ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00262</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Bestiário Coronéis da Mídia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;MAIARA MARTINS GOMES (Universidade de Brasília); Mathews Vinicius Justiniano Fonseca da Silva (Universidade de Brasília); Fernando Oliveira Paulino (Universidade de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Coronelismo eletrônico, Charge, Bestiário, Lei de Mídia Democrática, Políticas de Comunicação</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Partindo do conceito de "Coronelismo" e "Coronelismo Eletrônico" estudados na disciplina Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília em 2016/01, foi produzido um conjunto de charges baseado nos antigos bestiários medievais. O trabalho traz personagens zoomorfizados e caricaturescos. Eles são os senadores ligados direta ou indiretamente a veículos de comunicação, considerados como novos coronéis por especialistas no assunto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho é resultado da disciplina Políticas de Comunicação do primeiro semestre de 2016, ministrada pelo Professor Doutor Fernando Oliveira Paulino. Essa disciplina é do fluxo obrigatório do curso de Comunicação Social da Universidade de Brasília que tem por objetivo apresentar três eixos temáticos. Eixo A: Estado, sociedade e cidadania no Brasil, eixo B: Políticas Públicas e Políticas Públicas de Comunicação e eixo C: O movimento pela democratização da comunicação no Brasil. No eixo A: Estado, sociedade e cidadania no Brasil é onde se encontra o texto base para elaboração deste projeto, "Coronelismo, Enxada e Voto" de Victor Leal Neal (2012). Este eixo tem por finalidade discutir a formação do Brasil e apontar o contexto sócio-psicológico, político e econômico em que o país e seus habitantes estão inseridos. Assim, a partir do conceito de "Coronelismo" e do "Coronelismo Eletrônico" presente no artigo de Susy dos Santos (2006) "E-Sucupira: o Coronelismo Eletrônico como herança do Coronelismo nas comunicações brasileiras" elaboramos um conjunto de charges, usando características dos antigos bestiários medievais, para apresentar, satirizar e denunciar os chamados coronéis da mídia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os objetivos deste trabalho se baseam na identificação, conscientização e debate e ação. A identificação se dá pela apresentação e reconhecimento de donos de mídias no Brasil por meio da caricatura, zoomorfização e sátira contida na charge. No trabalho apresentamos suas respectivas emissoras de rádio e televisão, assim como o partido em que o senador exerce função e os locais onde as emissoras estão estabelecidas: estado, cidades e municípios atingidos por essas influências midiáticas. O produto pretende colaborar com conscientização e o debate a respeito das políticas públicas de comunicação e concessões públicas de rádio e televisão com o público de dentro e de fora das instituições de educação superior. Além de apresentar os senadores donos de mídia, também apontamos alguns outros esquemas ilícitos nos quais eles são citados. Assim, também temos por objetivo do trabalho discutir a importância de uma atualização normativa, cujos principais beneficiários não sabem ou sabem pouco da existência de iniciativas como o projeto de Lei de Mídia Democrática e sobre a emergência da ação de interessados e envolvidos no processo de divulgação e informação, através da participação em portais como Intervozes, Fora Coronéis da Mídia e Para Expressar a Liberdade, site no qual está presente a Lei de Mídia Democrática e um fórum para assinaturas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os bestiários (BESTIÁRIO, 2017) da Idade Média além de ser uma fonte de ensinamentos, de forma alegórica e grotesca, tinham caráter moralizante. Os animais ocupavam primeiro plano no imaginário medieval, tanto com sentidos negativos, quanto positivos. "Bestia", vem do latim e quer dizer animal, assim muitos híbridos de animais e de