ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00777</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Ocupação de terra no Bairro Pascoal Allagio</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Henry da Silva dos Santos (Universidade Federal do Amazonas); Débora dos Santos Gomes (Universidade Federal do Amazonas); Kamily Glória Pantoja (Universidade Federal do Amazonas); Luiz Eduardo Souza de Oliveira Júnior (Universidade Federal do Amazonas); Orivaldo Cabral Rosas Júnior (Universidade Federal do Amazonas); Hudson Roberto Beltrão Júnior (Universidade Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;documentário, radiodocumentário, ocupação, Pascoal Allágio, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Resistência em lugar para viver" é um documentário radiofônico desenvolvido por acadêmicos do 8º semestre do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Amazonas, campus Parintins como produto final para a disciplina de Radiojornalismo II. O tema selecionado foram as ocupações de terras do município de Parintins, especificamente da área do loteamento próximo ao bairro Pascoal Allágio. Nesse sentido o trabalho teve como propósito investigar sobre os fatores que levaram as ocupações no município, e ainda apresentar quais são as condições de vida dos moradores envolvidos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Diferentemente de outros meios de comunicação de massa, o rádio apresenta como característica principal a oralidade, visto que, o veículo não possui imagens ou textos impressos para repassar quaisquer informações ao público. Dessa forma, é necessário o radialista utilizar de técnicas específicas para enviar a mensagem ao público ouvinte, como por exemplo com o uso da palavra, voz e sonoplastia. Observa-se que o rádio tem a capacidade de produzir diferentes conteúdo. Todavia, torna-se necessário classificar a produção radiofônica para então delimitar as particularidades de cada uma e posteriormente apresentá-las ao ouvinte. Pesquisadores da área, classificam a produção veiculada no rádio em gêneros e formatos. Os gêneros têm um caráter mais abrangente, no qual considera o tipo de anseio dos ouvintes, podendo ser musical, jornalístico, documental, dramatúrgico etc. A adesão do gênero jornalístico com o formato radiodocumentário é a possibilidade dos ouvintes ter contato com uma temática mais aprofundada, uma vez que na prática jornalística diária não é possível explorar um tema de maneira mais abrangente. Ferraretto (2001) conceitua o radiodocumentário como: "Pouco frequente no Brasil, o documentário radiofônico aborda um determinado tema em profundidade. Baseia-se em uma pesquisa de dados e de arquivos sonoros, reconstituindo ou analisando um fato importante. Inclui, ainda, recursos de sonoplastia, envolvendo montagens e elaboração de um roteiro prévio" (FERRARETO, 2001, p.57). Diante da relevância do tema, a equipe escolheu o formato radiodocumentário como o meio para se produzir um estudo aprofundado a respeito das ocupações de terras no município de Parintins (distante a 325 km de Manaus), especificamente no loteamento próximo ao bairro Pascoal Allágio (localizado na Zona Oeste da cidade) durante o ano de 2016. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário radiofônico "Resistência em um lugar para viver" teve o intuito de apresentar o processo de ocupação do loteamento próximo ao bairro Pascoal Allágio no ano de 2016, destacando os fatores que motivaram os moradores a ocuparem a área e quais são as situações de vida dos envolvidos. Além disso, o documentário tem como propósito levantar discussões acerca da temática aos ouvintes, visto que, trata-se de uma abordagem presente na vida de muitos parintinenses e que na maioria das vezes não é veiculada de forma aprofundada nos meios de comunicação de massa como o impresso, e a TV.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Observa-se que em muitos veículos de comunicação da cidade de Parintins, não tem a prática de se produzir grandes reportagens, radiodocumentários, vídeodocumentários entre outros. Visto que, são recursos que levam maior tempo e dinheiro para serem produzidos, portanto, a realização de notícias atualizadas todos os dias acabam por "satisfazer" o público. Todavia, o jornalismo tem como função não só reportar informações de forma superficial ao interlocutor, mas de atribuir as produções jornalísticas uma leitura mais aprofundada e crítica, levando em consideração os aspectos sociais e ontológicos que os acontecimentos apresentam. "Qualquer objeto que o homem possa perceber ou criar é parte de um todo. Em cada ação empreendida, o ser humano se defronta, inevitavelmente, com problemas interligados. Por isso, para encaminhar uma solução para os problemas, o ser humano precisa ter uma certa visão de conjunto deles: é a partir da visão do conjunto que a gente pode avaliar a dimensão de cada elemento do quadro. Foi o que Hegel sublinhou quando escreveu: 'a verdade é o todo'. Se não enxergamos o todo, podemos atribuir um valor exagerado com uma verdade limitada (transformando-a em mentira), prejudicando a nossa compreensão de uma verdade mais geral". (KONDER, 1981, p. 36) Dessa forma, foi por