ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00794</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Senti(n)do - Fotografias para ver e sentir</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Alana Zavareze Anillo (Universidade Federal de Santa Maria); Paola Portella de Bittencourt (Universidade Federal de Santa Maria); Rogério Pomorski (Universidade Federal de Santa Maria); Marilia de Araujo Barcellos (Universidade Federal de Santa Maria)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;arte, fotografia, edição de livro, livro artesanal, livro de artista</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho tem como propósito apresentar o processo de criação do livro "Senti(n)do &#8210; Fotografias para ver e sentir", que mescla conhecimentos teórico-práticos no intuito de aplicar os saberes acadêmicos na criação de um produto artístico-editorial capaz de despertar no leitor as mais variadas emoções possíveis. O resultado é um produto personalizado, com alto padrão de qualidade que procura atingir o papel social que a mídia livro possui. O livro foi desenvolvido na disciplina de Projeto Experimental em Edição de Livros, por alunos de Comunicação Social &#8210; Produção Editorial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Para sua concepção foi necessário discutir-se a fotografia enquanto arte com base em Ramos (2009) e Tavares (2009). O processo criativo é descrito em detalhes, desde a busca de referencial para a construção do conceito de publicação até o produto final.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com o advento dos smartphones e das redes sociais de imagem, nosso cotidiano está cada vez mais permeado por imagens, por fotografias que registram momentos instantaneamente e que se propagam incessantemente. Somos bombardeados com centenas de imagens diariamente, porém são poucas as que nos cativam, realmente, a atenção. É tanta informação visual que deixamos de lembrar que a fotografia, para além do mero registro do presente, é também arte, carregada de emoção e subjetividade. De acordo com Matheus Ramos, "[...] em meio a imagens que se movem velozmente diluindo-se diante dos nossos olhos, a experiência com a imagem fotográfica pode ser diferenciada, pois ela clama pelo nosso olhar, solicita que nossos olhos nela permaneçam, por testemunhar, por ser traço do real. Experiência de tempo diferenciada, que se aprofunda como num interstício, tempo intensivo, uma vez que presente e passado se amalgamam" (RAMOS, 2009, p. 141). Pensando em tudo isso desenvolvemos um projeto que mesclasse arte, fotógrafos locais, técnicas de produção de livros artesanais com toques industriais. E, com o intuito de proporcionar às pessoas um momento para estar em contato com a arte, desenvolvemos o Senti(n)do, um livro de "fotografias para ver e sentir".</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção do produto teve como objetivo discutir a fotografia enquanto arte e, a partir disso, desenvolver uma publicação impressa que unisse a experiência visual com a tátil. A escolha pelo formato impresso baseou-se na experimentação tátil proporcionada pelo folhear das páginas, o contato com a textura do papel, a experiência de ter em mãos algo palpável. Utilizamos toques artesanais para garantir o diferencial de cada edição. O livro e seus complementos se propõem a mexer com os sentidos e potencializar a experiência de leitura, criando uma atmosfera condizente com o propósito da obra. Dentro desse contexto, o produto visa proporcionar ao leitor-admirador uma imersão na arte, de maneira que este esqueça por algum tempo a imediatez do dia-a-dia e dedique parte do seu tempo diário à apreciação de fotografias que merecem atenção. O produto visa respeitar o tempo do espectador (AUMONT, 1995), já que, dependendo do tipo de imagem, o espectador pode levar minutos ou horas para apreender todos seus detalhes e características.