INSCRIÇÃO: 00826
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO13
 
TÍTULO: Uma só agulha, uma vida apenas
 
AUTORES: Mara Poliana da Silva (Universidade de Uberaba); Celi Camargo (Universidade de Uberaba); Indiara Ferreira (Universidade de Uberaba)
 
PALAVRAS-CHAVE: Jornalismo literário, fotojornalismo, história de vida, reportagem,
 
RESUMO
A reportagem intitulada “Uma só agulha, uma vida apenas” foi produzida nas disciplinas de Redação Jornalística e Edição, tendo como proposta a elaboração de texto fundamentado no Jornalismo Literário, a partir de imersão no tema. O material foi veiculado no jornal laboratório Revelação, da Universidade de Uberaba (Uniube), edição nº 396, dezembro/janeiro/fevereiro de 2017, na editoria Especial. Texto e fotos apresentam, de forma humanizada, a história de vida de uma mulher que, por meio do crochê, encontrou refúgio para suas dores, sustento para a família e auxílio no tratamento de um dos filhos, portador de uma doença que compromete o desenvolvimento intelectual e motor. Na narrativa, encontra-se a construção dos perfis físicos e psicológicos da personagem, recortes de suas lembranças, abordagem de seu cotidiano na produção artesanal e relação com a família.
 
INTRODUÇÃO
Realizar entrevistas por telefone ou e-mail é, de fato, um caminho prático e de praxe quando não há tempo suficiente para encontros com os entrevistados. Mas, esta técnica na construção de uma reportagem limita o repórter a apenas coletar informações. Perde-se detalhes que só podem ser percebidos no contato face a face. O jornalismo literário, que tem como uma das prerrogativas a imersão, exige do repórter não apenas relatos, mas a vivência dos fatos, visando narrá-los em profundidade.Lima (2004) ressalta que a narrativa de profundidade deve possuir qualidade literária, para obter a atenção do leitor. O mergulho, ou a imersão nos fatos ou na vida de um personagem integra a observação participante, técnica de captação presente no jornalismo literário, conforme expõe Lima (2004, p.122): “Sentir, perceber, emocionar, usar o potencial sensório do corpo era a ordem dos novos tempos. Quando o new jornalism esboça-se, ramo desse contexto comum, a sua forma de captação do real vai se caracterizar também por esse mergulho...” A reportagem, "Uma só agulha, uma vida apenas" resultou da exploração das técnicas do jornalismo literário aprendidas durante o último semestre do curso de 2016. Foram evidenciadas também as técnicas fotográficas, buscando registrar a espontaneidade da personagem durante seu expediente nas duas feiras em que trabalha. O design leve também se fez presente nas páginas do jornal laboratório Revelação, incluindo a capa da edição. Atualmente, o jornal possui periodicidade bimestral e conta com uma tiragem de oito mil exemplares. ਀伀 漀戀樀攀琀椀瘀漀 搀漀 刀攀瘀攀氀愀漀  漀昀攀爀攀挀攀爀 甀洀 椀渀猀琀爀甀洀攀渀琀漀 瀀攀搀愀最最椀挀漀 瀀愀爀愀 焀甀攀 漀猀 愀氀甀渀漀猀 攀砀攀爀挀椀琀攀洀Ⰰ 搀攀 昀漀爀洀愀 攀砀瀀攀爀椀洀攀渀琀愀氀Ⰰ 愀氀最甀洀愀猀 搀椀洀攀渀猀攀猀 搀愀 瀀爀琀椀挀愀 樀漀爀渀愀氀猀琀椀挀愀 瀀爀漀昀椀猀猀椀漀渀愀氀⸀ 䄀漀 洀攀猀洀漀 琀攀洀瀀漀Ⰰ 漀 樀漀爀渀愀氀 瀀爀漀挀甀爀愀 猀攀爀瘀椀爀 挀漀洀漀 甀洀 洀攀椀漀 搀攀 挀漀洀甀渀椀挀愀漀 焀甀攀 挀漀渀琀爀椀戀甀愀 瀀愀爀愀 焀甀攀 愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀 氀漀挀愀氀 挀漀渀栀攀愀 猀甀愀 栀椀猀琀爀椀愀 攀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀 搀漀 挀漀琀椀搀椀愀渀漀⸀ ⠀䘀伀一匀䔀䌀䄀 攀 匀䄀一吀伀匀Ⰰ ㈀  㠀Ⰰ 瀀⸀ ㈀⤀⸀
 
OBJETIVO
O objetivo geral foi produzir texto e editar uma reportagem nos moldes do jornalismo literário. Como objetivos específicos pretendeu-se desenvolver um trabalho de campo, em busca de personagens que tivessem boas histórias para contar; trabalhar o texto literário; desenvolver as habilidades relativas a fotojornalismo e trabalhar as potencialidades do design por meio da edição de texto e imagem. Também entre os objetivos específicos está o registro e a interpretação das manifestações culturais do cotidiano da cidade e região. A perspectiva, conforme os pilares do curso de Jornalismo, concentra-se proporcionar uma reflexão sobre a cultura e recuperar a memória, bem como as tradições da gente da região.
