ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Centro-Oeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #ed1b24"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00293</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;DA SILVA - Uma Revista digital sobre lifestyle periférico e de baixo custo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;João Paulo Maciel da Silva (Universidade de Brasília); João Victor Maciel da Silva (Universidade de Brasília); Suzana Guedes Cardozo (Universidade de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #ed1b24"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;digital, midialivrismo, periferia, revista, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Revista DA SILVA é uma revista online sobre consumo, cultura e comportamento dos jovens periféricos, que contrapõe o estilo de vida excludente estampado nas revistas de lifestyle. Estas revistas invisibilizam os estilos de vida da grande maioria dos jovens periféricos em favor de uma identidade padronizada e mercantil da juventude. Por meio da produção de conteúdo colaborativa, a DA SILVA tem justamente como objetivo abordar essas temáticas demandadas pelas juventudes periféricas, visibilizando a economia criativa produzida nas periferias e possibilitando a estes públicos marginalizados, novas formas de criar suas próprias narrativas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As periferias carregam em si uma diversidade rica e dinâmica, diferente da imagem difundida pela mídia, que insiste em representar (quando a representa) a periferia como um lugar violento e pobre culturalmente, onde a sua juventude não tem voz ativa, suas complexidades e suas formas de comportamento. Os estilos de vidas apresentados na mídia, principalmente por revistas do segmento lifestyle, não representam a maioria dos jovens brasileiros, são mercantis, direcionados a população branca, de classe média alta e que desconsidera qualquer discurso racial ou de classe, exclui assim a possibilidade de identificação do jovem periférico. Diante dessa falta de representação e com a melhoria do acesso a ferramentas de comunicação, obtido com o advento da internet, surgiram também atores sociais que anseiam por representar a diversidade de culturas, visões e desejos da periferia por meio de mídias alternativas como forma de resistência, representando seus estilos, culturas e sua comunidade. Ao entender a necessidade de produzir suas próprias representações e relatar a sua realidade, estabelece-se uma disputa de narrativas contra a ausência de representação dessa população na grande mídia. Assim, o jovem torna-se um potencial produtor de conteúdo multimídia, capaz de falar sobre seus territórios e sua representações, atingindo não só a sua comunidade, mas colaborando e contribuindo com outros jovens que vivem em outra realidade. A produção de conteúdo torna o jovem um hacker das narrativas, contrapondo a mídia tradicional, rivalizando e subvertendo padrões estéticos e de produção dos grandes meios, utilizando de uma convergência tecnológica que "multiplica as combinações de formatos, linguagens e estéticas, nas diversas telas, sobre novos cenários e possibilidades" (OROZCO GÓMEZ, 2009, p. 183-184 apud PALACIOS, 2009, p. 94), e tendo a liberdade de criação para criar sua própria representação. A Revista DA SILVA se propõe a ser insurgente, multimídia, colaborativa e livre. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo do trabalho é mostrar o processo de criação da Revista DA SILVA como uma revista digital sobre consumo, cultura e comportamento das juventudes periféricas. Tendo como intenção de visibilizar a produção criativa periférica e representar a diversidades presentes nas periferias. Esta revista se propõe a ser insurgente, colaborativa e uma forma de mídia livre, possibilitando a participação das vozes de comunidades diversas construindo suas próprias narrativas, com conceitos de multimídia e midialivrismo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A ideia da DA SILVA surgiu a partir das inquietações de alguns estudantes durante um trabalho final, que tinha com objetivo, o desenvolvimento de uma revista. A frustração de não se identificar com o estilo de vida empregado nas grandes revistas e blogs do segmento lifestyle pesquisados, a necessidade de visibilizar iniciativas periféricas com potencial e estilos de vida acessíveis a grande maioria dos jovens, foram força motriz para jovens moradores da periferia do Distrito Federal na idealização e criação do projeto, com a orientação da Professora Suzana Guedes. Inicialmente, o formato escolhido foi de uma revista impressa com edições semestrais, o que foi repensado para um formato digital, diante dos altos custos de produção da versão impressa, da percepção de que o uso das novas tecnologias multimidiáticas conectava-se com o público alvo do projeto e de que a colaboração era pilar essencial na construção de uma revista que realmente possibilitasse dar voz às diversidades e as manifestações das periferias. Com o propósito de criar uma estrutura customizável e que se adaptasse a necessidade dos conteúdos multimídias, optamos por desenvolver nossa própria estrutura utilizando uma plataforma de gerenciamento de conteúdo que fosse gratuita e que permitisse essa customização. Entendemos que a revista também é um espaço para