ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #ed1b24"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00102</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO16</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Sonhei com este Vale</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Genito Ribeiro dos Santos (Universidade Federal de Mato Gross); Prof. Me. Gesner Duarte Pádua (Universidade Federal de Mato Gross)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Serra do Roncador, Sonhos, Vale dos Sonhos, Misticismo, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Esta produção audiovisual é um trabalho de conclusão de curso, produzido na disciplina de Trabalho Final de Graduação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia. "Sonhei com este Vale" tem como objetivo compreender e registrar histórias de pessoas que se mudaram para Barra do Garças (MT) após sonharem misticamente com o Vale dos Sonhos. Estes sonhos contribuem em grande proporção com o movimento de místicos, aventureiros e curiosos que procuram a região em busca de experiências sobrenaturais, sejam motivados pela fama dos portais energéticos ou até para fazer contatos com seres extra ou intraterrestres, nesse local que seria um santuário místico. Os relatos sobre esse local atraíram desbravadores e visionários de várias partes do mundo na tentativa de desvendar os seus mistérios, pessoas que sonharam com o Vale literalmente ou alegoricamente.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O protejo do documentário Sonhei com este Vale surgiu da minha curiosidade de tentar entender o fenômeno das pessoas que se mudaram para a região de Barra do Garças após, misticamente, sonharem com o Vale dos Sonhos. As histórias desses personagens têm como ponto em comum um mesmo local denominado de "Dedo de Deus", uma formação rochosa localizada no Vale dos Sonhos, uma área rural do município de Barra do Garças-MT, encravada na Serra do Roncador, que se tornou uma referência para os buscadores de experiências esotéricas. O local fica no distrito que também recebeu o nome de Vale dos Sonhos, com um pouco mais de 400 habitantes. O vilarejo é um ponto de encontro de místicos de todos os lugares do mundo, que se reúnem na localidade antes de seguirem para o "Dedo de Deus".O Município de Barra do Garças se tornou conhecido mundialmente como santuário místico e metafísico. Essa fama está diretamente ligada aos acontecimentos envolvendo o Vale dos Sonhos, que atrai seguidores de seitas místicas, grupos científicos, ufólogos e curiosos de todos os lugares do mundo.De acordo com Melo (2008), os testemunhos dessas pessoas servem de estímulos para escritores, jornalistas, pesquisadores e poetas. Essas histórias são temas de livros, documentários e filmes nas mais diversas interpretações. "Uma das grandes fontes de inspiração de seus adeptos são as obras da escritora Albertina de Castro Fernandes, fundadora do Santuário 'Mata Ki Rangui' (...) ela acredita na possibilidade de transferência das energias do Himalaia para o Roncador", explica o autor. O Vale dos Sonhos é cenário de visitas constantes. A grande maioria dos grupos de místicos não gosta de exposição na mídia. Para eles, o local inspira silêncio e muita reflexão.Partindo desta explanação, este trabalho levantou a seguinte questão: como os sonhos, focalizando-se em aspectos literais e alegóricos influenciaram muitas pessoas ao ponto de deixarem o lugar onde viviam e se mudarem para Barra do Garças para viverem ou participarem de uma nova comunidade ou experiência mística?</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo geral propõe uma reflexão sobre o misticismo que envolve Barra do Garças e região, especificamente o Vale dos Sonhos, tendo como fio condutor depoimentos de pessoas que sonharam misticamente com o lugar. Tentar compreender o misticismo de Barra do Garças por meio de um documentário que envolve os sonhos dessas pessoas certamente despertará maior interesse de quem sempre se perguntou sobre o porquê dessa aura misteriosa que envolve o Vale dos Sonhos. Os objetivos específicos consideram que o tema está presente em rodas de conversas e discussões da população local e de pessoas de outros lugares do planeta, o documentário buscou apresentar respostas sobre um aspecto curioso e interessante que motiva, há muitos anos, estes visionários a virem para a região. Por meio de entrevistas com personagens que tiveram suas histórias marcadas com tais experiências o filme procura trazer uma visão mais clara sobre esse fenômeno. Ao visualizar esta série de elementos que compõem o cenário místico do Vale dos Sonhos, o documentário propõe agregar