 
JUSTIFICATIVA
O curso de jornalismo da Uniube prima pelo jornalismo literário na formação acadêmica. Na quarta etapa, ou quarto semestre, na disciplina de Redação Jornalística, os alunos produzem, como trabalho final, uma grande reportagem. Buscar novas histórias e novos contextos em que os fatos se dão, fugindo das notícias exploradas pelamídia regional, são os desafios desta tarefa. ਀䐀攀 琀漀搀愀猀 愀猀 昀漀爀洀愀猀 搀攀 挀漀洀甀渀椀挀愀漀 樀漀爀渀愀氀猀琀椀挀愀Ⰰ 愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀  愀 焀甀攀 洀愀椀猀 猀攀 愀瀀爀漀瀀爀椀愀 搀漀 昀愀稀攀爀 氀椀琀攀爀爀椀漀⸀ 䔀渀琀爀攀 漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 攀 愀 氀椀琀攀爀愀琀甀爀愀 栀愀瘀椀愀 攀洀 挀漀洀甀洀Ⰰ 渀攀猀猀攀猀 琀攀洀瀀漀猀 瀀椀漀渀攀椀爀漀猀 搀愀 攀爀愀 洀漀搀攀爀渀愀Ⰰ 漀 愀琀漀 搀愀 攀猀挀爀椀琀愀⸀ 쀀 洀攀搀椀搀愀 焀甀攀 漀 琀攀砀琀漀 樀漀爀渀愀氀猀琀椀挀漀 攀瘀漀氀甀椀 搀愀 渀漀琀挀椀愀 瀀愀爀愀 愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀Ⰰ 猀甀爀最攀 愀 渀攀挀攀猀猀椀搀愀搀攀 搀攀 愀瀀攀爀昀攀椀漀愀洀攀渀琀漀 搀愀猀 琀挀渀椀挀愀猀 搀攀 琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀 搀愀 洀攀渀猀愀最攀洀⸀ ⠀䰀䤀䴀䄀Ⰰ ㈀  㐀Ⰰ 瀀⸀ ㄀㜀㌀⤀⸀  O bom jornalismo se faz contando histórias reais do dia-a-dia das ruas, fugindo do conforto das redações. Dessa forma, o intuito é dar voz às pessoas que apresentam um diferencial na maneira de ser e trabalhar. Pessoas anônimas que são exemplos de vida. Encontrar tais personagens contribui para afiar o faro dos futuros jornalistas. Mais do que isso, contribui para mostrar à sociedade que os anônimos são protagonistas do cotidiano. Fazem de suas profissões elos com a realidade e, por isso, merecem ser destacados. Erbolato (1978) traz como critério de escolha das notícias o interesse humano. Para o autor, a emoção que um fato contém precisa ser avaliado quando a notícia é selecionada com vista à veiculação, afinal, o leitor estará atento ao que de algum modo lhe é próximo. De fato, as histórias mobilizam sentimentos se bem apresentadas. Para reforçar essa premissa, que remete ao que há de comum em cada personagem anônimo e o leitor, o cuidado com os títulos, com linha-fina, com as legendas, com os intertítulos e com design foi trabalhado na disciplina de Edição. A ação interdisciplinar busca nas fotografias um amparo essencial. Imagens que revelaram os detalhes para complementar as palavras. Esse conjunto fez-se fundamental para a composição do layout das páginas e suas identidades. “É parte do jornalismo e tem duas funções primordiais: estabelecer a identidade visual e comunicar o conteúdo editorial. O resto é arte”. (ALI, 2009, p.95). Para buscar o envolvimento, construiu-se de forma leve, evidenciando os detalhes não só da personagem, como também de seu ambiente diverso: a feira. Lugar comum onde a comunidade se encontra, é espaço democrático que merece ser registrado. Integra a cultura e a memória de uma cidade e de sua gente.