ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00059</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O Florista</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Walter Franco Rodrigues Carvalho (Universidade Federal do Amazonas); Andréia Barreto Silva (Universidade Federal do Amazonas); Carlos Alberto Viana Corrêa Junior (Universidade Federal do Amazonas); Lourieni Côrrea e Sousa (Universidade Federal do Amazonas); Iolanda Ventura Brasil (Universidade Federal do Amazonas); Itala Clay de Oliveira Freitas (Universidade Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;audiovisual, cinema mudo, primeiro cinema, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Florista é um curta-metragem produzido pelos alunos do 3° período de comunicação social-Jornalismo da UFAM. A história do curta envolve a rotina do personagem título, seus relacionamentos com outras pessoas e sua solidão. A estética predominante é a do primeiro cinema, caracterizado por sua fotografia em preto e branco, enquadramentos com ponto de vista de teatro e ausência de som. O curta surgiu como um exercício em sala de aula para aplicar a estética do primeiro cinema em alguma produção recente, de forma que fosse melhor compreendido o assunto ministrado em sala de aula.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curta-metragem "O Florista" foi fruto de uma atividade desenvolvida em sala de aula, durante a disciplina Teoria e Estética do Audiovisual. Após explicação sobre a produção cinematográfica do período do primeiro cinema (1895-1915) e a exibição de curtas produzidos nessa época, a professora requisitou que os alunos criassem curtas que tivessem características deste período. As características mais evidentes são o uso da fotografia em preto e branco, o enquadramento com ponto de vista teatral e câmera estática e a ausência de sons. Já é sabido que a exibição de filmes dessa época não era silenciosa, mas acompanhados por uma orquestra ou, em alguns casos, um pianista. Logo, a presença de trilha sonora no curta não caracterizaria uma fuga da estética proposta. A história do curta é um roteiro original que apresenta elementos referentes a alguns filmes da época do primeiro cinema (1894-1915) e que segue uma cronologia em três atos. Diferente do que era produzido nos cinemas dessa época (filmes de comédias ou de ilusões), "O Florista" traz um roteiro dramático como uma forma de sátira, buscando se distanciar do senso comum sobre os tipos de histórias na época do primeiro cinema. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curta-metragem busca, em um primeiro momento, exercitar o domínio e prática de elementos de estéticas audiovisuais apresentadas em sala de aula. A estética em vigor no neste curta é a do primeiro cinema. Dentro deste objetivo, também é exercitado o uso da criatividade para conceber uma história ficcional que apresenta elementos e ações advindas de experiências cotidianas, de forma que a equipe composta por alunos de Comunicação Social  Jornalismo da UFAM tenha como prática outras formas de contar ao mundo histórias relevantes de cunho social. Em um segundo momento, busca apresentar uma história onde a personagem principal aparenta ser feliz e bem resolvido com a sua vida para, no final, essa visão ser desconstruída. A finalidade disso é gerar no espectador algum pensamento crítico com relação ao seu cotidiano e seu comportamento em relações profissionais e pessoais. Assim, o curta funciona como um conto que envolve os temas sobre expectativas em relação ao próximo, a brevidade da vida, a angústia e depressão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curta "O Florista" surge como uma forma de exercitar uma estética vista em sala de aula. As referências que o curta apresenta, são de filmes de uma época entre 1894-1915 e que, por ainda ser o início do cinema, experimentavam todas as possibilidades possíveis para o desenvolvimento de suas histórias e percebiam quais destes recebiam melhor aprovação dos expectores. A partir disto, filmes com temáticas recorrentes (como ilusionismo ou filmes de perseguição) foram surgindo e se estabelecendo, de forma que os filmes que chegaram aos dias atuais, apresentam convenções tidas como "clássicas" de filmes dessa época. Perceber estas convenções e aplica-las em um produto de ficção