valores culturais e sociais à região ao trazer para a população de Barra do Garças a oportunidade de se conhecer melhor por meio das histórias que serão apresentadas. Realizar um documentário neste sentido faz evidenciar a potencialidade mística de Barra do Garças, contribuindo para o enriquecimento da diversidade cultural da região proporcionando uma maior compreensão sobre esse fenômeno cada vez mais forte em nosso território. O misticismo é uma das grandes fontes de inspiração daqueles que anseiam por experiências sobrenaturais, que de acordo com Ferreira (2001), é o "estado espiritual de união com o divino, o sobrenatural; doutrina que afirma a possibilidade desta união; religiosidade profunda", algumas características são observadas, como "comportamento dominado por sentimentos religiosos ou contemplativo; mística; disposição para crer no sobrenatural".</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção desta narrativa documental sobre o Vale dos Sonhos, usando como fio condutor os sonhos de diversas pessoas podem representar uma nova maneira de elucidar os porquês da escolha pelo local e como o Vale se tornou um centro místico importante.Para Hildebrandt (1875), os sonhos podem representar uma resposta aos muitos anseios humanos. Mais profundo menosprezo, do tipo com que nos familiarizamos, passando por indícios de uma valorização ainda não revelada, até uma super-valorização que coloca os sonhos numa posição muito mais elevada do que qualquer das funções da vida de vigília. (HILDEBRANDT,1875, 19). Estar certo do tipo do documentário é de grande importância para obter uma relação harmoniosa entre o roteiro e a montagem da história. Eleger o modo é determinante para se enxergar formato do mesmo, este é o estilo de como será a narrativa da história. De acordo com Bill Nichols (2005), os documentários podem se dividir em seis modos distintos: poético, expositivo, observativo, participativo, reflexivo e performático. Estes modos corroboram para a identificação de um filme. O documentário Sonhei com este Vale segue dois modos propostos por Nichols (2005) na sua construção: o expositivo e o poético. Estes formatos são utilizados no sentido da exposição clara do conteúdo que sustenta o filme, mas sem deixar de lado os sentimentos que movem estas pessoas, muitas vezes interpretados como o lado poético de suas vidas. Esses modos determinam uma estrutura de afiliação frouxa, na qual os indivíduos trabalham; estabelecem as convenções que um determinado filme pode adotar e propiciam expectativas específicas que os espectadores esperam ver satisfeitas. Cada modo compreende exemplos que podemos identificar como protótipos ou modelos: eles parecem expressar de maneira exemplar as características mais peculiares de cada modo (& ) (NICHOLS, 2001, pag.136). O poético também se manifesta na estética visual e narrativa do trabalho. Ao aplicar estes princípios o documentarista caminha em solo seguro, o que implicara diretamente em um resultado positivo ao final do processo. Tendo como finalidade se aproximar ao máximo da realidade, o documentário não deixa de ser uma construção dessa mesma realidade, visto que sempre se encontrará sinais da subjetividade na sua produção. No documentário ou na reportagem não estamos diante de uma mera documentação, mas de um processo ativo de fabricação de valores, significados e conceitos, pois, qualquer relato é sempre resultado de um trabalho de síntese, que envolve a seleção e ordenação de informações, e tal síntese pode variar dependendo da posição ideológica, social, cultural do sujeito que enuncia (MELO, 2002, p. 6 - 7). A narrativa do documentário Sonhei com este Vale procurou manter um olhar imparcial para proporcionar uma visão mais aberta e complexa sobre o tema. Buscou-se, inclusive, não usar o recurso do off para valorizar, as vozes dos personagens na narrativa. De acordo com Melo (2002), No caso do documentário, sabemos que ele só pode ser construído a partir de outros lugares enunciativos, de outras vozes. Durante a produção do documentário, o documentarista recorre a diversas fontes para coletar as informações que lhe são necessárias. Essas fontes tanto podem ser consultas a arquivos (dos quais se extrairão informações para integrar o documentário) como simples conversas com pessoas envolvidas ou conhecedoras do assunto abordado. Neste último caso, o documentarista busca ouvir a opinião de várias pessoas sobre determinado acontecimento ou personalidade, seja para confirmar uma tese (MELO, 2002, p.34).