਀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀 䔀 吀준䌀一䤀䌀䄀匀 唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀䤀渀椀挀椀愀氀洀攀渀琀攀Ⰰ 昀漀爀愀洀 爀攀愀氀椀稀愀搀愀猀 愀猀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 戀椀戀氀椀漀最爀昀椀挀愀 攀 愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 搀攀 挀愀洀瀀漀⸀ 一愀 瀀爀椀洀攀椀爀愀Ⰰ 爀攀愀氀椀稀漀甀ⴀ猀攀 氀攀椀琀甀爀愀猀 搀攀 琀攀洀愀猀 攀洀攀爀最攀渀琀攀猀 焀甀攀 猀甀猀挀椀琀愀爀愀洀 椀搀攀椀愀猀 瀀愀爀愀 愀 瀀爀漀搀甀漀 搀攀 甀洀愀 最爀愀渀搀攀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀⸀ 一愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 搀攀 挀愀洀瀀漀Ⰰ 挀漀渀栀攀挀攀搀漀爀 搀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀Ⰰ 漀 爀攀瀀爀琀攀爀 昀漀椀 愀琀椀爀愀搀漀 瀀愀爀愀 漀 攀渀挀漀渀琀爀漀 搀攀 猀甀愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀⸀ 一攀猀琀攀 洀漀洀攀渀琀漀Ⰰ 戀甀猀挀漀甀 攀瘀椀搀攀渀挀椀愀爀 焀甀攀洀Ⰰ 搀攀渀琀爀攀 琀愀渀琀漀猀Ⰰ 瀀漀搀攀爀椀愀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀爀 甀洀 搀椀昀攀爀攀渀挀椀愀氀⸀  䌀漀椀洀戀爀愀 ⠀㈀  㐀Ⰰ 瀀⸀㜀㌀⤀ 爀攀洀攀琀攀 愀漀猀 愀甀琀漀爀攀猀 䰀漀瀀攀猀 攀 刀攀椀猀 瀀愀爀愀 搀攀昀椀渀椀爀 愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 爀攀搀漀渀搀愀㨀 ᰀ唠洀 搀漀猀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀椀猀 昀愀琀漀爀攀猀 搀攀 猀甀愀 挀漀渀昀椀最甀爀愀漀  愀 爀攀瘀攀氀愀漀 最爀愀搀甀愀氀 搀漀猀 猀攀甀猀 琀爀愀甀洀愀猀Ⰰ 瘀愀挀椀氀愀攀猀 攀 漀戀猀攀猀猀攀猀⸀ 준 甀洀愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 搀椀渀洀椀挀愀 攀 洀甀氀琀椀昀愀挀攀琀愀搀愀⸀ᴀ No processo de captação das informações primou-se por uma vivência intensa no dia a dia da feirante. As observações foram além da percepção do modo de vida da personagem. Buscou-se também entre os fregueses conhecer um pouco mais da feirante. ਀儀甀愀渀琀漀 愀漀 昀漀挀漀 渀愀爀爀愀琀椀瘀漀Ⰰ 䌀漀椀洀戀爀愀 ⠀㈀  㐀Ⰰ 瀀⸀㐀㘀⤀ 琀爀愀稀 愀漀 琀攀砀琀漀 搀攀 䰀椀最椀愀 䰀攀椀琀攀 瀀愀爀愀 攀砀瀀氀椀挀愀爀 漀 洀漀搀漀 搀攀 渀愀爀爀愀爀 ᰀ攠甀 挀漀洀漀 琀攀猀琀攀洀甀渀栀愀ᴀⰠ 攀洀 焀甀攀 漀 渀愀爀爀愀搀漀爀 焀甀攀 琀攀洀 瀀爀攀猀攀渀愀 渀漀 椀渀琀攀爀椀漀爀 搀愀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀  瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 攀Ⰰ 搀愀 瀀攀爀椀昀攀爀椀愀Ⰰ 渀愀爀爀愀 漀猀 愀挀漀渀琀攀挀椀洀攀渀琀漀猀Ⰰ 甀琀椀氀椀稀愀渀搀漀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀 焀甀攀 挀漀氀栀攀甀 攀 愀焀甀椀氀漀 焀甀攀 瘀椀甀 攀 漀甀瘀椀甀⸀  Ele narra em 1ª pessoa, mas é um "eu" já interno à narrativa, que vive os acontecimentos aí descritos como personagem secundária que pode observar, desde dentro, os acontecimentos, e, portanto, dá-los ao leitor de modo mais direto, mais verossímil. (LEITE, 2007, p.37).