animais com humanos ilustraram as páginas de muitos bestiários, com a finalidade de informar a população. Já a charge (FRANCO, 2001) é ligada à temporalidade, um fato político, algo que está acontecendo agora e que também pode ter um caráter moralizante, assim como os bestiários, é uma única figura ou cartum disposta na página. Neste trabalho temos um composto de charges, formando um bestiário. Outro fator que os liga, o bestiário e a charge, é a possível zoomorfização, caricatura e "ataque" a determinada conduta. Zoomorfismo é aproximar o homem dos animais, ou seja, bestializá-los. transformá-los em bestas. A charge pode não ser compreendida se o receptor desconhecer o fato e/ou os personagens ligados ao fato. No cenário dos bestiários e charges, inserimos os coronéis. O "coroné" dono das terras que mandam e ditam as regras do local, daí surge o termo "coronelismo", que "é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido, e a decadente influência social dos chefes locais, notadamente dos senhores de terras. Não é possível, pois, compreender o fenômeno sem referência à nossa estrutura agrária, que fornece a base de sustentação das manifestações de poder privado ainda tão visíveis no interior do Brasil" . (NUNES, 2012, p. 23) Mais de 60 anos passaram após a publicação do livro clássico, Coronelismo, Enxada e Voto, e esses coronéis atualizaram a forma de suas ações. Em vez do chamado voto de cabresto, há variados exemplos de utilização de emissoras de rádio e TV para fazerem campanhas direta ou indiretamente em espaços cedidos por concessão pública. No limiar da década de 80 um repórter da Rádio Rural, de Concórdia-SC, abria espaço para o depoimento do ex-senador Atílio Fontana: "Senador, o microfone é todo seu"; o Senador, ciente das suas posses, externava: "não só o microfone, meu rapaz, mas a rádio toda". Este episódio foi narrado em matéria do Jornal do Brasil na qual denunciava- estações de rádio e televisão, espalhadas por 16 estados, de propriedade de deputados, governadores, senadores ou ministros. (Jornal do Brasil, 1980 in SANTOS, 2006, p. 2). É proibido pela Constituição Federal, segundo o artigo 54, que um parlamentar firme ou mantenha contrato com empresa concessionária de serviço público. Ou seja, compreendendo os riscos para a democracia brasileira, que ele receba uma concessão de serviço público. Assim como as terras, o "espaço" ocupado por ondas de TV e rádio também é limitado e quem tem o controle desses espaços influencia decisivamente as opções políticas das audiências. Consideramos a sátira uma forma de levar ao público a informação dos riscos à democracia e à diversidade de opiniões em razão de concessões estarem nas mãos de parlamentares. Quanto mais pessoas souberem como são concedidos os espaços e o que isso representa, ausência de princípio de equidade em processos eleitorais se os candidatos dos partidos estão em situações desiguais de disputa, ou que esses espaços poderiam estar sendo ocupados por pluralidade de ideias e opiniões como sugere o Capítulo 2, Artigo 4 da Lei de Mídia Democrática, mais haverá conscientização do que nos está sendo tomado por estes políticos. Portanto o meio que encontramos de apresentar tal questão se deu por meio do conjunto de charges, que por meio da sátira, buscar desvelar a fase mais verdadeira dos parlamentares chargeados. Zoomórficos e caricaturescos são desnudados de seu terno e pompa revelando suas possíveis falhas, falcatruas e principalmente os meios pelos quais influenciam midiaticamente a opinião pública.