ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00263</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO16</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Acolá, um ser-tão</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Amanda de Oliveira Costa (Universidade Federal de Goiás); Luana Silva Borges (Universidade Federal de Goiás)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Esse trabalho se trata de um curta-documentário desenvolvido pela autora, recém-graduada no curso de Comunicação Social  Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Goiás. A produção, intitulada "Acolá, um ser-tão", é resultado final da disciplina "Trabalho e Conclusão de Curso" ofertada no primeiro semestre de 2018, sob orientação da Profa. Ma. Luana Silva Borges, e uma das vinte selecionadas do edital Curtas Universitários, do Canal Futura, que ofereceu incentivo financeiro para sua realização. O curta-documentário é uma produção co-realizada com crianças e adolescentes da Escola Municipal Santo Antônio da Parida, os quais constroem narrativas sobre a realidade camponesa da comunidade em que vivem, o Sertão, localizada no município de Alto Paraíso de Goiás (GO). O documentário foi possível por meio do trabalho coletivo no âmbito de uma oficina de cinema com os estudantes da escola e partiu da concepção de que os conhecimentos acadêmicos são capazes de ultrapassar fronteiras simbólicas e serem apropriados de forma criativa e competente por esses sujeitos que ocupam o seio do Cerrado. O Sertão, situado no Chapada dos Veadeiros, foi um dos territórios que, em 2013, se abriu para diálogos sobre possíveis articulações com a universidade a partir do Projeto de Extensão "Terra Encantada: gente miúda, direitos integrais", vinculado ao Coletivo e Laboratório Magnífica Mundi da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC). O documentário é, portanto, fruto de uma intensa atuação do Terra Encantada, que nasce e ganha força ao longo dos anos a partir dos anseios e demandas da própria comunidade, especialmente das crianças e dos adolescentes. É a partir do desejo de atender às suas reivindicações por autonomia e viabilizar o que lhes é de direito que o documentário se articula. Na esfera camponesa, a efetivação dos direitos concedidos a crianças e adolescentes esbarra em diversas dificuldades. Muitas vezes, nem mesmo o direito básico de acesso à educação é assegurado. Segundo o Censo Escolar (Inep/MEC, 2013), entre 2003 e 2013 o número de escolas brasileiras localizadas no campo sofreu uma redução de 31,46%, o equivalente a 32.512 unidades a menos. Em 2014 foram 4.084 instituições fechadas no país, sendo 111 no Centro-Oeste e 17 só em Goiás (Frente Parlamentar em Defesa da Educação do Campo, 2015). Com equipamentos de áudio e vídeo nas mãos, esses sujeitos são livres para narrar suas próprias práticas cotidianas, imbuídas de personagens singulares e causos tipicamente populares. Relatam ainda as relações com o ambiente que vivem e constroem simbolicamente. Diante da concepção de que esses são seres capazes de produzir sentidos, o cinema surge como ferramenta eficaz e oferece chances inovadoras para o surgimento de narrativas singulares. Num gesto de apropriação de imagens, garotos e garotas passam a ocupar posição de co-realizadores, colocando em questionamento a prática adultocêntrica do fazer cinematográfico. Ao mesmo tempo, eles subvertem a posição de meros consumidore com uma linguagem que perturba planos estáveis e se torna marca estética de uma narrativa intimista que pretende penetrar quem assiste. Tudo isso em fluxo contínuo dentro de uma metodologia compartilhada, no qual a escola do campo permeia todo o processo de desenvolvimento da narrativa fílmica como lócus de possibilidades criativas para crianças e jovens que reivindicam o direito à voz, à terra, à educação e ao sonho. Dessa maneira, busca-se superar a função de entreterimento vinculada ao cinema, o qual passa a atuar enquanto instrumento pedagógico capaz de contribuir com a formação crítica dos estudantes. "¿Y no es magia que crayolas, tijeras y papeles puedan dialogar con la cámara de Super 8 o el flamante equipo de video? [...] Verdadero reto a las capacidades manuales y mentales del niño y vía de activación de sus sentimientos, experiencias y conocimientos." (RIVERO, [20-?], p.5)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A abordagem utilizada na pesquisa que originou o curta-documentário "Acolá, um ser-tão" é de natureza qualitativa por ter tido como base de investigação e atuação a relação entre o próprio ambiente estudado e seus sujeitos, no caso, a comunidade Sertão e as crianças e jovens camponeses. A pesquisa-ação foi o método utilizado para conduzir a realização do produto por se tratar de um processo que, como definiu Tripp no texto Pesquisa-ação: uma introdução metodológica (USP, 2005), segue um ciclo que aprimora o objetivo prático da pesquisa através do desempenho conjunto do agir no ambiente investigado e a investigação teórica a respeito da própria atividade prática. Logo, as características do presente método envolveram ações tanto na área prática quanto na da pesquisa, de forma a agregar aspectos das pesquisas roteineira e científica. Apesar do entendimento básico do que vem a ser a pesquisa-ação, sinalizado por Franco no texto Pedagogia da pesquisa-ação (USP, 2005) como o caminhar conjunto da pesquisa e da ação com fim na transformação da prática, a autora considera que a direção, o sentido e a intencionalidade dessa transformação são os aspectos que irão caracterizá-la. Franco aponta três recentes conceituações de estudiosos brasileiros sobre o método, entre elas a pesquisa-ação colaborativa, a qual foi aplicada nesta pesquisa. Esse tipo de pesquisa-ação ocorre quando um grupo solicita a uma equipe de pesquisadores uma determinada mudança e "a função do pesquisador é fazer parte e cientificizar um processo de mudança anteriormente desencadeado pelos sujeitos do grupo". Sendo assim, a aplicação desse método em uma perspectiva colaborativa permitiu a construção de uma narrativa, no documentário, em que as crianças camponesas, em conjunto