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INSCRIÇÃO: | 00174 |
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CATEGORIA: | CA |
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MODALIDADE: | CA02 |
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TÍTULO: | A Piracema - Na voz dos ribeirinhos da Baixada Cuiabana |
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AUTORES: | Zadoque Nathan Souza Arruda (Universidade Federal de Mato Grosso); Ms. Patrícia Kolling (Universidade Federal de Mato Grosso) |
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PALAVRAS-CHAVE: | Piracema, Jornalismo Ambiental, Documentário, Ribeirinhos , |
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RESUMO |
Esta produção audiovisual é um trabalho de conclusão de curso, produzido na disciplina de Trabalho Final de Graduação da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia. A narrativa traz a visão dos ribeirinhos, que vivem as margens do Rio Cuiabá (Mato Grosso), sobre o ciclo de reprodução dos peixes, a piracema, buscando valorizar a riqueza das crenças, valores sociais, culturais e religiosos desta população. |
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INTRODUÇÃO |
Durante séculos a questão ambiental passou despercebida pela humanidade. Pensava-se que os recursos naturais eram inesgotáveis, portanto, não se discutia o conceito de sustentabilidade. Ao explorar este assunto, encontramos diversas percepções, que distanciam e aproximam os indivíduos do meio ambiente. Na busca da preservação ambiental, a proposta mais reflexiva propõe-se desenvolver a consciência ambiental do indivíduo, fazendo com que o mesmo perceba o ambiente em que se está inserido. A consciência ambiental tem papel fundamental na educação da população para preservação dos bens naturais. Considerando essa percepção, esse trabalho pretender ser, por meio do audiovisual, uma ferramenta de informação e reflexão ambiental. Um trabalho que busca, através de entrevistas com pescadores das comunidades ribeirinhas do rio Cuiabá, apresentar o fenômeno natural da piracema aproximando educação e jornalismo ambiental. Por outro lado, ao olhar, empírica e teoricamente, a forma como as questões ambientais são tratadas pelos meios de comunicação, percebemos a superficialidade como esses temas são apresentados para a sociedade. A falta de informação contextualizada é um empecilho para compreensão de temas ambientais. Nos meios jornalísticos as informações são fragmentadas, não dando espaço, a visão holística, que permite visualizar o TODO. As fontes das informações são frequentemente especialistas no assunto, muitas vezes distantes da realidade vivenciada no cotidiano Portanto, nosso trabalho busca ser diferenciado, molhando os pés no rio Cuiabá, queremos dar voz a quem mora e vive deste rio. Ao dar voz e imagem a estas fontes, não oficiais, escolhendo o gênero audiovisual do documentário, constituímos um novo meio de propagar informação contextualizada e aprofundada. |
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OBJETIVO |
Buscamos como objetivo desse documentário contribuir para despertar na população a conscientização sobre a importância da preservação dos rios e do ciclo de vida dos peixes, além de oportunizar a integração da comunidade e a valorização dos seus conhecimentos e práticas culturais em prol da ecologia. Como objetivos específicos pretendeu-se despertar no telespectador um outro olhar da piracema, a partir da aproximação das comunidades ribeirinhas, além conhecer um pouco mais dessas comunidades e seus integrantes. Documentar essas histórias nos levou também a prática jornalismo ambiental, esse que quebra o dogma da imparcialidade, tão discutida dentro da comunicação, e que toma partido a favor da sustentabilidade e do uso racional dos recursos naturais. O referencial deste trabalho esboça as relações teóricas e empíricas da educação ambiental e do jornalismo. Traz também conceitos e características do gênero documental, utilizando-o como ferramenta de expressão da sociedade, e mostra como a entrevista baseada no diálogo representa interação e humanização da informação. A conceituação da piracema nos permite entender melhor esse processo. |