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao longo de todo o século XX, a fotografia segue por caminhos onde a sensibilidade artística se revela, deixando de servir apenas como registro do presente ou retrato da realidade. Assim como na pintura, trabalha com questões de composição e mensagem, convertendo a objetividade em subjetividade, deixando visível não só o que nos é apresentado perante os olhos. Em milésimos de segundos "permite captar uma realidade, uma cena, um objeto, um olhar, uma expressão, um movimento" (TAVARES, 2009, p.7), eternizando o momento através do olhar do fotógrafo. Toda a expressividade contida nessa arte foi o que motivou o grupo a escolher tal temática, uma vez que esta possibilitaria a experimentação por diversos caminhos, tanto no quesito de design editorial quanto de experiência de leitura. Pensando nisso, buscou-se envolver diversos dos sentidos do corpo humano na concepção do produto, de maneira "que o leitor aprecie de muitas formas a leitura e que se sinta absorvido pelo livro, em sua totalidade" (FRATON, 2014, p. 96). O que justifica a criação da publicação é a intenção de que o leitor tenha um momento de paz em meio ao caos da vida diária, que ele possa desfrutar de algo que evoque sentimentos e sentidos, e que esteja fora do contexto das notificações frenéticas do Facebook, dos Snapchats que não param de ser postados e do novo e-mail sobre o cliente que quer alterar o pedido pela 10ª vez. Senti(n)do é para ser aquele momento de apreciar as belezas que as lentes conseguiram eternizar. Ele envolve a visão, o tato e a audição em um experiência de leitura única. Conforme Roger Chartier, "todo leitor de uma obra a recebe em um momento, uma circunstância, de uma forma específica e, mesmo quando não tem consciência disso, o investimento afetivo ou intelectual que ele nela deposita, está ligado a este objeto e a esta circunstância" (CHARTIER, 1998, p. 71). É pensando nisso, que o Senti(n)do é apresentado como um presente, feito artesanalmente e endereçado ao leitor com todo o carinho. É um objeto pensado para que o leitor-admirador guarde na memória o momento em que teve seu primeiro contato com a publicação, e lembre-se disso cada vez que voltar à ela para lê-la e apreciá-la. Além disso, queremos que o nosso público se lembre de que cada um é muito mais que mero consumidor. Nosso cliente é, antes de tudo, um amigo, e o produto foi pensado especialmente para ele. O primeiro contato do leitor com a obra é através de uma carta dos editores assinada manualmente, na qual é apresentada a publicação. Um box reúne os cadernos da publicação, que são acondicionados separadamente, tornando possível o manuseio individual de cada um. Essa estratégia visa a concepção de um livro leve, que não pesa nos braços e proporciona um conforto maior durante a apreciação. O box proporciona maior durabilidade à publicação além de possuir uma articulação que o faz desempenhar também a função de capa do livro. Ademais, a publicação é acompanhada por um envelope que contém um CD com a trilha sonora sugerida para o momento da apreciação do livro. Esse envelope foi construído utilizando técnicas de engenharia do papel, segmento do Design que trabalha com maneiras de dar vida ao papel. Tudo isso foi idealizado por consequência de uma pesquisa de mercado desenvolvida em maio de 2016 que, através de buscas online e em livrarias físicas localizadas na cidade de Santa Maria - RS, objetivava avaliar o nicho em que o trabalho estava inserido e verificar que produtos seriam concorrentes diretos da publicação. Constatamos, assim, que existiam livros sobre fotografia e arte, mas em sua maioria tratavam sobre o assunto de forma técnica ou então eram coleções de fotografias de artistas específicos. Neste levantamento não encontramos livros que se enquadrassem como concorrentes diretos da publicação, cuja proposta é potencializar a experiência de leitura no momento da apreciação de fotografias artísticas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Todo o processo de criação do produto foi realizado durante o primeiro semestre do ano de 2016, nas aulas da disciplina de Projeto Experimental em Edição de Livros, ofertada para alunos do curso de Produção Editorial da UFSM. A disciplina proporcionou um espaço de experimentação aos alunos com o objetivo de unir a teoria  aprendida na disciplina e nos semestres anteriores do curso  com a prática. Após aulas expositivas sobre edição de livros, trabalhos práticos para entender como se dá o processo de registro de livros na Biblioteca Nacional, técnicas de financiamento coletivo, palestras de alunos que já haviam concluído a disciplina e uma grande coleção de referências, chegamos ao trabalho final. A proposta era produzir um livro, impresso ou digital, passando por todas as etapas, desde o processo mais básico, como a captação do original, até a sua finalização, pronto para ser lido. Para complementar a produção, durante a disciplina tivemos contato o VERSA, software comumente utilizado em