ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #ed1b24"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00129</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Marcas da depressão  em busca de sentido</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Valesca Soares Consolaro (Universidade Católica Dom Bosco)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Depressão, E-book, Jornalismo, Livro-reportagem, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Não é mais novidade que as transformações sociais, econômicas e culturais alcançadas na contemporaneidade modificaram também as formas de constituição da subjetividade. Essas transformações são consequências da passagem da modernidade para a pós-modernidade. Na nossa sociedade nos deparamos com uma cultura que supervaloriza o individualismo, o consumo, o culto ao corpo e o mundo das imagens, o que propicia o surgimento das patologias narcísicas. Desta forma, percebe-se que a crise mais ampla da modernidade incide na construção da subjetividade contemporânea, ou seja, na própria constituição do sujeito psíquico. Assim, este projeto em questão se propõe a analisar e entender a depressão, mostrando histórias de pessoas que enfrentam o problema no dia a dia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho é um projeto de pesquisa que faz uma proposta de livro-reportagem-perfil em formato digital e-book sobre depressão. A ideia está ligada ao projeto de PIBIC As Doenças da Alma que estuda especificamente a depressão desde agosto de 2016. Logo este projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é uma extensão e aprofundamento sobre o tema. Este é um tema muito importante a ser abordado, pois de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a depressão será a doença mais incapacitante de trabalho dos indivíduos. O principal objetivo a ser alcançado com este produto é mostrar o que é a doença, além de contar histórias de pessoas que passam ou passaram pela depressão para que aqueles que leiam consigam compreender de forma mais contextualizada os processos da doença. Um livro-reportagem digital sobre a depressão permite que o tema seja estudado de forma aprofundada e possibilita a compreensão a partir de uma leitura dinâmica e de fácil interpretação. Assim o livro-reportagem em questão busca levar informação sobre a depressão de uma forma mais clara e coloquial que busca evitar o uso de termos médicos e científicos que complicam na interpretação daqueles que são leigos sobre a temática, além de chamar a atenção para a importância da doença e de suas consequências no comportamento social.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Um livro-reportagem digital e-book sobre depressão trará informações que ajudarão a compreender um pouco mais sobre esse tema. De acordo Lima (1998, p.7) o livro-reportagem é um "veículo de comunicação jornalística não periódica", que "amplia o trabalho da imprensa cotidiana". Esse produto tem função social de ajudar as pessoas que buscam informações sobre o assunto. Um livro-reportagem sobre depressão aborda o tema dentro de uma linguagem jornalística que facilita a interpretação a respeito do tema e que evita o uso de termos técnicos. OBJETIVO GERAL &#61692; Resgatar por meio de um livro-reportagem-perfil digital e-book histórias de pessoas que sofreram e conseguiram superar a depressão e que possam servir de exemplo para aqueles que acreditam que o problema não tem solução. OBJETIVOS ESPECÍFICOS &#61692; Especificar as principais características da depressão, os tratamentos, as causas, tipos e níveis de gravidade; &#61692; Explicar como a doença influencia na vida da pessoa afetada; &#61692; Entrevistar pessoas que passaram ou que passam pelo problema; &#61692; Esclarecer dúvidas a respeito do tema e, &#61692; Elaborar um livro-reportagem-perfil digital e-book. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A intenção de fazer um livro-reportagem digital e-book sobre a depressão surgiu, inicialmente, a partir dos estudos no grupo de pesquisa da Universidade Católica Dom Bosco, coordenado pelo professor orientador Jacir Alfonso Zanatta, intitulado como "As Doenças da Alma". Nesse projeto analisamos as doenças psíquicas, mais especificamente a depressão. Durante o processo de pesquisa baixamos todos os artigos relacionados à depressão no scielo indexador e foram encontrados 998 artigos. Deste total, 34 estão relacionados com a psicanálise, área estudada pelo professor orientador do projeto. Esses trabalhos passaram por um processo de leitura que resultaram em um artigo, além de contribuírem na produção desse projeto de pesquisa e do livro-reportagem. Também estamos construindo um capítulo de revisão bibliográfica sobre a depressão que fará parte de um livro que tratará de diversas doenças psíquicas. Compreender um tema extenso como esse leva tempo e dedicação, logo o livro-reportagem será uma extensão dos estudos já feitos no projeto de pesquisa. As mudanças sociais causadas pela transição da modernidade para a pós-modernidade afetaram o modo como as pessoas interpretam o cotidiano e os acontecimentos pessoais. De acordo com Lipovetsky (2004, p.51) essa mudança de conceitos "foi mobilizada para designar ora o abalo dos alicerces absolutos da racionalidade e o fracasso das grandes ideologias da história, ora a poderosa dinâmica de individualização e de pluralização". Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que em 2030 a depressão será a doença mais prevalente no mundo e que as mudanças dos estilos de vida são fatores que influenciam sobre esse aumento de casos da doença. Bauman (2007) explica que ultimamente passamos por constantes mudanças e que não temos tempo para nada, damos prioridade para aparências, status, situação econômica, além de nos sentirmos constantemente inseguros. Nossas relações se tornaram líquidas, ou seja, não temos mais raízes, nem um ponto de referência para nos mantermos firmes diante das dificuldades que a vida impõe. Todas essas características estão influenciando para o desenvolvimento de doenças psíquicas como a depressão. Para o autor estas doenças são diretamente ligadas à pós-modernidade que ele classifica da seguinte forma. Se a ideia de "sociedade aberta" era originalmente compatível com a autodeterminação de uma sociedade livre que cultivava essa abertura, ela agora traz à mente da maioria de nós a experiência aterrorizante de uma população heterônoma, infeliz e vulnerável, confrontada e possivelmente sobrepujada por forças que não controla nem entende totalmente; uma população horrorizada por sua própria vulnerabilidade, obcecada com a firmeza de suas fronteiras e com a segurança dos indivíduos que vivem dentro delas  enquanto é justamente essa firmeza de fronteiras e essa segurança da vida dentro delas que geram um domínio ilusório e parecem ter a tendência de permanecer como ilusões (BAUMAN, 2007, p.13). Essa fragilidade dos laços sociais e as constantes mudanças fazem com que o ser humano passe por um momento de transição e adaptação. A mídia e o advento da internet têm grande influência nessas mudanças psicossociais. É importante que as pessoas entendam esse contexto, inclusive profissionais de comunicação, que exercem grande influencia sobre o corpo social, é preciso que estes estejam aptos a entender as novas dinâmicas da sociedade, além de compreender qual influência exercem sobre o comportamento das pessoas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Esta é uma pesquisa de caráter qualitativo, que se desenvolve numa situação rica em dados descritivos e que conseguem compreender a realidade de forma complexa, contextualizada e não meramente, como um processo natural e matemático. É importante lembrar ainda que dados quantitativos aparecem em pesquisas com seres humanos, tem significado e sentido e faz morada na linguagem. A partir do processo de pesquisa desenvolvido no Pibic 'As Doenças da Alma' se pode notar que a depressão é uma doença que incapacita o ser humano para as atividades cotidianas. Porque a depressão atrapalha as relações pessoais, a forma de se ver e de ver o mundo? Porque será que ela altera as percepções do indivíduo e como este se comporta diante de problemas rotineiros? O que leva a depressão a ser a doença mais incapacitante para o trabalho no século XXI? Estas são algumas das indagações e questionamentos que, acreditamos o livro-reportagem deverá responder. Uma das principais hipóteses a respeito da depressão ser uma doença incapacitante gira em torno do fato que esta é uma doença que deixa a pessoa sem perspectiva de futuro. O sujeito que se encontra em depressão imagina que sua vida não tem mais sentido e que não há porque buscar evoluir ou melhorar, logo o depressivo deixa de