ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00060</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Kopénoti xâne kiyakaxe'ke, ko'oyene yoko iharôti</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Raylson Chaves Costa (Universidade Católica Dom Bosco); Eduardo Perotto Biagi (UCDB)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Kopénoti xâne kiyakaxe'ke, ko'oyene yoko iharôti na língua portuguesa significa:  Indígena ontem, hoje e amanhã , no momento em que a frase surgiu no visor da câmera o trabalho ganhava forma de marcar o coração. O assunto abordado representa o anseio de entender como aqueles atores convivem com a cultura tradicional e com a cultura do não-indígena, pois o processo de urbanização da cidade de Anastácio - Mato Grosso do Sul (MS) ocorreu de forma violenta contra esses povos que lutam pela demarcação da terra e recuperação de outros espaços ancestrais. A temática foi selecionada logo depois do autor-fotógrafo vivenciar mais de vinte dias naquele território por conta de um projeto social. Durante essa passagem, surgiu o convite de voltar e conhecer os rituais de celebração que ocorreriam no mês de abril, em homenagem ao Dia do Índio. Com o afeto construído com aqueles sujeitos, compreendi a necessidade de se conectar, mais, com suas vidas e trajetórias, e a promessa de voltar, foi cumprida. No entanto, surgiram dúvidas de como retratar a cultura que flui nos corpos e no espaço desse povo, sendo um intruso no território, um purutuye na língua Terena? É necessário se relacionar com o outro, ouvir, partilhar, fazer a construção a partir do coletivo, como Cremilda Medina comenta em  A arte de tecer o presente (SUMMUS,2003), é necessário deixar os poros da sensibilidade aberto para captarem os afetos e não deixar a arrogância assumir o controle. O objetivo deste trabalho foi evidenciar a Semana dos Povos Indígenas como um encontro cultural entre os sujeitos que habitam a comunidade da Aldeinha, experiências festejadas por um sentimento de união entre os troncos familiares e alguns não-indígenas que se unem para a valorização da cultura tradicional e evidenciar para as novas gerações a importância dos ritos. Dentre eles, a Siputrena que é uma dança tradicional regida apenas pelas mulheres, e o Kohixoti Kipaé que representa a luta dos homens Terena na Guerra do Paraguai (1864-1870), com passos cheio de significados segundo o historiador Terena, Eder Oliveira, no seu artigo  Uma apresentação iconográfica dos rituais religiosos/culturais Terena na Aldeia Buriti, MS , (TELLUS, 2016). São sujeitos que mostram suas resistências e desafios de viver em um local reduzido, com constantes discriminações e intervenções do sujeito branco. Uma semana em que dizem: eu estou aqui e vou continuar, re-significando o ser indígena que se orgulha das ancestralidades e cultura, ao mesmo tempo, em que mantém contato com o não-indígena. É importante salientar o recorte de sujeitos fotografados por histórias contadas de forma oral que foram obtidas pelo autor-fotógrafo, optei por passar retratos marcados por vivências daqueles jovens que pude conhecer e se deixaram ser fotografados. A temática não passar despercebida num estado ruralista como o Mato Grosso do Sul, em que o conflito de terra não é constante, ocasionando um extermínio das populações. Em 2019, as opressões contra os povos autóctones se intensificaram com a chegada de um governo extremamente nocivo aos direitos desses sujeitos à Presidência da República. O presente trabalho foi realizado na disciplina de Fotojornalismo, no 5º semestre do curso de Jornalismo, na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) em que deveria ser desenvolvido um fotodocumentário que retratasse temáticas sociais. Esse fotodocumentário é dedicado, e precisa ser agradecido, para Miriam Pereira e seus filh@s Jonas, Sara e João Victor; Para o Cacique Flávio, Para o menino Pedrinho e seus pais, Dona Suzana e Seu Marcelino; Para a Família Campos; Para Evelin Hekeré; Para o vice-cacique Jessé Joel; Para Madalena e família; Para Manu Terena e sua filha Maby; Para Cleide Pereira; Para as crianças da aldeia que me acompanharam nos trajetos e trouxeram novos olhares sobre aquele território, e a toda comunidade da Aldeia Aldeinha que abriu o seu lar com um coração para um autor-fotógrafo purutye. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">1.FOTOGRAFIA: antes de criar um fotodocumentário devemos ter em mente a importância e o poder que a fotografia exerce nas nossas vidas. Aquele momento congelado parte do olhar de um/uma autor (a), das vivências, do contexto em que está inserida e do seu lugar de fala. Boris Kossoy, no livro  Fotografia e História (Ateliê Editorial, 2001) diz que a partir da pós-revolução industrial o mundo tornou-se portátil e ilustrado, ou seja, passou a conhecer os outros habitantes do planeta e ver as realidades mostradas pela fotografia. Importante entendermos que essas realidades partem de um recorte no tempo e espaço no  real , colocando subjetividades nesse processo histórico e o resultado é algo que o(a) autor(a) não controlam. Uma das suas capacidades é ser memória, como afirma Fátima Lopes Cardoso, no seu artigo  Fotojornalismo: o real e o verosímil (Discursos Fotográfico. 2018), é fazer com que aquele instante seja recordado por gerações, tornando uma muleta para ter consciência do passado. 2. POVOS INDÍGENAS NO MATO GROSSO DO SUL: O estado contém o segundo maior contingente populacional de povos indígenas do Brasil, ficando apenas atrás do Amazonas, com a presença das etnias: Atikum, Camba, Guató, Kinikinawa, Kaiowá e Guarani, Terena, Kadiwéu e Ofaié. Nosso estado também é um dos mais violentos para esses povos, e um dos fatores é a forte presença do setor latifundiário e do agronegócio. Constantemente o relatório do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) aponta o estado como um dos mais preocupantes em conflito por território, no abuso de poder, no suicídio e a perseguição contra lideranças. Duas etnias vivem em destaque nessa região, por conta do grande número da população, os Kaiowá e Guarani, e os Terena. O primeiro se encontra concentrado na região Cone-Sul do estado, onde o avança colonizador foi mais forte sobre suas terras, e ocasionando um constante atrito com fazendeiros nessas áreas. 3. TERENA: Essa população se encontra espalhada por todo o estado de Mato Grosso do Sul, segundo o censo da Secretaria de Saúde Indígena (2014), eles se encontram com uma população acima de 23 mil, espalhados em 32 aldeias nas cidades: Miranda, Aquidauana, Dois Irmão do Buriti, Sidrolândia, Nioaque, Anastácio e Rochedo. Famílias também moram em Dourados, Porto Murtinho e São Paulo. No contexto urbano, podem encontrar as  aldeias urbanas , demarcadas, em Campo Grande: Darcy Ribeiro, Marçal de Souza e Água Bonita, além da possibilidade de viverem em outros estados do país. Para o pesquisador Rosalvo Ivarra Ortiz e a pesquisadora Nôemia dos Santos Pereira Moura, no seu texto  Memória e trajeto secular: os terena como protagonistas da história (REALIZAÇÃO, 2017), esses povos podem ser um resultado de mistura do povo Aruak com diferentes etnias, partindo da ideia que a identidade dessa comunidade é uma construção de vários contatos. A comunidade representada neste trabalho é a Terra Indígena (TI) Aldeia Aldeinha, da etnia Terena, que fica no município de Anastácio, Mato Grosso do Sul (MS), num contexto urbano já que seu processo de territorialização fundou-se antes do nascimento da cidade. O pesquisador Messias Basques, no artigo  Aldeinha: A Margem Esquerda do Rio Aquidauana (Sociologia e Antropologia, 2018) registrou 416 indígenas vivendo na comunidade, tendo a densidade demográfica em 10,65 hab/km2, vivendo em 3 hectares de terra, com isso, consegue registrar a demanda da comunidade por uma demarcação da terra em que se encontra a aldeia e a busca por mais espaços tradicionais que não ocupam. Nascendo para muitos pesquisadores a primeira  Aldeia Urbana do Brasil em 1933, com fundação ocasionada pelo deslocamento da família de Umbelina Jorge do T.I Buriti para a Aldeia Cachoeirinha, mas ao chegar à margem esquerda do rio encontraram José Coureiro, filho de Umbelina, que tinha adquirido 32 hectares de terra, e pediu para a família ficar junto dele, assim os troncos da comunidade foram surgindo, parentes e agregados surgiram. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho desenvolvido no T.I Aldeinha parte de um processo de imersão na realidade do outro que se encontra diante da face, essa relação do  Eu com o Outro trabalhado por Emmanuel Lévinas sobre alteridade. O contato constante com esses povos, fez criar uma relação de afeto e amor por aqueles sujeitos que habitam na Aldeinha, criando vínculos fortes com aquela comunidade. Para começar o projeto era necessário ter uma ponte com a comunidade local e ter permissão de tirar as fotografias e participar da Semana dos Povos Indígenas na Aldeia Aldeinha, Anastácio (MS) juntamente com eles (as). Com a autorização do Cacique Flávio Pereira foi possível presenciar e ficar instalado na casa da sua filha, Miriam Pereira por cinco dias, desde a chegada até a partida essa família acolheu de forma carinho. Seus filhos tornaram-se personagens centrais do trabalho - Jonas Pereira, João Pereira e Sara Pereira, fizeram a ponte de contato do autor-fotógrafo com as crianças resididas na Aldeinha. Foi exatamente presenciando de modo antropológico as realidades naquele território que nasceram as fotografias, aquela invasão do ser fora daquele espaço que olhando o outro, percebeu que poderiam estar além daquilo que representaram num primeiro momento, mas sim, a possibilidade de um universo à espera para ser narrado, se encaixando no que a pesquisadora Rosana de Andrade, compreende no seu livro  Fotografia e antropologia: olha de fora-dentro (Estação Liberdade, 2002) que uma fotografia compreende uma cumplicidade de quem fotografa e aquele que é fotografado. Mesmo sendo uma aldeia em contexto urbano não era comum o transitar de uma câmera semi-profissional, T5i, dentro desse território, com isso o autor-fotógrafo teve que estar aberto para as realidades e desejos das crianças, por conta disso é perceptível a relação do autor com as crianças, fruto das aproximações feitas por Jonas, Sara e Pedrinho já que muitas das fotografias são crianças retratadas, são poucos adultos e jovens que aparecem. Todos os eventos foram no período noturno, impossibilitando o ISO ser menor que 400, por conta da pouca iluminação nos espaços da Aldeinha e na Escola Estadual Indígena Guilhermina da Silva, onde ocorreram todas as comemorações. Assim que ocorreram as escolhas das fotografias que fariam parte do fotodocumentário foi necessário pedir a autorização daqueles que teriam seus rostos e gestos estampados num fotodocumentário, para isso, houve o contato com a Miriam Pereira, por ela ser professora na Escola Indígena, para que auxiliasse a encontrar aqueles sujeitos na aldeia e pegar a autorização de imagem, principalmente dos pais. A fotografia que abre o trabalho é do Cacique Flávio e a diretora da escola, Nely Santos, uma mulher não-indígena, o seu significado é forte, demonstrando que os espaços de poder estão sendo ocupados pelos colonizadores, já que a diretora da escolha é a Nely Santos, uma mulher não-indígena. Outro personagem é Pedrinho, uma criança que guiou nosso trabalho, um menino que sentia vergonha ao ver uma câmera apontada para sua face e que encontrou um amigo no autor-fotógrafo. Manu Terena, 20, é a jovem mãe da Maby, ela é graduanda em matemática e tem uma habilidade nas pinturas corporais tradicionais, o autor-fotógrafo criou uma relação de amizade e a retratou durante o V Exóketi Terenoe com as vestes tradicionais e pinturas. O outro jovem é Kaio Luiz, neto do Cacique, filho da Marilena que é irmã da Miriam - é importante salientar essas amarrações por conta da importância do núcleo familiar para o Terena -, ele é filho caçula, um artista como Manu nas pinturas corporais tradicionais, e o autor-fotógrafo criou uma amizade intensa de cumplicidade. Cada fotografia é acompanhada de uma palavra em Terena, que tenta traduzir o sentimento que o autor-fotógrafo sentiu ao olhar aquele momento. Todas as traduções foram feitas pelo vice-cacique Jessé Joel de Souza, professor de língua materna na escola da Aldeinha. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>