podem trazer resultados benéficos. No caso de "O Florista", esses resultados foram sentidos na experiência de produção de uma história ficcional, mas que apresenta elementos que poderiam ser desenvolvidos em reportagens ou documentários. Para exemplificar, Deodato é um homem que apresenta a mesma rotina todo dia. Ele acorda, se arruma, trabalha, retorna para casa e dorme. Sua vida envolve isso e pagar suas contas. A monotonia e apatia que algumas profissões apresentam, chamaram a atenção do grupo para que a produção dessa história. A partir disso, foi sendo pensado sobre algum trabalho em que suas características pudessem "esconder" o desconforto do profissional. Daí veio a ideia do florista. Um trabalhador de rua que, ao vender suas flores, aparenta estar feliz para seus clientes, de forma que suas preocupações não interfiram em suas vendas. As próprias flores surgem como um signo. Elas representam, no conceito da história, a felicidade que é espalhada por Deodato. Seus clientes compram esses produtos para dar a entes queridos e, por diversos fatores, não conhecem a vida de Deodato e simplesmente assumem que ele deve ser alguém de bem com sua vida. Com esse contexto em mente, surgiu a ideia do curta. É importante ressaltar que a equipe deste curta-metragem é composta por estudantes de jornalismo, e a oportunidade de exercitar tanto a estética como também a criação de uma história de ficção que aborda depressão e isolamento social, é muito importante para o amadurecimento das ideias dos integrantes da equipe. Pois a presença do fato é substituída por um representante deste, nesse caso, Deodato, o personagem principal. Assim, desenvolve-se uma outra forma de contar histórias que é a partir de ações que são alheias a verdade, mas que suas razões apresentam contornos reais. No caso do curta, Deodato nunca existiu na nossa realidade. Nem mesmo os coadjuvantes do curta ou as ações passadas na´, também falsa, praça do curta. No entanto, as razões para as ações de Deodato, seus sentimento e ações, as motivações das coadjuvantes e o espaço onde todos estes se encontram podem representar o cotidiano de outros trabalhadores e consumidores, fazendo com que estes possam pensar sobre suas condições e atitudes no mundo real. Portanto, mesmo que não retrate uma realidade, este produto ainda pode gerar um pensamento crítico. E se esse objetivo é alcançado, então este curta está cumprindo seu papel como obra de arte. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para melhor compreender sobre o uso dos enquadramentos, da montagem e da narrativa do curta, é necessário compreender o contexto no qual a sua estética é baseada. O período do primeiro cinema (1894  1915) apresentou obras bastante distintas do cinema contemporâneo. Seja pelas narrativas pouco desenvolvidas, os enquadramentos estáticos ou a montagem ainda rudimentar, os filmes dessa época se propõem, antes, a aproveitar ao máximo a novidade da imagem em movimento gravada em película. Os primeiros filmes vão apresentar espetáculos de vaudeville (como dançarinas e ilusionistas), a cidade (com as filmagens dos Lumiere da saída de operários de uma de suas fábricas), o próprio ser humano e suas excepcionalidades e etc.. Em suma, é um momento caracterizado pela atração e o espetáculo. Flávia Cesarino Costa, em seu artigo sobre o primeiro cinema para o livro "História do Cinema Mundial" (2012), divide este período em dois momentos: de 1894 a 1906/1907 a predominância é do "cinema de atrações" e de 1906/1907 até 1913-1915 existe o chamado "período de transição". Essa categorização facilita na hora de perceber não só o momento para o surgimento de um cinema narrativo, como também ajuda a diferenciar as produções que buscam apenas exibir e aquelas que buscam narrar algo. No cinema de atrações vai ser recorrente a preocupação com a "autonomia do plano", isto é, a preocupação em nunca se distanciar do público a ponto de criar uma possibilidade narrativa. Em filmes de ilusionismo de Méliès, onde ele acena para a sua "plateia" ou em filmes de Lumière, onde são as pessoas anônimas daquela época acenando também para uma plateia, sempre se mantém a consciência de que aquelas imagens não fazem parte de um universo de seus respectivos filmes, mas sim da própria realidade. É importante ressaltar que o cinema ainda