ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00120</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Ensaio fotográfico "Não se nasce mulher, torna-se"</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Isabela Alves Graton (Universidade de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A série de fotografias "Ninguém nasce mulher: torna-se" foi elaborada como trabalho final da disciplina Fotojornalismo e tem como tema a imposição da feminilidade sobre os corpos femininos buscando trazer reflexões sobre a concepção do conceito de mulher em uma sociedade patriarcal. As imagens combinadas com os textos contam as histórias de 9 mulheres que escolheram rejeitar, de alguma forma, a feminilidade tradicional em suas aparências. Assim, desde o início de sua concepção o projeto teve como principal objetivo mostrar quais são as imposições exercidas pela sociedade sobre a aparência das mulheres e o que acontece com aquelas que não seguem os padrões estabelecidos da aparência que uma mulher deve ter. Mesmo que a feminilidade seja imposta por outros fatores além do estético, decidiu-se pelo recorte dessa temática devido à importância que ela possui para a criação do conceito de mulheridade. Isso porque, por décadas a imposição de padrões estéticos foi, e ainda é, utilizada para subjugar e desumanizar as mulheres através da disseminação de um ideal de "mulher" que serve apenas aos valores capitalistas e patriarcais. Então, busca-se questionar a própria criação da categoria mulher, visto que ela é comumente baseada em estereótipos do feminino. Como a autora Simone de Beauvoir escreveu no clássico O Segundo Sexo: "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino" (BEAUVOIR, 1949, p. 9 10). Ou seja, o que nós conhecemos como mulher é a expressão da fêmea humana que foi socializada desde o nascimento para possuir determinadas características, as quais compõem aquilo que chamamos de "feminilidade". Entende-se, então, que a feminilidade é uma forma de opressão do patriarcado utilizada, pelos homens, para manter o sistema hierárquico de gênero em que pessoas do sexo feminino são socializadas para serem dóceis, passivas, submissas, cuidadoras e objetos sexuais. Dessa forma, a subalternização das pessoas do sexo feminino se dá através da transformação da fêmea humana em mulher, um conceito construído socialmente pela ideia de feminilidade, que impõe diversos padrões para que as mulheres sejam consideradas "mulheres de verdade". Entre eles estão a maternidade e heterossexualidade compulsória, além da imposição de rituais estéticos que fazem as mulheres consumirem constantemente e gastarem dinheiro buscando um ideal de beleza inatingível que muitas vezes mutila e enfraquece seu corpo. Como ressalta Andrea Dworkin: "A mulher não nasce: ela é feita. No fazer, sua humanidade é destruída. Ela se torna símbolo disto, símbolo daquilo: mãe da terra, puta do universo; mas ela nunca se torna ela mesma porque é proibido para ela fazê-lo" (DWORKIN, 1981, p. 128). Busca-se demonstrar que a aparência "feminina" não é inata, mas sim imposta às mulheres na forma de procedimentos estéticos ritualizados, como a depilação ou o uso de maquiagem e salto alto, e o que ocorre com uma mulher quando ela tenta renegar esse padrão estético de feminilidade. Para isso, foram fotografadas mulheres que de alguma forma renunciam à estética da feminilidade, ou seja, não se depilam, têm o cabelo curtinho, usam roupas ditas "masculinas", não usam maquiagem, etc. Também foram realizadas entrevistas com elas sobre o tema abordado. A justificativa para a criação deste ensaio encontra-se, portanto, em uma tentativa de desconstruir a ideia de que as mulheres são naturalmente adeptas de uma estética "feminina" que é inata ao seu gênero. Busca-se explorar, assim, uma variedade de corpos e representações femininas que mostram ser possível fugir desse padrão estético e trazer uma reflexão sobre a imposição desse padrão e as consequências advindas de resistir à ele.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Logo no início do semestre a professora requisitou uma justificativa para o trabalho final que deveria ser embasada teoricamente e entregue antes da realização do trabalho prático. Assim, foi feita uma pesquisa bibliográfica prévia acerca do tema da feminilidade e dos padrões de beleza impostos às mulheres. A bibliografia utilizada contou com autoras como as já mencionadas Andrea Dworkin e Simone de Beauvoir, Lierre Keith, Naomi Wolf, Sheila Jeffreys, Germaine Greer, entre outras, além de textos de blogs feministas. Tendo como ideia central a questão da imposição da feminilidade às mulheres buscou-se a leitura de livros e textos de autoras principalmente