ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00866</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;TJ UFSC: a experiência de produzir telejornalismo universitário diário</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Joelson Cruz Cardoso (Universidade Federal de Santa Catarina); Vitor Antonio Sabbi (Universidade Federal de Santa Catarina); Antonio Brasil (Universidade Federal de Santa Catarina); Cárlida Emerim (Universidade Federal de Santa Catarina)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ao Vivo, Experimentação, Telejornalismo diário na internet, Telejornalismo universitário, TJ UFSC</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O TJ UFSC é um telejornal universitário produzido pelos estudantes do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, com exibição diária e transmissão ao vivo pelo canal próprio do programa no YouTube. A proposta é a de proporcionar a experiência de produzir um telejornal diário, envolvendo os alunos em todas as etapas de produção. Os estudantes realizam desde a pauta, a produção de reportagens até a apresentação e a veiculação que se dá ao vivo. É uma experiência de ensino que visa a integração real e diária da teoria, da técnica e da prática de jornalismo de televisão. Ao longo de cinco anos, o projeto tornou-se, também, um espaço para a experimentação de novas linguagens e narrativas em telejornalismo. O trabalho mostra a potencialidade desta experiência e apresenta recursos, estrutura e linguagem do TJUFSC para interessar a comunidade universitária. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O TJ UFSC surgiu da necessidade de aliar os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula com a prática, necessária e importante na qualificação dos profissionais do campo do jornalismo. Criado há cinco anos, em abril de 2012, é um programa universitário inovador na sua proposta de ser diário, proporcionando a regularidade e o cotidiano da prática profissional para estudantes de diversas fases do curso de Jornalismo da UFSC. Inclusive no âmbito da gestão jornalística, visto que os alunos não só produzem, como gerenciam e decidem sobre as produções e os fatos que serão recobertos e apresentados  no ar . O projeto é coordenado pelos alunos gestores e supervisionado por professores orientadores (apoio pedagógico) e por um servidor técnico-administrativo (apoio técnico). O telejornal TJUFSC constitui-se como um projeto interdisciplinar, que envolve diferentes disciplinas como Redação para TV, Telejornalismo I e II, entre outras. No telejornal TJUFSC, que é uma ferramenta pedagógica e de experimentação em telejornalismo diário, além das habilidades técnicas, os estudantes também desenvolvem noções de critérios de noticiabilidade, buscando sempre informar melhor o seu público-alvo: a comunidade universitária. O TJ UFSC é transmitido de segunda a sexta-feira às 18h, ao vivo, pela plataforma de streaming do Youtube. Brasil (2012a) salienta o pioneirismo do projeto:  são raros os cursos de jornalismo brasileiros que possuem telejornais de exibição regular diária, uma vez que a produção em telejornalismo costuma ser apenas um espaço para aprendizado teórico ou  simulado (BRASIL, 2012a, p. 8). Essas características motivam novos alunos que, a cada ano, interessam-se em integrar a equipe do telejornal, trazendo novas propostas, renovação e experimentação. O trabalho aqui apresentado faz um resgate e um relato de experiência da produção do TJ UFSC durante o ano de 2016, bem como faz uma breve reflexão acerca do modelo de ensino e de experimentação do programa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O TJ UFSC tem por objetivo ser um espaço para a prática de telejornalismo, desde a produção, reportagem, edição, até a sua apresentação e transmissão ao vivo, permitindo aos alunos experiência com abordagens de fontes, condução de reportagens, tomada de decisões, trabalho em equipe e cumprimento de horários. As transmissões ao vivo, possíveis pelos recursos tecnológicos, buscam uma proximidade maior com o meio televisivo, uma vez que,  