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JUSTIFICATIVA |
Trabalhar com o tema da piracema nos coloca a frente de diversas questões ambientais, culturais e econômicas inseridas no cotidiano dos pescadores ribeirinhos. Portanto, produzir esse documentário, se justifica pela necessidade de oportunizar a estes ribeirinhos, que normalmente não são ouvidos quando se fala em piracema, contarem suas experiências, vivências e histórias junto ao rio. Uma necessidade de valorizamos a cidadania desses povos, sua importância histórica e social ligada a vida do rio e do ciclo de reprodução dos peixes. Compreendemos que o documentário é um instrumento de expressão da realidade, que permite ao telespectador ver e refletir sobre questões que necessitam de atenção, podendo efetivar-se como ferramenta de conscientização e preservação ambiental. Como o jornalismo, o documentário também utiliza suas narrativas como uma forma de encontro social. Foi através do diálogo entre entrevistador e entrevistado que esse documentário se materializou. A proposta de diálogo entre entrevistado e entrevistador, visa o jornalismo humanizado, que se apropria da valorização dos personagens, buscando a essência das ações humanas. Essas características do documentário, aproximando-se da produção jornalística, justificam a escolha deste gênero para essa produção que buscava falar da piracema, ouvindo aos pescadores. Além disso, podemos destacar a possibilidade do documentário de explorar imagens, sons e silêncios da paisagem. A escolha das fontes cidadãs, neste caso os pescadores, além de ser preceito do jornalismo ambiental, justifica-se pela necessidade de uma abordagem ampla e contextualizada das questões ambientais. A relação sistêmica dos homens, a comunidade, o rio e os peixes são uma forma de valorizar a complexidade da vida, num sistema interligado. O rio faz parte da vida destes pescadores, como de suas famílias, como estas também integram a vida do rio. É papel da mídia, nos seus mais variados gêneros, levar informação e reflexão a sociedade. A imprensa tem um papel fundamental em informar e educar a população sobre temas de interesse público, como questões socioambientais. Por outro lado, tem papel de investigar e divulgar fatos da forma mais esclarecedoras e transparente possível, para que saibamos e possamos moldar nosso comportamento e nossas opinião do que é certo e errado. Por outro lado, a imprensa deve educar as pessoas e prepara-las para entender determinados assuntos para que possam fazer as suas escolhas de forma mais independentes. (OLIVEIRA,2002, p 34) Quando assim atua, o jornalismo é ferramenta de educação ambiental. Para Lucie Sauvé (2005), "a educação ambiental não é, portanto, uma forma de educação entre inúmeras outras; não é simplesmente uma "ferramenta" para a resolução de problemas ou gestão de meio ambiente". Para a autora a educação ambiental trata-se de uma educação essencial para o desenvolvimento social e pessoal do indivíduo, pois essa educação visa introduzir dinâmicas sociais, nas comunidades locais posteriormente, promovendo abordagens colaborativas e críticas das realidades socioambientais com a compreensão autônoma e criativa dos problemas que se apresentam no meio que vivemos. Desta