ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00423</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;08.03: Um dia em quadrinhos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Luiza Rosana Pedro Mota (Universidade de Brasília); Priscila Monteiro Borges (Universidade de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho apresentado é uma história em quadrinhos que aborda as representações da mulher feitas pela publicidade em anúncios do Dia Internacional da Mulher. Esse tipo de anúncio relacionado a datas comemorativas é chamado de "publicidade de homenagem", um tipo de comunicação cujo intento é valorizar uma marca ao associa-la às qualidades do grupo homenageado segundo definição de Laura Corrêa em sua tese intitulada "Mães cuidam, pais brincam: normas, valores e papéis na publicidade de homenagem" apresentada em 2011 na Universidade Federal de Minas Gerais. Dado que a publicidade carrega uma série de valores e crenças junto a qualquer coisa que venda e que a publicidade e a sociedade existem em uma relação simbiótica de influência, entender como a imagem da mulher é construída pela publicidade nos ajuda a entender também o que é esperado da mulher pela sociedade. Realizamos uma pesquisa acerca do tema no PIBIC intitulada "A Representação da Mulher na Publicidade do Dia Internacional da Mulher" cujos resultados foram publicados em artigo apresentado no Intercom em 2017. Para a análise foram coletados anúncios audiovisuais referentes ao Dia Internacional da Mulher veiculados entre 2010 e 2016 utilizando como plataforma de pesquisa o YouTube. Foram coletados um total de 29 anúncios que foram analisados segundo a teoria semiótica de C. S. Peirce. Uma das reflexões mais importantes da pesquisa refere-se à repetição de padrões de representação tanto temáticos quanto estéticos da mulher nos comerciais. A partir do levantamento realizado na pesquisa do PIBIC foi desenvolvida a história em quadrinhos apresentada aqui, "08.03: um dia em quadrinhos". A narrativa é estruturada em torno das tendências de representação identificadas na pesquisa, mostrando quem são as mulheres de que falam os anúncios de homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Assim, nosso problema de pesquisa é compreender como utilizar a linguagem das histórias em quadrinhos para apresentar e criticar os padrões publicitários de representação das mulheres estabelecidos nas campanhas referentes ao Dia Internacional da Mulher. Ao trazer os resultados da pesquisa para um produto experimental conseguimos trabalhar algumas inquietações nascidas durante a pesquisa, como a repetição de fórmulas e discursos e a falta de diversidade nas formas de representação da mulher. Outra inquietação que motivou a produção do quadrinho foi o questionamento acerca de como o resultado da pesquisa poderia contribuir de forma prática para a profissão e não ficar confinada ao ambiente acadêmico. Consideramos o formato de história em quadrinhos adequado para desenvolver os resultados da pesquisa uma vez que através de sua linguagem conseguimos estabelecer tanto um diálogo entre academia e mercado quanto entre academia e sociedade. Conseguimos trabalhar nesse formato uma crítica das narrativas publicitárias e um debate teórico em uma abordagem mais acessível. O objetivo da história em quadrinhos é apresentar os resultados da pesquisa realizada no PIBIC entre 2016 e 2017 na forma de uma narrativa crítica que sistematiza e apresenta de forma reconhecível as formas de representação que a publicidade faz da mulher nos anúncios de homenagem referentes ao Dia Internacional da Mulher. Também é um objetivo utilizar a linguagem publicitária em um meio de comunicação na qual ela não é comum (os quadrinhos) de forma criativa e reconhecível. Além disso, queremos explorar os quadrinhos como uma plataforma viável de realização de discussões da área de publicidade e propaganda.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As pesquisas realizadas para o desenvolvimento do trabalho se dividem em três partes: a relação entre gênero, identidade e comunicação, o estudo sobre a representação da mulher na publicidade do Dia Internacional da Mulher realizado no PIBIC e um panorama sobre histórias em quadrinhos, com levantamento bibliográfico tanto de definições técnicas quanto de reflexões acadêmicas sobre a arte. O termo "gênero" é utilizado como uma categoria de análise relacional que atravessa todas as outras áreas de estudo e aborda as relações sociais enquanto relações entre os gêneros e as disputas de poder presentes nessas relações. O trabalho da historiadora Joan Scott é de suma importância para nossa compreensão do termo; segundo a autora em seu artigo "Gênero: uma categoria útil de análise histórica" publicado na revista Educação & Realidade em 1995, gênero é uma categoria de análise histórica que entende as expressões de gênero como em constante mudança, cuja significação é puramente subjetiva, de modo que recusa a normatização dos gêneros pelas relações de poder vigentes. A publicidade enquanto mecanismo de produção e reprodução de significados em sociedade é também parte do processo de construção das identidades de gênero. Por isso é importante não apenas compreender o "gênero", mas também o que constitui a "identidade". A identidade é relacional segundo Katherine Woodward no artigo "Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual" publicado no livro "Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais" pela editora Vozes em 2012: diz respeito ao que nós somos que os outros não são. Assim, é a diferença que coloca a necessidade de construção de uma identidade. Por meio de construções sociais e simbólicas estabelecemos as identidades e, como consequência, estabelecemos a diferença através de oposições binária  nós e eles, homem e mulher. A publicidade e outras formas de