ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>Anais :: Intercom :: Congresso Intercom</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00267</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Jornalismo Visual: A ilustração e diagramação de revista enquanto construção da sintaxe visual da reportagem.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Rebeca Garcia Meireles (Universidade de Brasília); Gleydson de Lima Araújo (Universidade de Brasília); Lis Gabriela de Almeida Cappi (Universidade de Brasília); Suzana Guedes Cardoso (Universidade de Brasília)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Jornalismo em revista, Jornalismo Visual, Campus Repórter, revista-laboratório, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo deste trabalho é descrever a experiência da equipe responsável pela diagramação e ilustração da 18ª edição da Campus Repórter, revista laboratório da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC - UnB). A revista, apesar de conter regras padronizadas entre as edições, possibilita aos autores uma experimentação visual a cada nova tiragem. Sem abandonar o fotojornalismo, os estudantes, com o material disponibilizado pelos repórteres e fotógrafos, juntam infografia, ilustrações e a diagramação para construir uma linguagem visual que ressalta e complementa o texto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornalismo brasileiro tem incorporado cada vez mais recursos imagéticos como parte integrante da construção da notícia. Na contemporaneidade, o consumo de informação no Brasil coloca a imagem como parte essencial da interpretação e construção da matéria jornalística. Segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (PBM) mostra que o percentual de pessoas que utilizam a internet todos os dias cresceu de 26% na PBM 2014 para 37% na PBM 2015. Ainda na PBM 2015, a televisão seguiu como meio de comunicação mais utilizado, onde 95% dos entrevistados afirmaram ver TV, e 73% assistem diariamente. Em 2015, o segundo meio de comunicação mais operado pelos brasileiros era o rádio. Na PBM 2016, 63% dos brasileiros tem a televisão como meio de comunicação mais assistido, em segundo lugar está a internet com 23%. Além disso, mais da metade dos participantes da pesquisa que assistem televisão costumam confiar sempre ou muitas vezes nas notícias exibidas nesse meio. O Jornalismo Visual que segundo Guimarães (2013, p. 238) pode ser definido como o "trabalho de combinar o texto (por meio da tipografia), fotografias, grafismos e demais imagens em produtos jornalístico" ganha espaço com a estabilidade da televisão no primeiro lugar como meio de consumo do brasileiro e a ascensão da internet. São meios de comunicação que se utilizam da imagem para compor sua estrutura. Guimarães (2013) defende que se antes o estudo do jornalismo visual se apresentava como um diferencial, agora passa a ser fundamental. Para o autor, ainda haverá espaço para o jornalista mais ligado ao texto "mas cada vez mais haverá a possibilidade de que a edição de imagens (em todos os níveis) incorpore outros valores às notícias sob seu domínio" (GUIMARÃES, 2013, p. 247). Com essa perspectiva de participar da construção da notícia a partir da imagem, a equipe da edição 18 da Campus Repórter, revista laboratório da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, pensou visualmente as seis grandes reportagens.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O artigo buscou enfatizar a importância da linguagem visual como parte da construção da notícia da Campus Repórter edição 18, evidenciando o processo de trabalho da equipe de diagramação e ilustração da revista. Destacar ainda que por meio do pensamento visual é possível ressaltar o exercício da apuração feito pelos outros estudantes que compõem o expediente do trabalho. Mostrar os dilemas que surgem durante a produção da revista laboratório e como a experiência pode acrescentar para a formação dos estudantes envolvidos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A edição 18 da revista Campus Repórter seguiu os padrões de tamanho, tipografia, grid e formato de margem estabelecidos no projeto gráfico desenvolvido para a publicação. No entanto, cada tiragem oferece a equipe do laboratório a possibilidade de criar um material de tal forma original que as edições apenas se conectam por esses dois fatores estabelecidos no projeto. Como lembram as editoras-executivas da maior parte das edições da revista, Dione Moura e Márcia Marques, em artigo apresentado no IX Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, a Campus Repórter é uma busca por novas formas narrativas, onde um dos objetivos finais não é a publicação, veiculação e fama da revista, mas o processo de aprendizado no laboratório: E, por fim, a busca pela construção de novas formas narrativas passa, no caso da