editoras que permite registrar cada etapa concluída e visualizar as que ainda estão pendentes. Além disso, semanalmente produzimos relatórios que registravam o andamento da produção, permitindo um controle sobre o que estava dando certo e o que precisava ser remodelado. O processo de desenvolvimento do produto foi dividido em etapas. A primeira delas foi a definição do tema da publicação e a relevância deste no mercado editorial. A fotografia como arte foi o tema escolhido e, para definir a relevância de tal publicação, foi necessário realizar uma pesquisa de mercado para apontar se existiam publicações semelhantes à esta proposta. Como visto acima, analisamos algumas publicações encontradas nas livrarias de Santa Maria e em sites de compra na internet, constando que nenhum livro que envolvesse fotografia enquanto arte tinha similaridades com o nosso projeto, destacando, então, a necessidade de se incluir tal produto no mercado. Inspirados em publicações de editoras como a Cosac Naify mesclados com o suporte técnico-teórico proporcionado pela Disciplina Complementar de Graduação (DCG) "Produção de Livros Artesanais", criamos um conceito de publicação "Luxo-Artesanal". Tal conceito deu origem a um projeto ousado, evitando o formato "álbum de fotos", "fotolivro" e outras publicações tradicionalmente atreladas aos livros fotográficos. Com isso em mente, optamos por seguir a linha de "livro de artista" que, de acordo com Letícia Lampert, apoiada no pensamento do pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais, Amir Cadôr, "é pensado como uma unidade: texto, imagem, material e método de produção. Assim, o livro nunca é apenas a expressão de uma ideia, mas sim a negociação possível feita pelo artista, naquele momento, entre custos e processos de produção. E tudo isto faz parte da obra e do seu discurso como proposição artística" (LAMPERT, 2015). Aliando a fotografia e o método de produção artesanal, chegamos a um produto que, para além de um livro, é também arte por si só, uma vez que "o livro de artista nada mais é que a obra de arte pensada no formato livro/publicação" (LAMPERT, 2015). Dessa maneira, o produto final foi composto por um box produzido artesanalmente, que acondiciona o livro Senti(n)do, um CD com trilha sonora[1] condizente com a atmosfera pretendida e uma carta escrita e assinada pelos editores, apresentando a publicação, endereçada diretamente a cada pessoa que adquirir um exemplar. Durante o processo de definição do produto decidimos que o livro conteria apenas fotos e o único texto presente seria o nome do autor da fotografia, de maneira a atingir o objetivo de o leitor imergir na publicação, deixando que as fotos falassem por si, pois "considerar a imagem como uma mensagem visual composta de diferentes tipos de signos equivale, como já dissemos, a considerá-la como uma linguagem e, portanto, como um instrumento de expressão e de comunicação" (JOLY, 2007, p. 61). Ao pensar no público-alvo da publicação, percebemos que o Senti(n)do seguia um conceito bastante específico, e que o nicho de mercado no qual ele seria inserido possivelmente teria compradores com um perfil facilmente identificável. Pensando nisso escolhemos criar uma persona, que é a segmentação máxima do público-alvo. O perfil de consumidor que gostaríamos de atingir gira em torno do público adulto (de 18 a 59 anos), interessado por fotografia e que não mora em grandes centros urbanos. Trabalham com (ou são estudantes de) design, comunicação, artes visuais ou áreas relacionadas e estão sempre online nos seus smartphones, tablets e computadores. Ele/Ela muitas vezes desconhece o trabalho de fotógrafos da sua cidade ou do seu estado, mas tem interesse em conhecer trabalhos que utilizam a fotografia enquanto forma de expressão. No intervalo do trabalho ou no tempo livre eles passam algumas horas acompanhando o feed do Facebook e/ou do Instagram, curtindo fotos e salvando várias delas como inspirações. São consumidores que apreciam publicações estilo Cosac Naify, que privilegiam o visual e quebram a linearidade. É um público que sabe que esse tipo de obra tem um preço maior e entende o porquê. Com tudo isso no papel, passamos para a etapa de busca e seleção de referências, desde inspirações para o conteúdo, inspirações de projetos gráficos, referências de design de embalagens e todo o tipo de material que auxiliaria na montagem do projeto gráfico da publicação. O material utilizado para a confecção do livro