representação midiática são importantes porque são influentes sistemas estruturadores de identidades através de símbolos e significados que afirmam, negam ou ajudam a constituir a nossa identidade. A realização do estudo sobre a representação da mulher na publicidade do Dia Internacional da Mulher realizado no PIBIC (prévio ao desenvolvimento deste produto) consistiu em três fases: na primeira, realizamos uma pesquisa bibliográfica do modelo semiótico de C. S. Peirce, que foi usado como método de análise; na segunda, fizemos a coleta dos anúncios; na terceira, a análise do material coletado. Foram coletados apenas anúncios em formato audiovisual referentes ao Dia Internacional da Mulher que tivessem sido veiculados entre 2010 e 2016 utilizando o YouTube como plataforma de pesquisa. Os anúncios foram pesquisados através de palavras-chaves: Dia Internacional da Mulher, Dia da Mulher e homenagem ao Dia da Mulher. Categorizamos os anúncios segundo segmento de mercado, tipo de apelo (apelativo, emocional ou racional), gênero do narrador se houvesse, biótipo das mulheres representadas, temas centrais abordados e particularidades da narração e do discurso. Com este panorama fomos capazes de observar as tendências compartilhadas pelos anúncios e agrupá-los segundo essas semelhanças cinco grupos. No primeiro grupo estão os anúncios que exaltam o amor romântico em seu discurso. Nesse tipo de anúncio a valorização da mulher depende da relação estabelecida com seu parceiro. No segundo grupo ficaram os anúncios que centram seu argumento na inserção da mulher no mercado de trabalho, abordagem comum em campanhas governamentais. O terceiro grupo é formado por apenas um anúncio e é representativo da falta de diversidade racial dos anúncios coletados. O quarto grupo é formado pelos anúncios que fazem tentativas de romper os padrões discursivos, mas acabam reforçando as normas vigentes. O quinto grupo é formado por comerciais que arriscam de fato com temas diferentes e mais relevantes ao Dia da Mulher.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A metodologia empregada ocorreu em quatro etapas. A primeira etapa foi um levantamento de referências narrativas tanto de filmes quanto de outros quadrinhos. Nos filmes o foco eram as histórias inusitadas e surpreendentes, já nos quadrinhos buscamos referências não apenas de narrativas, mas também de recursos de linguagem disponíveis e diferentes estilos de ilustração usados. Outro foco foi buscar quadrinhos desenhados e roteirizados por mulheres. A segunda etapa foi a composição da narrativa, feita a partir dos grupos de representação do Dia Internacional da Mulher formados na pesquisa do PIBIC. Os cinco grupos foram reavaliados e reorganizados em quatro. O primeiro é o Dia Internacional da Mulher + amor romântico (o ponto de vista masculino e o centro do discurso é o relacionamento entre homem e mulher, a valorização feminina depende da aprovação masculina; a narração é masculina). O segundo grupo é o Dia Internacional da Mulher profissional (valoriza a posição da mulher no mercado de trabalho e apresenta grande diversidade de idade, raça e profissão). O terceiro grupo é o Dia Internacional da Mulher multitarefa (possui mensagens em sua maioria positivas e críticas até um elemento desestruturar o argumento). O quarto grupo são as campanhas que abordam conquistas e lutas (possui foco no propósito do Dia Internacional da Mulher e abordam questões e problemas mais específicos sobre ser mulher). Uma persona foi criada para cada grupo e a narrativa base foi estabelecida em torno delas. A narrativa gira em torno de uma protagonista que revive o mesmo dia várias vezes (a quarta persona). Enquanto revive o mesmo dia a protagonista troca entre as três personas construídas segundo os conjuntos de anúncios. Essa base mais fantasiosa já abre espaço para os outros elementos da narrativa que fogem da realidade. A terceira etapa foi a composição visual. Para a primeira persona (grupo Dia Internacional da Mulher + amor romântico) foram escolhidas referências visuais dos anos 1950 por ser uma década notória por incentivar esse tipo de estrutura social e a paleta de cores tem como cor principal rosa para destacar a dimensão romântica desse tipo de anúncio. A segunda persona representa o grupo Dia Internacional da Mulher profissional e as referências são de fotos de bancos de imagens para espelhar essa artificialidade dos contextos de trabalho apresentados nos anúncios. O azul foi escolhido como cor dessa persona por ser cor mais séria, associada ao ambiente corporativo e ao masculino. A terceira persona é a do grupo Dia Internacional da Mulher multitarefa e representa o estereótipo da mulher que é ótima em tudo que faz na carreira, no casamento, com filhos e com a casa. A cor principal escolhida foi o vermelho por ser uma cor associada a uma feminilidade mais madura e ousada que a sua contraparte cor-de-rosa. A quarta persona que pertence às campanhas que abordam conquistas e lutas é a personagem "real" que é a base da vivência das outras. Para se diferenciar das outras, esta personagem não possui as características mais marcadas das outras personas. Por ser uma versão sem exageros como as outras, sua paleta de cores é composta por neutros, uma paleta mais discreta que aumenta o contraste entre as personas. A última etapa é o roteiro, desenho e finalização. Primeiro foi feita uma base de roteiro do viriam a ser as primeiras nove páginas do quadrinho. Depois que essa parte do roteiro foi desenhada e retrabalhada no processo, o restante do quadrinho foi feito sem roteiro, melhor opção para se adaptar às limitações do que era capaz de desenhar. Depois foram definidos os visuais de cada persona, seguido do desenho de todas as páginas em papel e arte-finalização e colorização no Photoshop.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>