o natural da televisão é o ao vivo (EMERIM; BRASIL, 2011, p.2). É também, em um segundo momento, um ambiente de pesquisa e experimentação laboratorial de novas linguagens de narrativas audiovisuais. Assim, oferece aos estudantes participantes mais qualificação para a sua formação, dando-lhes mais experiência e condições de reflexão sobre o seu próprio fazer telejornalístico, condição básica para que as mudanças possam ocorrer no meio profissional. Por outro lado, o TJ UFSC busca ser também um meio de informação para a comunidade universitária, dando destaque para os assuntos que são importantes dentro da Universidade por meio das notícias factuais, reportagens e coberturas especiais. Oferece ao público um veículo competente e independente para divulgar as pautas jornalísticas de interesse da nossa universidade e suas adjacências.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Considerando que a televisão é o meio de informação com presença em 97,2% dos domicílios brasileiros (IBGE, 2015), ela exerce maior influência sobre a forma como a população se informa. Por isso, é importante que se pense e se pratique a maneira de produzir de forma mais ética e qualitativa para este meio. Bem como, é preciso levar em consideração o crescente consumo de vídeos pela internet, reconhecendo que o  audiovisual é protagonista dentre os diversos formatos que assume a notícia no ambiente online (LONGHI; FLORES; WEBER, 2011, p. 18). Nessa direção, torna-se crucial qualificar a produção de notícias em formato televisual/ audiovisual. Entretanto, o ensino de telejornalismo nas universidades enfrenta limitações em uma cultura que valoriza majoritariamente a teoria e o uso do livro didático. Isso porque a disciplina possui um caráter prático que esbarra muitas vezes na escassez de equipamentos audiovisuais nas instituições de ensino, e uma linguagem baseada, sobretudo, na imagem em movimento, que torna a utilização de materiais pedagógicos impressos pouco viável. Nesse contexto, Brasil e Emerim (2012) destacam a existência de uma didática estática em uma profissão essencialmente dinâmica. Ensinar telejornalismo deveria ser tão dinâmico, criativo e inovador quanto o próprio meio. Mas tentar ensinar telejornalismo somente com as ideias e os recursos dos saberes humanísticos existentes é condenar o ensino a ser insatisfatório e frustrante para o aluno e para o professor, mas ainda mais limitado e ineficaz para o futuro empregador. (BRASIL; EMERIM, 2012, p. 13) Para dar conta destas limitações, surge o TJ UFSC, uma proposta alternativa para o ensino de telejornalismo, visando formar um jornalista de TV apto para as necessidades do mercado e com a condição teórico-reflexiva que o capacite a ser um disseminador de informação e conhecimento a sociedade. Além do aspecto que visa à formação profissional dos estudantes, o projeto também possui grande potencial para o desenvolvimento de inovação dentro do jornalismo televisual. O fato de ser produzido e transmitido na internet, uma plataforma ainda em consolidação, já lhe conferiria esse caráter inovador. Mas no TJ UFSC não se busca apenas a convergência de um veículo para o outro.  Hoje estamos diante de um novo meio que pode garantir uma sobrevida às notícias de qualidade no formato audiovisual que foram relegadas a um plano secundário na televisão tradicional por razões das mais diversas (BRASIL, 2012a, p. 15). Nessa direção, também existe uma evidente preocupação em desenvolver novas linguagens, formatos e identidade que sejam próprias da internet e mais atrativas em relação aos veículos tradicionais. Brasil (2012b) aponta que  um novo profissional está nascendo junto com esse novo veículo, um jornalista que conheça profundamente o desafio de acompanhar as inovações técnicas com capacidade crítica e consciência ética (BRASIL, 2012b, p.198). Além do auxílio no aprendizado dos alunos do curso de Jornalismo, os jornais laboratórios, como é o caso do TJ UFSC, tem sido importante para a comunidade acadêmica, sendo um veículo informativo de relevância dentro da Universidade e a comunidade. Os