acreditar em si e na possibilidade de que as coisas podem melhorar. A falta de perspectiva causa profundo desânimo e a pessoa não consegue mais ver motivo para se esforçar em realizar suas atividades. Assim o sujeito deprimido consegue ir até o fundo do poço, perde o emprego, se afasta dos amigos e familiares, envolve-se com vícios e desenvolve hábitos compulsivos. Existem várias análises a respeito da depressão, é possível notar realmente o aumento de pessoas diagnosticadas com a doença, mas como aponta Nágera (2015, p.37), "não significa necessariamente que tenha crescido o número de enfermos. Antes a maioria dos deprimidos não chegava a ser diagnosticada e não formava cifra oficial". Essa afirmação nos leva a pensar a respeito do fato da depressão ser uma doença da pós-modernidade ou não. De acordo com os estudos que já foram feitos podemos ver que a depressão é uma resposta do corpo a algum problema, Wolpert (2003, p.77), defende que não devemos pensar que existe uma única causa, mas que a doença pode surgir a partir de uma "combinação dos fatores que tornam o indivíduo vulnerável e dos acontecimentos externos". Esses acontecimentos externos podem acontecer a partir de qualquer situação do cotidiano do sujeito, levando-o a incapacidade e falta de vontade de reagir diante das dificuldades que a doença causa. A tristeza é um sentimento que faz parte da vida de todas as pessoas, e isso é normal, ela se torna um problema a partir do momento que toma conta do indivíduo e o atrapalha no dia a dia. Segundo Wolpert (2003, p.36) "é somente quando as emoções passam a ser incapacitantes que as consideramos uma doença". Os sintomas da depressão são os principais motivos por essa incapacitação, o CID-10 (1993) aponta que o cansaço depois de pequenos esforços é um sintoma da doença, assim como falta de concentração e de autoestima, ideias de culpa, inutilidade, pensamentos pessimistas, problemas com falta ou excesso de sono e apetite diminuído. Não é surpresa que a pessoa comece a render menos no trabalho, chegando até ao ponto de pedir licença. Foi possível notar a partir das pesquisas realizadas no Pibic que o tema depressão vem sendo cada vez mais abordado em trabalhos científicos, principalmente quando se trata de incapacitação para algum tipo de atividade cotidiana. Notamos que problemas relacionados ao fator econômico ou relações afetivas são os principais motivos desencadeantes da doença, claro que existem outros fatores que levam a uma depressão, como situações de perda de ente querido, distúrbios hormonais, entre outros, mas os dois os principais são situação econômica e afetiva. Está é uma pesquisa que busca analisar fatos e histórias humanas. É uma pesquisa qualitativa de campo com entrevistas que vão compor o produto final, o livro-reportagem. Uma pesquisa qualitativa é aquela que se desenvolve numa situação social rica em dados descritivos e que conseguem compreender a realidade de forma complexa, contextualizada e não meramente, como um processo natural e matemático. De acordo com Marques, uma abordagem qualitativa é aquela cujos dados não são meramente matematizados. É uma abordagem largamente utilizada no universo das ciências sociais, e por conseguinte da educação, quando a opção é trabalhar principalmente com representações sociais, que grosso modo podem ser entendidas como a visão de mundo (MARQUES [et al], 2014, p.39). Os instrumentos utilizados para coleta de dados são métodos e ferramentas possíveis de adaptação, como entrevistas, fotografias, vídeos, observação, questionários, entre outros. Marques [et al] (2014, p.39), aponta que nesse tipo de abordagem interessa "apreender as percepções comuns e incomuns presentes na subjetividade das pessoas envolvidas na pesquisa, notadamente na condição de objeto-sujeito". Quanto a forma de conhecimento essa pesquisa se caracteriza pelo modelo empírico, que no entender de Marques [et al] (2014, p.12) "é aquele comum a todo ser humano por ser produzido pela sua própria existência cultural". O conhecimento empírico tem como características a espontaneidade, pois resolve problemas diários; ele é utilizado na explicação e solução de problema, além de valorizar o caráter subjetivo. Observa-se ainda que tem uma linguagem simples que atinge todas as pessoas, podendo mudar sua validade de acordo com os acontecimentos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro-reportagem