XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE


INSCRIÇÃO:	00142

CATEGORIA:	CA

MODALIDADE:	CA02

TÍTULO:	Isto não é uma entrevista

AUTORES:	Adrian Albuquerque (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul); Marcos Paulo da Silva (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)

PALAVRAS-CHAVE:	, , , ,

RESUMO
Adrian Albuquerque Ferreira Lopes Trabalho: "Isto Não é Uma Entrevista: documentário sobre a entrevista enquanto encontro e diálogo de afetos" Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Este trabalho se trata de um documentário sobre a entrevista jornalística enquanto encontro e diálogo de afetos. A partir do atual ritmo instantâneo do jornalismo que pode desumanizar a entrevista, verificou-se a necessidade de refletir sobre o papel da mesma enquanto gênero e procedimento jornalístico através de uma meta-abordagem, isto é, do próprio procedimento. Nesse sentido, o objetivo deste filme foi não apenas desenvolver um documentário sobre as possibilidades da entrevista, enquanto encontro e diálogo, no ofício jornalístico, mas, também, refletir, através da própria entrevista, as técnicas de entrevista para cada fonte de forma metalinguística. Para tanto, foram realizadas entrevistas, em estúdio, sobre a natureza da entrevista e os desdobramentos desta com a fonte. Além disso, foram feitas cenas externas com transeuntes como possíveis fontes. A atuação de um ator também foi incluída no filme como forma de promover reflexões sobre a temática. O formato do documentário em vídeo vale-se de uma linguagem poética, com técnicas de montagem que estimulam a reflexão. Alcançou-se um entendimento crítico das convenções sobre a entrevista, ainda que este divirja do padrão encontrado nos manuais de redação. Por fim, espera-se que esse filme possa estimular reflexão sobre o modo de se fazer tanto a entrevista quanto o documentário.

INTRODUÇÃO
Para análise do tema, foram consultadas obras sobre a entrevista e diálogo humanizado como "Entrevista – O diálogo possível" (2005) e "Ciência e jornalismo: da herança positivista ao diálogo dos afetos" (2008), de Cremilda Medina, e a dissertação "Entre mundos: Um encontro com o outro na tessitura da narrativa jornalística" (2011), de Priscila Martins Dionízio. Também foi utilizado o livro "Jornada do herói: a estrutura narrativa mítica na construção de histórias de vida em jornalismo" (2008), de Mônica Martinez, para discutir a iconoclastia aplicada em entrevistas jornalísticas durante a relação entrevistador-entrevistado quando se tratam de histórias de vida de cunho emocional. Além disso foi consultada a obra de Nilson Lage (2012) para conceituar a própria entrevista. Após esse momento, foi realizado um longo período de pré-produção para melhor compreender qual a proposta do documentário e como melhor executá-lo. A grande inspiração para o filme foi o dispositivo criado por Eduardo Coutinho em Jogo de Cena (2007), além de suas técnicas de abordagem para a entrevista e o encontro com a fonte.

OBJETIVO
Para o planejamento do formato do produto foi utilizado o livro "Introdução ao documentário" (2010), de Bill Nichols, para a conceituação e compreensão do documentário, além do livro "O documentário de Eduardo Coutinho: televisão, cinema e vídeo" (2004), de Consuelo Lins. O livro "O fim do cinema? Uma mídia em crise na era digital" (2016), de André Gaudreault e Philippe Marion, juntamente da dissertação "O cinema de fluxo e a mise en scène" (2010), de Luiz Carlos Gonçalves de Oliveira Júnior, auxiliaram a refletir possíveis narrativas experimentais possibilitadas pelo documentário. Em relação ao roteiro do produto, não foi feito storyboard (ilustrações em sequência com o propósito de pré-visualizar um filme) para ambas as partes do filme. Foram redigidos dois roteiros de perguntas: para os jornalistas e para as possíveis fontes (transeuntes). Logo depois, foi feito contato com as fontes, que foram escolhidas pensando em apresentar diferentes perfis de jornalistas, explicando previamente a proposta do filme, mas sem dar muitos detalhes. As perguntas redigidas se relacionavam com a própria entrevista e a subjetividade de cada personagem sobre o assunto. A montagem levou cerca de uma semana e não seguiu nenhuma convenção narrativa linear, ou seja, não foi editado de acordo com a ordem das perguntas que estavam nos roteiros (com exceção da falsa entrevista). Com isso, durante o filme, se tem a sensação de que os entrevistados estão conversando um com o outro e se afasta a figura do entrevistador por trás da câmera. Por fim, o corte final do documentário ficou em cerca de 24 minutos e foi concluído a partir da proposta de documentário poético com mote metalinguístico apresentado, fora dos padrões do modo expositivo e televisivo de documentação audiovisual. O filme foi montado através do software de edição de vídeo Adobe Premiere Pro. No tocante às dificuldades encontradas, há um entendimento geral de que tanto jornalismo quanto cinema são ofícios feitos em equipe. Dito isso, a principal dificuldade foi produzir um filme sozinho ainda que o autor tenha um bom domínio da técnica de captação e edição. Isso prejudicou o projeto principalmente durante as filmagens externas, que são praticamente impossíveis de serem realizadas sozinhas e, portanto, foram reduzidas. Dessa forma, no sentido dos objetivos alcançados, desenvolver um documentário sobre as possibilidades da entrevista, enquanto encontro e diálogo, no ofício jornalístico foi a proposta inicial e principal do projeto. Ainda que as filmagens externas tenham ficado desiguais em número em relação às filmagens em estúdio, a proposta de refletir, através da própria entrevista, as técnicas deste procedimento jornalístico por meio da metalinguagem na construção da narrativa, foi satisfatoriamente cumprida.

JUSTIFICATIVA


MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS


DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO


CONSIDERAÇÕES


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS

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