troca de conhecimentos, empoderamento, entretenimento, colaborativismo, fortalecimento de iniciativas e de manifestações políticas de grupos marginalizados como negros, mulheres e a comunidade LGBT+. A importância dessa participação destes grupos marginalizados, com seus indivíduos aqui classificados como produtores de conteúdos, é emancipadora no sentido em que a partir da criação da sua própria narrativa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho começou com uma revisão bibliográfica sobre os conceitos que utilizamos para a produção da revista, entendendo do que era o ser periférico e o conceito de midialivrismo. O termo periférico remete à situação de exclusão e marginalização social daqueles que vivem distantes do grande centro, mas a condição de periférico não é só geográfica, como descrito por D'Andrea: Aquele que pertence a uma localidade geográfica com características sociais próximas denominada periferia; aquele que possui uma experiência compartilhada de habitar a periferia; aquele que, por meio dessa experiência, viu-se portador de uma subjetividade periférica; aquele que se reconhece por meio dessa condição. (D'ANDREA, 2013 p. 173) Assim, a construção da identidade periférica é feita a partir de um conjunto de fatores, que incluem desde da sua experiência e vivência longe dos grandes centros a falta de representação na sociedade. Portanto, o ser periférico é aquele que reivindica a transformação social e celebra as potencialidades da periferia. D'Andrea traça condições para essa caracterização: Assim sendo, o sujeito periférico deve portar o orgulho de ser periférico; deve reconhecer-se como pertencendo a uma coletividade que compartilha códigos, normas e formas de ver o mundo; deve possuir senso crítico com relação à forma como a sociedade está estruturada; e deve agir para a superação das atuais condições. (D'ANDREA, 2013 p. 175) Já o midialivrismo está ligado ao uso da tecnologia para construção de dispositivos e processos de comunicação compartilhados regidos pela produção social colaborativa. No livro, A internet e a rua, os autores Fábio Malini e Henrique Antoun conceituam quem é o midialivrista. O midialivrista é o hacker das narrativas, um tipo de sujeito que produz, continuamente, narrativas sobre acontecimentos sociais que destoam das visões editadas pelos jornais, canais de TV e emissoras de rádio de grandes conglomerados de comunicação. Em muitos momentos, esses hackers captam a dimensão hype de uma notícia para lhe dar um outro valor, um outro significado, uma outra percepção, que funcionam como ruídos do sentido originário da mensagem atribuído pelos meios de comunicação de massa. (MALINI; ANTOUN, 2013, p. 23) Na DA SILVA, o sujeito que possui subjetividade periférica é responsável por hackear as narrativas hegemônicas (midialivrismo), trazendo o seu ponto de vista das pautas, como forma de manifestação e fortalecimento de sua identidade. Ao produzir conteúdos com a perspectiva de sua vivência, o jovem empodera seus semelhantes e a si mesmo. O sujeito periférico é a própria persona DA SILVA. Depois da revisão bibliográfica e conceituação do projeto, foram definidos os requisitos da construção do site baseados na percepção do público que desejamos atingir. Um dos requisitos era a utilização de recursos multimídia, que no entendimento da equipe, era essencial para atingir o público jovem a qual era pretendido, além de atender uma nova perspectiva de que a cada dia, são cada vez mais diversas as formas de informação e a possibilidade de interagir com o conteúdo on-line. El desarrollo tecnológico permitió hace algo más de una década que Internet se convirtiera en soporte periodístico, revolucionando aspectos fundamentales de una profesión que hoy se sitúa en un entorno hipertextual, multimediático e interactivo. Con el tiempo, han dejado de ser una excepción productos periodísticos capaces de integrar distintos tipos de información (textual, sonora, visual, etc.) y ofrecer mayores posibilidades de interacción y personalización al usuario" (LARRONDO URETA, 2004, p. 1). Outro requisito do projeto era que ele pudesse ser visualizado em qualquer dispositivo com tela mantendo uma boa experiência para o usuário. Para atender esse requisito, foi utilizada a técnica de design responsivo que visa a adaptação da interface para diversas resoluções de telas, os variados uso de um mesmo dispositivo, a possibilidade do usuário utilizar formas mistas de navegação e permitir a visualização de dados de forma acessível, organizada e de fácil leitura. Em outras palavras, o design responsivo ou layout responsivo expande e contrai com a finalidade de se acomodar de maneira usável e acessível à área onde é visitado ou, mais genericamente, ao contexto onde é renderizado, seja um smartphone, um tablet, um leitor de tela, um mecanismo de busca etc. (SILVA, 2014, p.35) Após a conceitualização e definição dos requisitos básicos para o desenvolvimento da revista, foram iniciados as etapas de criação de identidade visual, desenvolvimento do site, estruturação das editoriais, convocação de colaboradores, tratamento de imagens e revisão de texto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A busca por referências foi o ponto de partida para o desenvolvimento do projeto. Era necessário entender como poderíamos não só ter uma revista que falasse sobre o lifestyle