ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01792</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Acampamento Marcelino Chiarello: A Terra que alimenta a resistência</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Maria Joana Weber Giareton (Universidade Comunitária da Região de Chapecó); Amanda Ferronato (Universidade Comunitária da Região de Chapecó); Angélica Dezem (Universidade Comunitária da Região de Chapecó); Darlei Luan Lottermann (Universidade Comunitária da Região de Chapecó); Ilka Margot Goldschmidt Vitorino (Universidade Comunitária da Região de Chapecó)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Movimento Sem Terra, Acampamento MST, Oeste Catarinense, Roteiro, Documentário</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O roteiro do documentário "Acampamento Marcelino Chiarello - A Terra que alimenta a resistência", foi desenvolvido na disciplina de Telejornalismo III do curso de Jornalismo da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ). O roteiro foi elaborado com a perspectiva de retratar a construção do acampamento Marcelino Chiarello, localizado na região considerada o berço do MST em Santa Catarina. Com base nos métodos e nos procedimentos utilizados para a produção, o objetivo deste trabalho é trazer a narrativa na fase embrionária do acampamento, 31 anos depois da primeira ocupação no estado. O roteiro, desta forma, é o fio condutor que narra à história de um, dos inúmeros acampamentos, do maior movimento social da América Latina.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um dos mais importantes movimentos sociais do Brasil e da América Latina. Surge no final da década de 1970 a partir das contradições do modelo agrícola do país. Diante disso, ressurgem as ocupações de terra, que tem sido a principal organização e instrumento de luta do movimento. A história do MST em Santa Catarina teve seu marco inicial das ocupações no Oeste do Estado. O mesmo ocorreu após a participação dos trabalhadores rurais no 1° Encontro Nacional, em Cascavel no Paraná no ano de 1984. Nesse encontro firmou-se o compromisso de fundar um movimento camponês nacional, com três objetivos principais: lutar pela terra, lutar pela reforma agrária e lutar por mudanças sociais no país. Diante disso, no dia 25 de Maio de 1986, em torno de 2 mil famílias organizadas num movimento ainda em fase de estruturação, ocuparam duas fazendas no município de Abelardo Luz, interior do estado. Em 2016, o movimento completou 31 anos de luta em Santa Catarina e a resistência dos Sem Terra permanece viva com a consolidação do acampamento Marcelino Chiarello. Fruto da ocupação da terra, o acampamento começou em uma área de Floresta Nacional de 1.200 hectares, entre as cidades de Guatambú e Chapecó, no mês de junho de 2016. Atualmente o acampamento está localizado entre os municípios de Xanxerê e Faxinal dos Guedes, na linha Vargem Bonita, a 11km da cidade de Xanxerê, em terras improdutivas pertencente ao governo. Atualmente o local conta com 380 famílias, que totaliza aproximadamente 1.000 pessoas acampadas, morando em barracos de lona. O acampamento foi intitulado com o nome de Marcelino Chiarello, em homenagem ao professor e vereador assassinado em 2011, e que teve forte atuação junto aos movimentos populares da região.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo da criação de um roteiro para este documentário, foi elemento essencial para conduzir todas as etapas da produção. O diferencial está justamente na vivência dos integrantes do grupo ao se apropriarem do tema para contar sobre processo de surgimento do Acampamento Marcelino Chiarello, pautados do roteiro como guia dessa construção . A ocupação é o primeiro passo que o MST realiza para a conquista da terra, considerada a forma de luta mais importante do movimento. Partindo desse pressuposto, nosso foco através da realização dessa produção é romper as barreiras e preconceitos em relação ao movimento, além de oportunizar um debate sobre a questão agrária no Estado, e de ressignificar o processo como ocupação e não como invasão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O MST concentra a luta pela terra, com mudanças profundas no modelo clássico de propriedade rural, e propõe um