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário Sonhei com este Vale tem 25 minutos de duração.O processo de realização do documentário se deu em três etapas: pré-produção, produção e finalização. A primeira parte do trabalho foi constituída pela elaboração do pré-roteiro do documentário (que ao longo do processo passou por várias modificações), com o objetivo de definir quais os fatos eram mais relevantes a serem abordados, registros e matérias complementares como fotografias e objetos a respeito do tema para serem utilizados na composição do filme, além do material bibliográfico pertinente a execução do projeto. As gravações decorreram no sentido de obedecerem aos critérios do roteiro. Ainda na produção, foram realizados os roteiros das entrevistas, o agendamento com as fontes, a reunião do material histórico disponível e a organização dos últimos detalhes do roteiro. A partir dessa etapa iniciou-se a fase da produção do material. Desse ponto em diante começaram os trabalhos de campo para recolher as informações necessárias. As entrevistas começaram a ser realizadas com as fontes, obedecendo aos roteiros de perguntas para a obtenção perfeita da ligação entre as sonoras. Após cada entrevista foi feita a decupagem do material, e o arquivamento em mídia digital para posterior utilização.Uma seleção cuidadosa do material histórico em arquivo (fotos e vídeos) disponível foi efetuada, para uso no documentário. Nesta fase também, aconteceu a digitalização dos materiais de arquivos históricos que foram reunidos durante o período da pré-produção. Para a obtenção de um resultado satisfatório mergulhei nas histórias contadas pelos personagens que fizeram parte do filme e isso só foi possível diante do exercício de permanecer horas e horas ouvindo os relatos de experiências dessas pessoas com o Vale dos Sonhos. Relatos que dizem respeito às mudanças extremas de suas vidas e esse processo serviu para aumentar suas convicções quanto à mística que envolve o Vale. O trabalho de pesquisa com as fontes ocorreu gradativamente, já que essas pessoas, de modo geral, não gostam de exposição na mídia. Para conseguir as entrevistas tive primeiramente que conquistar a confiança de cada entrevistado, isso só foi possível a partir do momento em que demonstrei se tratar de um trabalho sério e que o mesmo não seria usado de modo a causar constrangimento a elas. Outro fator relevante foi a minha convivência amigável com várias pessoas místicas da região, isso serviu para garantir que o conteúdo do documentário fosse satisfatório. Algo que aprendemos no curso de Jornalismo é que antes de tudo é preciso cativar as nossas fontes para obtermos a confiança e consequentemente um resultado positivo das nossas intenções.Essa experiência adquirida na pré-produção do documentário acabou por despertar em mim maior sensibilidade ao pensar em como deveria transcorrer todo o processo de produção. A partir desse referencial fui a campo para realizar as sonoras, obedecendo as datas que foram previamente combinadas com as fontes. Parte das entrevistas foi realizada nas próprias residências dos entrevistados por serem cenários importantes na construção da narrativa do filme. Foi o caso da mística Tereza de Jesus. Sua entrevista foi gravada exatamente nas dependências do Monastério Teúrgico Roncador, fundado por seu esposo Hudo Oscar Luckner, que teve grande importância no início do movimento místico na região e que atualmente é liderado por Tereza. Todos os entrevistados receberam uma atenção especial quanto ao local de suas participações. Essa iniciativa surtiu efeitos positivos no momento de darem seus depoimentos. Por exemplo, cito a entrevista com o místico Amarílio Carvalho, que teve como cenário o Parque das Águas Quentes de Barra do Garças, onde ele trabalha como jardineiro há mais de dez anos.Para obter uma boa estética visual, dotei alguns enquadramentos no sentido de valorizar a imagem do personagem ao mesmo tempo em que o deixasse-o bem à vontade para responder as perguntas. O enquadramento adotado foi deslocamento do entrevistado para uma das extremidades do vídeo. Este posicionamento de câmera dirige o olhar entrevistado para o repórter e não para a lente da câmera, salvo alguns momentos em que uma segunda filmadora capta a visão frontal da pessoa.Após o termino da produção, iniciou-se a fase de finalização do documentário. As entrevistas passaram por um processo de tratamento sendo a melhoria das imagens (cor, exposição e nitidez), o áudio recebeu cuidados técnicos para a remoção de ruídos o que resultou em uma melhor compreensão sonora. A montagem do material foi feita usando um programa de edição de vídeo especifico para esse tipo de trabalho, o Adobe première cs5.5 e para o tratamento e recorte das fotos o programa Adobe photoshop. O material do