਀䔀猀琀攀 昀漀挀漀 渀愀爀爀愀琀椀瘀漀 昀漀椀 攀猀挀漀氀栀椀搀漀 瀀漀爀焀甀攀Ⰰ 愀瀀攀猀愀爀 搀攀 漀 爀攀瀀爀琀攀爀 瘀椀瘀攀渀挀椀愀爀 愀氀最甀渀猀 昀愀琀漀猀 攀 琀攀猀琀攀洀甀渀栀愀爀 漀猀 愀挀漀渀琀攀挀椀洀攀渀琀漀猀Ⰰ 渀漀 挀漀渀猀攀最甀攀 猀愀戀攀爀 漀 焀甀攀 猀攀 瀀愀猀猀愀 渀愀 挀愀戀攀愀 搀漀猀 漀甀琀爀漀猀Ⰰ 愀瀀攀渀愀猀 瀀漀搀攀 椀渀昀攀爀椀爀 漀甀 氀愀渀愀爀 栀椀瀀琀攀猀攀猀⸀ 䌀漀椀洀戀爀愀 ⠀㈀  㐀⤀ 愀昀椀爀洀愀 愀椀渀搀愀 焀甀攀 愀 瀀爀攀猀攀渀愀 搀漀 爀攀瀀爀琀攀爀 渀愀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀 琀攀洀 漀 瀀漀搀攀爀 搀攀 瘀愀氀漀爀椀稀ⴀ氀愀⸀ Nesta reportagem, durante as entrevistas, prestou-se atenção especial quanto aos gestos, olhares, silêncios, características físicas e psicológicas da personagem para a construção precisa de seu perfil. Coimbra (2004) explica que os sentimentos das pessoas – inclusive das entrevistadas pelos repórteres, que se tornam personagens de textos jornalísticos – são expressos através das posturas assumidas por elas.਀䄀 瀀漀猀琀甀爀愀  爀攀瘀攀氀愀搀漀爀愀 瀀漀爀焀甀攀 昀漀爀渀攀挀攀 椀渀搀挀椀漀猀 搀攀 挀愀爀琀攀爀 攀 攀砀瀀爀攀猀猀愀 甀洀愀 愀琀椀琀甀搀攀Ⰰ 椀猀琀漀 Ⰰ 漀猀 猀攀渀琀椀洀攀渀琀漀猀 搀攀 甀洀 椀渀搀椀瘀搀甀漀 攀洀 爀攀氀愀漀 焀甀攀氀攀猀 焀甀攀 漀 挀攀爀挀愀洀⸀ 䔀渀琀爀攀 琀漀搀漀猀 漀猀 挀漀洀瀀漀爀琀愀洀攀渀琀漀猀 渀漀ⴀ瘀攀爀戀愀椀猀Ⰰ 猀甀猀琀攀渀琀愀 䐀愀瘀椀猀Ⰰ 愀 瀀漀猀琀甀爀愀  漀 攀氀攀洀攀渀琀漀 洀愀椀猀 昀挀椀氀 瀀愀爀愀 漀 氀攀椀最漀 漀戀猀攀爀瘀愀爀 攀 椀渀琀攀爀瀀爀攀琀愀爀⸀ ⠀䌀伀䤀䴀䈀刀䄀Ⰰ ㈀  㐀Ⰰ 瀀⸀ ㄀㈀㜀⤀⸀ A escrita jornalística, através da descrição, enriquece o texto. A personagem escolhida é expressiva, transparente e comunicativa, o que facilitou na construção de suas características psicológicas, que segundo Coimbra (2004), podem ser lidas através do riso, da expressão facial, distância, gestos, toque, olhar e até mesmo através do silêncio. Mas vale ressaltar que o objetivo não é expressar conclusões definitivas sobre o caráter e temperamento do personagem, e sim utilizar da ética para reunir uma série de informações e indícios que poderão levar o leitor a tirar suas próprias conclusões, conforme Medina (1990) explica sobre o texto da reportagem impressa.਀䌀漀洀漀 瀀愀爀琀攀 攀洀 戀甀猀挀愀 搀漀 愀瀀爀漀昀甀渀搀愀洀攀渀琀漀 攀 椀洀攀爀猀漀 渀愀 瘀椀搀愀 搀愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀Ⰰ 戀甀猀挀漀甀ⴀ猀攀 爀攀愀氀椀稀愀爀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀 搀攀 挀漀洀瀀爀攀攀渀猀漀 瀀愀爀愀 愀 挀愀瀀琀愀漀 搀愀猀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀Ⰰ 甀琀椀氀椀稀愀搀愀 挀漀洀甀洀攀渀琀攀 渀愀 瀀爀漀搀甀漀 搀攀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀⸀ 䰀椀洀愀 ⠀㈀  㐀⤀ 搀攀猀瀀爀攀稀愀 愀 攀猀瀀攀琀愀挀甀氀愀爀椀稀愀漀 渀愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀Ⰰ 爀攀愀氀椀稀愀渀搀漀ⴀ愀猀 渀愀 洀愀椀漀爀椀愀 搀漀猀 挀愀猀漀猀 挀漀洀 漀 切渀椀挀漀 瀀爀漀瀀猀椀琀漀 搀攀 挀漀洀瀀爀攀攀渀猀漀⸀  Essa compreensão passou por um bom planejamento estratégico de uma pauta, da condução das fotografias, do processo de edição do texto e do próprio design. É a segurança de um resultado com excelência. Mas na produção de uma reportagem de história de vida exige-se do repórter um alcance dimensional superior àquele que é produzido nos veículos periódicos. Portanto, a flexibilidade pode proporcionar ao repórter o encontro de um novo gancho, um novo olhar para as peculiaridades de um fato comum, que facilmente passaria despercebido, caso o entrevistador não abandonasse momentaneamente o roteiro prescrito.