experiência da Campus Repórter, já desde seus primeiros dias, pela predisposição em perseguir uma apuração e edição cuidadosas, com pautas inspiradas não só em 'estrelas', mas em uma perspectiva que contempla como estrela digna de primeira capa qualquer personagem ou história que possamos apresentar sob uma narrativa enriquecedora para os leitores desta jovem publicação. O fim da trilha? Desejamos que esteja distante, pois há muito campo para experimentação neste processo de Ensino-aprendizagem. (MARQUES e MOURA, 2009, p. 216). Mais do que produzir reportagens complexas e comerciais, a revista Campus Repórter edição 18 imergiu os estudantes de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Comunicação Organizacional no desafio de trabalhar com originalidade e profundidade. Ao final do processo os graduandos conseguiam conceber novas formas de organização visual e pensar na construção da pauta com o olhar do Jornalismo Visual. A 18ª edição, produzida no primeiro semestre de 2016, traz seis reportagens que contam a trajetória do jogador Wendell Lira, apresentam uma entrevista com Chico Alvin, mostram a complexa relação entre o Zika vírus, a microcefalia e as famílias que sofrem com a doença; explicam um pouco mais sobre os chapas da estrada, sobre alguns costumes da Bolívia e discutem a temática do nu artístico. De todas as matérias, duas utilizaram principalmente ilustrações, e pela primeira vez entre todas as edições da revista, a reportagem principal foi totalmente ilustrada. "Microcefalia para além do Zika" conta o cenário de mães infectadas pelo vírus antes das informações sobre o assunto serem mais acessíveis, o que aconteceu com a chegada da epidemia. A reportagem não contava com nenhuma foto tirada pela equipe do laboratório e toda a diagramação foi pensada para a ilustração. Também faz parte dessa tiragem a matéria sobre o jogador Wendell Lira, ganhador do Prêmio Puskás de gol mais bonito. Jogador do Goianésia, time da cidade do interior do Goiás, Wendell Lira não tinha um arquivo extenso com fotos profissionais dos seus jogos, as com melhor resolução eram do dia da premiação e os da sua época de jogador do Fortaleza, o que não supria a necessidade da matéria. Assim, a diversidade de temas da revista e as limitações das fotografias, de baixa resolução, fizeram a equipe da diagramação e ilustração pensarem um produto fora do padrão da Campus Repórter, onde predominam o uso de fotografias de alta resolução que chegam a ocupar duas páginas. A dedicação da equipe em todas as etapas fez com que, mais uma vez, um novo olhar fosse produzido para linguagem visual da Campus Repórter. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A revista Campus Repórter, como já descrito por MARQUES e MOURA (2009), segue uma estrutura organizacional semelhante à de qualquer outra redação. O principal desafio do projeto está em conciliar uma equipe multidisciplinar a fim de encontrar as melhores estratégias para um bom diálogo entre o conteúdo textual e visual. Por isso, as bases da revista se encontram na autonomia dos estudantes, que são encorajados pelos professores orientadores a proporem novas temáticas além de experimentarem outras possibilidades principalmente relacionadas à fotografia, diagramação e ilustração. Para desenvolvimento de trabalho, estudantes interessados no projeto trabalharam juntos aos professores orientadores de cada área do produto: reportagem, fotografia e diagramação - com o apoio do trabalho dos ilustradores. Na equipe de diagramação, ficou acordado entre os estudantes e professora orientadora que seriam feitos encontros semanais para apresentação de pesquisas e mentoria do trabalho. Como mecanismo de comunicação do grupo, foi utilizada uma pasta na ferramenta Google Drive, onde todos os arquivos referentes ao trabalho eram colocados, como textos e fotografias das matérias, manuais de orientação para produção e as atas de encontro, que continham os pontos discutidos em reunião, assim como o planejamento e atividades que seriam realizadas nas seguintes semanas. Por dificuldades em etapas anteriores, principalmente na fotografia, a equipe de diagramação teve que buscar alternativas para construir uma narrativa visual alinhada com o conteúdo dos textos em algumas das reportagens. Em razão dessa problemática foi proposto o uso mais intensivo de ilustrações em duas das seis reportagens: "Golaço no campo e na vida" e "Microcefalia para além do Zika". Essa substituição, ainda que a princípio tenha parecido uma desvantagem para a equipe, enriqueceu a revista pois, como lembra Luiz Zeegen (2006), enquanto a fotografia apresentaria a imagem como um fato, a ilustração possibilita indicar um ponto de vista único de uma ideia e isso favorece a criação de uma narrativa única para as reportagens da Campus Repórter. Na "Golaço no campo e na vida" a grande barreira