filme foi renderizado em formato full HD. Para evitar que o documentário ficasse maçante, alguns elementos foram trabalhados pensando no envolvimento e no interesse do espectador. Para isso a edição seguiu um ritmo mais lento na montagem, imagens em câmera lenta, alguns trechos somente de imagens e trilhas sonoras mixadas com sons originais de vento e pássaros que foram captados durante as gravações, fusões que escurecem ao mudar de entrevistado, transições mais longas usadas de modo a transparecer à imagem seguinte, entrada suave de legendas e um filtro especial na coloração de todo o vídeo.Outras características notáveis no filme são os insertes. Me dediquei a fazer imagens de detalhes da paisagem como também filmagens aéreas do Vale dos Sonhos, a fim de enriquecer o conteúdo e despertar o interesse de quem pretende conhecer o local. Uma pequena produção também foi pensada para os entrevistados: eles são mostrados em ângulos diferentes durante suas falas. Enfrentei diversas dificuldades para concretizar o produto final. Por algumas vezes tive que alterar o roteiro original, várias histórias cogitadas para compor o filme foram retiradas do roteiro por não se sustentarem, como é o caso de um morador da encosta da Serra, conhecido como Maurinho, que diz ter sido curado com uma resina que sai de uma pedra existente no Vale dos Sonhos, por diversas vezes entramos em contato com ele, mas o mesmo não deu atenção tornando inviável a sua entrevista. Outra parte eliminada do roteiro foi a história sobre a passagem do presidente Juscelino Kubitschek na década de 1950. Ele teria sido o autor do nome Vale dos Sonhos, mas esse dado não pode ser checado, não tivemos acesso a qualquer documento que atestasse essa informação. Também falaríamos de uma planta exótica que só nasce na Serra, conhecida popularmente como Padagia. As principais dificuldades encontradas foram decorrentes das várias mudanças do roteiro, mas sem perder de vista o principal foco do documentário que era de construir uma narrativa tendo como fio condutor os sonhos místicos. Outros problemas ocorreram na realização das entrevistas em ambientes abertos devido ao movimento de pessoas e veículos. Esses fatores também dificultaram a gravação áudio que se misturava com o barulho dos carros, vozes de pessoas e som do vento que em vários momentos obrigava a paralisação da sonora. A captação das imagens externas complementares foi mais uma barreira encarada na produção visto que o período usado para esse trabalho coincidiu com uma época chuvosa e por algumas vezes as filmagens tiveram que ser canceladas. Além disso, a região do Vale dos Sonhos é um local de ventos constantes, e em alguns momentos isso atrapalhou as filmagens aéreas realizadas com um drone. O documentário Sonhei com este Vale foi pensando em uma futura exposição em emissoras de TV comercial ou educativa. Pretendo fazer dele um referencial profissional para mim e também almejo apresentá-lo em congressos, feiras seminários, e transformá-lo em um projeto ser apreciado pelo ministério da cultura. Desse modo acredito que o trabalho possa alcançar um número bem maior de pessoas e despertar interesses de acadêmicos, jornalistas e outros profissionais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a execução do projeto foi pensado um valor mínimo, mas que fosse suficiente para cumprir todo o cronograma que havia sido proposto. Mesmo não tendo gastos com locações de equipamentos e nem com aluguel veículo para os deslocamentos, as despesas chegaram a um valor de R$ 1.300,00 divididos entre alimentação, combustível e mídia de armazenamento de dados. Durante o trabalho de campo pude contar com o auxílio do repórter cinematográfico Luzemar Pereira. Ele se dispôs a ajudar sem ser remunerado. Mais uma ajuda que somou em muito na captação de imagens foi do fotografo Daniel Augusto, ele se ofereceu como voluntário para o serviço e enxergou nisso uma oportunidade de aprendizado ao acompanhar de perto a produção do documentário. Os equipamentos usados conseguiram suprir todas as demandas das gravações: uma câmera filmadora Sony Nex- EA 50, uma filmadora Canon XA-10, um notebook Sony Vaio 500GB, um Drone Phanton 3 Pro, um Microfone lapela e um Microfone boom sony. Todos estes instrumentos pertencem a mim, portanto não houve necessidade de locação. O período da produção do documentário foi para mim um tempo de reflexões do aprendizado do jornalismo. As habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo da formação acadêmica foram colocados em prática: a observação, a apuração, roteirização, condução das entrevistas edição do material, etc. Essas experiências colaboraram para que