e seus complementos foi fruto de uma vasta pesquisa em papelarias e lojas de armarinho. Foram utilizados os seguintes materiais para 1) o box: papel paraná para a estrutura, folhas de scrapbook para o revestimento, fitas de cetim, tinta PVA para artesanato, botões magnéticos para a tampa e moldes plásticos do alfabeto para a confecção do título; 2) livro/cadernos: papel cartão 180 g/m² para as capas e folhas de guarda e papel couchê brilho 150g/m² para o miolo; 3) embalagem do CD: papel craft 180 g/m²; 4) carta de apresentação: papel pólen 90 g/m². Os materiais foram confeccionados com base em conceitos e práticas aprendidos na DCG supracitada de Produção de Livros Artesanais. O box foi feito através de um molde confeccionado pelos próprios organizadores da publicação; os cadernos foram costurados à mão da maneira mais sutil possível, para que a costura do miolo não prejudicasse a legibilidade das fotos; após esta etapa foi anexada a capa dos cadernos e, por cima, a tira colorida de papel da lombrada, de maneira a esconder a costura do livro. Utilizou-se o Adobe InDesign CC 2015 para a diagramação e o Adobe Illustrator para a confecção da capa dos cadernos. Vale ressaltar que a única etapa não manual do processo, além da impressão, foi o refile dos cadernos, que foi realizado pela Imprensa Universitária da UFSM. [1] A intenção do grupo era fazer uma parceria com estudantes de música, que criariam trilhas instrumentais para o CD. Tal objetivo ficou em aberto devido ao tempo de produção do produto que foi de apenas 6 meses, porém a proposta é desenvolvê-lo no caso do livro vir a ser publicado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">6.1 O produto O livro é composto por um box, uma carta de apresentação e um CD com trilha sonora e foi dividido em cinco cadernos, cada um deles pensado para despertar e transmitir sentimentos e sentidos. A diversidade de estilos de sete fotógrafos[2] está misturada em cada um dos cadernos da publicação. O livro mede 20 x 20 cm e é pensado para ser uma edição de colecionador, que desperte no leitor-admirador um sentimento diferente a cada virar de páginas. A intenção foi criar uma publicação que carregasse um toque único, a ponto de ser capaz de transmitir ao leitor uma mensagem clara:  esse não é só mais um livro, é  o livro, o seu livro e foi produzido com cuidado especial, diretamente para você. . Em função de não ser uma publicação produzida em larga escala, possui toques artesanais e cada exemplar pretende ser único. 6.2 Construção do produto O produto foi desenvolvido em etapas e todo o seu processo foi documentado através de relatórios semanais acerca do processo de produção. 6.2.1 Seleção e preparação de originais Baseados no que diz Letícia Lampert (2009) a respeito dos livros de artista:  O livro de artista já nasce independente ou, quando muito, fruto de colaborações mais espontâneas e afetivas , procurou-se selecionar fotógrafos que eram próximos aos organizadores do livro, a fim divulgar o trabalho de profissionais locais. As fotografias foram selecionadas através dos sites pessoais dos fotógrafos e a escolha foi bastante particular dos integrantes do grupo, selecionando aquelas imagens que tocassem-nos de alguma forma. Após o processo de seleção de fotos, foi realizado o processo de uni-las de maneira que conversassem entre si. Foi nesse momento que iniciou-se a discussão a respeito de se fazer apenas um livro ou dividir este em cadernos temáticos, uma vez que uma publicação inteira talvez não transmitisse o mesmo sentimento que uma publicação particionada. Decidiu-se, portanto, pela confecção de cadernos temáticos, com as fotos distribuídas conforme o sentimento que elas transmitiam a quem as observava. Nenhuma das imagens foi tratada ou sequer cortada, todas elas estão da maneira como cada fotógrafo enviou, uma vez que o objetivo da publicação é exaltar o sentimento capturado pelo fotógrafo no momento em que este registrou a fotografia, sem edições além das já feitas pelo artista. 