ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00207</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Diálogos entre campus e cidades: narrativas sociais na produção coletiva do Jornal Samambaia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Lara Esteves Fernandes (Universidade Federal de Goiás); Beatriz de Oliveira (Universidade Federal de Goiás); Luciene Oliveira Dias (Universidade Federal de Goiás); Denise Rodrigues Soares (Universidade Federal de Goiás)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como uma produção laboratorial do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás, o jornal Samambaia se constitui essencialmente pela experimentação, sendo assim um espaço propício para que estudantes aprendam através da tentativa e do erro, como Luciene Oliveira Dias descreve no texto Samambaia: Jornal-laboratório como construção coletiva (editora FUNAPE/Facomb, ano 2010). Da mesma forma, o jornal-laboratório se torna um ambiente encorajador para que os alunos possam exercitar os aprendizados da graduação em um ensaio da futura atuação profissional como jornalista de maneira criativa. Desde a sua criação, no ano 2000, a proposta do jornal Samambaia é fugir dos padrões empresariais do jornalismo e focar na experimentação em jornalismo impresso. Sem uma divisão rígida de funções, todos podem explorar diferentes possibilidades em todas as etapas da produção do jornal, desde a escolha de pautas até a distribuição do impresso. Como Dias (2010) define, o Samambaia é um  espaço para debates, tensões que refletem os interesses em jogo e que espelham, inclusive, o esforço individual e coletivo de servir à sociedade. Então, o jornal-laboratório se constitui em um dos espaços em que buscamos nossa autonomia . Além disso, o jornal Samambaia estimula futuros jornalistas a se conectarem com a realidade social. O jornal-laboratório, portanto, convida estudantes de jornalismo a redescobrir a sociedade com o olhar atento para pautar assuntos colocados pelos veículos de comunicação tradicionais em espaços de marginalidade ou de espetáculo, segundo o que Marilena Chauí afirma em Simulacro e poder: uma análise da mídia (editora Fundação Perseu Abramo, ano 2006). Para executar a pauta, é necessária a imersão do discente no contato com as fontes e no fato em si, fugindo dessa maneira, de uma redação técnica, fria e reprodutivista, conforme provoca Cremilda Medina em A arte de tecer o presente: narrativa e cotidiano (editora Summus, ano 2003). Como uma produção laboratorial de perfil experimental, o Samambaia também se propõe a mediar os temas ocultos na sociedade para a própria sociedade. Dentro do contexto do curso de Jornalismo da UFG, o jornal Samambaia não foi o primeiro jornal-laboratório, mas foi o primeiro a manter identidade e regularidade, consolidando-se como publicação de referência entre os discentes (DIAS, 2010). A primeira edição foi publicada em julho de 2000 e, ao longo desses 19 anos, já foram publicadas 83 edições com compromisso de trazer narrativas que não aparecem nos grandes veículos de comunicação de Goiânia. O próprio nome do jornal, Samambaia, já é um indicativo da identidade desta publicação, por fazer referência ao nome do Campus em que o curso de Jornalismo está localizado. Cada edição do jornal Samambaia reflete o perfil das turmas que a produziu. Devido ao caráter de experimentação do laboratório, estudantes trazem seus anseios, preocupações e reflexões sobre o cotidiano para as páginas do jornal em forma de reportagem. Sendo assim, as edições 82 e 83, analisadas neste trabalho, refletem as peculiaridades das turmas que as realizaram. A produção das edições foi feita durante o segundo semestre letivo de 2018, mas foram datadas para março e abril de 2019 para que não perdessem a atualidade no momento da distribuição, já que foram impressas durante as férias de verão, entre dezembro e março. Mesmo dentro deste modo de produção mais lento que os jornais comerciais, o jornal Samambaia mantém compromisso com a responsabilidade social ao pautar assuntos presentes na comunidade. Como jornal-laboratório, o Samambaia provoca os estudantes a se tornarem capazes de perceber e analisar problemas da comunidade local e do país, ao mesmo tempo em que  [...] desperta interesse pela especialização, fazendo-o descobrir quais dos aspectos e atividades da profissão o seduzem mais , conforme aponta Dirceu Fernandes Lopes na obra Jornal-laboratório: do exercício escolar ao compromisso com o público leitor (editora Summus, ano 1989).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A elaboração do jornal-laboratório Samambaia é feita pela turma de Jornalismo Impresso, disciplina da nova matriz curricular obrigatória do curso de Jornalismo, e pelas turmas de Jornalismo Impresso I e II, do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, que encerram as turmas da matriz antiga do curso. A produção é coletiva e feita de modo a reproduzir a experiência de uma sala de redação. O trabalho é dividido em cinco momentos: escolha da pauta, produção da reportagem, edição, diagramação e revisão. Há uma convergência de disciplinas da matriz do curso que são importantes para a produção do jornal, que se transforma em um importante espaço no qual as turmas podem colocar em prática o que aprenderam (DIAS, 2010). Como já se sabia que as edições seriam impressas durante os meses de dezembro e março e distribuídas no semestre letivo subsequente, a preocupação com a atualidade no momento da distribuição esteve presente desde o início da produção. A capa da edição 82 foi pensada para o primeiro ano do assassinato de Marielle Franco , mesmo sendo produzida sete meses antes da data. Em ambas as edições, as pautas são frias para que as publicações não parecessem desatualizadas nos meses de distribuição. Nesse aspecto, o Samambaia reflete a teoria do newsmaking, exposta por Mauro Wolf no livro Teorias da Comunicação (editora Presença, ano 1999), já que as reportagens são determinadas pela rotina do laboratório, assim como pelas suas limitações. A escolha da pauta é feita pelos estudantes, que têm liberdade de escolher um tema que lhes interesse, mas