houvesse mais facilidade no momento de desenvolver o material proposto. Muitos desafios vencidos nesta etapa serviram para agregar conhecimentos e maior segurança para os trabalhos vindouros. Ao fazer um retrospecto de todo o caminho percorrido, chego à conclusão de que as dificuldades sempre existirão no trabalho jornalístico, mas o exercício da perseverança aliado com o aprendizado prático e teórico são elementos essenciais para a obtenção do sucesso em qualquer área de atuação profissional. Todas personagens entrevistadas para o documentário abaixo têm suas vidas ligadas de alguma forma ao Vale dos Sonhos. Alguns afirmam ter vindo para a região após sonharem com o lugar, numa espécie de revelação mística, outros se ligaram ao Vale por meio de ideais de vida, de sonharem, de almejarem tranquilidade, paz, experiências esotéricas ou inspiração artística, por exemplo: Tereza de Jesus Ferreira é a viúva do Místico e vidente Hudo Oscar Luckner, fundador do Monastério Teúrgico Roncador. Hudo tinha um grande relacionamento com líderes de centros místicos de várias regiões do Brasil e do exterior, disseminando a sua crença por vários cantos do mundo. Ele faleceu no final da década de 1980 e Tereza passou a liderar o Monastério, localizado em Barra do Garças(MT). Além do centro místico, ela é proprietária de uma área localizada aos pés da formação Dedo de Deus, no Vale dos Sonhos. O local é usado para as reuniões místicas exclusivas para os quem almeja um contato com portais acessados mentalmente por pessoas preparadas espiritualmente. João Amaro Militar aposentado do exército, sua vinda para a região ocorreu após ter um sonho em que ele diz ter sido transportado para o Vale dos Sonhos, após a experiência passou a visitar frequentemente a região e em meados de 1990 resolveu se mudar para Barra do Garças afim de dar continuidade a sua busca interior com o Roncador. Ailton Ribeiro Novaes Militar da reserva da aeronáutica, morava em Campo Grande-MS, mas se mudou para Barra do Garças no ano 2000 após ler o livro Mistérios do Roncador, escrito por Hudo Oscar Luckmer no final da década de 70. Ailton tem grande influência no movimento místico da região. Na atualidade realiza palestras sobre o Templo de Ibez e sobre os portais da Serra do Roncador. Ele acredita que os sonhos que as pessoas têm com o Vale são um  chamamento psíquico . Amarílio Carvalho Oliveira: veio para a região no início dos anos de 1980 e começou a participar do movimento místico desde que aqui chegou, mas as suas convicções foram ampliadas quando no ano de 1999, segundo ele, conseguiu fazer contato com um óvni quando participava de uma reunião noturna aos pés da formação  Dedo De Deus no Vale dos Sonhos. Candido Queiroz, Candinho é um cantor que se tornou uma espécie de ícone da música regional do Vale do Araguaia. Assim como seu parceiro de canções, Eudes Roberto, ele diz se inspirar na magia da região para compor canções que falam do folclore do Araguaia como também dos mistérios envolvendo a Serra do Roncador, mais precisamente o Vale dos Sonhos. Eudes Roberto Chaves.Nasceu em Barra do Garças, é cantor e compositor. Segundo Eudes a Serra do Roncador é uma das suas fontes de inspiração na hora de compor suas canções. Apesar de não fazer parte dos grupos místicos, ele acredita na força dos sonhos que atrai as pessoas para esta região, inclusive foi por meio de um sonho que nasceu a música Cidade  Z . Mônica da Silveira Lobo: professora de Belas artes na cidade do Rio de janeiro. Quando ficou sabendo sobre o Monastério Teúrgico do Roncador, liderado pelo vidente Hudo Oscar Luckner, visitou a região de Barra do Garças no final dos anos setenta e se encantou com as histórias dos Portais que existiriam no Vale dos Sonhos e acabou deixando tudo para trás para viver o seu processo interior. No inico quis voltar, mas diz ter tido revelações através de sonhos que a convenceram de que aqui seria sua morada. Dionizio Carlos de Oliveira Arquiteto, autor de vários projetos importantes em Barra do Garças tais como: o Parque das Águas Quentes, o monumento Obelisco na entrada de Barra do Garças, Concha acústica do Porto do Baé. Chegou em Barra do Garças em meados de 1970 por influência do Vidente Hudo Oscar Lucker, fundador do Monastério Teórico Roncador. Ele diz que se sente bem em partilhar do mesmo sonho do Coronel Fawcet e do vidente Hudo Oscar. Durval Ferreira de Oliveira: é comerciante em Aragarças  GO, cidade vizinha a Barra do Garças. Ele é chaveiro, mas também atua como condutor de turismo regional. Segundo ele, quando veio para a região na década de 1970 tinha um sonho de ficar rico nos garimpos. Apesar do tempo em que viveu como