foi a falta de imagens que pudessem, além de ilustrar os momentos descritos no perfil do jogador, transmitir a intensidade dos seus relatos e a dinamicidade da temática do esporte. Por isso, para as ilustrações, foram utilizados. em laranja e azul. traços livres e manchas que simulam aquarela a partir de técnicas digitais no software Photoshop CC 2016 a fim de criar alto contraste e traduzir sensação de movimento para a matéria. A capa da reportagem utilizou como referência o vídeo do gol de Wendell Lyra e resultou em uma composição totalmente original que busca representar o momento principal que dá origem à história do personagem. As ilustrações do infográfico, no entanto, foram feitas a partir da sobreposição de traços sob fotos de momentos diversos da carreira do jogador. As demais ilustrações foram desenvolvidas com a mesma técnica e funcionam como fundo para boxes, como no desenho das grades do gol, ou imagens que ajudam a guiar a leitura e preencher espaços negativos, como o desenho da bola e as manchas de tinta. Fig. 1: Capa da reportagem "Golaço no campo e na vida" (esq.) e duas outras páginas da reportagem (dir.). Também na reportagem "Microcefalia para além do Zika" foram utilizadas técnicas digitais, mas dessa vez o desafio foi além de substituir a carência de fotos representativas, representar de maneira mais sensível a temática da doença, que possui um apelo imagético muito forte por se tratar de crianças com deformidades. Apesar de algumas mães terem enviado a foto de suas crianças e concedido permissão para sua divulgação, os estudantes priorizaram a ética e balancearam interesse público e interesse do público, primando por seguir o sexto matiz da ética, o altruísmo, que Luiz Martins lembra que supera a obrigação legal ou moral: De acordo com os novos valores da ética discursiva, a responsabilidade é social, é coletiva, é de todos; todos têm o dever de contribuir para um mundo mais equânime, plural e justo. O nível ético do altruísmo é aquele em que o seu portador age para além da norma (obrigação legal) e do dever (obrigação moral), age por amor, mas, estamos nos referindo a um amor ágape (o amor ao próximo e à Humanidade, e sobretudo, o amor aos mais necessitados da condição humana. (MARTINS, 2006, p. 95) Para atingir esse objetivo e traduzir mais suavidade para a matéria, foram utilizadas cores em tons pastéis e contornos irregulares em preto para o desenho dos personagens. As ilustrações foram desenvolvidas nos softwares Illustrator CC 2016 e Photoshop CC 2016 baseadas em fotos diversas e procuram destacar o afeto da mãe com o filho e ao mesmo tempo representar as sequelas da doença. Isso acontece a partir de um espaço demarcando o cérebro pouco desenvolvido do bebê em branco e uma silhueta em azul que se dissolve em uma nuvem de mosquitos, simbolizando a perda do tamanho natural da cabeça da criança em consequência da contaminação pelo Zika. A silhueta dos mosquitos também funciona, em outras páginas, como uma textura que infesta as páginas em alusão a atividade invasora do mosquito na vida das famílias atingidas pelo vírus. Fig. 2: Exemplos de 4 páginas da reportagem "Microcefalia para além do Zika" Uma característica da Campus Repórter é que suas reportagens trabalhem temas diversos que não possuem necessariamente conexão entre si. Como definido por Marques e Moura (2009) "A revista não é dividida em editorias temáticas e transita por todas as áreas, como história, política, cultura, economia, saúde ou educação". Mas somente nesta edição, pela primeira vez, a equipe optou por não utilizar na capa uma foto ou ilustração que destacasse apenas uma das reportagens e se desafiou a representar em uma composição única a diversidade das temáticas que é característica da revista. A proposta foi a de inserir elementos que pudessem trazer à tona a temática central de cada uma das reportagens de maneira mais abstrata e sugestiva. Portanto, optou-se por utilizar formas geométricas simples, pouco contorno e uma paleta de cores limitada que pudesse produzir a sensação de mescla e sobreposição. A ilustração também tem continuidade no verso da revista, algo que também não havia sido utilizado na revistas anteriores. Fig. 3: Capa (direita) e Contra-capa (esquerda) da 18ª Edição da Campus Repórter. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O desenvolvimento e aplicação da fotografia e ilustração foi gerenciado pelo grupo de diagramadores. A equipe, composta por dez estudantes, recebeu os textos prontos, de matérias que já haviam sido produzidas, e os temas dos que ainda estavam em fase de desenvolvimento, assim como as fotografias. Desde o primeiro encontro, a ideia foi realizar um trabalho que valorizasse as reportagens e conteúdos da publicação. As quatro primeiras reuniões foram voltadas para o conhecimento do material: explicações sobre a dinâmica da revista, onde houve o esclarecimento de que deveria ser feito uma construção de linguagem, mas permitindo ao alunos liberdade na criação e na diagramação das páginas como método de experimentação, conhecimento dos processos gráficos de edições anteriores, e orientações de espaço e estilo tipográfico. Após esta etapa, os diagramadores foram apresentados às pautas e à escolha de conteúdo para a contracapa da revista - a cada edição alunos ou orientadores definem assunto para preencher este espaço da revista. Cada estudante decidiu com qual matéria gostaria de trabalhar, e em duplas, teve o início das pesquisas para a criação visual do produto: modelos de fólio, paginação e busca de referências para paleta de cores, decisões determinantes para o modo de como o leitor percebe a produção (FROST, 2003, apud DAMASCENO, 2013, p. 11). Cada aluno realizava a etapa de pesquisa em horários diferentes ao momento dos encontros semanais, levando apenas os resultados para o grupo. As primeiras decisões tomadas foram: ambiente para registro de trabalho, escolha por utilização de espaço negativo e não sangramento de fotografias, pela compreensão de que dessa maneira os elementos gráficos estariam harmonizados, baseado em que  a produção de impacto gráfico e de uma leitura fácil requer uma combinação adequada de tipografia, fotografia e espaços em branco (GARCIA, 1987, p.70 apud DAMASCENO, 2013, p. 70). No momento também foi escolhido a utilização de um anúncio produzido por estudantes da FAC UnB que divulga informações sobre a ouvidoria da universidade na contracapa da revista. A terceira etapa do projeto foi a divisão de número de páginas para a revista. Tendo em vista a limitação de 64 páginas, por definição de projeto já licitado com a gráfica, cada reportagem deveria ser adaptada para que ocupasse o espaço adequado na revista baseado na quantidade de caracteres do texto do repórter e na importância da matéria atribuída pelos editores da revista. A equipe de diagramação necessitou solicitar diversas mudanças para diminuir o volume textual das reportagens, mas não efetuou alterações por conta própria, respeitando o princípio de trabalho em conjunto definido por (MARQUES e MOURA, 2003) na fundação do modelo da revista, assim como a valorização do trabalho do repórter. Ou seja, os próprios autores e orientadores da reportagem foram os responsáveis pela ação. Após um mês de trabalho, o grupo constatou a necessidade de incluir ilustradores no projeto, devido às limitações na qualidade e produção das fotografias, e também para atender o caso especial da matéria Zika, onde os estudantes decidiram não mostrar personagens para preservação da identidade dos personagens que estavam na matéria. De início, a ideia em utilizar ilustrações foi uma maneira de preencher lacunas no trabalho, mas o desenvolvimento trouxe uma nova percepção aos estudantes: o jornalismo visual é eficaz na comunicação e, a depender do espaço em que vai ser utilizado, e da maneira como é abordado, pode ser o modelo mais indicado para a produção. A diagramação da Campus Repórter segue diretrizes básicas mas que se flexibilizam para atender às diferentes propostas da equipe de arte responsável por cada edição. As diretrizes gráficas, seguidas pela edição número 18, foi idealizado pelo professor Luciano Mendes da Faculdade de Comunicação da UnB em 2011 visando criar uma estrutura modular uniforme regulamentar o formato da publicação, que antes tinha tamanhos variados. Em geral, as orientações gráficas são o formato de página de 175x255 mm, grid de 9 colunas com gutter de 4mm e 11 guias horizontais além do uso das fontes Triplex Sans e Triplex Serif, compradas pela Faculdade de Comunicação visando a autenticação e padronização tipográfica. Fig. 4: Exemplos de 4 páginas da revista diagramadas segundo as diretrizes do projeto gráfico (grid, espaço negativo e número de caracteres por página) A grid ajuda na organização e hierarquização dos elementos em um projeto gráfico, facilitando e padronizando o trabalho de uma equipe de diagramação sem deixar de lado a autonomia de cada diagramador de utilizá-la dependendo se atende ou não as necessidades do conteúdo de cada reportagem. Segundo Samara (2009, p. 22) as  vantagens de trabalhar com um grid são simples: clareza, eficiência, economia e identidade . A escolha de uma grid de colunas, como é o caso da Campus Repórter, também beneficia a informação descontínua e a flexibilidade em separar diversas informações, como afirma Samara (2009), auxiliando na organização do vasto conteúdo da revista que conta com diversas imagens, legendas, boxes, etc. A escolha da família tipográfica Triplex em suas versões com serifa e sem serifa, desenhadas pela designer eslovaca Zuzana Licko, se justifica por suas características formais que tornam seu uso adequado para o conteúdo de revistas. A