6.2.2 Definição do título dos cadernos e da publicação O nome do livro e dos cadernos só foi realmente decidido após toda a seleção de fotos, para que pudéssemos olhar para o todo e dizer  esse é o nome, isso traduz o caderno/livro . Nessa etapa concluímos que seria melhor utilizar três palavras capazes de transmitir uma ideia geral sobre a temática, ao invés de dar um título muito limitado e objetivo. O que norteou nossos pensamentos foi imprimir a essência do caderno em seu título, mas que a interpretação e a criação de sentidos ficasse a cargo do leitor. Chegamos aos seguintes nomes:  Conectar&#894; Unir&#894; Sentir ,  Olhar&#894; Expor&#894; Transpor ,  Ser&#894; Amar&#894; Libertar ,  Íntimo&#894; Próprio&#894; Interior e  Linhas&#894; Formas&#894; Caminhos . Três cadernos têm títulos compostos por verbos no infinitivo, que se adequam com o sentimento geral das fotos, já que estes contêm fotografias de seres humanos como agentes de um ambiente, que conversam consigo ou com o observador. Os únicos cadernos que não utilizam verbo são justificados pelo fato de que: 1) o caderno que trata sobre  linhas&#894; formas&#894; caminho contém pouca ação, ligando-se mais com questões de forma e harmonia&#894; 2) o caderno  íntimo&#894; próprio&#894; interior trata de questões particulares do ser que não interagem com o exterior. A publicação teve três opções de títulos discutidos pelo grupo: Sentido; (Im)ergir e Senti(n)do. O último foi o título que uniu todas as ideias e traduziu o objetivo da publicação. Senti(n)do trata dos sentimentos e dos sentidos do corpo envolvidos nestes; do sentimento que o fotógrafo teve ao fazer a foto (que já passou, que já foi sentido), assim como o sentir do leitor, que acontece no momento em que lê, que está acontecendo, sentindo. 6.3 Projeto Gráfico Sendo o livro de artista arte em si, compreendemos que a unidade gráfica do produto tem grande peso em sua concepção, portanto cada detalhe foi pensado para que o projeto gráfico fosse equilibrado e harmônico. 6.3.1 Formato O formato escolhido foi quadrado para fugir do padrão de publicações do gênero, que geralmente trazem o formato retangular, assemelhando-se bastante com álbuns de fotos. O tamanho foi escolhido por ser o que melhor aproveita a folha A3, e ao mesmo tempo por não ser pequeno ou grande demais a ponto do público não conseguir manusear. 6.3.2 Grid Os grids do miolo  que servem para auxiliar na organização sistemática do layout e facilitar o processo de leitura (SAMARA, 2011, p. 68)  foram organizados de maneira a contemplar todas as formas possíveis de exibição das fotografias: retrato, paisagem e detalhe. Para isso foram desenvolvidas 6 variações de grids. A mancha gráfica possui um  respiro nas margens internas para separar uma fotografia da outra de maneira a possibilitar que a foto seja analisada individualmente sem a interferência da foto da página oposta. Pelo fato de o livro ser quadrado, escolhemos desenvolver o grid da folha de rosto e da capa em 9 módulos do mesmo formato, que nortearam o posicionamento das informações, resultando em um layout equilibrado e harmônico. Quanto ao índice, procuramos seguir a mesma linha de quadrados/módulos utilizada na capa e folha de rosto, para padronizar a publicação, a diferença é que desta vez utilizamos 16 módulos em vez de 9. 6.3.3 Tipografia As tipografias utilizadas em toda a publicação contêm serifa e visam proporcionar leveza à publicação. Foram utilizadas as seguintes famílias tipográficas: MS PMincho Font para a capa e folha de rosto&#894; Pistilli Roman título da folha de rosto e título do livro&#894; Znikomit para o miolo e Janda as long as you love me para a carta de apresentação. 6.3.4 Cores Para complementar o processo de imersão, estudou-se um pouco a respeito da psicodinâmica das cores, com o intuito de determinar a cor que mais se encaixava com cada um dos cadernos da publicação, uma vez que a cor provoca emoção e tem capacidade de  construir uma linguagem própria que comunique uma ideia (BLÜCHER apud CEOLIN, p. 21, 2016). Decidimos, assim, utilizar uma cor diferente para a lombada de cada caderno. As cores foram escolhidas a partir dos sentimentos que estas transmitem  que conversavam com a temática do caderno. Esse conceito é reproduzido também nas folhas de guarda. As cores selecionadas foram: Conectar&#894; Unir&#894; Sentir  verde: sugere calma e equilíbrio. Ser&#894; Amar&#894; Libertar  amarelo: irradia sempre em todas as partes e sobre todas as coisas . Íntimo&#894; Próprio&#894; Interior  azul: associado ao afeto, paz, sonho e sentimento profundo. Proporciona a sensação de movimento para o infinito. Olhar&#894; Expor&#894; Transpor  vermelho: é adequado para expressar a alegria entusiasta e comunicativa. É a cor mais excitante de todas, pode significar paixão, emoção, ação, agressividade, perigo. Linhas, Formas&#894; Caminhos  cinza: promove estabilidade. 