periférico, mas que inovasse e trouxesse essa identidade na parte visual e da estrutura, conversando assim com seu público jovem e conectado. A partir desse entendimento e das referências coletadas, a proposta do projeto se baseou em três princípios: Ser colaborativa, trazer a diversidade das periferias na parte visual e ser de fácil leitura, tanto na parte textual quanto em sua estrutura. A partir desses princípios, foram desenvolvidos os elementos para construção da Revista como a nome, identidade visual, projeto gráfico e arquitetura do site. A escolha pelo nome DA SILVA surgiu a partir da percepção que a maioria dos criadores e colaboradores tinha o "da Silva" em seu sobrenome, além de que o sobrenome Silva é o mais popular no Brasil, com cerca de 5.073.774 pessoas, segundo pesquisa do IPEA realizada em 2016, com sua variação "da Silva" presente em cerca de 1 milhão de brasileiros. A identidade visual tem como proposta demonstrar a simplicidade e diversidade das periferias brasileiras. A variação de pesos na tipografia representa a diversidade que a revista deseja representar em seu projeto. Junto a isso, foram escolhidas cores mais vibrantes para representar a alegria das diversas manifestações culturais que ocorrem na periferia. Além disso, cada cor representa uma editoria da revista, de maneira a criar uma identidade própria para cada editoria, e garantir que elas possam ser identificadas com maior facilidade. As mesmas cores foram utilizadas nas páginas de cada editoria, facilitando a localização mais rápida de cada matéria pelo leitor. O projeto gráfico foi desenvolvido para priorizar o conteúdo, utilizando espaços brancos e design minimalista, com o uso das cores para destacar informações importantes. Uma das preocupações era que o projeto não ficasse tão engessado quanto ao das layout das revistas tradicionais. Neste sentido, optamos por um layout com menu fixo lateral, facilitando a navegação entre as editorias e matérias e deixando mais fluída a navegação do leitor. A utilização de recursos multimídia como vídeos, áudios, mapas e etc dinamiza a experiência do leitor, deixando o conteúdo menos cansativo e com novas possibilidades de interação. Decidimos por fazer o layout da revista de forma responsiva, ou seja, desenvolvemos para se adaptar ao tamanho da tela de cada usuário, levando em consideração que a maioria do nosso público acessa a internet via smartphone. Para o desenvolvimento do site foi escolhida a plataforma Wordpress, plataforma de gerenciamento de conteúdo com o tema 15Zine. A escolha foi baseada nos recursos oferecidos pela Wordpress na sua versão gratuita, que é compatíveis com os requisitos do projetos e nos dava a possibilidade de criar nosso próprio código e customizar temas. Paralelo ao desenvolvimento do site, foi lançada uma chamada criativa para colaboradores, onde 10 se propuseram a escrever artigos, ensaios ou entrevistas sobre o seu estilo de vida, sobre sua comunidade. Esses conteúdos foram distribuídos em 4 editorias: Arte & Cultura, que aborda a questão cultural e suas manifestações na periferia; Comida & Bem estar, que aborda assuntos sobre alimentação, saúde e a prática de esportes; Arquitetura & Design, que aborda as questões criativas, de produção a criação dentro da economia criativa; Moda & Pessoas, que fala sobre comportamento, moda e consumo. Após a finalização do site e da identidade visual e da revisão dos artigos escritos, o site foi colocado no ar com o seguinte endereço: https://www.dasilva.life </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A possibilidade de trabalhar com a temática da periferia sempre foi a motivação para a criação da DA SILVA. Desde o início, o processo de trabalho vinha junto com o sentimento de que o objeto é parte do ambiente que você vivencia, que é possível relatar suas vivências e desconstruir a imagem estigmatizada, e que conseguimos criar nossos próprios meios. A DA SILVA nos proporcionou uma retomada do orgulho da nossa comunidade, de forma a descobrimos novas histórias, redescobrir manifestações que já ocorriam e eram desconhecidas e compor uma identidade que não só nos contemplasse, mas que nós podemos criar-las para ser além de tudo, serem nossas identidades e nossos meios. A DA SILVA é a personificação do ser periférico e de todas suas potencialidades.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #ed1b24"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">D ANDREA, Tiarajú Pablo. A formação dos sujeitos periféricos: cultura e política na periferia de São Paulo. São Paulo: Programa de Pós-Graduação em Sociologia - USP, 2013.<br><br>HALL, Stuart. A identidade cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1997.<br><br>LARRONDO URETA, Ainara.  El reportage se reinventa en la red: estructura del reportaje hipertextual . 2004. Disponível em: https://www.ull.es/publicaciones/latina/20040357larrondo.htm Acesso em: 29 de Abril de 2018.<br><br>MALINI, Fábio.; ANTOUN, Henrique. A internet e a rua: ciberativismo e mobilização nas redes sociais. Porto Alegre: Editora Sulina, 2013.<br><br>PALACIOS, M. Memória: Jornalismo, memória e história da era digital. In: CANAVILHAS, João (org). Webjornalismo: 7 caraterísticas que marcam a diferença. Covilhã. Ed. LabCom Livros, 2014. <br><br>SILVA, M.S. Web Design Responsivo. São Paulo: Novatec, 2014.<br><br> </td></tr></table></body></html>