são desafiados a encontrar as contradições outrora encobertas no seu cotidiano e no espaço à sua volta. A única ressalva feita é a fidelidade ao perfil editorial do Samambaia, de um jornalismo humanizado e com responsabilidade social. É feita uma reunião de pauta, e nela os discentes apresentam suas ideias para o coletivo, que são discutidas em conjunto e recebem conselhos e críticas. Esses diálogos são importantes para a produção do jornal-laboratório pois a proposta é que também se promovam reflexões coletivas sobre o fazer jornalístico. Para a produção da reportagem, estudantes vão a campo para executar suas pautas. Estão incluídas nessa etapa a apuração da matéria, as entrevistas e sua redação. É indispensável que haja uma pluralidade de fontes. O uso da reportagem no Samambaia dá-se pois, como colocam Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari em Técnica de reportagem: Notas sobre a narrativa jornalística (editora Summus, ano 1986), como um gênero jornalístico de notável excelência narrativa:  e é mesmo, a justo título, uma narrativa - com personagens, ação dramática e descrições de ambiente - separada entretanto da literatura por seu compromisso com a objetividade informativa . A reportagem tem um prazo para ser entregue pronta, o que serve como experiência de mercado para as turmas. Elas são distribuídas entre o coletivo, para que seja feita a edição por um colega da turma. Nesse momento, muitos editam um texto jornalístico pela primeira vez, e também têm a experiência de ter seu texto editado por outra pessoa. A diagramação das páginas são um desafio, porque nessa etapa são percebidas as limitações que o espaço destinado à publicação traz para o texto. O Samambaia tem um projeto de diagramação e identidade visual próprios, e cada edição deve ter no máximo 16 páginas. A revisão considera não apenas os aspectos textuais e narrativos, mas, também, a sua relação com a paginação. Pedagogicamente, essa é uma maneira dos estudantes se familiarizarem com o efeito dos limites editoriais do jornalismo impresso sobre a produção textual.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornal Samambaia tem o tamanho standard germânico (40 x 29 cm) e é composto por 16 páginas, sendo que apenas a capa (página 1) e a contracapa (página 16) são impressas em cor. As páginas são divididas em quatro colunas e as editorias que compõem o jornal se renovam a cada edição. A capa contém uma imagem grande com chamada para a matéria principal e outras três chamadas com o olho das matérias, apenas uma com imagem, acima do título, ao lado do cabeçalho. A página 2 se constitui pelos gêneros opinativos trabalhados no jornal: o editorial na parte superior, ao lado de uma charge, na seção  Rumor ; um artigo (na edição 82) e uma crônica (na edição 83) na metade inferior; e, por fim, o expediente no final da página. Na página 16, com impressão colorida, está a seção  Olhares , que é composta essencialmente pela reportagem fotojornalística. Todas as outras páginas são ocupadas por reportagens. As imagens que acompanham as matérias variam entre fotografias, ilustrações e infográficos produzidos pelos próprios estudantes, sendo entregues junto com o texto. As edições 82 e 83 foram planejadas separadamente, mas acabaram se interligando em vários temas, pois, trazem pautas em comum, como mobilidade urbana, saúde mental e cultura. As capas se complementam, mas também se contradizem: ambas contém algo relacionado à morte, porém a edição 82 mostra a continuidade de um legado, enquanto a edição 83 revela um luto silenciado. Publicada em março de 2019, a edição 82 traz na capa uma colagem do rosto de diversas mulheres formando a imagem da vereadora Marielle Franco. A arte é acompanhada da frase  Marielle vive como chamada para a reportagem  Os frutos de uma semente da Maré . A matéria traz vozes de mulheres negras de Goiânia que continuam lutando pelas causas defendidas pela vereadora carioca, assassinada em março de 2018. Esse tema também está presente no editorial e na seção  Rumor desta edição. Em sua universalidade, a edição 82 retrata diferentes lugares da capital de Goiás, e, consequentemente, os sentimentos despertados por eles. A mobilidade é debatida em uma reportagem sobre o papel das vans. A edição também conta com matérias que mostram a influência da correria urbana na falta do lazer. Diferentes vivências na cidade são retratadas, desde o conflito entre preservação e conservação em um bairro histórico até a experiência de estrangeiros na UFG. A religiosidade da região é abordada no Samambaia, em duas páginas que colocam, lado a lado, o catolicismo e o candomblé juntos. Além disso, aspectos culturais de Goiânia, como cinema e música, também são trazidos para as páginas do jornal. A edição 83, de abril de 2019, tem a capa composta pela ilustração de um bebê com a frase  O luto que ninguém vê como chamada para a reportagem  Sofrimento incubado . Escolhida como reportagem de capa por unanimidade entre os estudantes, a matéria tem uma escrita sensível para narrar histórias de mães que perderam bebês durante a gestação ou logo após o nascimento. Na página 2, o editorial e a charge trazem os sentimentos de preocupação e esperança, demonstrados pelos alunos nas conversas informais no espaço físico do laboratório ao longo das eleições presidenciais de 2018. Em sua totalidade, a edição 83 buscou representar Goiânia nas páginas do Jornal Samambaia. As reportagens trazem diferentes aspectos da cidade, como os estádios de futebol, o valor simbólico do centro goianiense, as alternativas do consumo de moda, o hábito de dar ou pegar caronas, um bar de rock alternativo e as aulas de reforço como método de suprir deficiência do sistema de ensino. Esta edição também trouxe uma preocupação com a saúde mental em duas reportagens: uma sobre como uma rede social digital afeta na autoestima e outra sobre a falta de auxílio psicológico a estudantes universitários. Diferentes perfis também estão retratados nas páginas do Samambaia, como pessoas LGBT+, com deficiências, trabalhadores informais e pessoas em situação de rua.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>