Triplex tem como principais atributos uma alta economia de espaço por seus caracteres mais condensados e alta legibilidade por suas referências humanísticas no desenho de suas letras. Fig. 5: Fonte Triplex. As demais narrativas visuais da revista eram sempre discutidas entre a equipe, que também possuía a liberdade de repensar o projeto gráfico e propor algo novo. Para a 18º edição, decidiu-se seguir a diretrizes visuais de 2011 que estabeleceram margens superiores de 21mm, inferiores de 17mm, externas de 19mm e internas de 15mm. Manteve-se o número de caracteres por página de 2.300 para garantir o equilíbrio visual além do uso da fonte Frutiger Condensed Bold para títulos, fonte que até então não havia sido usada na revista. A seguir, uma tabela que auxiliou o trabalho durante o desenvolvimento da revista. Vale destacar que as orientações sempre serviram como um guia, mas havia flexibilidade em trabalhar caso a caso a fim de prezar pela identidade de cada reportagem. O quadro abaixo apresenta o planejamento tipográfica para os dispositivos editoriais da revista com o intuito de organizar as configurações da tipia durante o processo de diagramação das páginas. Tabela 1: Tabela tipográfica elaborada para a Revista Campus Repórter, Ano 11, número 18, 1/2016. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A revista Campus Repórter consegue cumprir bem seu papel de laboratório. Assim como no mercado, o processo de produção da revista é complexo e com variáveis imprevisíveis. Desde a primeira reunião de pauta dos repórteres até o fechamento do arquivo e encaminhamento para a gráfica a revista muda muito. O resultado dessa falta de conforto em conseguir cumprir precisamente todos os prazos e acertar todas as matérias é um crescimento de todos os estudantes envolvidos. O desafio de enobrecer uma matéria por meio da linguagem visual estabelece um tom de aventura dentro da equipe de diagramação e ilustração. A resiliência necessária para não mutilar o texto do repórter, cumprir o número de páginas estabelecido pela licitação da faculdade e informar com as imagens e ilustrações ressalta nos estudantes habilidades que vão além da técnica. É preciso bom trabalho em equipe, visão crítica e agilidade. O processo de produção da revista Campus Repórter oferece a oportunidade do estudante experimentar desafios reais de editoração e transforma positivamente toda a equipe envolvida no projeto, desde professores até estudantes. Semestralmente a revista lança um novo desafio e acolhe pautas e uma linguagem visual que não estão que o ambiente laboratorial está propenso a transformar em boas experiências. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa Brasileira de Mídia 2015: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Brasília, 2014. Disponível em <http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/lista-de-pesquisas-quantitativas-e-qualitativas-de-contratos-atuais/pesquisa-brasileira-de-midia-pbm-2015.pdf>. Acesso em: 18 abril. 2017. <br><br>BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa Brasileira de Mídia 2016: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Brasília, 2015. Disponível em <http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/lista-de-pesquisas-quantitativas-e-qualitativas-de-contratos-atuais/pesquisa-brasileira-de-midia-pbm-2016.pdf/view>. Acesso em: 18 abril. 2017. <br><br>DAMASCENO, Patrícia Lopes. Design de Jornais: projeto gráfico, diagramação e seus elementos. BOCC. Biblioteca Online de Ciências da Comunicação , v. 1, p. 1-40, 2013. Disponível em <http://bocc.ufp.pt/pag/damasceno-patricia-2013-design-jornais.pdf> Acesso em: 18 abril. 2017. <br><br>Frost, C. (2003). Designing for newspapers and magazines. New York: Routledge. apud DAMASCENO, Patrícia Lopes. Design de Jornais: projeto gráfico, diagramação e seus elementos. BOCC. Biblioteca Online de Ciências da Comunicação , v. 1, p. 1-40, 2013. <br><br>Garcia, M. R. (1987). Contemporary newspaper design. Englewood Fields: Prentice-Hall. 2o edition. apud DAMASCENO, Patrícia Lopes. Design de Jornais: projeto gráfico, diagramação e seus elementos. BOCC. Biblioteca Online de Ciências da Comunicação , v. 1, p. 1-40, 2013. <br><br>GUIMARÃES, Luciano. Conceito, fundamentos e as três dimensões do Jornalismo Visual. In: Revista Comunicação Midiática, Vol. 8, N.3. <br><br>MARTINS, Luiz. Os sete matizes da ética. Intercom. Revista brasileira de Ciências da Comunicação. São Paulo. 2006<br><br>MARQUES e MOURA. De mochilas nas costas, reconstruindo as trilhas da revista Realidade e em busca de novas narrativas: revista Campus Repórter  UnB. Brasília, 2009 <br><br>SAMARA, Timothy. Grid. Construção e desconstrução. Cosac & Naify, 1ª Edição. São Paulo, 2007. <br><br>ZEEGEN, Lawrence. The fundamentals of Illustration. Suíça. AVA Publishing SA. 2006 <br><br> </td></tr></table></body></html>