倀刀伀䐀䤀匀䌀䔀一吀䔀⼀愀爀琀椀挀氀攀⼀瘀椀攀眀⼀㔀㜀㄀㄀⼀㐀㄀㔀㤀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㈀㔀 愀戀爀⸀ ㈀ ㄀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