não era considerado uma arte, e muitas de suas produções concorriam com rolos de pessoas saindo de fábricas, mulheres dançando e etc. como pontua Jacques Aumont (1994, p.89): (...) nos primeiros tempos de sua existência, o cinema não se destinava a se tornar maciçamente narrativo. Poderia ser apenas um instrumento de investigação cientifica, um instrumento de reportagem ou de documentário, um prolongamento da pintura e até um simples divertimento efêmero de feira. Fora concebido como um meio de registro, que não tinha a vocação de contar histórias por procedimentos específicos. Posteriormente, essa concepção vai mudar, e a busca pela narração de histórias irá surgir. O melhor exemplo seria "The Great Train Robbery" de Edwin S. Porter (1903), quando é contada a história sobre o assalto de um trem e a morte dos bandidos pela polícia. Nesse filme já é evidente a noção de plano e montagem, mas ainda não como conhecemos. Já no cinema de transição, as convenções mais clássicas como os intertítulos para falas, novos enquadramentos e, principalmente, uma ideia de montagem, irão estabelecer as bases para um cinema-narrativo. Aumont apresenta três exigências para a narrativa fílmica:  Em primeiro lugar, a simples legibilidade do filme exige que uma 'gramática' (...) seja mais ou menos respeitada, a fim de que o espectador possa compreender, simultaneamente, a ordem narrativa e a ordem da história. (...); - Em seguida, deve ser estabelecida uma coerência inter do conjunto da narrativa, ela mesma função de fatores muito diversos como o estilo adotado pelo diretor, as leis do gênero no qual a narrativa vem inserir-se, a época histórica na qual ela é produzida (...); - Finalmente, a ordem da narrativa e seu ritmo são estabelecidos em função de um encaminhamento de leitura que é, assim, imposto ao espectador. É, portanto, concebido também em vista de efeitos narrativos (suspense, surpresa, apaziguamento temporário). Isso diz respeito tanto à organização das partes do filme (encadeamento de sequencias, relação entre a trilha sonora e a trilha da imagem) quanto à direção (...). Nesse período, o experimentalismo permeia toda essa produção, visto que estava se buscando novas formas de se contar histórias. Logo, filmes como Le médecin du chatêau (1908), The Lonely Villa, de Griffith (1909) e The lonedale Operator, também de Griffith (1911) são exemplos, respectivamente, de usos de montagem paralela, analítica e contigua que ajudam a criar tensão pela justaposição de planos que ocorrem em espaços diferentes, direcionar o olhar do espectador para um detalhe em tela e para a criação de um espaço fictício, para criar algum sentido, e situar dificuldades ou proximidades espaciais. Logo, no curta "O Florista", existe a presença dos dois momentos do cinema dessa época. É trabalhado esse conceito de "atração" através de referências aos filmes de ilusionismo de Méliès e na interação do personagem principal com sua plateia. Já com relação as novidades do período de transição, a montagem foi uma dessas inovações mais utilizadas no curta. Trabalhando tanto com montagens analíticas (saindo de um plano geral para um primeiro-plano) como montagens contiguas (utilizando dois planos para filmar o quarto de Deodato, saindo pela direita do quadro e voltando pela esquerda). A fotografia estática e teatral, também é utilizada, se aproximando nos momentos em que se torna necessária, para seguir a estética da época. Também é importante citar o uso dos intertítulos para a criação das falas e a predominância do preto e branco, também seguindo convenções da estética em questão. A caracterização de Deodato surge de uma aproximação do personagem Carlitos de Charlie Chaplin. Em seus filmes, Carlitos é um mendigo que tenta ganhar a vida do jeito que pode. Filmes como "The Kid", em que o personagem de Chaplin cuida de uma criança e está o ajuda em seu trabalho (quebrando janelas para que ele depois concerte) é outra importante referência ao curta. Mesmo estando fora do período do primeiro cinema, este filme trabalha a ideia de um homem que apresenta uma vida miserável, mas que tenta aproveitá-la o máximo possível. Um conceito semelhante ao do personagem de Deodato. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O processo de criação do curta iniciou na escolha do tema da história. Após ministrar em sala de aula sobre as características do cinema mudo e seus principais representantes, a professora Itala Clay pediu para que os grupos em sala de aula produzissem um curta-metragem com a estética dos filmes daquela época. A professora ainda definiu algumas regras para a produção do curta: teria que ter intertítulos para as falas, tinha que ser obrigatoriamente preto e branco, a câmera tinha que ser estática e não poderia passar de cinco minutos. Então, o grupo resolveu criar um enredo que fosse um pouco diferente das histórias populares daquele tipo de cinema. Ao invés de um final feliz, seria um final triste. A partir disso, surgiu a seguinte ideia: um curta sobre um homem que vive preso no passado e vende flores para poder viver. Essa escolha se deu para justificar o porquê de ele estar caracterizado com roupas de época e os outros não. Ele também não gosta dos avanços tecnológicos e sempre encara as pessoas que andam com celulares e outros gadgets. Finalizado a história, iniciou-se a criação do roteiro. Foi definido que o filme teria três atos, como em uma peça de teatro, e cada um serviria para apresentar, desenvolver e finalizar a história. Então o grupo marcou as datas de gravação para dois domingos: no primeiro seriam gravadas as cenas em locais exteriores e no outro as cenas internas. No primeiro domingo, o local escolhido para as externas foi a praça da praia ponta negra. Lá, o ator que fez Deodato foi caracterizado e maquiado e posicionado para realizar as cenas. Foi utilizada uma câmera da Nikon, modelo D-3100 e conjunto de lentes Nikon DX AF-SNIKKOR 18-55mm 3.5-5.6, pertencentes a Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Para que as imagens estivessem devidamente estabilizadas, foi usado um tripé, pertencente a uma das integrantes da equipe. Neste primeiro domingo, foram gravadas as cenas do segundo ato. Elas demoraram quatro horas de filmagens e contou com a participação de transeuntes do local, que foram devidamente creditados no curta. Ao finalizar esse dia de gravação, a equipe começou a editá-la para: primeiro ver se a história estava funcionando da forma que se esperava e, segundo, porque as imagens capturadas serviram como um experimento para testar efeitos de edição de forma que certos inconvenientes no segundo domingo fossem evitados. Infelizmente, depois de editadas, as imagens capturadas não passavam a ideia inicial pretendida. Ao invés de um homem irritado com a tecnologia, as imagens falavam de um homem incomodado com as pessoas de modo geral. Logo, a equipe teve que mudar o roteiro para seguir esse novo direcionamento. A história, agora, era sobre esse homem solitário, incomodado com as pessoas porque ele enfrenta problemas financeiros, mas não pode contar para seus clientes, tendo que conter suas emoções. O roteiro seguiria uma nova estrutura. O primeiro ato iria mostrar Deodato acordando, tomando banho, se arrumando e terminaria com ele pegando suas flores banquinho para trabalhar. No segundo ato, Deodato iria vender suas flores. Pessoas iriam comprar e ele ia parecer feliz, Com o tempo, as pessoas iriam parar de ir e as que passassem por perto iriam ignorá-lo. Este ato finalizaria com Deodato ficando entediado e indo embora. No último ato, ele chegaria em casa, pegaria suas contas a pagar, sentaria em seu sofá e beberia uma cerveja. O curta finalizaria com Deodato olhando para a câmera, encarando o espectador. Com essa nova roupagem, as gravações no segundo domingo ocorreram na casa de um dos integrantes do grupo. Lá foram filmados o primeiro e último ato da história. Nesse dia, a estudante que tinha o tripé esqueceu traze-lo, então, teve que se uma mesa e alguns livros para pode enquadrar a câmera do modo desejado. Nesse domingo, as gravações duraram em torno de quatro a cinco horas. Antes de abordar a montagem final do curta, é bom discorrer um pouco sobre as escolhas fotográficas do curta. Mesmo que já tenha sido dito que a professora pediu que fosse câmera estática e coloração em preto e branco, existem outras escolhas fotográficas do grupo que vão além dessas duas. A principal é a voltada para o enquadramento. Ao ver filmes do primeiro cinema, nota-se que existem poucas mudanças de ângulo; enquadramentos quase que centralizado e em plano geral; e um uso do espaço criativo, isto é, utilizar