maneira, elevamos nossas reflexões sobre todas as implicações relacionadas diretamente ao meio ambiente. O rio Cuiabá é responsável pela existência e subsistência de diversas comunidades ribeirinhas. Por isso, a necessidade da preservação das espécies de peixes, propiciando a pesca e o conhecimento das espécies para as próximas gerações. Dentro desta abordagem, podemos observar que o homem se torna um sujeito na medida em que toma conhecimento de sua historicidade, assim transformando seu mundo através do equilíbrio do pensamento e da ação. Dentro da relação com o ambiente, o homem é um ser situado no mundo, capaz de transformá-lo socialmente, economicamente e historicamente constituindo um futuro melhor para novas gerações. |
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MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS |
A produção deste trabalho iniciou com uma revisão teórica, que explorou conceitos como piracema, jornalismo e educação ambiental, documentário e entrevista. Tendo como base Nichols (2005) entendemos documentário como um gênero audiovisual utilizado para capturar expressão e registro de acontecimentos sociais. "Os documentários de representação social proporcionam novas visões de um mundo comum, para que as exploremos e compreendamos". (Nichols, 2005, p .27). O documentário acrescenta em nós uma dimensão à memória popular e à história social. A realidade e a autenticidade das fontes ribeirinhas foram importantes fatores para construção deste documentário. Buscamos valorizar a visão dos ribeirinhos, dando importâncias a aspectos ecológicos, sociais, econômicos, culturais em torno do ciclo de reprodução dos peixes. Neste documentário, a autenticidade é também construída, pela técnica utilizada, em que a lógica das entrevistas é somente construída pela fala das fontes, sem necessidade de narrador ou repórter. A construção das sequências é inspirada nas técnicas de entrevista da jornalista Cremilda Medina que no relacionamento entre o entrevistador e o entrevistado não se limita apenas no diálogo, mas, precisa refletir em interação social. Cremilda Medina (2008) alerta que se quisermos trabalhar pela comunicação humana, nós jornalistas, precisamos nos propor ao diálogo. Essa foi a técnica de entrevista por nós desenvolvida na realização deste documentário. Para Cremilda Medina, desenvolver a técnica da entrevista nas suas virtudes dialógicas não significa uma atitude idealista. No cotidiano do homem contemporâneo há espaço para o diálogo possível. "Estão aí experiências ou exceções á regras que provam o grau de concretização da entrevista na comunicação coletiva. Sua maior ou menor comunicação está relacionada com a humanização do contato interativo". Dentro da relação com a fonte, conforme explica Felipe Pena (2011, p 50) diferentemente das reportagens do cotidiano, que, em sua maioria, caem no esquecimento no dia seguinte, o objetivo aqui foi a permanência. Para isso, foi preciso fazer uma construção sistêmica do enredo, levando em conta que a realidade é multifacetada, fruto de infinitas relações, articulada em teias de complexidade e indeterminação. A orientações teóricas do jornalismo e da educação ambiental, foram também bases metodológicas para a produção do audiovisual. Dentro desse contexto, o jornalismo ambiental se torna uma ferramenta de educação, sendo que os veículos de comunicação devem incentivar, informar, abrir espaços e ideias alternativas a partir de suas informações. Porém, é preciso analisar como é realizado esse dito jornalismo ambiental. Fonseca (2004) e Vilas Boas (2004) destacam que a fragmentação da informação é um dos grandes problemas das produções jornalísticas ambientais no Brasil. Bueno (2007, p.37) também refuta a