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os métodos para criação deste trabalho foram divididos em duas etapas: pesquisa bibliográfica e método de produção do produto, ou método de trabalho. Primeiramente, no processo de produção, passamos pela etapa da concepção da ideia em que surgiram algumas questões acerca da definição dos personagens; escolha dos animais que seriam hibridificados aos parlamentares escolhidos; nas referências estéticas tendo em vista que gostaríamos de seguir o modelo de bestiário medieval; a palheta de cores, também pensando na atmosfera medieval e os softwares para produção digital do produto. ESCOLHA DOS PERSONAGENS O Senado Federal é formado por 81 senadores e a Câmara Federal por 513 deputados. Destes, 40 congressistas são comprovadamente donos de mídia, sendo 32 deputados e 8 senadores. Devido a extensão e para melhor produção do trabalho optamos pelos 8 senadores. Também escolhemos o Senado pela importância à instituição dada pelo artigo 52 da Constituição Federal de 1988, pois cabe exclusivamente ao Senado processar e julgar nos crimes de responsabilidade até o(a) presidente da República, aprovar a nomeação de autoridades indicadas pelo(a) presidente da República, autorizar operações externas de natureza financeira, dentre outros. Tendo elevada importância para o funcionamento do país. Os senadores escolhidos foram Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, Edison Lobão (PMDB -MA), José Agripino Maia (DEM-RN), Fernando Collor de Melo (PTB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Acir Gurgacz (PDT-RO) e Roberto Rocha (PSB-MA). Os chargeados são donos dos veículos a seguir: Acir Gurgacz - Sistema Gurgacz de Comunicação, incluindo emissora de TV, Aécio Neves - Rádio Arco Íris Edison Lobão - Rádio Guarajara José Agripino Maia - Rádio Libertadora Mossoroense, Rádio Ouro Branco, Tropical Comunicações FM, Tropical Comunicações TV Fernando Collor de Melo - Rádio Clube de Alagoas, Rádio Gazeta de Alagoas e TV Gazeta de Alagoas Jader Barbalho - Belém Radiodifusão, RBA Rede Brasil Amazônia de TV e Sistema Clube do Pará Tasso Jereissati - FM Jangadeiro e TV Jangadeiro Roberto Rocha - Rádio Ribamar, Radiovale, Radiovale OM e Radiovale OT Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/11/1709360-acoes-visam-cassar-licencas-de-radio-e-tv-de-40-congressistas.shtml Acesso em: 17/04/2017) ESCOLHA DOS ANIMAIS Os animais para zoomorfismo dos senadores foram escolhidos a partir de suas características físicas e comportamento midiático, especialmente comportamento televisivo. Cada híbrido foi pensado em características próprias do senador, sendo uma mais relevante que a outra dependendo do personagem analisado. O passado e atuações variadas destes senadores também foram levadas em conta. Por meio de notícias dos sites Carta Capital e Fora Coronéis da Mídia, para criação das características físicas, foram observadas atitudes recorrentes destes senadores, como denúncias e envolvimento em lavagem de dinheiro, corrupção e outros golpes. Sendo assim, Acir Gurgacz é fundido com um coala por ser um bicho aparentemente inofensivo e que não gera desconfiança; Aécio Neves é o único que não é zoomórfico, tomando forma de uma criança endiabrada com um aviãozinho na mão, devido ao caso do "Avião do Aécio"; Edison Lobão, já antigo na político é uma coruja, com olhar soturno e atento; José Agripino um abutre envolvido em escândalos que sempre nega; Fernando Collor de Mello é um crocodilo à espreita da melhor oportunidade; Jader Barbalho um lobo que caça sem o menor arrependimento, Tasso Jereissati uma onça só esperando para dar o bote e Roberto Rocha é uma gralha falando o que não deve por aí. SOFTWARES E PROCESSOS DIGITAIS Para o desenvolvimento do trabalho em mídia digital foi utilizado o software Adobe Photoshop para a edição e para caricaturizar os senadores detentores de concessões públicas. Para a editoração e montagem da revista foi utilizado o Adobe InDesign, tendo o projeto gráfico feito por completo no software. No Adobe Photoshop foram utilizados vários processos e procedimentos. Como se tratava de uma zoomorfização dos senadores se fez necessário, a princípio, que fosse deformado o corpo do personagem para que se tornasse compatível com o animal em questão. Um exemplo é o processo da caricaturização de José Agripino onde foi necessário afinar seu pescoço de modo a se encaixar com a espessura do pescoço do abutre. Em seguida era necessário que fosse efetuada uma ambientação dessa feição humana no corpo animal