਀刀攀猀最愀琀攀 搀攀 洀攀洀爀椀愀⸀ 倀愀爀愀 愀 洀攀氀栀漀爀 挀漀洀瀀爀攀攀渀猀漀 搀漀猀 瀀攀爀昀椀猀 瀀猀椀挀漀氀最椀挀漀 攀 猀漀挀椀愀氀 搀漀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 攀 猀甀愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀攀 瘀椀搀愀Ⰰ  渀攀挀攀猀猀爀椀漀 焀甀攀 漀 爀攀瀀爀琀攀爀 琀攀渀栀愀 瀀攀爀猀瀀椀挀挀椀愀 瀀愀爀愀 猀愀椀爀 搀愀 猀甀瀀攀爀昀椀挀椀愀氀椀搀愀搀攀 攀 氀攀瘀愀爀 漀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀 愀 甀洀愀 瀀爀漀昀甀渀搀椀搀愀搀攀 瀀愀爀愀 漀 爀攀挀漀爀琀攀 搀攀 猀甀愀猀 洀攀洀爀椀愀猀 焀甀攀 猀漀 昀愀琀漀爀攀猀 攀渀爀椀焀甀攀挀攀搀漀爀攀猀 渀愀 挀漀渀猀琀爀甀漀 搀愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀⸀ Pela reconstrução que faz o narrador, é ultrapassado o limite, diminuto, da informação concreta nua e chega-se a uma dimensão superior de compreensão tanto dos atores sociais como da própria realidade maior em que se insere a situação examinada. (COIMBRA, 2004, p. 127).਀吀愀渀琀漀猀 攀氀攀洀攀渀琀漀猀 挀漀渀瘀攀爀最攀渀琀攀猀 琀椀瘀攀爀愀洀 猀甀瀀漀爀琀攀 搀愀猀 搀椀猀挀椀瀀氀椀渀愀猀 搀攀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 䤀洀瀀爀攀猀猀漀Ⰰ 䘀甀渀搀愀洀攀渀琀漀猀 搀愀 倀爀漀搀甀漀 䜀爀昀椀挀愀Ⰰ 刀攀搀愀漀 䨀漀爀渀愀氀猀琀椀挀愀Ⰰ 䔀搀椀漀 攀 倀氀愀渀攀樀愀洀攀渀琀漀 䜀爀昀椀挀漀 攀洀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀⸀
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
A sugestão de tema “História de vida de um feirante” foi apresentada para as disciplinas de Redação Jornalística e Edição. Após a aprovação, foi necessário ir a campo, em uma feira de bairro, para conversar com alguns feirantes com o objetivo de conhecer suas histórias e enfim, encontrar o personagem ideal para a proposta.਀䐀攀挀椀搀椀搀漀 漀 洀攀爀最甀氀栀漀 渀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀 搀攀 甀洀 昀攀椀爀愀渀琀攀Ⰰ 戀甀猀挀漀甀ⴀ猀攀 漀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 攀洀 甀洀愀 昀攀椀爀愀 渀漀 戀愀椀爀爀漀 渀漀 唀爀挀椀愀渀漀 䰀攀洀漀猀Ⰰ 攀洀 䄀爀愀砀⸀ 䌀漀洀漀 漀 攀猀瀀愀漀  瀀攀焀甀攀渀漀 攀 猀甀瀀漀爀琀愀 瀀漀甀挀漀猀 琀爀愀戀愀氀栀愀搀漀爀攀猀Ⰰ 渀漀 昀漀椀 搀椀昀挀椀氀 挀漀渀瘀攀爀猀愀爀 挀漀洀 焀甀愀猀攀 琀漀搀漀猀⸀ 䄀瀀猀 栀漀爀愀猀Ⰰ 猀漀戀 甀洀 猀漀氀 攀猀挀愀氀搀愀渀琀攀 攀 樀 猀攀洀 攀砀瀀攀挀琀愀琀椀瘀愀猀 搀攀 攀渀挀漀渀琀爀愀爀 甀洀愀 瀀攀爀猀漀渀愀氀椀搀愀搀攀 焀甀攀 挀栀愀洀愀猀猀攀 猀甀愀 愀琀攀渀漀Ⰰ 挀栀愀洀漀甀 愀 愀琀攀渀漀 愀 戀愀爀爀愀挀愀 搀攀 瀀椀洀攀渀琀愀猀 攀 搀攀 昀氀漀爀攀猀 搀攀 挀爀漀挀栀⸀ 䄀焀甀攀氀愀 攀爀愀 愀 切渀椀挀愀 戀愀爀爀愀挀愀 焀甀攀 瘀攀渀搀椀愀 愀爀琀攀猀愀渀愀琀漀⸀ 䐀攀 甀洀 氀愀搀漀Ⰰ 愀 搀攀氀椀挀愀搀攀稀愀 搀愀猀 昀氀漀爀攀猀 昀攀椀琀愀猀  洀漀Ⰰ 瀀漀爀 漀甀琀爀漀Ⰰ 漀 瘀攀爀洀攀氀栀漀 瀀椀挀愀渀琀攀 搀攀 瀀椀洀攀渀琀愀猀 挀漀氀栀椀搀愀猀 渀愀 瀀爀瀀爀椀愀 挀愀猀愀⸀ 䤀爀漀渀椀挀愀洀攀渀琀攀 漀甀 渀漀Ⰰ 搀攀猀挀漀戀爀椀甀ⴀ猀攀 洀愀椀猀 愀搀椀愀渀琀攀 焀甀攀 攀猀琀攀 挀漀渀琀爀愀猀琀攀 攀爀愀 漀 爀攀昀氀攀砀漀 搀愀 瀀攀爀猀漀渀愀氀椀搀愀搀攀 搀愀 昀攀椀爀愀渀琀攀Ⰰ 搀漀渀愀 搀愀 戀愀爀爀愀挀愀Ⰰ 焀甀攀 攀洀戀漀爀愀 昀漀猀猀攀 愀爀搀攀渀琀攀 攀 愀最椀琀愀搀愀Ⰰ 琀愀洀戀洀 攀爀愀 搀攀氀椀挀愀搀愀 攀 愀洀瘀攀氀⸀ 䔀 攀猀琀愀Ⰰ 昀漀椀 愀瀀攀渀愀猀 甀洀愀 搀攀 瘀爀椀愀猀 漀甀琀爀愀猀 瀀攀挀甀氀椀愀爀椀搀愀搀攀猀 焀甀攀 愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀瘀愀⸀  As entrevistas com a personagem foram marcadas já no primeiro encontro. Como técnica de pesquisa para a construção de “Uma só agulha, uma vida apenas”, realizou-se a observação a campo no período de quatro dias junto à entrevistada.