da segunda onda do movimento feminista, a qual passou a contestar mais os padrões de beleza. Os textos presentes na ementa da matéria de fotojornalismo, que continha entrevistas realizadas com importantes profissionais da área além de artigos sobre a história do fotojornalismo no Brasil e análises de representações fotográficas, também foram utilizados para compreender melhor esse tipo de prática. Através das leituras, então, criou-se o projeto inicial para o ensaio fotográfico. Posteriormente, as técnicas utilizadas foram práticas relacionadas ao campo do fotojornalismo: a realização de sessões de foto e de entrevistas presenciais e individuais com as modelos. Essas entrevistas foram essenciais para a coleta de dados sobre o tema abordado, afinal cada mulher entrevistada trouxe a sua perspectiva e as suas ideias sobre a feminilidade. Assim, embora todas respondessem às mesmas perguntas acerca da temática, elas também se sentiram confortáveis para contar suas histórias de vida e expressar suas opiniões livremente em entrevistas que duraram em média uma hora cada. A maioria das entrevistadas expressaram ideias similares àquelas defendidas pelas autoras dos textos utilizados na bibliografia, mesmo sem terem estudado sobre o assunto. Ou seja, as entrevistas forneceram dados empíricos, através de relatos pessoais, que demonstraram de que forma as teorias criadas pelas autoras feministas há anos ainda se mostram ligadas à realidade material dessas mulheres brasileiras. Portanto, a metodologia empregada contou com uma extensa pesquisa bibliográfica combinada com os relatos pessoais coletados nas entrevistas, os quais complementam as ideias expressas nos artigos, textos e livros estudados sobre a imposição da feminilidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Visto que o ensaio fotográfico tem como objetivo gerar reflexões acerca da imposição da feminilidade sobre os corpos femininos a sua realização se iniciou com uma pesquisa sobre o tema e com um levantamento inicial de mulheres que poderiam participar como modelos. Foram, então, escolhidas nove mulheres que de alguma forma se adequam à proposta do ensaio estando fora do padrão de feminilidade imposto e que aceitaram serem fotografadas e entrevistadas. Nem todas seriam lidas como mulheres "não femininas", mas algo na aparência das escolhidas foge do padrão: seja o cabelo curto ou raspado, a falta de depilação, o não uso de maquiagens ou a utilização de roupas consideradas "masculinas". Nota-se que em sua maioria as entrevistadas se identificam como lésbicas ou bissexuais, embora este não tenha sido um pré-requisito estabelecido. Isso mostra que se recusar a seguir o padrão da heterossexualidade imposta pela sociedade, que também faz parte do conceito de feminilidade, pode estar relacionado ao questionamento dos padrões estéticos. A maioria das entrevistadas estão na faixa etária de 20 a 25 anos, com exceção de uma que possui 37 anos. Isso ocorre devido à proximidade delas com o ambiente universitário e com a autora do projeto, pois por questão de praticidade buscou-se entrar em contato com mulheres que já eram conhecidas. Além das fotos, o trabalho contou com entrevistas realizadas nos mesmos dias que os ensaios, nas quais as mulheres foram indagadas sobre as consequências advindas da resistência à feminilidade. Através das perguntas pretendeu-se descobrir se elas já sofreram exclusão social ou assédio devido à estética que foge dos padrões considerados femininos e de que forma elas lidam com a pressão da sociedade para se adequar ao padrão. As modelos escolhidas: Lara, Deborah, Milca, Sarah Ceratti, Sarah Malta, Luana, Patrícia, Louise e Ana Caroline contaram um pouco da sua história e suas reflexões acerca dos padrões de beleza e feminilidade. Seus relatos compõem, junto com as imagens, um pequeno exemplo que reflete uma situação de opressão estrutural das mulheres que são pressionadas a se adequarem a padrões estéticos para serem consideradas como mulheres pela sociedade. Todas as entrevistas relataram, em maior ou menor grau, sentir essa pressão em suas vidas. Após a realização dos ensaios e das entrevistas realizou-se o processo de pós-produção que contou com o tratamento das fotos e a decupagem de todas as entrevistas para que fossem selecionadas as partes mais importantes de cada uma. Por fim, foi criado um site na plataforma wix para expor 3 fotos de cada ensaio junto com partes das entrevistas que serviram de legendas para complementar o conteúdo das fotos. O trabalho finalizado e exposto nessa plataforma foi apresentado no fim do semestre para a turma de fotojornalismo e para a professora da matéria.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>