meio de um trabalho elaborado na disciplina Radiojornalismo II que observou-se a oportunidade de produzir um documentário radiofônico a respeito de um tema que gerasse desdobramentos e debates aos ouvintes. O tema "ocupações", surgiu por meio da análise que os integrantes do grupo fizeram ao ler as notícias dos jornais impressos e radiofônicos sobre a maior ocupação que o município de Parintins enfrentava. Constatou-se que as informações dispostas eram de maneira superficial, e que muitas vezes apenas olhava "um dos lados", provocando assim, o interesse em se aprofundar a respeito da temática. As ocupações de terras surgiram no Brasil em meados dos anos 70, entretanto, só foram ganhar força em na década de 80 com o surgimento de movimentos partidários agrários. Para Santos (2001) as ocupações são ocasionadas pela falta de emprego e exclusão social, que acaba por determinar a luta pelos direitos: "Os sem terra não estão reivindicando simplesmente terra. Estão atuando em cima de um direito que consideram certo. [...] querem mais do que simples reconhecimento da legitimidade da sua presença sobre a terra: querem reformulação das relações sociais e ampliação dos direitos sociais."(SANTOS, 2001, pg. 32). Dessa forma, as ocupações tornam-se a única saída para que muitas famílias brasileiras consigam o direito a casa própria. Como é o caso do município de Parintins, aonde no ano de 2016 foram registrados 7 casos de ocupações, como no bairro Paulo Corrêa, Itaúna I, Bairro da União e Gleba de Vila Amazônia. Vale ressaltar, que o maior caso já registrado encontra-se no loteamento próximo ao bairro Pascoal Allágio. A ocupação teve início no ano de 2013, mas por determinação judicial os moradores tiveram que se retirar do local. Contudo, em maio de 2016, centenas de pessoas tomaram novamente a área. O loteamento pertence as famílias Esteves e Pontes, ambas de empresários influentes na cidade de Parintins.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário radiofônico "Resistência em um lugar para viver" foi produzido no primeiro semestre de 2016 no âmbito da disciplina Radiojornalismo II, ministrado pelo professor Hudson Beltrão Júnior. Para a produção do documentário foi necessário o período de aproximadamente um mês, para que os acadêmicos entregassem o produto. Para que o objetivo do trabalho fosse realizado, foi feito primeiramente a escolha do tema, os componentes do grupo após algumas reuniões decidiram abordar sobre as ocupações de terras do município de Parintins. Após a escolha do tema foi realizado o levantamento bibliográfico  tanto em relação aos conceitos teóricos sobre as ocupações como também a respeito da ocupação do loteamento próximo ao bairro Pascoal Allágio, visto que era o enfoque principal do documentário. Após o levantamento das bibliografias, foi elaborado o roteiro literário, para que servisse de guia aos discentes. Nesse roteiro continha um breve histórico a respeito das ocupações, o objetivo do produto radiofônico, qual era o formato e quantos blocos o radiodocumentário ia possuir. Vale ressaltar, que na descrição dos blocos já estavam selecionados quais e quantos entrevistados ia ter, bem como as perguntas a se fazerem. Depois de encaminhado o roteiro, foram realizadas as entrevistas semi-estruturadas, no qual permite uma conversação (diálogo) com o entrevistado. De forma sucinta, as perguntas foram niveladas de acordo com o entendimento de cada entrevistado. As perguntas foram realizadas de forma clara para que o entrevistado não tivesse dificuldades na hora de responder. De acordo com Barbeiro e Lima (2003) uma boa pergunta faz com que o entrevistado discorra melhor sobre o tema "A pergunta tem de ter tamanho certo, suficiente para que o ouvinte entenda o assunto. Alguns entrevistadores falam tanto sobre o tema que acabam respondendo à própria pergunta, deixando o entrevistado sem ter o que dizer. Outro extremo é a pergunta pequena demais a ponto de o ouvinte não saber do que se está falando." (BARBEIRO E LIMA, 2003, p. 59). Para a realização das entrevistas foi necessário apenas o uso do bloco de notas, para detalhar os aspectos relevantes durante o diálogo, e o gravador. Pereira (2010), aponta que o uso do gravador tem como vantagem, o registro literal das declarações. Dessa forma, o gravador é essencial para a produção de um documentário radiofônico, todavia, é necessário o repórter ter o cuidado para que os sons ambientes não interfiram na fala dos entrevistados. No total foram 15 entrevistados, divididos em especialistas, moradores, representantes da ocupação e autoridades. Os primeiros a serem entrevistados pela equipe foram os especialistas, como a pesquisadora de planejamento urbano e professora de geografia da Universidade do Estado do Amazonas  UEA, Tatiana Barbosa que apontou os fatores para o processo de ocupação de terras no município. E o professor Estevão Bartolli da Universidade do Estado do Amazonas que relatou o processo de ocupação urbana da região Norte. Para o entendimento sobre as questões que envolvem a temática foram entrevistados 4 especialistas. Em seguida a equipe entrevistou os envolvidos na ocupação como moradores, presidente do Bairro Pascoal Allágio, e representantes