modelo de agricultura familiar, com a valorização da vida, produção orgânica e redução do uso de agrotóxicos no campo. No projeto de Reforma Agrária, o Movimento exige mudanças estruturais em relação à concentração fundiária e mudanças sociais para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualitária, centrado na inclusão do camponês assentado no mercado e no sistema capitalista de produção. Entre os países de extensão territorial, o Brasil é o único no qual a questão fundiária permanece como um problema nacional sem solução. Isso é resultado da falta de conhecimento da sociedade com as questões políticas, e também da forte representatividade da bancada ruralista no Congresso Nacional, que atende pelos interesses dos latifundiários. A partir da relevância das informações pesquisadas, foi necessário dar um alinhamento a todas elas de forma organizada antes de começar a produzir o documentário. Nessa etapa surgiu o roteiro, que é considerado parte fundamental da produção e realização de qualquer produto. Segundo Rodrigues (2007) Um bom roteiro não é a única condição para o planejamento eficiente do tempo e do custo da filmagem, mas contribui para que o filme seja preparado de modo mais adequado. (RODRIGUES, 2007, p.50) O roteiro "Acampamento Marcelino Chiarello - A Terra que alimenta a resistência", foi desenvolvido para o formato de curta-metragem e pode ser considerado não-ficção justamente por apresentar fatos reais, a partir de um assunto em profundidade com representações auditivas e visuais. Ele possibilita ao espectador refletir questões sociais, problematizá-las e construir, a partir de seu ponto de vista, a visão sobre o determinado tema. O documentário, como gênero audiovisual, é uma forma de demonstração mais aprofundada dos acontecimentos de determinada realidade. E que pode ser usado para mobilizar a sociedade, desenvolver o aspecto crítico dos cidadãos e formar opiniões. Vale lembrar que é uma representação, portanto trata-se de um recorte de uma realidade. (Fagundes e Zandonade , 2003, p.13) A escolha pelo gênero documentário surgiu em proposta com a disciplina de Telejornalismo III, que nos desafiou a essa produção. Um estudo da arte nas produções audiovisuais do curso de Jornalismo da Unochapecó nos mostrou que até o momento não havia sido produzido nenhum documentário nesse formato e com essa temática, e justamente pelo Oeste Catarinense ser o berço do MST no estado, optou-se por dar visibilidade ao movimento através de uma produção acadêmica. Entendemos, portanto, que a relevância de nosso roteiro consiste na proposta de documentar, através da vivência, como a luta é construída e consolidada, a fim de mostrar um caminho para desmistificar as visões que estereotipam o movimento, principalmente as mídias tradicionais. O documentário vem com o intuito de retratar as diferentes fases de negociação, dando foco à fase embrionária da luta, e que visa a democratização das terras em um país de desigualdade de renda gritantes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Antes mesmo de começar a produzir o roteiro, ele já havia sido pensado a partir das ideias centrais para o desenvolvimento de cada processo de elaboração, produção e edição. Através de um planejamento que contém objetivos e forma de produção, ficou estipulado que o roteiro seria um guia para condução de cada etapa da elaboração do documentário, mas que ele estaria sujeito a mudanças conforme o processo fosse executado. O roteiro é pautado através da ideia do filme ser uma a construção participativa, ou seja, com câmera na mão para imagens de apoio e tripé para entrevistas com os personagens. Antes de sua elaboração foi importante definir qual modo seria abordado na captação das imagens, tendo como escolha o participativo, que surgiu pelo fato de ser marcado e coletivo, por mostrar a interação do documentarista e sua equipe, em um processo de troca com os entrevistados de forma natural durante o período de gravação/filmagem. Tanto ao filmar os personagens, como as imagens de apoio, pretendemos transparecer a ideia de que, nessa experiência, as imagens falam por si. Mais do que as palavras, a ausência delas também contam a história. Pelo interesse em partilhar experiências mais do que simplesmente