ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00632</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Paredes Rebeldes - A vida numa ocupação urbana</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Ariel Rodrigues Franco (Universidade Federal de Goiás)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As fotos deste projeto pertencem originalmente ao livro reportagem fotoetnográfico "Paredes Rebeldes  a vida numa ocupação urbana", que retrata o cotidiano da ocupação urbana Fidel Castro, localizada no Conjunto Vera Cruz, um bairro da periferia da zona oeste de Goiânia, onde viviam, na época que o projeto foi realizado, 84 pessoas. O lote ocupado pertence à prefeitura de Goiânia e estava abandonado quando ocorreu a invasão, na madrugada da virada do ano de 2016 para 2017. A ocupação é organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), um movimento social que luta pelo direito à moradia urbana e é articulado no país todo. Quando ocuparam, os acampados capinaram o terreno e começaram a erguer casas com vigas de madeira, lona e madeirite. Nas casas eles têm TV, geladeira, prateleiras, móveis e todos os demais objetos que uma casa qualquer têm. As refeições são feitas na cozinha coletiva do acampamento, assim como os banhos e necessidades fisiológicas, realizados em dois barracões, cada um com um fim, um com fossa séptica e outro onde ficam galões de água quente destinado aos banhos. Eles buscam sinalizar seu desejo de terem suas próprias habitações, respeitando suas subjetividades e dignidades, além de mostrarem à sociedade que eles vieram para ficar até conseguirem a casa própria. A maioria deles decidiu ocupar o terreno por falta de outras opções de vida, diante da realidade de encarecimento dos aluguéis e aumento do desemprego. Dessa forma, ao conhecerem o MTST e seu projeto de luta, decidiram se unir ao movimento levados pela necessidade imediata de reivindicar o direito à moradia, mas, com o passar do tempo, perceberam a dimensão que a luta e a organização possuem, transformando sua maneira de encarar a vida e se sociabilizarem uns com os outros. A ideia de fazer um trabalho fotoetnográfico com a comunidade de acampados no "Fidel Castro" veio quando visitei o local para uma roda de conversa sobre Democratização da Comunicação, organizada por partidos, sindicatos e movimentos sociais, em novembro de 2017. Eu já tinha visitado e trabalhado com rádios comunitárias em comunidades de sem terras, alunos de escolas rurais e mulheres detentas, realizados em disciplinas e projetos de extensão durante minha graduação; e o desejo de realizar um trabalho de imersão antropológica, utilizando a câmera fotográfica como instrumento e a imagem como meio de contar a história de pessoas que vivem organizadas em comunidades era algo que sempre me estimulou. Foi aí que surgiu a ideia de fazer um livro reportagem fotoetnográfico com a comunidade de sem tetos de "Fidel Castro", enfocando sobretudo nos modos de ser e viver dos habitantes. As ocupações urbanas, além disso, expressam formas de organização e resistência popular para enfrentar um problema social, que é a especulação imobiliária e a concentração fundiária - o pano de fundo desse trabalho. Goiás, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta o estado como o possuidor do maior déficit habitacional bruto da região Centro Oeste, com 210.125 imóveis em condições adversas de habitação, sendo que 128 mil deles se encontravam nessa situação por abrigarem famílias com dificuldade de pagar o aluguel (renda familiar total comprometida acima de 30% com pagamento de aluguel). O governo de Goiás, por meio do Instituto Mauro Borges (IMB), também produziu em 2017 uma pesquisa do déficit habitacional de cada cidade do estado, tendo como fonte os dados das famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). A pesquisa chegou ao número de 159.538 famílias em situação de déficit no estado, totalizando 450.925 pessoas, sendo que 113.795 famílias (71,33%) estão no grupo por terem dificuldades de pagar o aluguel. A maior parte dessas famílias (28%), ou 126.332, vivem em Goiânia e região metropolitana (onde o projeto fotoetnográfico foi desenvolvido). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho foi realizado com fotografias produzidas no contexto de um estudo jornalístico fotoetnográfico e fotodocumental, inserido na categoria de fotorreportagem, em uma pesquisa de abordagem qualitativa. Foram feitas para o livro reportagem  Paredes Rebeldes  a vida numa ocupação urbana , apresentado como produto final, na modalidade Projeto Experimental, da Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Comunicação Social - Jornalismo, da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás (UFG). As principais referências teóricas foram Jorge Pedro Sousa, "Fotojornalismo  uma introdução à história, às técnicas e à linguagem" (editora Porto, 2002); Rosane de Andrade, "Fotografia e antropologia: olhares fora-dentro" (editora Estação Liberdade, 2002); Guilherme Simões, Marcos Campos e Rud Rafael, " MTST 20 anos de história: luta, organização e esperança nas periferias do Brasil" (editora Autonomia Literária) e Luiz Eduardo Robinson Achutti "Fotos e palavras, do campo aos livros" (Revista Studium, 2003). Também foram colhidas informações da pesquisa "Déficit Habitacional no Brasil", realizada em 2015 pela Fundação João Pinheiro (administrada pelo governo de Minas Gerais e responsável por sistematizar os dados fornecidos pelo Pnad do IBGE para calcular dados e informações sobre a questão fundiária e habitacional no Brasil, fornecendo subsídios técnicos para os governos estaduais, municipais e federal) e do Instituto Mauro Borges (governo de Goiás). Esses dados mostraram cientificamente e estatisticamente as características do déficit habitacional no Brasil, em Goiás e em Goiânia, fornecendo informações que comprovam que ocupações