ideia da fragmentação do jornalismo ambiental, afirmando que a cobertura ambiental precisa ser realizada numa "perspectiva Inter e multidisciplinar". Um olhar holístico, ou seja, que enxergue a realidade, desenvolva esse olhar atentando-se para os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais. Após o embasamento teórico, partiu-se para a parte empírica, constituída da pré-produção, com visita a comunidades ribeirinhas, identificação dos entrevistados e a produção do roteiro. A etapa da produção foi o momento em que tudo que foi planejado, discutido e sonhado na pré-produção foi colocado em prática: deslocamento as comunidades, filmagens, entrevistas, captação de imagens. No que se diz respeito a construção das filmagens. Truffaut (1989) diz, com bastante propriedade, que as filmagens são uma leitura do roteiro, e a montagem é a releitura das filmagens. Neste documentário, as filmagens buscam construir técnicas em que a lógica das entrevistas é construída pela fala das fontes, sem necessidade de narrador ou repórter. Essa construção das sequências é inspirada nas técnicas do cineasta Eduardo Coutinho, que segue os aspectos do cinema da palavra filmada. Ou seja, é a imagem da palavra do outro que está na base da sua concepção. É o que dá aos personagens vontade de falar mais, de dizer mais alguma coisa, tomando gosto de contar suas histórias. (LINS (2004) apud TEIXEIRA, 2004) Coutinho consegue fazer que as pessoas tomem gosto pela palavra e contem fragmentos de suas histórias a partir de determinadas atitudes éticas articuladas a uma estética que formam uma metodologia cinematográfica bastante singular, cujas linhas centrais. (LINS, 2004, p.181). O que o espectador percebe é resultado de uma mistura de personagens, falas, sons ambientes, imagens, expressões, e não significações prontas fornecidas por uma voz off. Por isso a possibilidade de interpretações múltiplas é inerente à montagem desses filmes. |
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DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO |
O nome do documentário “A piracema na voz dos ribeirinhos” foi no intuito de valorizar os principais elementos deste audiovisual: a piracema e os ribeirinhos, evidenciando que é uma produção que apresenta os conhecimentos e as narrativas desta população.O documentário tem duração de 26 minutos. Inicialmente optou-se por produzir um curta metragem de até 15 minutos, pois, entende-se que o curta metragem traz características de ser um filme de intensão estética, informativa e educacional. Esse tempo foi superado, para que pudemos valorizar todas narrativas adquiridas junto aos ribeirinhos sobre a piracema, o rio, as festas, as histórias.O documentário inicia-se com uma sequência de imagens estáticas, justamente pelo fato de fazer com que o telespectador se ambiente com o local. Fazendo com que o público identifique, onde vai se passar o filme documentário.Nessa sequência, a próxima cena é a de abertura. Está traz a identificação do nome e do local que se passa a produção. A música tocada ao fundo, é um canto tradicional dos pescadores ribeirinhos chamado de Cururu. Essa cantiga, tradicional, foi entonada pelos pescadores especialmente para esta produção documental. Na terceira sequência são apresentados os personagens que compõem o documentário. Sem identificação, eles falam da ligação e o respeito que eles têm pelo rio. Logo após essa sequência, inicia-se o bloco “A piracema” de entrevistas do documentário. Nesse bloco os entrevistados falam sobre a piracema em suas comunidades e o que ela representa para eles. Neste mesmo bloco, a presença do biólogo fixa a parte cientifica referente a reprodução dos peixes O bloco “O rio”, inicia com os pescadores falando da