਀䄀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀 昀漀爀愀洀 爀攀愀氀椀稀愀搀愀猀 攀洀 搀甀愀猀 昀攀椀爀愀猀 攀洀 焀甀攀 愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 琀爀愀戀愀氀栀愀㨀 渀愀 昀攀椀爀愀 搀攀 戀愀椀爀爀漀 攀 琀愀洀戀洀 渀愀 昀攀椀爀愀 愀爀琀攀猀愀渀愀氀 渀漀 挀攀渀琀爀漀 搀愀 挀椀搀愀搀攀⸀ 伀 爀攀瀀爀琀攀爀 攀渀琀攀渀搀攀甀 焀甀攀 猀攀甀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀 瀀愀瀀攀氀  漀甀瘀椀爀Ⰰ 攀Ⰰ 渀漀 攀渀琀愀渀琀漀Ⰰ 爀攀愀氀椀稀漀甀 瀀漀甀挀愀猀 瀀攀爀最甀渀琀愀猀 瀀愀爀愀 愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀Ⰰ 琀攀渀琀愀渀搀漀 猀攀洀瀀爀攀 渀漀 椀渀琀攀爀爀漀洀瀀攀爀 猀攀甀 爀愀挀椀漀挀渀椀漀⸀ 䄀漀猀 瀀漀甀挀漀猀Ⰰ 愀 椀渀挀攀渀琀椀瘀漀甀 愀 挀漀渀琀愀爀 猀漀戀爀攀 猀攀甀 搀椀愀ⴀ愀ⴀ搀椀愀Ⰰ 愀 戀甀猀挀愀爀 洀攀洀爀椀愀猀 洀攀爀最甀氀栀愀渀搀漀 攀洀 猀攀甀 瀀愀猀猀愀搀漀 攀 瀀爀攀漀挀甀瀀漀甀ⴀ猀攀 攀洀 搀攀椀砀ⴀ氀愀  瘀漀渀琀愀搀攀 瀀愀爀愀 搀攀猀愀戀愀昀愀爀⸀ 䔀洀 伀 搀椀氀漀最漀 瀀漀猀猀瘀攀氀Ⰰ 䌀爀攀洀椀氀搀愀 䴀攀搀椀渀愀 爀攀洀攀琀攀 愀 甀洀愀 挀椀琀愀漀 搀攀 䔀搀最愀爀 䴀漀爀椀渀 瀀愀爀愀 昀愀氀愀爀 猀漀戀爀攀 愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀 搀椀氀漀最漀㨀 Em certos casos felizes, a entrevista torna-se diálogo. Este diálogo é mais que uma conversação mundana. É uma busca em comum. O entrevistador e o entrevistado colaboram no sentido de trazer à tona uma verdade que pode dizer respeito à pessoa do entrevistado ou a um problema. (MEDINA apud MORIN,1990, p.15).਀ऀ Todas as conversas foram gravadas por áudio através do celular e, em momento algum, percebeu-se a inibição da entrevistada devido ao equipamento. Devido à quantidade de horas de gravação, a decupagem contemplou os pontos mais importantes da entrevista. A memória fotográfica para descrever o comportamento da personagem foi utilizada com frequência. Este processo ocorreu sempre no final de cada entrevista, para que, assim, não houvesse o risco do esquecimento de fatos importantes.਀䐀甀爀愀渀琀攀 愀 挀漀渀猀琀爀甀漀 搀愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀Ⰰ 漀 爀攀瀀爀琀攀爀 瀀爀攀漀挀甀瀀漀甀ⴀ猀攀 攀洀 攀猀挀爀攀瘀攀爀 愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀 焀甀攀 瀀爀攀猀攀渀挀椀漀甀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀漀 漀氀栀愀爀 搀愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀 愀戀猀琀攀渀搀漀ⴀ猀攀 搀愀 猀甀戀樀攀琀椀瘀椀搀愀搀攀 漀 洀砀椀洀漀 瀀漀猀猀瘀攀氀⸀ 一漀 搀攀猀挀愀爀琀愀渀搀漀 愀 愀瀀甀爀愀漀 搀漀猀 昀愀琀漀猀Ⰰ 愀漀 渀愀爀爀愀爀 甀洀愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀攀 瘀椀搀愀Ⰰ 愀 瀀爀攀漀挀甀瀀愀漀 瀀爀椀洀爀椀愀 渀漀  愀 瘀攀爀搀愀搀攀 挀漀渀琀愀搀愀 瀀攀氀漀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀Ⰰ 洀愀猀 攀猀挀爀攀瘀攀爀 甀洀 琀攀砀琀漀 瀀爀攀挀椀猀漀 攀 昀椀攀氀 搀愀 瘀椀猀漀 搀攀 洀甀渀搀漀 挀漀渀琀愀搀愀 瀀攀氀愀 瀀攀爀猀漀渀愀氀椀搀愀搀攀⸀  As fotografias realizadas pelo repórter em seu último encontro com a entrevistada que ocorreram na loja da feira artesanal contribuíram para ilustração, melhor compreensão da reportagem e identificação da personagem.