estudantes procuram levar ao público não só notícias relacionadas à UFSC mas também à cidade de Florianópolis e outras regiões do Brasil e do mundo. É um espaço onde os estudantes podem se sentir representados em um trabalho desenvolvido também por estudantes. Prova disso é a sua audiência consolidada. O TJ UFSC soma, só em 2016, mais de 107 mil visualizações no Youtube e mais de 36 mil visualizações dos vídeos postados no Facebook. A página do telejornal no Facebook possui mais de 5.000 seguidores. Essa audiência do programa demonstra o sucesso e o compromisso do projeto, que, apesar de ser um veículo experimental e com limitações estruturais, têm buscado ensinar os integrantes e informar a sociedade de maneira pioneira e inovadora. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O TJ UFSC é um telejornal pensado para ser exibido na internet. Essa é hoje uma forma democrática e acessível de difundir informação e um meio prático para a realização de um telejornal universitário, preservando uma independência editorial em relação à instituição. Como um programa laboratorial, possui espaço para a experimentação além de proporcionar a vivência das rotinas de um telejornal diário. Muitos autores discutem o modelo de se produzir telejornalismo na internet. Entende-se que muito das técnicas e linguagens utilizadas são os da TV. Isso, no entanto, não é um problema. As técnicas e os métodos de se produzir audiovisual vão ser semelhantes quaisquer que sejam as mídias em que ele será exibido, isso porque, vai ser sempre imprescindível o uso da imagem e o cuidado com elas. Mas o telejornalismo não é apenas isso, o  telejornalismo é produzido com palavras, imagens e sons (BRASIL, 2012b, p.34). Para uma melhor organização do trabalho, os estudantes mantinham uma hierarquia de funções que se aproxima das redações dos telejornais tradicionais, mas também estabeleciam uma troca de atividades. Assim havia a oportunidade de todos executarem diferentes funções, tais como as de pauteiro, produtor, repórter, cinegrafista, editor de imagens, controlador de áudio e diretor de imagem. Dois alunos exerciam a função de editores-chefes durante todo o ano e coordenavam a produção e o fechamento dos jornais. A apresentação do telejornal era rotativa, de modo que vários alunos participantes tivessem a oportunidade de exercer a função, tanto como âncora quanto como apresentador dos quadros. Os apresentadores buscavam manter uma linguagem clara e objetiva, que facilitasse a compreensão do telespectador, como defendem os principais manuais de telejornalismo, como Barbeiro e Lima (2012) e Paternostro (2007). Entretanto, aplicava-se de uma maneira mais leve e informal, o que se diferenciava muitas vezes dos telejornais tradicionais, muitos deles mais formais. A experimentação na linguagem variava também conforme os apresentadores, em um trabalho coletivo de encontrar uma linguagem que se aproxime do meio online. As reportagens seguiam a mesma premissa. Em ambos os casos respeitava-se a técnica primordial do texto jornalístico de ser claro, direto, preciso, simples e objetivo. Observando ainda a característica de instantaneidade do meio televisivo, como lembra Barbeiro e Lima (2012), de uma maneira que a notícia seja entendida pelo receptor no momento em que ela é transmitida, de modo que o texto do telejornal tenha  uma estrutura de movimento, instantaneidade, testemunhalidade, indivisibilidade de imagem e som, sintetização e objetividade (BARBEIRO e LIMA, 2012, p.95). Os alunos se encontravam semanalmente, todas às sextas-feiras, para a reunião de pauta, onde traziam sugestões, discutiam as ideias, angulações e formas de execução. Levavam em consideração os critérios de noticiabilidade que são estabelecidos aos acontecimentos com possibilidades de se tornarem notícias em televisão, como apontados por Emerim (2012). Como explica a autora, além da preocupação sempre necessária com imagens, os fatos devem atender a alguns pré-requisitos, que tem por objetivo  a escolha adequada de acontecimentos a serem veiculados e a manutenção de determinadas