importância do rio para eles. Nesse bloco eles também reportam as mudanças que aconteceram no rio e a degradação causada pelo homem durante o tempo.O quarto bloco inicia-se com a dona Vitoriana contando sobre ser pescadora ribeirinha e dizendo que tem orgulho de aprender pescar. Na sequência ela conta sobre a popular festa de São Pedro, padroeiro destes pescadores. Esse trecho ressaltar a tradição e a cultura regional desses povos ribeirinhos, através de seus cantos suas danças e a relação que eles têm com meio ambiente.O próximo bloco, histórias de pescador, traz um conto inusitado da negrinha d’água, que representa a crença e a fé desse povo nas relações com o rio e o meio ambiente. Nesse bloco podemos ver o respeito e a crença diante dos contos de seus antepassados. O sexto bloco Sobrevivência, é quando esses pescadores expressam o que o rio representa para eles. Nele eles falam do prazer de poder criar seus filhos e sustentar sua família com o pescado retirado das águas do rio Cuiabá. Eles definem essa importância em pequenas palavras como “rio é vida” “o rio trouxe vida”. O último bloco do documentário traz consigo uma mensagem de preservação, devoção, religiosidade e respeito pelo meio ambiente. Dona Julia expressa sua religiosidade e gratidão por ter criado e sustentado sua família através da pesca, sempre respeitando o meio ambiente e propagando para novas gerações a preservação dos recursos naturais. São fontes deste documentário os pescadores Evande, Germano, Venâncio e as pescadoras Julia e Vitoriana, moradores de três comunidades da cidade de Santo Antônio de Leverger (próximo a Cuiabá) e o biólogo Antônio Claudino. Evande de Arruda, conhecido como “Vando”, 70 anos, aparência indígena, com destreza e experiência até hoje como pescador ribeirinho. Ele criou e sustentou seus oito filhos e sua família com o pescado. Dona Julia. Esposa de seu Evande, que nos contou histórias vivenciadas por ela e seus familiares. Na comunidade do “Rebojo”, seu nome é característico dos redemoinhos que a água faz com o rio quando passa pela comunidade. Nessa comunidade mora o senhor Germano, nascido e criado as margens do rio. Nossa terceira comunidade é São José, comunidade festeira, religiosa e de um povo batalhador, onde mora, o senhor Venâncio, pescador ribeirinho nascido e criado na comunidade. Ele nos contou um pouco de sua história e de sua família diretamente relacionadas a pesca e ao fenômeno da piracema. Sua esposa, dona Vitoriana nossa quinta entrevistada complementou as histórias de seu Venâncio, dando foça para voz da mulher ribeirinha em sua comunidade.Nosso sexto e último entrevistado, é uma fonte especializada no assunto, trazendo as informações científicas. Antônio Claudino, biólogo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) esclareceu sobre todo o processo de reprodução dos peixes, falando da parte ambiental no seguimento da preservação das espécies. Para as filmagens dispúnhamos dos seguintes equipamentos: três câmeras DSLR, tripés, lapelas, gravadores, microfones, pilhas, cartões e uma claquete. Utilizamos também lentes consideradas cinematográficas. Levamos duas 50mm uma 10-20 mm e uma 75-300 mm para fazer a transição entre planos abertos e fechados, na busca de combinar sutilidade e dinamicidade na composição das imagens. Desde do início da produção a equipe criou estratégias de organização dos arquivos gravados. Nessa etapa, todo material fragmentado durante o período de produção, foi organizado segundo previsto no roteiro. As imagens gravadas foram decupadas em HDs de memória, para depois seguir para programa de edição de vídeo.No programa de edição foi realizada a separação das entrevistas, insertes e áudios em pastas denominadas com o nome do seu