਀ऀ伀 琀攀砀琀漀 昀漀椀 愀瘀愀氀椀愀搀漀 攀 瀀愀猀猀漀甀 瀀漀爀 爀攀瘀椀猀漀Ⰰ 戀攀洀 挀漀洀漀 愀猀 昀漀琀漀最爀愀昀椀愀猀 昀漀爀愀洀 愀渀愀氀椀猀愀搀愀猀 瀀愀爀愀 焀甀攀 搀攀猀猀攀洀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 愀 挀愀搀愀 瀀最椀渀愀⸀ Daí, partiu-se para o processo de diagramação das páginas, incluindo a capa do Jornal Revelação, que privilegiou a sensibilidade da personagem. O primeiro passo no processo de produção gráfica foi a realização do rafe, ou seja, um planejamento gráfico para alinhar texto, design e fotografia de forma equilibrada conforme a proposta. Em seguida, foi utilizado o programa Adobe Indesign para a execução.਀ऀ䠀漀甀瘀攀 瀀爀攀漀挀甀瀀愀漀 愀漀 甀琀椀氀椀稀愀爀 漀 瀀爀椀渀挀瀀椀漀 搀愀 瀀爀漀砀椀洀椀搀愀搀攀 瀀愀爀愀 愀氀挀愀渀愀爀 漀 攀昀攀椀琀漀 搀攀 漀爀最愀渀椀稀愀漀 ⠀圀椀氀氀椀愀洀猀Ⰰ ㄀㤀㤀㔀⤀⸀ 伀猀 椀琀攀渀猀 昀漀爀愀洀 搀椀猀瀀漀猀琀漀猀 搀攀 昀漀爀洀愀 愀 猀攀 爀攀氀愀挀椀漀渀愀爀 攀 愀最爀甀瀀愀爀Ⰰ 瀀爀漀瀀漀爀挀椀漀渀愀渀搀漀 甀洀 挀漀渀樀甀渀琀漀 挀漀洀 愀 瀀攀爀猀瀀攀挀琀椀瘀愀 搀攀 挀漀攀猀漀Ⰰ 漀甀 猀攀樀愀Ⰰ 挀漀洀 愀 瀀攀爀猀瀀攀挀琀椀瘀愀 搀攀 漀昀攀爀攀挀攀爀 愀漀 氀攀椀琀漀爀 愀 甀渀椀搀愀搀攀 瘀椀猀甀愀氀⸀  O princípio do alinhamento obriga a pessoa a ser consciente: já não se pode simplesmente jogar as coisas na página nos lugares onde houver espaço. Quando os itens são alinhados na página, há uma unidade coesa, mais forte. Mesmo quando os elementos estiverem fisicamente separados uns dos outros, se estiverem alinhados, haverá uma linha invisível conectando-os, tanto em relação aos seus olhos quando a sua mente. (WILLIAMS, 1995, p.27).਀ऀ䄀 攀琀愀瀀愀 昀椀渀愀氀 昀漀椀 愀 爀攀瘀椀猀漀 昀椀渀愀氀 攀 愀瀀爀漀瘀愀漀 搀漀 洀愀琀攀爀椀愀氀 瀀攀氀漀 挀漀爀瀀漀 攀搀椀琀漀爀椀愀氀Ⰰ 挀漀洀瀀漀猀琀漀 瀀攀氀漀猀 瀀爀漀昀攀猀猀漀爀攀猀 搀攀 刀攀搀愀漀 䨀漀爀渀愀氀猀琀椀挀愀Ⰰ 䔀搀椀漀 攀 倀爀漀搀甀漀 䜀爀昀椀挀愀⸀
 
CONSIDERAÇÕES
Para o repórter, o papel de gatekeeper no processo de selecionar as informações que, de fato, iriam para a reportagem, talvez, foi um dos processos mais difíceis de realizar. Procurou-se um ângulo que não vitimasse a personagem, tampouco a tornasse uma heroína, mas que simplesmente desse voz a autora de sua própria história comum.਀䐀攀猀搀攀 漀 洀漀洀攀渀琀漀 搀愀 瀀爀漀瀀漀猀琀愀 搀愀 瀀愀甀琀愀Ⰰ 愀 椀渀猀瀀椀爀愀漀 瀀愀爀愀 琀漀搀漀 漀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 搀攀 瀀爀漀搀甀漀 攀 挀漀渀猀琀爀甀漀 搀愀 洀愀琀爀椀愀Ⰰ 猀甀爀最椀甀 搀愀 氀攀椀琀甀爀愀 搀攀 ᰀ传 漀氀栀漀 搀愀 爀甀愀ᴀ†搀愀 樀漀爀渀愀氀椀猀琀愀 攀 攀猀挀爀椀琀漀爀愀 䔀氀椀愀渀攀 䈀爀甀洀⸀ 伀 氀椀瘀爀漀Ⰰ 愀搀漀琀愀搀漀 渀愀 搀椀猀挀椀瀀氀椀渀愀 搀攀 刀攀搀愀漀 䨀漀爀渀愀氀猀琀椀挀愀 渀愀 焀甀愀爀琀愀 攀琀愀瀀愀 搀漀 挀甀爀猀漀Ⰰ  甀洀愀 挀漀洀瀀椀氀愀漀 搀攀 搀攀稀 洀攀氀栀漀爀攀猀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀渀猀 搀愀 愀甀琀漀爀愀Ⰰ 琀漀搀愀猀 攀洀 瀀爀漀昀甀渀搀椀搀愀搀攀 攀 渀愀爀爀愀搀愀猀 搀攀 甀洀愀 昀漀爀洀愀 氀椀琀攀爀爀椀愀 焀甀攀 渀漀 戀愀渀愀氀椀稀愀 漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 椀渀昀漀爀洀愀琀椀瘀漀⸀ O maior desafio do repórter foi ser fiel a tudo que presenciou, e para que assim fosse, preocupou-se com a descrição de todo o