práticas no processo produtivo de notícias (EMERIM, 2012, p. 55). Escolhidas as pautas, organizavam-se como elas seriam executadas, definindo quais alunos seriam o repórter, cinegrafista e editor de cada matéria. As reportagens eram produzidas por, entre outros critérios, o de proximidade, priorizando os acontecimentos da Universidade e de seus arredores, o que também atendia ao ineditismo e relevância da pauta, visto que muitos assuntos internos da comunidade universitária não eram tratados pela mídia local, mas eram de grande importância aos estudantes, professores e servidores técnico-administrativos. As gravações eram realizadas principalmente com equipamentos do Laboratório de Telejornalismo: uma câmera, microfone ou lapela, tripé e, quando necessário, luz artificial de um sungun. As imagens eram captadas principalmente por uma câmera Sony modelo NX5, mas também utilizava-se celulares, GoPro, câmeras DLSR de alguns estudantes. As edições das reportagens eram realizadas em computadores do laboratório e feitas no software Adobe Premiere. A edição seguia o preceito básico de casar imagens e textos. Conforme a necessidade de cada matéria optava-se também pelo uso de artes e grafismo. Havia o cuidado de se deixar um som ambiente nas imagens mais baixo sem concorrer com o off. Dependendo da construção das matérias, utilizava-se sobe sons ou trilhas. Em coberturas especiais, optava-se pela gravação de boletins, seja stand up do repórter ou com a participação de algum entrevistado. Essa era uma maneira de fornecer informação de maneira mais rápida ao telespectador com as atualizações que ele espera. A partir disso, os editores-chefes planejavam a semana, definindo quando cada reportagem iria ao ar. Diariamente se acompanhava o que estava acontecendo de importante na Universidade que merecesse ser registrado. Os estudantes também se esbarravam em dificuldades de acompanhar tudo o que estava acontecendo porque conciliavam a produção do telejornal com estágios, monitorias e as disciplinas que cursavam. Por isso, muitas vezes se recorriam a notas para as notícias mais factuais do dia, sendo notas peladas ou cobertas quando se conseguia ir gravar, ou então com fotos. Fechado o jornal e com o script em mãos, realizava-se um ensaio para o entrosamento dos estudantes apresentadores com os estudantes que coordenavam a mesa de áudio, direção de imagem e o teleprompter. A gravação era realizada em um estúdio do Laboratório de Telejornalismo (LabTele) da UFSC. O apresentador de revezava em duas câmeras, sendo a primeira enquadrada em plano próximo e a segunda em plano americano. A troca de câmeras era uma opção para marcar as trocas de assuntos e também oferecer mais dinamismo na apresentação do telejornal. Quando havia um segundo apresentador, formavam um plano conjunto na segunda câmera. A transmissão era realizada ao vivo por um sistema de streaming do LabTele. Após a transmissão ao vivo, os vídeos eram hospedados no canal do YouTube. Com a busca por inovação e proporcionando maior facilidade ao público e à equipe, desde o dia 19 de setembro de 2016, as transmissões ao vivo passaram a ser realizadas diretamente no YouTube, pelo sistema de live da plataforma. Após a exibição, era realizada a divulgação do telejornal do dia nas redes sociais, principalmente pelo Facebook. As metodologias utilizadas na produção do TJ UFSC priorizam a atividade laboratorial participativa. Após a exibição do telejornal é feita uma análise crítica do conteúdo produzido, o que permite o aprimoramento das técnicas e aperfeiçoamento dos conhecimentos que se vão adquirindo. Desse modo, os participantes colocam em prática os conhecimentos teóricos das disciplinas da área de telejornalismo e vivenciam rotinas profissionais das redações, mas, mais do que isso, estão em experimentação e reflexão contínua do fazer telejornalismo. Como defende o teórico Sebastião Squirra: A mensagem telejornalística requer uma abordagem precisa e cuidadosa. No ensino de telejornalismo acredito que estes são os conhecimentos e valores que só se adquirem produzindo, avaliando, redirecionando, mudando