respectivo entrevistado, separados pela data da entrevista. Essa separação nos auxiliou no processo de organização dentro do programa, pois ele link as pastas com os arquivos carregados no projeto. Logo após essa separação inicia-se o processo mais complicado de uma produção documental. Nessa etapa tivemos que assistir e ouvir todas as entrevistas para que fosse extraído o que realmente propõe o tema. Na sequência, começa a sincronização de áudio e vídeo do documentário. A montagem foi feita no programa de edição “ADOBE Premiere Pro”, nele abrimos um projeto, onde desenvolvemos técnicas de organização das imagens e sons. Após a montagem do filme, chegamos a finalização, que é responsável por ajustar os detalhes, revisar, colorir, trazer a estética além do conteúdo já desenvolvido inicialmente. Nessa fase existem também, efeitos que ajudam o vídeo a ficar mais interessante e atrair seu público. Todos esses elementos precisam estar presentes na finalização para alcançar um resultado de excelência.Nesta produção, logo no início, encontramos dificuldades de interação com o nosso entrevistado. Devido a presença das câmeras e da equipe, nosso primeiro entrevistado não se sentiu à vontade para falar, apenas respondendo às perguntas que eram direcionadas a ele. Em diversos momentos tentávamos fazer com que ele contasse sobre a piracema, sua relação com o rio e o seu cotidiano, mais observamos uma grande resistência. Só depois de algumas horas de diálogo, ele criou simpatia pela equipe, contribuindo mais em Off do que no momento da gravação. Diante dessa situação, nossa equipe fez uma nova reflexão sobre como conduzir as entrevistas com os próximos entrevistados. Porém, através das entrevistas, pudemos observar que colocar em prática a teoria descrita nos livros, em determinado momento se torna complexo. Através dos erros, observamos que é possível aperfeiçoar técnicas, para colocar em pratica a determinada proposta.Nas entrevistas descobrimos diversas curiosidades sobre o rio e os ribeirinhos. Uma delas é que mesmo antes das leis de proibição da pesca, esses povos respeitavam a piracema com o intuito de preservação dos bens naturais, sociais e culturais que geram o sustento a suas famílias. Outro ponto curioso é a religiosidade e o respeito que esses ribeirinhos tem pelo rio. E o mais inusitado é eles também se culparem por não educar aqueles que chegam e apenas veem o rio como objeto de lazer, não se importando com o contexto, histórico, religioso e cultural das comunidades ribeirinhas. |
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CONSIDERAÇÕES |
O resultado desta produção audiovisual, o documentário A piracema na voz dos ribeirinhos, busca oferecer a sociedade um outro olhar sobre a piracema. A partir da fala dos pescadores e pescadoras ribeirinhas, cidadãos comuns e anônimos, esse audiovisual apresenta outra perspectiva sobre um tema tão conhecido, ou seja, trazendo uma outra visão da realidade, com pontos de vistas nunca abordados. Essa é, como já vimos teoricamente, a proposta conceitual do documentário. Demos voz as histórias dos pescadores e suas famílias, que normalmente não são ouvidos quando se fala de piracema.Nosso trabalho se fixa no alicerce da visão holística e multidisciplinar, onde o homem é entendido como um ser indivisível, que não pode ser compreendido apenas pelas suas partes. Nesta abordagem, o TODO é mais importante do que a simples soma das partes. Através desta produção percebemos intenso conhecimento e conexão destes povos com os recursos naturais. Observamos também que a produção documental, busca registrar as expressões culturais e sociais. Na verdade, o documentário nos traz memórias de histórias que são um marco social na cultura desses