6.4 Finalização Antes da impressão foram confeccionados bonecos da publicação para ter-se ideia do todo e se não haveria ajustes a serem feitos. Após esta fase foi realizada a impressão e montagem do material. Como já descrito acima, o box e os cadernos foram confeccionados artesanalmente, com exceção do refile do livro, que foi feito em uma gráfica. [2] Angelo Bonini, Amanda Prestes, Israel Orlandi, Letícia Nogara, Marcos Marin, Nadine Kowaleski e Rogério Pomorski</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Senti(n)do cumpriu seu papel de ser um mix de sentidos e sentimentos, que busca cativar e sensibilizar o leitor-admirador, proporcionando a este um mergulho na subjetividade na forma de uma experiência de leitura única em meio ao turbilhão de informações da sociedade em rede do século XXI. Tudo isso evidenciando o papel social que o livro possui, carregando conteúdos por gerações, permitindo o registro de épocas, tempos e espaços, no caso desta publicação, principalmente o tempo, espaço e, especialmente, a arte. Durante o andamento do trabalho, percebemos a importância que os detalhes exercem sobre as publicações, aprendemos a pensar melhor em equipe e percebemos a relevância de se criar um conceito para a publicação antes de qualquer coisa. Tivemos que escolher o melhor papel, a gramatura mais adequada, a paleta de cores e entrar em consenso sobre cada foto. Definimos grids, diagramamos e modificamos algumas coisas centenas de vezes. Produzimos tudo de forma artesanal, o que trouxe um grande aprendizado sobre a técnica, valorizando o caráter experimental da publicação. Relembramos conhecimentos a respeito de tipos de impressão e fechamento de arquivos, e, além disso, aprendemos sobre a importância que têm os relatórios de produção, bem como a relevância de uma orientação que proporcione ao aluno total liberdade criativa, mas que chame atenção destes quando voarem alto demais. Ainda que todo o trabalho tenha sido desenvolvido no âmbito da disciplina, nada disso teria sido possível se não fosse a parceria e confiança dos sete fotógrafos que dão vida à publicação: Angelo Bonini, Amanda Prestes, Israel Orlandi, Letícia Nogara, Marcos Marin, Nadine Kowaleski e Rogério Pomorski. Por fim, constatamos que crescemos muito enquanto futuros produtores editoriais no processo de desenvolvimento de cada etapa de criação do livro, desde a ideia até o produto final, aprendendo com os erros durante o caminho e vibrando ao final com o sucesso do produto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AUMONT, Jacques  A Imagem. 6.ª ed. São Paulo: Papirus, 2001.<br><br>CEOLIN, Vitor. Ensaio sobre estilo. 2016. 80p. Monografia (Publicidade e Propaganda) &#8210; Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 2016.<br><br>CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Editora UNESP, 1998.<br><br>FARINA, Modesto; PEREZ, Clotilde; BASTOS, Dorinho. Psicodinâmica das cores em comunicação. 5° ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.<br><br>FRATON, Inari. O design editorial em um livro impresso: um estudo de sua influência no processo de leitura da obra  Aventuras de Alice no País das Maravilhas . 2014. 98p. Monografia (Produção Editorial) &#8210; Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 2016. Disponível em: http://repositorio.ufsm.br:8080/xmlui/bitstream/handle/1/916/Fraton_Inari_Jardani.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 7 abr. 2017.<br><br>JOLY, Martine. Introdução à análise de imagem. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus 1999.<br><br>LAMPERT, Letícia. Fotolivro ou livro de artista? Eis a questão. Dobras Visuais, 2015. Disponível em: http://www.dobrasvisuais.com.br/2015/06/fotolivrooulivrodeartistaeisaquestaoporleticialampert/. Acesso em: 29 jun. 2016.<br><br>RAMOS, Matheus Mazini. Fotografia e arte: demarcando fronteiras. Revista Contemporânea. N. 12, p.129-141, jan/jun 2009. Disponível em: http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_12/contemporanea_n12_completa.pdf. Acesso em: 7 abr. 2017.<br><br>SAMARA, Timothy. Guia de design editorial: manual prático para o design de publicações. Porto Alegre: Bookman, 2011.<br><br>TAVARES, António Luís Marques. A fotografia artística e o seu lugar na arte contemporânea. Sapiens: História, Património e Arqueologia. N. 1, p. 118-129, jun. 2009. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/37723100/A-Fotografia-Artistica. Acesso em: 7 abr. 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>