de maneira tal que a nova criatura ("a besta") fosse no mínimo convincente em seu papel de mestiço entre humano e animal. Para tanto foi utilizado o processo de texturização dos rostos, pele e membros humanos na imagem, sempre com a preocupação de se manter a aparência original do senador, mas também de fazê-lo um com o animal. Assim foi feito em todas as bestas, mas a texturização na besta de Edison Lobão que, ao se fundir com uma coruja, ganhou penas onde tinha cabelos e até sobre o que antes eram orelhas. O processo seguinte era o de tentar aproximar essa figura ainda em nível nível de realismo mundano em algo que remetesse mais ao estilo dos antigos bestiários medievais. Dessa forma foram utilizados diversos filtros buscando aproximar a estética da caricatura à uma pintura ou desenho que, junto aos processos de aumento de contraste e iluminação, finalmente chegaram a um resultado satisfatório. Assim ocorreu com a caricatura de Roberto Rocha que, zoomorfizado com uma gralha, apresenta uma textura que rememora pinceladas sobre uma tela. Por fim se fazia necessário um fundo para a apresentação da besta, sempre tentando colocá-la em um ambiente que fosse semelhante ao habitat daquela criatura. Isso era feito por meio de dois métodos diferentes. Um deles era, ao se partir de uma imagem do animal com um fundo, aproveitar este fundo para aproximá-lo dessa estética de pintura apenas reajustando cores e detalhes do ambiente. O outro processo era utilizar a própria imagem da besta para criar um fundo que fosse compatível cromaticamente com a imagem. Em seguida todo esse material foi levado para o InDesign para que a revista fosse formatada em um modelo que fosse sofisticado e ainda assim fosse eficiente em lembrar um bestiário medieval. Dessa forma utilizamos uma palheta de cores que se aproximasse do amarelado dos papiros e papéis antigos, e os tons vermelho-terrosos foram escolhidos com a intenção de simular o couro que era utilizado em alguns bestiários. As fontes também foram escolhidas com o intuito de lembrar as antigas caligrafias e por isso foram utilizadas capitulares com iluminuras em sua adornação. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Conjunto de charges digitais compondo um bestiário, com título "As bestas dos Coronéis". Em cores com oito personagens, que são senadores brasileiros: Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, Edison Lobão (PMDB -MA), José Agripino Maia (DEM-RN), Fernando Collor de Melo (PTB-AL), Jader Barbalho(PMDB-PA), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Acir Gurgacz (PDT-RO) e Roberto Rocha (PSB-MA). O produto possui 25 páginas que podem ser passadas como um livro por conta do formato exportado utilizado por navegadores de internet via pelo Adobe Flash, ".swf", e pelo formato .pdf. Cada página do produto apresenta características relevantes destas personagens exploradas mais adiante. O produto procura explorar o tema do coronelismo eletrônico em que os agentes públicos, inconstitucionalmente, detêm concessões públicas de rádio e TV. Para tal é feito o uso da sátira em forma de charge, zoomorfizando os senadores listados acima, sempre na tentativa de encontrar em sua personalidade, aparência, postura ou histórico uma relação com algum comportamento animal com o qual seria fundido. Essa sátira vem na forma do que literalmente quer dizer a palavra "charge" ou ataque, a sátira neste bestiário chega em forma de denúncia. Mas além da sátira o produto é preenchido com informações educativas que buscam elucidar o tema do coronelismo eletrônico e também da legislação de mídia democrática que possui um amplo debate de importância primordial na vida do cidadão que, em sua maioria, consome informação jornalística e publicidade cotidianamente. As referências estéticas retomam os bestiários medievais onde as criaturas eram apresentadas e ao lado havia uma descrição de seu habitat e seus hábitos. Os escribas tinham excessivo cuidado com a forma, sendo os escritos e ilustrações feitos à mão e algumas partes