relatar os fatos, foi realizado uma visita precursora no acampamento, por duas integrantes do grupo, para estabelecer o primeiro contato e levantar as possíveis fontes, locais de gravação, condições do espaço, para posteriormente realizar a construção do roteiro. Outro fator que nos garantiu uma produção consistente foi buscar referências de documentários já produzidos sobre o assunto e de professores universitários que estudam os movimentos sociais da região. Esse embasamento teórico foi necessário para termos uma compreensão prévia do assunto, que auxiliou na elaboração de perguntas para as entrevistas. Também foi necessário entrar em contato com lideranças sindicais para autorizar a entrada de câmeras no acampamento. Esses fatores forem necessários para garantir a produção do roteiro e do desenvolvimento do documentário. O fio condutor do roteiro foi uma abordagem humanizada, com o intuito de retratar a realidade do acampamento, permanecendo no local durante o fim de semana em tempo integral, a fim de coletar detalhes com mais aprofundamento. Com uma "câmera na mão" (ou no ombro), para as imagens serem mais naturais, registramos o cotidiano dos personagens e a rotina do acampamento. A posição das câmeras sempre em ângulos diferentes, para que possamos ter enquadramentos diferentes dos entrevistados, e assim dinamizar o documentário. A metodologia utilizada para a criação e produção do roteiro foi o modelo utilizado nos scripts básicos do telejornalismo e que estudamos na disciplina. O texto escrito em caixa alta, e com espaçamento entre as linhas de 1,5, utilizando barras para início e fim de cada parágrafo. No cabeçalho da lauda constam as informações como retranca e nome dos editores. O roteiro foi refeito algumas vezes a partir da necessidade de acrescentar informações que foram vistas como importantes na construção narrativa. A divisão das tarefas para essa produção foi baseada na disponibilidade de cada integrante do grupo e das aptidões de cada um. Todos participaram da produção do pré-projeto do documentário, incluindo o roteiro. Já para gravação, foi realizado um sorteio para decidir quais integrantes iriam participar da execução do trabalho, resultando em quatro integrantes. Os outros participaram da lapidação das entrevistas coletadas no momento da edição. Todas as fontes do documentário assinaram um termo de uso de imagem e para liberação das trilhas sonoras do filme, foram contatados os autores por meio de um pedido formal para autorizar o uso das músicas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A metodologia adotada para a produção do roteiro do documentário audiovisual foi desenvolvida nas aulas de Telejornalismo III e em reuniões fora do horário acadêmico. Através dos encontros, debates em grupo e das orientações da professora, definimos pauta, pesquisa bibliográfica e elaboração do roteiro, para então produzirmos a captação de imagem e edição. 5.1 Pauta A escolha da pauta foi o primeiro passo para elaboração deste documentário. A temática ganhou visibilidade a partir de um desejo pessoal de alguns integrantes do grupo, que consideram necessário discutir o papel dos movimentos sociais, em especial o MST, que tem como berço a região Oeste de Santa Catarina. Considerando necessário a quebra de estereótipos e o rompimento de preconceitos em relação aos trabalhos rurais que anseiam por mudanças, a partir de uma luta organizada e do embate político, essa abordagem ganhou força tanto no grupo que produziu o documentário, como nas considerações da professora orientadora desta produção. A pauta cerceou e embasou a construção do roteiro inicial. 5.2 Pesquisa biográfica Antes de iniciar a produção deste documentário, foi necessário um estudo referente a história do MST e da ocupação que originou o Acampamento Marcelino. Foram entrevistados pesquisadores dos movimentos sociais e pessoas ligadas diretamente aos movimentos, além de diálogos com a Secretária do MST em Chapecó. Documentos do Incra também foram importantes para a compreensão da questão agrária na região. 