garimpeiro, nunca conseguiu pegar as pedras preciosas, mas hoje afirma que sua maior riqueza é poder compartilhar com os turistas as suas experiências sobre o Vale dos Sonhos. Fernando Mundin Penteado: Nasceu em Barra do Garças e segundo ele, a sua juventude foi marcada por muitas aventuras ao desbravar a Serra do Roncador, na região do Vale dos Sonhos. Essa vivencia serviu mais tarde para o exercício de sua profissão de condutor de turismo no Vale, oficio que lhe redeu conhecimento e convicção sobre as histórias que narra para os visitantes. Maria do Carmo Toledo, como gosta de ser tratada, nasceu na aldeia indígena Meruri, da etnia Bororo, localizada no município de General Carneiro. Viajou por quase todo o Brasil comercializando artesanatos feitos na região do Vale do Araguaia, mas fez de Barra do Garças o seu porto seguro. Ela é grande entusiasta do misticismo do Vale dos Sonhos, um assunto que está sempre em evidência em sua loja de souvenires regionais. Maria se considera uma  recepcionista dos buscadores dos mistérios do Roncador Samira Vilela Prado Morava em Araguaína, no Tocantins, quando teve a oportunidade de conhecer a trabalho Barra do Garças. Sua estadia na região seria de apenas uma semana, mas após conhecer o Vale dos Sonhos, decidiu não mais retornar para seu estado e já vive aqui há mais de cinco anos. Samira também diz acreditar e respeitar o misticismo que envolve o Vale. Adão Vieira se mudou para o distrito de Vale do Sonhos há mais de 20 anos. Ele montou um restaurante onde serve alimentação para viajantes e turistas de todas as partes do Brasil e do exterior. Ele diz não ser místico, mas de tanto ouvir falar sobre os portais do Roncador passou a acreditar que eles existem. Segundo Adão a grande maioria dos turistas que param em seu estabelecimento está a procura da formação Dedo de Deus, local famoso devido a frequência constante de grupos formados por místicos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Este projeto experimental procurou buscar o fio condutor dos sonhos de personagens que sonharam com o Vale dos Sonhos, de forma literal ou alegórica, uma maneira de encontrar respostas para os porquês da busca incessante pela região como centro místico. O documentário apresenta histórias de pessoas que transformaram o modo de agir e de pensar após suas experiências com esse local que é considerado como um santuário místico da Serra do Roncador. Muitos desses indivíduos constituíram suas próprias maneiras de enxergar aquilo que para muitos não passa de meras ilusões, mas mesmo sendo para a grande maioria algo aparentemente ilusório, não tem como negar que estas histórias fascinantes de portais dimensionais, energias cósmicas, aparecimentos de óvnis e tantas outras sobre o Vale que são curiosas até mesmo aos mais céticos. Mesmo quem diz não acreditar em nada do que é tido como verdadeiro pelas sociedades místicas, admira e respeita as suas crenças. O documentário procura contribuir para promoção de uma visão mais complexa e aberta do misticismo que envolve a região de Barra do Garças visto que, mesmo sendo algo já bastante popularizado, para população falar sobre o misticismo no Vale dos Sonhos ainda soa estranho, exótico e isso certamente acontece por falta de informações que apresentem credibilidade. Essa narrativa pode representar uma nova perspectiva sobre o que atrai tantas pessoas para Barra do Garças, fazendo desse município seu porto seguro. Deste modo acredito que o documentário ajuda a entender um pouco sobre o que motiva essa escolha e ajuda a compreender a própria história e a cultura da nossa região. Espero que esse trabalho contribua para a valorização do misticismo regional, que os adeptos desses seguimentos sejam vistos de uma forma respeitosa, e, principalmente, que o documentário seja usado para enaltecer e preservar valores culturais e turísticos do Vale do Araguaia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CARPENTIERI, Archimedes. O Portal do Roncador. Nova Xavantina: Grafica Tipoalfa, 2008.<br><br>FERREIRA, A. B. H. Dicionário de Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.<br><br>HILDEBRANDT, John. Tradução dos Sonhos. Tradução  LEIPZIG UND WIEN. FRANZ DEUTICKE,1875. <br><br>MELO, Herculano da Silva. Mitos e Mistérios do Roncador  topo da serra do Roncador. Barra do Garças : Academia de Letras Cultura e Artes do Cento Oeste, 2008.<br><br>MELO, Cristina Teixeira Vieira. O documentário como gênero audiovisual. Disponível em: < https://revistas.ufg.br/ci/article/viewFile/24168/14059>. Acesso em: 30 dez. 2017. <br><br>NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus Editora, 2007.<br><br> </td></tr></table></body></html>