é um produto jornalístico não periódico. De acordo com Lima (2004, p.1) o livro-reportagem "desempenha um papel específico, de prestar informação ampliada sobre fatos, situações e ideias de relevância social, abarcando uma variedade temática expressiva." Esse produto tem o poder de preencher o espaço vago deixado pelos outros veículos de comunicação, pois tem o poder de levar ao leitor informações mais aprofundadas sobre algum determinado assunto. O livro-reportagem geralmente é escrito por jornalistas e, portanto, carrega característica do jornalismo em seu texto. Lima (1998, p.9) coloca que o principal papel desse produto "é relatar os acontecimentos, de maneira que as pessoas tenham conhecimento do que ocorre nos diversos campos da realidade social e da existência humana". Podem ser feitos vários tipos de livro-reportagem. Lima (2004) aponta que o modelo a ser seguido deve ser escolhido de acordo com o objetivo que o livro busca alcançar. Dentre esses tipos de livro-reportagem encontram-se vários formatos classificados por Edvaldo Pereira Lima. Um desses é o livro-reportagem-depoimento, Lima (2004, p.52) coloca que nesse modelo se "reconstitui um acontecimento relevante, de acordo com a visão de um participante ou de uma testemunha privilegiada". É caracterizado por ser narrado por algum protagonista que viveu a história, assim passa mais sensação de realidade. Há também o livro-reportagem-retrato, Lima (2004, p.53) aponta que esse modelo focaliza não em um personagem mais sim em "uma região geográfica, um setor da sociedade, um segmento da atividade econômica, procurando traçar o retrato do objeto em questão". O autor ainda diz que esse tipo de produto vida prestar algum tipo de serviço educativo ou explicativo. Outro tipo é o livro-reportagem-ciência, de acordo com Lima (2004, p.53), esse modelo "serve a propósito de divulgação científica, geralmente em torno de um tema específico. Pode também apresentar caráter de crítica ou reflexão". Nota-se que algumas revistas segmentadas trabalham com essa produção de conteúdo, aproximando-se bastante do jornalismo científico. O livro-reportagem-ambiente se caracteriza pelo vínculo com questões ambientais e ecológicas. Lima (2004, p.54) coloca que esse tipo de livro pode adotar "uma postura combativa, crítica ou simplesmente tratar de temas que auxiliam na conscientização da importância da harmonia das relações do homem com a natureza". Geralmente nesse tipo de produto se dá pouca atenção para relações humanas e focaliza mais nos problemas ambientais. Já no livro-reportagem-história Lima (2004) fala que esse produto tem como objetivo contar histórias do passado que se relacionam com algum fato presente. O autor ainda coloca que pode haver variantes nesse formato de livro, pois pode ter como foco história empresarial, que focaliza em temas relacionados com negócios. E também pode ser um livro-reportagem epopeia, que de acordo com Lima (2004, p.55), "abarca, com grande magnitude, episódios históricos de grande relevância social". Pode ser feito também um livro-reportagem-nova consciência. Lima (2004, p.55) enfatiza que esse produto tem como foco abordar "temas das correntes comportamentais, sociais, culturais, econômicas e religiosas que surgem em várias partes do mundo". Geralmente nesse tipo de livro envolver assuntos relacionados com questões culturais. Livro-reportagem instantâneo é aquele que aborda algum tema recém-concluído. De acordo com Lima (2004, p.56), usa-se o termo instantâneo, pois este "conta velocidade, mas não vem cercado de qualquer atributo de efemeridade". Nesse modelo se trata de assuntos recentes de forma imediata, mas não superficial. Podemos encontrar também o livro-reportagem-atualidade. Lima (2004, p.56), coloca que esse tipo de livro se assemelha bastante ao livro-instantâneo, mas sua diferença está na forma como "seleciona os temas atuais dotados de maior perenidade no tempo, mas cujos desdobramentos finais ainda não são conhecidos". De acordo com o autor esse é um produto que possibilita que o leitor entenda o presente e decifre ou compreenda o que pode acontecer no futuro. Também pode ser feito um livro-reportagem-antologia. De acordo com Lima (2004, p.57) esse é um livro que reúne "reportagens agrupadas sob os mais distintos critérios, previamente publicadas na imprensa cotidiana ou até mesmo