posturas, voltando a produzir, numa infindável espiral que evidencia que a escola deve vivências o espírito que rege a vida prática das redações e centros de produção audiovisual. Os grandes exemplos nos mostram que a reflexão e a experimentação contínua moldam excelentes produtos. (SQUIRRA apud BRASIL, 2012b, p. 191) Assim, os participantes colocam em prática os conhecimentos teóricos das disciplinas da área de telejornalismo e vivenciam rotinas profissionais das redações, mas, mais do que isso, estão em experimentação e reflexão contínua do fazer telejornalismo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O telejornal é apresentado em um único bloco, com duração média de 10 minutos, eventualmente chegando a 14 minutos em edições extraordinárias em que possuem mais assuntos para serem tratados. Consiste em ter sempre, pelo menos, uma reportagem do dia e uma nota pelada ou coberta. Por diversas edições contava ainda com mais algum boletim gravado, flash, outra nota ou até mesmo uma segunda reportagem. O telejornal possui três quadros, apresentados em quadros dias da semana. Nas segundas e quintas-feiras, o quadro  TJ Esportes traz as informações e os resultados das partidas dos times catarinenses nos campeonatos em que participam, destacando também os jogos da seleção brasileira. Nas terças-feiras é apresentado o  Giro TJ , com os principais assuntos do Brasil e do mundo. Nas sextas-feiras, a  Agenda Cultural traz dicas para os telespectadores curtirem o final de semana. Todos os quadros eram apresentados por um segundo apresentador, que interagia com o apresentador do dia e trazia suas informações. Eventualmente, em momentos especiais, a  Agenda Cultural era gravada e rodada como um VT. Durante o ano de 2016, o TJ UFSC acompanhou diversos acontecimentos políticos, culturais e sociais na Universidade e em Florianópolis. A equipe fez a cobertura jornalística de eventos importantes, que permitiram experiências únicas do fazer jornalismo diariamente. Vários assuntos foram abordados no âmbito universitário, como os protestos de estudantes por melhores condições de permanência e mais vagas na moradia estudantil da UFSC, as discussões sobre festas dentro do campus da Universidade, as paralisações dos servidores técnico-administrativos e as eleições para o Diretório Central do Estudantes (DCE). Também foi abordada a questão do lixo que vêm sendo negligenciado pela UFSC e os problemas de acessibilidade no campus. O TJ UFSC deu espaço para divulgação de Semanas Acadêmicas, eventos acadêmicos que a Universidade sediou, palestras, entrevista com personalidades que passaram pela UFSC e cobertura da Semana de Ensino Pesquisa e Extensão (SEPEX) da UFSC, com diversos boletins mostrando os vários estandes expostos, além de duas edições diárias temáticas direto do evento. No final de novembro, foram produzidos boletins diários com atualizações do movimento de ocupações que aconteceu em quatro centros de ensino da UFSC, trazendo informações sobre o andamento dessas ocupações. Nesse período de ocupações, o TJ UFSC foi ao ar apenas com boletins gravados devido ao fechamento do Departamento de Jornalismo por causa do movimento. Diversas pautas culturais, iniciativas estudantis, projetos da universidade também foram registrados pela equipe do TJ UFSC. Foram exibidas também algumas reportagens internacionais, gravadas por alunos de Jornalismo da UFSC em intercâmbio no exterior. Por seu caráter diário, muitas reportagens foram produzidas ao longo do ano, cabendo aqui destacar apenas algumas. Como a mudança no comando da reitoria da Universidade que recebeu atenção especial pela grande relevância do assunto. O TJ UFSC levou ao ar uma reportagem com um balanço da então reitora Roselane Neckel, em um trabalho de pesquisa e apuração com os fatos que marcaram a sua gestão. Antes da posse, os estudantes entrevistaram com exclusividade o novo reitor Luiz Cancellier, levando ao ar uma reportagem com os principais trechos e publicando, em seguida, a íntegra da entrevista. Foi realizada ainda uma reportagem completa