as extensões do plano para criar uma lógica e uma harmonia. No curta, isso se verifica nas saídas de plano pela esquerda e entradas no outro plano pela direita. Nas cenas gravadas na ponta negra, foi trabalhado os movimentos pelo plano. Então, existem pessoas saindo da direita, esquerda e do fundo do plano. O personagem Deodato é enquadrado, na maioria das vezes, com seu corpo inteiro em tela. Ocorrem algumas aproximações eventuais (baseado na montagem analítica), para criar um maior dinamismo nas cenas. Esclarecido a fotografia, pode-se comentar a montagem. Cada ato foi montado separadamente no software Movie Maker. A montagem do filme buscou trabalhar com a simplicidade nas transições de planos, devido aos poucos planos do filme. Portanto. Ao serem, então, todos montados para o filme final, acrescentou-se a trilha sonora e os efeitos visuais. As musicas utilizadas foram retiradas do Youtube e elas foram escolhidas visando que elas mantivessem o tom de cada ato. Portanto, a primeira trilha é uma música alegre, mas lenta. Ela funcionou bem para a introdução da personagem e com a ideia de  acordar , já que a personagem está iniciando o seu dia. A segunda também é alegre, porém é mais acelerada. Ela funciona para trazer a comicidade nas cenas de venda das flores. Já no no último ato, a trilha é mais triste, combinando com a realidade nua e crua de Deodato e também com o conceito de  quebra da ilusão , já que por quase três minutos, a personagem principal é mostrada  feliz . As falas através dos intertítulos foram usadas de forma econômica. A equipe queria que as imagens falassem por si, por isso, o pouco uso desse recurso. A edição de som e imagem buscou trazer uma qualidade de ambientação para o curto. Nesse caso, as imagens do filme são acompanhadas por um efeito de película envelhecida, com riscos e a imagem  pulsando , como se estivesse sendo exibida em um projetor antigo. O filme também apresenta cortes de imagens (Deodato desce para pegar uma flor e a imagem repete), para dar a intenção de que o filme sofreu danificações pelo tempo. Já a edição de som apresenta sons de um projetor antigo. Para editar as musicas e som foi utilizado o software Audacity. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Talvez uma das principais contribuições deste curta para a equipe tenha sido realizar a história da personagem principal, com um estilo próprio e distante da  busca pela verdade . Como alunos do curso de Comunicação Social  Jornalismo, a diferença entre ficção e realidade é apresentada pelos professores desde o primeiro dia de aula. No caso desta disciplina, dentro do módulo de audiovisual, foi possível ver que a ficção, mesmo sendo uma produção que surge ou então não busca se aproximar da realidade, apresenta um discurso específico, e este sim apresenta um pé na realidade. Portanto, a importância deste curta, como experiência pessoal, é a possibilidade de criar histórias que possam abordar temas como desigualdade social, depressão e etc., sem que apresentem títulos como  baseados em fatos reais , ou mesmo uma estética visual que busque se aproximar do real. A produção do curta-metragem também foi um ótimo exercício para que os integrantes do grupo pudessem colocar em prática, conceitos vistos anteriormente em sala de aula. A própria ida ao campo para filmar, e o uso dos equipamentos, foram experiências que irão ser importantes para o futuro. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">MASCARELLO, F. História do Cinema Mundial. São Paulo: Ed.Papyrus, 2012.<br><br>AUMONT, Jacques. Et al. A Estética do Filme. São Paulo: Ed. Papyrus, 1994.<br><br>LONELY Villa, The. Direção: D.W. Griffith. Biograph Company. Estados Unidos, 1909. 8 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=75rBS0tu9kc. <br><br>LONEDALE Operator, The. Direção: D.W. Griffith. Biograph Company. Estados Unidos, 1911. 17 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9iGos7nDTLs.<br><br>ESCAMOTAGE d'une dame chez Robert-Houdin. Direção: George Méliès. Star Film Company. França, 1896. 1 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=f7-x93QagJU.<br><br>L'IMPRESSIONNISTE fin de siècle. Direção: George Méliès. Star Film Company. França, 1899. 1 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zs5BBaNJ6mg.<br><br> </td></tr></table></body></html>