cobertas com folhas de ouro, as chamadas iluminuras. Outros pigmentos eram os obtidos a partir de plantas, minerais e sangue de insetos, o preto era obtido através do carvão e o branco através do cal. Também havia azul obtido da lápis-lazúli moída ou das sementes de planta, verde obtido pela malaquita, amarelo extraído do açafrão e vermelho obtido da argila misturada com púrpura, esta era a palheta de cores utilizadas na época: preto, branco, dourado, azul, verde e vermelho. A letra inicial de cada parágrafo ou capítulo era maior que o restante do texto e decorada, chamada arabesco. Quando as páginas estavam prontas, eram encadernadas em couro e geralmente decoradas. Para este trabalho utilizamos alguns destes elementos, como as capitulares e a ideia da iluminura, as criaturas ou besta e a descrição ao lado, porém não utilizamos o padrão de cor e tampouco a encadernação, é digital, optamos por utilizar o cor mais aproximada do animal na natureza e no caso do Aécio mais ambientado com a cor quente do vermelho por se tratar de uma cor comumente associada ao diabo. A caricatura também é um processo da charge (FRANCO, 2001) assim como dos bestiário onde as criatura e os humanos são desmesurados (ECO, 2007) e proporções aumentadas para o riso ou provocação, o que muitas vezes está intimamente ligado. O grotesco neste trabalho está presente como escolha estética para alertar a população, como já se fazia na idade média e para revelar o feio e estranho que há por baixo dos paletós e gravatas dos políticos. Os animais que constavam nos bestiários da Idade Média, sendo fantásticos ou não, muitas vezes tinham significados simbólicos atribuídos, que levavam em consideração o bem ou o mal, por conta da religião vigente (BESTIÁRIO, 2017) porém neste trabalho, ao fundir os animais aos políticos os desmesura-los, levamos em consideração aspectos menos dicotômicos em relação a natureza dos animais e buscamos a natureza dúbia de cada animal ou no caso do Aécio a criança mimada e encapetada. As páginas do trabalho foram alteradas no Photoshop para lembrar páginas antigas dos bestiários, sendo envelhecidas digitalmente e trabalhadas no InDesign para formatação e diagramação do conteúdo escrito. Em relação ao conteúdo escrito, nos bestiários as informações relevantes sobre os animais ou criaturas ilustradas eram as características físicas, habitat e seus hábitos. Neste trabalho a característica relevante é quem é a besta e principalmente de qual(is) veículo(s) ela é dona, assim como em qual local está atuando, ou o habitat, também algum envolvimento em caso ilícito. Em relação ao conteúdo das páginas, primeiramente temos a epígrafe com uma música de Chico Buarque chamada Homenagem ao Malandro: Agora já não é normal O que dá de malandro regular, profissional Malandro com aparato de malandro oficial Malandro candidato a malandro federal Malandro com retrato na coluna social Malandro com contrato, com gravata e capital Que nunca se dá mal Homenagem ao Malandro Chico Buarque de Holanda A escolha dessa música sugere a índole dos personagens que serão apresentados; apresentação do trabalho; o índice; princípio como introdução e as bestas em ordem alfabética, fechando com as referências bibliográficas das informações contidas no bestiário. Sobre as bestas encontra-se a imagem de cada uma e diagramado ao redor da imagem suas respectivas informações relevantes, que já foram ditas como relevantes para este trabalho. Na charge "As bestas dos coronéis" reservamos um espaço antes da bibliografia com um link encaminhando para o site <http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/projeto-de-lei/>, para apoiar a revogação das licenças das emissoras que são controladas por políticos. Essa ação teve início em 2014 durante a Semana Nacional Nacional pela Democratização e foi lançada em julho pelos estudantes de Comunicação Social, onde o coletivo Intervozes lançou a Campanha "Fora Coronéis da Mídia". Em outubro desse ano (2014) os estudantes promoveram ações contra o coronelismo eletrônico em mais de 10 estados do Brasil. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O Coronelismo Eletrônico pode ser compreendido como a apropriação de bens públicos para proveito privado. Utiliza-se destes espaços para promoção eleitoral, o que gera concentração da opinião em determinadas mãos, não há pluralidade de idéias e nem todos são ouvidos, alguns assuntos são silenciados. Há concentração de poder em quem já tem o poder. Ações contra já foram feitas para alertar a população desse grande e sutil problema, mas não se pode deixar esfriar, deixar-se calar. Neste trabalho expomos uma pequena parcela daqueles que são donos e controlam os conteúdos de rádio e televisão. São muitos e são quase invictos. Mas nós somos mais. Por meio de projetos como a iniciativa por uma Lei de Mídia Democrática que visa a pluralidade de ideias, conteúdos e culturas, temos a possibilidade de dar fim às concessões aos políticos e diminuir o controle e o voto de cabresto velado que continuam exercendo. Como comunicadores precisamos informar como são distribuídas as concessões, o que que significa estar sob este poder, e as consequências disso. Seja de maneira artística como este trabalho ou acadêmica, precisamos levar a mensagem adiante. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BESTIÁRIO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5431/bestiario>. Último acesso em: 15 de Abr. 2017.<br><br>BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei de Iniciativa Popular. s. n. Dispõe sobre a comunicação social eletrônica, de forma a regulamentar os artigos 5, 21, 220, 221, 222 e 223 da Constituição Federal. Disponível em: <http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/projeto-de-lei/>. Acesso em: 17 de abril de 2017. <br><br>COLETIVO INTERVOZES. Ser rico e dono da mídia, que mal tem?. 2014. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/ser-rico-e-dono-da-midia-que-mal-tem-3068.html>. Último acesso em: 10 de maio de 2016.<br><br>COLETIVO INTERVOZES. Website. São Paulo, 2017. Disponível em: <http://intervozes.org.br/>. Último acesso em: 17 de abril de 2017.<br><br>CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.<br><br>DOMINGUES, JOELZA ESTER. Iluminuras medievais. São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/iluminuras-medievais/>. Acesso em 17 de abril de 2017.<br><br>ECO, UMBERTO. História da Feiúra. Rio de Janeiro: Record, 2007.<br><br>FRANCO, EDGAR SILVEIRA. HQTRONICAS: do suporte papel à rede internet. Campinas, SP : [ s.n. ], 2001. <br><br>FORA CORONÉIS DA MÍDIA. Website. São Paulo, 2017. Disponível em: <http://foracoroneisdamidia.com.br>. Último acesso em: 17 de abril de 2017.<br><br>JUNIOR, VILSON VIEIRA. Mídia no Brasil é concentrada e tem poucos  donos . 2008. Disponível em: <http://vilsonjornalista.blogspot.com.br/2008/04/mdia-no-brasil-concentrada-e-tem-poucos.html>. Último acesso em: 7 de maio de 2016. <br><br>NUNES, VICTOR LEAL. Coronelismo, Enxada e Voto: o município e o regime representativo no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.<br><br>PAULA REVERBEL. Ações visam cassar licenças de rádio e TV de 40 congressistas. 2015. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/11/1709360-acoes-visam-cassar-licencas-de-radio-e-tv-de-40-congressistas.shtml>. Último acesso em: 17 de maio de 2016.<br><br>REDAÇÃO. Coronelismo eletrônico: partidos contra a regulação da mídia são os campeões de concessão em rádio e TV. 2015. Disponível em: <http://revistaforum.com.br/digital/179/coronelismo-eletronico-partidos-contra-regulacao-da-midia-sao-os-campeoes-de-concessao-em-radio-e-tv/>. Último acesso em: 15 de Maio de 2016. <br><br>SANTOS, SUZY DOS. E-Sucupira: o Coronelismo Eletrônico como herança do Coronelismo nas comunicações brasileiras. Brasil: Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, 2006<br><br>TV BRASIL. Coronelismo Eletrônico - Observatório da Imprensa. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RhXSnkW630g>. Último acesso em: 7 de maio de 2016. <br><br> </td></tr></table></body></html>