5.3 Produção do roteiro Para o desenvolvimento desta etapa, foi elaborado um Projeto de Documentário, que descreve todos os passos a serem seguidos. Este Projeto foi conduzido conforme a realização de cada etapa do processo de produção. No primeiro momento, o foco foi a forma de abordagem para retratar a essência da ocupação, nos mais íntimos detalhes. A partir disso, foi definido que a gravação do documentário, na maior parte, deveria ser construída na vivência do acampamento, e portanto, o roteiro serviu como guia, mesmo que não seguido de forma linear. É nele que depositamos as informações sobre a ideia do vídeo, por exemplo, como usar as câmeras e equipamentos em geral; quem são nossos personagens sociais, o que eles têm a ver com a história que iremos contar; e como pretendemos nos relacionar com estes personagens. Ao iniciar o filme, incluímos frases de impacto que retratam a importância e o significado da terra para o movimento, mas é com o grito de ordem que damos o tom do documentário. Pensado a partir da vivência dos moradores do acampamento, o documentário é conduzido através das entrevistas com os personagens, onde eles contam sobre o dia-a dia e a rotina do lugar. Através dessa abertura, trouxemos o processo de ocupação e os desafios. As cenas têm continuidade com as crianças e jovens, tendo como fio da narrativa a perspectiva de futuro; como personagens, temos entrevistas com líderes do movimento, que abordam questões como saúde e educação no acampamento. A comunhão e união é prezada e evidenciada, e retratamos isso através da janta coletiva na guarita, com roda de viola e cantigas do próprio movimento. Com o caráter de abordar a simplicidade e normalidade de se viver no acampamento, foi proposto registrar imagens em plano aberto e fechado, que focam nos detalhes que compõem o cotidiano dos membros. Diante disso, contém várias cenas das pessoas interagindo entre si e cenas da rotina matinal. Esse documentário também foi pensado a partir da necessidade de dar voz às mulheres e aos homens que fazem parte do MST, abordando um aspecto mais pessoal e jornalístico. As perguntas "qual é o seu sonho?" e "o que você espera para o futuro?" humanizaram o documentário, que foi finalizado com as falas dos moradores, abordando de forma crítica o cenário político atual. 5.4 Captação de imagens A ideia de trazer imagens travelling do caminho e do carro como objeto, aproxima a narrativa e enfatiza a ideia do documentário participativo. É a partir dessas imagens que se inicia a linha do curta, explicando de forma não-linear alguns procedimentos característicos do acampamento, como a revista do automóvel pelos componentes da guarita. Dinamiza entre imagens abertas e de detalhes do acampamento, com depoimentos de personagens em uma crescente da narrativa. O roteiro aqui tem o papel de corroborar para a construção clara da narrativa, e de permitir a construção em uma perspectiva lógica. O roteirista tem que ter vivência e pensar em imagens. O roteiro é a ordem de informações de uma história, e a direção é que vai concretizar esse guia, juntando todas as informações. (ANDRADE, 2007). Construímos em um primeiro momento o porquê da escolha do local, já que as ocupações são realizadas através de critérios específicos, como a terra imprópria e improdutiva. Embora tenha se criado a ideia de que o MST seja "baderneiro", o filme relata e retrata a forma de organização do acampamento e de como se constrói coletivamente a luta. Através da divisão das comissões e núcleos pela coordenação, feita na entrada de pessoas no acampamento, são realizadas reuniões periódicas para debater as necessidades e fragilidades do coletivo dentro da sua área e função. Tecendo o filme, buscamos demonstrar de forma clara o quão importante é a terra para o movimento, o seu significado além do palpável e, assim, tornar mais clara a razão da luta histórica construída pelo movimento. A Terra tratada como 'ser vivo' contextualiza o tratamento dado a ela, e traz consigo as razões do cultivo sem o uso de agrotóxicos ou de sementes geneticamente modificadas, retratadas pelas grandes e pequenas plantações dentro do acampamento, seja para a venda nas cooperativas, como para seu próprio alimento. Na sequência da organização do acampamento, trouxemos o símbolo do MST e o que representa a bandeira para o movimento, que entre os diversos significados, levanta também a busca pela igualdade de gênero. 