em outros livros". Caracteriza-se por temas variados ou por ter mais de um autor. Sempre é trabalhado, na maioria das vezes, com gênero opinativo ou interpretativo. Há o livro-reportagem-denúncia, que tem caráter investigativo, Lima (2004, p.57) coloca que esse é um livro que "apela para o clamor contra as injustiças, contra os desmandos dos governos, os abusos das entidades privadas ou as incorreções de segmentos da sociedade". Aqui nesse modelo se dá bastante atenção para casos de escândalos que têm interesse público. Entre os livros apontados pelo autor há o livro-reportagem-ensaio, que de acordo com Lima (2004, p.58) contém "presença muito evidenciada do autor e de suas opiniões sobre o tema, conduzida de forma a convencer o leitor a compartilhar do ponto de vista do autor". É comum que nesse tipo de trabalho seja usado o método narrativo em primeira pessoa. Livro-reportagem-viagem é aquele que, de acordo com Lima (2004, p.58) tem como foco uma viagem a "uma região específica, o que serve de pretexto para retratar, como em um quadro sociológico, histórico, humano, vários aspectos das realidades possíveis do local". Durante a coleta dos dados podem acontecer diversas mudanças, portanto é um tipo de conhecimento que se constrói ao longo do livro. O autor destaca ainda em sua classificação o livro-reportagem-perfil, que é modelo proposto por esse trabalho. O perfil busca mostrar o lado humano da pesquisa, no qual os personagens são o principal interesse. Nesse tipo de texto se focaliza na história de vida da pessoa. Lima (2004, p.51-52) aponta que "trata-se de uma obra que procura evidenciar o lado humano de uma personalidade pública ou de uma personagem anônima que, por algum motivo, torna-se de interesse". O autor ainda diz que existe uma variante nesse formato, que é o livro-reportagem-biografia, em que se focaliza mais na história do personagem e menos no presente. Vilas Boas (2003, p.14) defende que "os perfis cumprem um papel importante que é exatamente gerar empatias", ou seja, fazer com que o leitor consiga de colocar no lugar do personagem e imaginar como foi cada experiência relatada. O autor ainda coloca que o perfil é um tipo de texto jornalístico que busca estratégias literárias para hipnotizar o leitor, que dá atenção a vida dos personagens, tentando sempre humanizar cada fato. O principal foco no perfil é a experiência humana.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Foi possível concluir que apesar de ser uma doença incapacitante, as pessoas com depressão ainda sofrem discriminação no núcleo familiar e nas relações de trabalho. As histórias revelam que ainda há um preconceito muito grande em torno da depressão, assim como também acontece com as demais doenças psíquicas que vemos no dia a dia. A produção do livro proposto neste projeto me fez ver que é importante continuarmos falando sobre esse assunto para que, quem sabe futuramente, não exista mais tabu em torno da depressão. Durante o processo de produção amadureci muito como acadêmica e como pessoa. Ao final deste trabalho ficaram algumas indagações. Porque a depressão tem aumentado tanto? Até onde os novos estilos de vida influenciam no surgimento da doença? Será que antes as pessoas estavam doentes e não sabiam do que se tratava? Penso que essas dúvidas ainda podem render estudos que me levem a uma dissertação de mestrado ou tese de doutorado a respeito do tema.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BOAS, Sérgio Vilas. Perfis: e como escrevê-los. São Paulo: Summus, 2003.<br><br>CID-10. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas  Coord. Organização Mundial da Saúde. Porto Alegre: Artmed, 1993.<br><br>LIMA, Edvaldo Pereira. O que é livro-reportagem. São Paulo: Brasilience, 1998.<br><br>LIMA. Páginas ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. Barueri: Manole, 2004.<br><br>LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Editora Barcarolla, 2004.<br><br>MARQUES, Heitor Romero [et al]. Metodologia da pesquisa e do trabalho científico. 4. ed. Campo Grande: UCDB, 2014.<br><br>NÁGERA, Vallejo. Diante da depressão. São Paulo: Ideias e Letras, 2015.<br><br>WOLPERT, Lewis. Tristeza maligna: a anatomia da depressão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.<br><br>ZYGMUNT, Bauman. Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.<br><br> </td></tr></table></body></html>