povos. Assim, se torna a representação de uma visão do mundo, que o telespectador, talvez nunca tenha vivenciado, mesmo que este aspecto do mundo, no caso a piracema, seja para ele familiar. Ao registrar suas histórias lhes damos oportunidade de reconhecer sua importância e colaborar na construção das cidadanias entre os povos ribeirinhos. A partir da apresentação dessa visão diferenciada, acredita-se que esse produto pode constituir-se como instrumento de conscientização da sociedade sobre a importância de cuidar dos nossos rios para as futuras gerações. O referencial teórico sobre educação ambiental, nos mostra, que ao sentir-se parte do meio ambiente, ao estar próximo dele, o ser humano tem melhores condições de compreendê-lo e de agir sobre ele. 㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀攀搀戀㈀㐀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀
ALVES, Kayc Pereira, A grande reportagem multimídia: Um olhar sobre o rio das Garças a partir do projeto de hidrelétrica Boaventura. Monografia apresentada ao curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Jornalismo, Barra do Garças, 2017.㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀䤀一匀Ⰰ 䌀漀渀猀甀攀氀漀⸀ 伀 搀漀挀甀洀攀渀琀爀椀漀 搀攀 䔀搀甀愀爀搀漀 䌀漀甀琀椀渀栀漀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 䨀漀爀最攀 娀愀栀愀爀 䔀搀椀琀漀爀Ⰰ ㈀ 㐀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䄀刀儀唀䔀匀Ⰰ 䄀搀愀⸀ 䤀搀攀椀愀猀 攀洀 洀漀瘀椀洀攀渀琀漀㨀 瀀爀漀搀甀稀椀渀搀漀 攀 爀攀愀氀椀稀愀渀搀漀 昀椀氀洀攀猀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀⸀ ጀ†刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 刀漀挀挀漀Ⰰ ㈀ 㜀ⴀ ⠀䌀漀氀攀漀 䄀爀琀攀洀椀搀椀愀⤀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䄀吀伀 䜀刀伀匀匀伀Ⰰ 䰀攀椀 㜀㠀㠀⸀䰀攀椀 搀攀 倀攀猀挀愀 䴀吀Ⰰ 搀攀 ㌀ 搀攀 搀攀稀攀洀戀爀漀 搀攀 ㈀ ㈀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䔀䐀䤀一䄀Ⰰ 䌀爀攀洀椀氀搀愀 搀攀 䄀爀愀切樀漀⸀ 䔀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀㨀 漀 搀椀氀漀最漀 挀漀洀 瀀漀猀猀瘀攀氀Ⰰ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 섀琀椀挀愀Ⰰ ㈀ 㠀⸀ ጀ†㔀⸀攀搀ⴀ㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀伀刀䤀一Ⰰ 䔀搀最愀爀⸀ 䔀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀 渀愀猀 挀椀渀挀椀愀猀 猀漀挀椀愀椀猀Ⰰ 渀愀 爀搀椀漀 攀 渀愀 琀攀氀攀瘀椀猀漀⸀ 䤀渀㨀 䴀漀氀攀猀Ⰰ 䄀戀爀愀栀愀洀 䄀⸀ 攀琀 愀氀椀椀⸀ 䰀椀渀最甀愀最攀洀 搀愀 挀甀氀琀甀爀愀 搀攀 洀愀猀猀愀⸀ 倀攀琀爀瀀漀氀椀猀Ⰰ 瘀漀稀攀猀Ⰰ 㤀㜀㌀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀一䤀䌀䠀伀䰀匀Ⰰ 䈀椀氀氀 䤀渀琀爀漀搀甀漀 愀漀 搀漀挀甀洀攀渀琀爀椀漀⸀ 琀爀愀搀甀漀 䴀渀椀挀愀 匀愀搀搀礀 䴀愀爀琀椀渀猀⸀ 䌀愀洀瀀椀渀愀猀Ⰰ 匀倀㨀 倀愀瀀椀爀甀猀Ⰰ ㈀ 㔀⸀ ⴀ ⠀䌀漀氀攀漀 䌀愀洀瀀漀 䤀洀愀最琀椀挀漀⤀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀䔀一䄀Ⰰ 䘀攀氀椀瀀攀⸀ 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 䰀椀琀攀爀爀椀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀䔀搀⸀ 䌀漀渀琀攀砀琀漀Ⰰ ㈀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀刀伀䐀刀䤀䜀唀䔀匀Ⰰ 匀漀甀稀愀⸀ 䄀 瀀攀猀挀愀 瀀爀攀搀愀琀爀椀愀 渀漀 爀椀漀 䌀甀椀愀戀 䌀漀洀漀 䌀爀椀洀攀 䄀洀戀椀攀渀琀愀氀 刀攀愀氀椀稀愀搀愀 一漀 䴀甀渀椀挀瀀椀漀 搀攀 䌀甀椀愀戀 一漀 瀀攀爀漀搀漀 搀愀 倀椀爀愀挀攀洀愀 䌀甀椀愀戀㨀 刀䠀䴀 嘀漀氀 㘀 樀甀渀⼀樀愀渀Ⰰ ㈀ ⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀吀刀唀䘀䘀䄀唀吀Ⰰ 䘀爀愀渀漀椀猀⸀ 伀猀 昀椀氀洀攀猀 搀攀 洀椀渀栀愀 瘀椀搀愀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 一漀瘀愀 䘀爀漀渀琀攀椀爀愀Ⰰ 㤀㠀㤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀吀刀䤀䜀唀䔀䤀刀伀Ⰰ 䄀渀搀爀⸀ 伀 䴀甀渀搀漀 匀甀猀琀攀渀琀瘀攀氀⸀ 䄀戀爀椀渀搀漀 攀猀瀀愀漀 渀愀 洀搀椀愀 瀀愀爀愀 甀洀 瀀氀愀渀攀琀愀 攀洀 琀爀愀渀猀昀漀爀洀愀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䜀氀漀戀漀Ⰰ ㈀ 㔀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀娀䄀一䐀伀一䄀䐀䔀Ⰰ 嘀愀渀攀猀猀愀 伀 瘀搀攀漀 搀漀挀甀洀攀渀琀爀椀漀 挀漀洀漀 椀渀猀琀爀甀洀攀渀琀漀 搀攀 洀漀戀椀氀椀稀愀漀 猀漀挀椀愀氀⼀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䴀漀渀漀最爀愀昀椀愀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀愀 愀漀 挀甀爀猀漀 搀攀 䌀漀洀甀渀椀挀愀漀 匀漀挀椀愀氀 挀漀洀 栀愀戀椀氀椀琀愀漀 攀洀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 搀漀 䤀渀猀琀椀琀甀琀漀 䴀甀渀椀挀椀瀀愀氀 搀攀 䔀渀猀椀渀漀 匀甀瀀攀爀椀漀爀 搀攀 䄀猀猀椀猀⼀䘀甀渀搀愀漀 䔀搀甀挀愀挀椀漀渀愀氀 搀漀 䴀甀渀椀挀瀀椀漀 搀攀 䄀猀猀椀猀 瀀愀爀愀 漀戀琀攀渀漀 搀漀 最爀愀甀 搀攀 戀愀挀栀愀爀攀氀 攀洀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ ㈀ ㌀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀
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