5.5 Edição Para compor a trilha, escolhemos a música "Canção da Terra" do cantor Pedro Munhoz. A escolha por essa música deve-se muito a sua composição, identidade e sua atribuição a luta do MST (inclusive é uma faixa que compõe vários CDs lançados pelo MST). A partir de um contato com o compositor, encaminhamos os documentos para liberação da música, também entramos em contato com a Som Livre, com quem o compositor tem contrato desta música que é tema de uma novela. Os personagens são membros da coordenação do acampamento, com diferentes funções e de vivências diversas, que se apresentam e trazem também a razão que os levou a militar pelo MST, aproximando-os assim, de quem assiste o filme. O sonho partilhado da conquista da terra faz com que todos se tornem uma grande família, e no documentário abordamos isso com imagens da junção dos membros para cantar e comer, enquanto há também a vigilância noturna da guarita. A união e a luta justamente são conectadas por um sonho em comum, registradas nos depoimentos dos personagens. Encaminhando para o final, com o intuito da criticidade e da análise da conjuntura política, não só atual, abordamos a forma que os governos são vistas pelo MST e de que maneira a oscilação de poder repercute e reflete no movimento. Para encerrar, trouxemos novamente a trilha, com a imagem de retorno da assembleia do movimento. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Zandonade e Fagundes (2003) afirmam que é um consenso entre os pesquisadores mostrar o aspecto pessoal do documentário que age sobre determinada realidade ao retratá-la, seja em vídeo ou em filme. Nesse contexto, a atuação do jornalista em produções documentais adquire o caráter autoral que se contrapõe à definição de jornalismo imparcial e isento, criticado por muitos profissionais da área. Através da elaboração do roteiro, a partir de premissas e problematizações que envolvem os movimentos sociais, especialmente o MST, trouxemos à tona o debate em relação à Reforma Agrária, que se estende entre os governos, mas sem resolução, principalmente, porque há um lobby da bancada ruralista que não deixa avançar esse tipo de pauta dentro do Congresso Nacional. Para pautar este assunto, a elaboração do projeto de documentário foi essencial para o resultado obtido, que começa com uma boa e ampla pesquisa sobre o assunto. As ideias para um documentário só começam a ganhar corpo quando são colocadas no papel. Por isso, a importância do documentarista elaborar com cuidado o projeto, pois é nele que toda a equipe irá se apoiar na hora da produção. É nele que estavam as informações sobre a ideia do vídeo, por exemplo, como usamos as câmeras e equipamentos em geral, quem foram os nossos personagens sociais, o que eles têm a ver com a história que contamos, como pretendemos nos relacionar com estes personagens. Ao retratarmos essa realidade em um documentário, estamos dando visibilidade ao um grupo social marginalizado, que busca uma solução às questões agrárias do país. Dentro desse contexto, o que se percebe é uma autoafirmação de uma cultura elitizada, que ignora a cultura do próximo, gerando dois pólos que estão em constante conflito. O documentário finalizado em Dezembro de 2016, sob a orientação da Profª Ilka Margot Goldschmidt Vitorino, na disciplina de Telejornalismo III, está disponível em formato audiovisual, juntamente ao teaser. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ANDRADE, Ana Lúcia.  Roteiro é filme que não aconteceu . Disponível em < http://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/magazine/roteiro-%C3%A9-filme-que-n%C3%A3o-aconteceu-1.312289 >. Acesso em 12 dez 2016. <br><br>GUARESCHI, Pedrinho et al. Os construtores da informação: meios de comunicação, ideologia e ética. Petrópolis, Vozes, 2003. <br><br>PUCCINI, Sérgio. Introdução ao roteiro de documentário. Campinas/SP, 2009.<br><br>RODRIGUES, Chris. O Cinema e a Produção: para quem gosta, faz ou quer fazer cinema. Rio de Janeiro: DP&A, 2007. <br><br>ZANDONADE, Vanessa e FAGUNDES, Maria Cristina de Jesus. O vídeo documentário como instrumento de mobilização social. Assis/SP, 2003. Disponível em <http://bocc.ubi.pt/pag/zandonade-vanessa-video-documentario.html>. Acesso em: 26 de mar. 2017. <br><br> </td></tr></table></body></html>