da ocupação, totalizando 8 entrevistados. O último passo foi entrevistar as autoridades, afim de saber qual o posicionamento a ser tomado sobre essa questão, dentre os entrevistados está o coronel Valadares Jr, comandante décimo primeiro batalhão da polícia militar de Parintins e o procurador do município, Edy Maia. Após a realização das entrevistas, foi definida a identidade sonora do produto radiofônico, com a escolha dos BGs necessários para a produção. Entende-se que "o BG precisa ser característico, para não ser confundido com falha técnica" (SEPAC, 2003 p. 43), além dos BGs foram definidas quais trilhas sonoras estariam dispostas no documentário. As gravações dos textos do roteiro foram realizadas no laboratório de Radiojornalismo da Universidade Federal do Amazonas, campus Parintins, por um dos integrantes do grupo. Já a edição do produto final, ficou responsável por outro integrante do grupo, mas com a ajuda de todos os componentes, já que cada um opinava a respeito da melhor forma para se estruturar o produto radiofônico.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário radiofônico "Resistência em um lugar para viver" possui a duração de 18 minutos e 08 segundos. O produto inicia com relatos fragmentados dos principais personagens desta temática. E na passagem de um relato para outro nota-se um efeito sonoro de rádio fora do ar (efeito este que a equipe usou para chamar a atenção do ouvinte logo no primeiro bloco). Em seguida foi utilizada a trilha sonora "Vida de gado" do cantor e compositor Zé Ramalho. O primeiro bloco é composto por relatos de pesquisadores e um advogado, no qual descrevem aos ouvintes os fatores que levaram o processo de ocupação na região amazônica e posteriormente no município de Parintins. O bloco é encerrado com a sonora do advogado Geilson Teixeira, que explica o direito que a população tem a moradia própria segundo a Constituição Federal brasileira. No segundo bloco, a equipe atentou-se para os relatos dos ocupantes. No total são 2 mulheres e 1 homem que por meio das entrevistas contaram detalhes dos seus antigos imóveis e da atual situação na ocupação do loteamento próximo ao bairro Pascoal Allágio. Já o terceiro bloco, começa dando enfoque aos moradores do bairro Pascoal Allágio que são contra a ocupação. Em seus depoimentos é relatado casos de violência, e transtornos que a nova ocupação veio a causar no bairro. Em seguida, é apresentado a "resposta" dos ocupantes, no qual garantem que os moradores são amparados legalmente para residirem no local. O bloco é encerrado com a sonora do responsável pela divisão de terras da área, onde esclarece quais os critérios necessários para que o morador possa futuramente ter residência fixa. No quarto e último bloco, o documentário radiofônico apresenta a versão das autoridades. O bloco quatro é composto por 2 sonoras, uma do comandante da polícia militar de Parintins e outra do procurador do município. Ao final do documentário é retomado os aspectos principais que foram desenvolvidos ao longo da produção, e é encerrado com a ficha técnica dos responsáveis em produzir o documentário radiofônico e com um efeito sonoro escolhido pelos integrantes do grupo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O desenvolvimento do produto radiofônico "Resistência em um lugar para viver" tem como intuito aprofundar o tema ocupações de terras no município de Parintins, dando enfoque principal a ocupação de terras do loteamento próximo ao bairro Pascoal Allágio. Nesse sentido, a produção de um documentário é a oportunidade dada aos acadêmicos do curso de jornalismo fugir do informativo corriqueiro da profissão, na qual não se apresenta muitas vezes, os desdobramentos de um tema. Assim, durante o desenvolvimento do trabalho, os discentes também puderam unir as teorias jornalísticas vistas em sala de aula durante a prática em campo, como por exemplo apuração, entrevistas, como escrever um texto para o rádio, ou qual a melhor forma de locução, evitando falhas de entonação, ritmo etc. É importante enfatizar que o material deste produto radiofônico servirá como base para estudos futuros, já que, não há dados aprofundados a respeito do tema. E ainda, é a oportunidade dos ouvintes conhecer a realidade em que muitos parintinenses vivenciam.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBEIRO, Heródoto e LIMA, Rodolfo. Manual de Radiojornalismo: produção, ética e Internet. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2003. <br><br>BARBOSA FILHO, André. Gêneros radiofônicos  os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Edições Paulinas, 2003.<br><br>CÉSAR, C. Rádio: a mídia da emoção. São Paulo: Summus, 2005.<br><br>FERRARETTO, L. A. Rádio: o veículo, a história e a técnica. 2. ed. Porto Alegre: Sagra DC Luzzatto, 2001.<br><br>KONDER, Leandro. O que é dialética. Editora brasiliense, 1981.<br><br>PEREIRA, Luiz. A apuração da notícia. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2010.<br><br>SANTOS, Carlos. As ocupações de terra e a produção do direito. Minas Gerais, 2001.<br><br>SEPAC  Serviço à Pastoral da Comunicação. Rádio: a arte de falar e ouvir. São Paulo: Paulinas, 2003.<br><br> </td></tr></table></body></html>