ambiente, gestos da personagem, tom de voz e até memórias olfativas, para que assim, a reportagem fosse o espelho da realidade. ਀一漀 琀爀洀椀渀漀 渀愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀Ⰰ 瀀攀爀挀攀戀攀甀ⴀ猀攀 愀 椀洀瀀漀爀琀渀挀椀愀 搀攀 氀攀瘀愀爀 漀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 渀甀洀愀 瘀椀愀最攀洀 瀀攀氀漀 爀攀猀最愀琀攀 搀攀 猀甀愀猀 洀攀洀爀椀愀猀Ⰰ 攀 挀漀洀漀 琀愀洀戀洀  攀猀猀攀渀挀椀愀氀 漀戀琀攀爀 戀漀愀 挀漀洀瀀爀攀攀渀猀漀 搀愀 昀愀氀愀Ⰰ 洀愀猀 洀甀椀琀漀 洀愀椀猀 焀甀攀 椀猀猀漀Ⰰ  椀洀瀀爀攀猀挀椀渀搀瘀攀氀 爀攀猀瀀攀椀琀愀爀 漀 猀椀氀渀挀椀漀 攀 愀瀀爀攀渀搀攀爀 愀 漀甀瘀椀爀 漀 焀甀愀渀琀漀 攀氀攀 琀攀洀 愀 搀椀稀攀爀⸀  Participar deste trabalho foi um momento de engrandecimento em que se aprendeu que para a construção de uma reportagem em profundidade é preciso mergulhar na realidade do outro e calçar os seus sapatos para, talvez, compreendê-lo. E como lição, leva-se que por mais importante e impactante que seja a informação que se tenha em mãos, nada vale mais que a ética e sabedoria para nem sempre usá-la.਀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀䄀䰀䤀Ⰰ 䘀琀椀洀愀⸀ 䄀 愀爀琀攀 搀攀 攀搀椀琀愀爀 爀攀瘀椀猀琀愀猀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䔀搀⸀ 䌀漀洀瀀愀渀栀椀愀 䔀搀椀琀漀爀愀 一愀挀椀漀渀愀氀Ⰰ ㈀  㤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䈀䄀䠀䤀䄀Ⰰ 䨀甀愀爀攀稀⸀ 䐀椀挀椀漀渀爀椀漀 搀攀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 䴀愀甀愀搀 䔀搀椀琀漀爀愀 䰀琀搀愀Ⰰ ㈀ ㄀㔀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䌀伀䤀䴀䈀刀䄀Ⰰ 伀猀眀愀氀搀漀⸀ 伀 吀攀砀琀漀 搀愀 刀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 䤀洀瀀爀攀猀猀愀㨀 甀洀 挀甀爀猀漀 猀漀戀爀攀 猀甀愀 攀猀琀爀甀琀甀爀愀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䔀搀⸀ 䄀昀椀氀椀愀搀愀Ⰰ ㈀  㐀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䔀刀䈀伀䰀䄀吀伀Ⰰ 䴀⸀ 吀挀渀椀挀愀猀 搀攀 挀漀搀椀昀椀挀愀漀 攀洀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 嘀漀稀攀猀Ⰰ ㄀㤀㜀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䘀伀一匀䔀䌀䄀Ⰰ 䄀渀搀爀 䄀稀攀瘀攀搀漀 搀愀㬀 匀䄀一吀伀匀Ⰰ 䜀爀愀稀椀攀氀氀愀 吀愀瘀愀爀攀猀 搀漀猀⸀ 刀攀瘀攀氀愀漀㨀 樀漀爀渀愀氀ⴀ氀愀戀漀爀愀琀爀椀漀 搀漀 挀甀爀猀漀 搀攀 䌀漀洀甀渀椀挀愀漀 匀漀挀椀愀氀 搀愀 唀渀椀甀戀攀⸀ ㈀  㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀䔀䤀吀䔀Ⰰ 䰀椀最椀愀⸀ 伀 昀漀挀漀 渀愀爀爀愀琀椀瘀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䔀搀⸀ 䄀昀椀氀椀愀搀愀Ⰰ ㈀  㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀䤀䴀䄀Ⰰ 䔀搀瘀愀氀搀漀⸀ 倀最椀渀愀猀 䄀洀瀀氀椀愀搀愀猀⸀ 䈀愀爀甀攀爀椀㨀 䔀搀⸀ 䴀愀渀漀氀攀Ⰰ ㈀  㐀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䔀䐀䤀一䄀Ⰰ 䌀爀攀洀椀氀搀愀⸀ 䔀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀㨀 漀 搀椀氀漀最漀 瀀漀猀猀瘀攀氀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䔀搀⸀ 섀琀椀挀愀Ⰰ ㄀㤀㤀 ⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀圀䤀䰀䰀䤀䄀䴀匀Ⰰ 刀漀戀椀渀⸀ 䐀攀猀椀最渀 瀀愀爀愀 焀甀攀洀 渀漀  搀攀猀椀最渀㨀 渀漀攀猀 戀猀椀挀愀猀 搀攀 瀀氀愀渀攀樀愀洀攀渀琀漀 瘀椀猀甀愀氀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䌀愀氀氀椀猀Ⰰ ㄀㤀㤀㔀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