da cerimônia de posse da nova gestão. Outro momento de grande desafio dos alunos foi a cobertura das eleições para o DCE da UFSC. Tal processo político interno mexe com toda a comunidade universitária e ganha a atenção dos estudantes. O TJ UFSC informou a divulgação das chapas inscritas que iriam concorrer, acompanhou o processo de impugnação de uma das chapas concorrentes, acusada de incitação à violência. Tal episódio exigiu da equipe apuração cuidadosa e explicação ao público dos acontecimentos, visto que outra chapa também teve um pedido de impugnação, mas foi negado. Foi então criada uma vinheta e uma identidade visual que identificasse a cobertura especial  Eleição 2016  DCE UFSC . A partir daí, os estudantes organizaram uma série de entrevistas com as quatro chapas concorrentes. Foram feitas cinco perguntas: apresentação das chapas; posicionamento em relação às iniciativas estudantis como empresas juniores e equipes de competição; ações relativas às políticas de permanência; festas no campus e porque votar na referida chapa. Foram dados 30 segundos para cada resposta e a ordem de apresentação respeitou a ordem de inscrição e numeração das chapas. Nos dois dias de votações, acompanhou-se a movimentação e foi realizada uma cobertura especial durante a madrugada da apuração dos votos com boletins informando as parciais. Os boletins eram postados diretamente na página do Facebook. Na edição do dia 23 de junho, uma reportagem mostrou como foi a apuração e o resultado final. A crise política nacional e o processo de impeachment foram acompanhados durante todo o ano pelo TJ UFSC. No dia 18 de abril, foi ao ar uma reportagem sobre a votação da abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados em Brasília. Grupos favoráveis e contrários ao afastamento da então presidente Dilma Rousseff se reuniram nas ruas de Florianópolis para acompanhar a votação. Duas equipes acompanharam a movimentação durante toda a tarde e produziram uma matéria com dois repórteres mostrando como foi esse dia e ouvindo os argumentos de cada grupo. O andamento e conclusão do processo de impeachment continuaram sendo tratados no jornal. Para isso, optou-se por notas cobertas com atualizações lidas pelo apresentador e a utilização de imagens do canal oficial da Câmara dos Deputados, Senado Federal e TV NBR para imagens de cobertura. Depois receberam destaques os protestos contra Michel Temer após ele ter sido efetivado no cargo de Presidente da República, que tomaram as ruas de Florianópolis e de outras cidades brasileiras. Com a realização dos Jogos Olímpicos no Brasil organizou-se uma cobertura em parceria com os alunos do Núcleo de Jornalismo Esportivo da UFSC, projeto da Rádio Ponto UFSC, e o TJ UFRJ, telejornal universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com a participação desses estudantes e dos que estiveram no Rio de Janeiro foram produzidos boletins e atualizações diárias do quadro de medalhas direto da sede dos Jogos para exibição no telejornal. Também foram gravadas duas edições especiais no Rio de Janeiro nas sextas-feiras, dias 12 e 19 de agosto. Todas as imagens eram enviadas pela internet, compartilhadas pelo Google Drive, para então serem decupadas, editadas e publicadas pela equipe na redação do TJ UFSC, em Florianópolis. O TJ UFSC também participou das Eleições Municipais, exibindo uma série de entrevistas com os sete candidatos à prefeitura de Florianópolis. As entrevistas foram agendadas previamente com os assessores e gravadas com os candidatos no dia em que eles estiveram no Centro de Cultura e Eventos da UFSC para participarem de um debate. Todos responderam a três questionamentos: mobilidade urbana, saúde e saneamento básico. Cada um deles teve um minuto para as respostas. As sete entrevistas foram exibidas em três edições do telejornal. No segundo turno, novamente foi organizado entrevistas com os dois concorrentes. Dessa vez foram realizadas cinco perguntas, sendo três iguais e duas específicas. Nos dois dias de votações, no primeiro e segundo turno, foram realizadas coberturas das movimentações nas urnas, em especial, os locais de votação na UFSC e da apuração dos votos. Para esta ocasião, também foi desenvolvida uma identidade visual que marcasse a cobertura. Ao longo do ano de 2016 foram produzidas 156 edições diárias e 63 boletins. Somando, como já apresentado, mais de 107 mil visualizações no Youtube e mais de 36 mil visualizações dos vídeos postados no Facebook. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A experiência de participar do TJ UFSC e produzir um telejornal universitário diário tem impactado positivamente a formação dos estudantes. A prática laboratorial e o envolvimento em toda a sua produção tem mostrado que manter um programa de TV dentro do curso de jornalismo é uma inovação na forma de ensino, permitindo uma vivência da realidade da profissão. A possibilidade de pensar alternativas narrativas, refletir o futuro do meio e experimentar novas linguagens audiovisuais também atrai e faz muitos alunos se integrarem a equipe. Isso se mostra no interesse dos calouros, por exemplo, que desde o início na graduação demonstram vontade de fazer parte e passam a participar. Todos somam e fazem o telejornal ir ao ar todos os dias. Muitos telejornais universitários tiveram o papel de aprendizado pessoal, reproduzindo modelos já existentes na televisão. O TJ UFSC busca criar uma identidade própria, um produto novo, preocupado em produzir conteúdo para a comunidade acadêmica. A autogestão pelos próprios alunos e a autonomia permitida pela veiculação na internet garantem a oportunidade de produzir um jornalismo sério, questionador e independente, sem medo de tratar problemas da Universidade. Dessa forma, o programa se tornou mais uma fonte de informação para a comunidade universitária. Ainda é preciso, no entanto, refletir muito sobre os caminhos do telejornalismo, sobre o futuro da profissão e do próprio TJ UFSC. Para isso, precisamos continuar produzindo, gerando materiais para análise, enfrentando o retorno do público para pensar nas mudanças que desejamos. Por tudo isso, a experiência de produzir o TJ UFSC é tão enriquecedora e transformadora.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de telejornalismo: os segredos da notícia na TV. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.<br><br>BRASIL, Antonio C. O ensino de telejornalismo na era digital: a cobertura dos telejornais universitários na internet. SBPJor. 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Curitiba. Paraná. 2012a.<br><br>BRASIL, Antonio. Telejornalismo Imaginário: memórias, estudos e reflexões sobre o papel da imagem nos noticiários de TV. Florianópolis: Insular, 2012b.<br><br>BRASIL, Antonio C., EMERIM, Cárlida. Rede nacional de telejornais universitários: uma proposta na internet. In: Anais da XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). Fortaleza, 2012. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2012/resumos/R7-2124-2.pdf> Acesso em: 14 mar. 2017.<br><br>BRASIL. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: Acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal. 2015. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93373.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2017.<br><br>EMERIM, Cárlida; Antônio BRASIL. Coberturas em Telejornalismo. In: Anais do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). Recife, 2011. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/resumos/R6-1276-1.pdf> Acesso em: 14 mar. 2017.<br><br>EMERIM, Cárlida. &#8203;As entrevistas na notícia de Televisão&#8203;. Florianópolis: Insular, 2012.<br><br>EMERIM, Cárlida; PAULINO, Rita. Ensaios sobre televisão e telejornalismo. Florianópolis: Insular, 2013.<br><br>LONGHI, Raquel Ritter; FLORES, Ana Marta Moreira; WEBER, Carolina Teixeira. Os webjornais querem ser rede social? In: SOSTER, Demétrio de Azevedo; LIMA JUNIOR, Walter Teixeira (org.). Jornalismo Digital: audiovisual, convergência e colaboração. Santa Cruz do Sul: EDUNISC. 2011. <br><br>PATERNOSTRO, Vera Iris. O texto na TV: manual de telejornalismo. Rio de Janeiro: Campus, 2006.<br><br> </td></tr></table></body></html>