urbanas irregulares são consequência direta de um problema social, eminentemente urbano, que atinge milhões de famílias no país. Rendas familiares sendo oneradas acima de 30% apenas com aluguel, habitações precárias e casas coabitadas e excessivamente adensadas, geram, em um cenário de crise e desemprego, em completa falta de condições de sobrevivência para famílias, levando-as a se organizarem em movimentos de ocupações irregulares. A pesquisa baseou-se nos seguintes instrumentos: pesquisa bibliográfica, observação participante e entrevistas abertas com os moradores e o coordenador do MTST em Goiás, que é também um dos moradores e líderes do Acampamento Fidel Castro. Os quatro pilares bibliográficos são: o fotojornalismo, a fotografia etnográfica, a moradia e os sem-teto. Os dados e informações foram colhidos por meio de pesquisa bibliográfica e entrevista aberta com os moradores. A obra de Jorge Pedro Sousa "Fotojornalismo  uma introdução à história, às técnicas e à linguagem" (Porto, 2002) serviu para embasar teoricamente o produto como representante da categoria fotojornalística, sendo mais especificamente uma fotorreportagem com influência do fotodocumentalismo. O livro de Rosane Andrade, "Fotografia e antropologia: olhares fora-dentro" (Estação Liberdade, 2002, p. 28), e o artigo "Fotos e palavras, do campo aos livros", de Luiz Achutti (Revista Studium, v.12, 2003), foram os principais subsídios teóricos à metodologia de pesquisa, calcada na observação participante. As fotografias do projeto caracterizam-se como etnográficas, uma modalidade da antropologia visual. Os registros do Acampamento Fidel Castro jogam luz sobre os modos de vida de uma comunidade humana, indo além da simples constatação da situação em que ela se encontra, o que conferiu também um caráter antropológico à reportagem jornalística.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Todas as fotografias foram tiradas em dois dias de visita ao acampamento. Na primeira, realizada durante o dia (05/05/2018), foram feitas a maioria das fotos, momento em que passei o dia circulando pelo local e capturando instantes do cotidiano dos moradores, bem como fotografando o espaço, as casas e os estabelecimentos coletivos. Na segunda (09/06/2018), realizada à noite, fotografei aspectos próprios da vida noturna da ocupação, como o momento do jantar e a assembleia diária dos moradores. Nesta oportunidade, colhi também as autorizações de uso da imagem dos moradores. Por fim, após a edição e apresentação do livro na banda de TCC, fiz uma última visita ao acampamento para deixar um exemplar de presente na biblioteca do Acampamento. As fotografias foram tiradas com uma câmera Nikon D3200, alternando-se uma lente objetiva zoom (18  55 mm) e uma teleobjetiva (70  300 mm). A câmera, bem como as lentes, pertencem à UFG. Os deslocamentos para o Acampamento foram realizados em carro próprio. Na primeira visita, passei cerca de uma hora e meia me apresentando aos moradores, explicando quem era, de onde vinha, por que estava ali munido de uma câmera fotográfica e com qual objetivo. Naturalmente, meu objeto de trabalho despertou a curiosidade frenética das crianças, que, naquele contexto em que vivem, sem muitas novidades no cotidiano de uma vida de privações, se alvoroçaram para brincar com a câmera e pedir para eu tirar fotos deles. Então, a etapa inicial do trabalho foi, também, ceder, de forma supervisionada, a máquina para eles se divertirem um pouco. Afinal, ser legal com eles era importante para eu desenvolver proximidade com eles e ter mais liberdade para trabalhar depois, fotografando-os. Fotografei do resto da manhã até o fim da tarde, juntando cerca de 470 imagens. Decidi, ainda, ceder a câmera para alguns moradores que demonstraram interesse em tirar fotos, pensando em aproveitar as melhores em um capítulo a parte do livro, reunindo apenas fotos deles, como forma de aprofundar e enriquecer a perspectiva narrativa da fotorreportagem. A segunda visita foi realizada propositalmente no período noturno, num sábado, para fotografar o modo de vida dos moradores nesse momento do dia em um fim de semana. Além disso, é de noite que ocorre a assembleia, evento diário em que todos os moradores se reúnem para debaterem e deliberarem todas as questões que dizem respeito ao acampamento. Nela se aprovam ou desaprovam pedidos de famílias para viver no local, se encaminham punições a quem infringe as regras da ocupação, encaminham-se soluções para problemas familiares e pessoais que colocam em risco a segurança dos moradores etc. Além disso, é o meio utilizado para reforçar o espírito de horizontalidade, união e solidariedade dos moradores uns com os outros. Nesta visita, conversando mais com os moradores adultos, notei que havia muitos desempregados ou subempregados, vivendo de pequenos bicos informais e atuando temporariamente como pedreiros, pintores e seguranças. Todos alimentam o sonho da casa própria e queriam que a prefeitura de Goiânia regularizasse a área para eles poderem transformar a ocupação em um conjunto habitacional de fato. Após a etapa de campo, passei a me dedicar integralmente à pesquisa teórica para elaborar o relatório do projeto experimental, bem como à seleção e edição das imagens que comporiam o livro. Consultei professores e realizei pesquisas individuais, na internet e na Biblioteca da UFG, para juntar o material bibliográfico. As fotos foram primeiramente selecionadas por mim, depois apresentadas ao professor orientador, que avaliou se alguma devia ser retirada, adicionada ou substituída, para, depois disso, passar à edição. Com as fotos finais escolhidas, totalizando 104, elas foram editadas em Photoshop, nos computadores do Laboratório de Comunicação da UFG e enviadas à diagramadora que eu contratara para finalizar o projeto na versão final do livro para impressão.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>