ao trabalho do pesquisador, aperfeiçoaram suas atuações enquanto narradoras do seu espaço. Desde os anos 90, estudantes, professores e comunidades tradicionais compartilham conhecimentos acadêmicos e populares e trilham, juntos, um caminho que busca colaborar com o fortalecimento das autonomias dos povos e seus modos de vida comunitários. O documentário realizado é resultado dessa longa jornada de parcerias entre universidade e comunidades localizadas na região da Chapada dos Veadeiros, a qual culminou na criação do Projeto de Extensão "Terra Encantada". É também a partir do entendimento de que as crianças são sujeitos de direitos e ativos produtores de sentidos que o produto se desenvolve. O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Lei Federal N° 8069/90), assim como a Convenção sobre os Direitos das Crianças, são documentos que buscam formalizar os direitos que lhe são concedidos. Em ambos, o princípio da participação é um desafio para garantir o seus direitos à voz e ao protagonismo. O resgate dos sujeitos enquanto atuantes, além de se configurar como desafio para o poder público e a sociedade, é alvo de investigação da comunicação e também se estende a outras áreas. Na atualidade, o documentário brasileiro contemporâneo oferece possibilidades estratégicas que permitem que os sujeitos pertencentes a realidades específicas falem de si próprios e do contexto em que estão inseridos. A partir dessa possibilidade, o documentário aqui proposto também busca se apoiar na noção de dispositivo, presente na prática documental e o qual Rodrigues, no texto Notas sobre o dispositivo no documentário contemporâneo (PUC-SP, 2015) acredita possuir um expressivo potencial criativo e político. Sendo assim, o dispositivo enquanto estratégia narrativa de inclusão do olhar se fez presente com o intuito de fundamentar a prática criativa das crianças ao contarem suas próprias histórias. A partir do imaginário infantil e sua convergência com os campos da educação e da comunicação, tais métodos e recursos constroem uma trama que registra como é existir e resistir no campo e promovem diálogos em torno do popular, o qual nasce no seio de culturas e tem a comunicação como uma de suas formas de expressão.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A concepção do produto apresentado teve como suporte elementos teóricos, metodológicos, instrumentais e técnicos que foram essenciais na condução de uma obra que busca apresentar as diversas nuances sobre como é existir em uma comunidade camponesa no interior do cerrado brasileiro. Para que sua realização fosse possível, foi necessário o uso de instrumentos específicos capazes de atender os processos relativos ao método estabelecido. O primeiro deles foi o levantamento bibliográfico, que envolveu a busca de conteúdos de diferentes autores, disponíveis em publicações impressas e na internet, com o intuito de colaborar na diversificação e no entendimento dos conhecimentos relevantes sobre os campos do cinema, da comunicação e da educação, os quais também fundamentam teoricamente do documentário. Por se tratar de uma proposta em que o ambiente narrado e seus sujeitos - assim como suas relações - constituem o centro da pesquisa desenvolvida, também foi necessária a utilização de estratégias de inserção participativa. Sendo assim, observação-participante também foi utilizada como instrumento com o fim de viabilizar as relações comunicativas com as pessoas que vivem na comunidade. Sendo assim, doze dias foram definidos para nos dedicarmos à etapa prática de produção, o que envolveu uma viagem pelos 450 km de estrada até o Sertão. Antes de partir, duas checklists de equipamentos e materiais indispensáveis da produção foram elaboradas e constavam: duas câmeras Canon e duas Nikon DSLR para a captação visual, quatro microfones, sendo três direcionais Rode e um lapela Sony, um fone de ouvido, um iluminador LED. No contexto da observação-participante, principal momento da pesquisa, foram desenvolvidas oficinas emancipatórias, as quais ocorreram a partir de um viés pedagógico possível e oportuno para a socialização de conhecimentos e técnicas. Desse modo, despertou a curiosidade, instigou o compartilhar de ideias e permitiu uma fruição conjunta que permite a livre, mas atenta, construção de belas narrativas. É nesse momento que o fazer cinematográfico passou a ser assimilado. No âmbito das oficinas-emancipatórias, entrevistas semi-estruturadas também foram elaboradas. A partir de uma proposta compartilhada, as crianças e os adolescentes contribuíram de forma conjunta na definição de quem seriam os/as entrevistados/as do documentário, na construção de um roteiro inicial de perguntas. Além disso, nesse momento decidiram o que gostariam de filmar. Nas entrevistas, também foi utilizada a história oral enquanto técnica para o resgate de relatos no contexto da comunidade. O documentário possui 16 minutos e 14 segundos e é co-realizado principalmente pelas crianças e adolescentes do 6° e 7° ano da Escola Municipal Santo Antônio da Parida. Estruturalmente, o filme é delineado a partir de três grandes blocos narrativos, sendo o primeiro constituído por imagens externas, o segundo por imagens de autoria das crianças e o terceiro composto de entrevistas, os quais permitem que a história a ser contada seja costurada e desenvolvida com a fluidez necessária. Ao dialogar com as experimentações estéticas inauguradas pelo Cinema Novo no Brasil , a fotografia do documentário possui uma composição que pretende direcionar o olhar para além dos personagens em primeiro plano. A montagem do filme se deu pela articulação do primeiro e terceiro bloco narrativo ao segundo, em que a câmera na mão se torna marca estética da obra. Constituindo os principais momentos do enredo, indicados por uma moldura e legendas de nomes, esses sujeitos narram suas interações, experiências e relações com a escola e o território a partir da Educação Física, da hora da merenda, da ida ao rio, da aula de Geografia que vai além das quatro paredes da sala de aula e do causo contado à beira da fogueira.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>