INSCRIÇÃO: | 01016 |
CATEGORIA: | PT |
MODALIDADE: | PT01 |
TÍTULO: | Percursos de Produção e Estratégias Editoriais no Livro "Impressões de Um Rato de Cinema" |
AUTORES: | Gustavo Nery Dutra Guedes (Universidade de Fortaleza); Ravelle Frota Aguiar Gadelha (Universidade de Fortaleza); Eduardo Nunes Freire (Universidade de Fortaleza) |
PALAVRAS-CHAVE: | Edição de Livro, Produção Editorial, Crítica Cinematográfica, Design Editorial, Jornalismo Opinativo |
RESUMO | |
O presente artigo objetiva apresentar detalhes da concepção e produção do livro “Impressões de Um Rato de Cinema”, que traz como foco o jornalismo opinativo por meio da crítica cinematográfica. Definido como um registro das produções textuais do autor principal dentro do gênero de análise fílmica durante seu período como estudante de graduação, o livro é composto por discussões teóricas a respeito do histórico e evolução da crítica de cinema e uma coletânea de exemplos práticos. Neste documento, são descritos detalhadamente os aspectos técnicos que compõem o livro e suas etapas de produção. | |
INTRODUÇÃO | |
O livro Impressões de Um Rato de Cinema, apresentado em 2017 como Trabalho de Conclusão de Curso (sob a modalidade produto) de Gustavo Nery Dutra Guedes, consiste em uma publicação que reúne a maior parte das críticas cinematográficas produzidas por ele durante o período como aluno de graduação em Comunicação Social - Jornalismo (2013-2017) da Universidade de Fortaleza. A escolha de produzir-se um livro como plataforma para os textos advém da compreensão de que livros derivados de conteúdo jornalístico têm presença gradativa no mercado editorial brasileiro. Edvaldo Pereira Lima (2009), na contracapa de seu livro "Páginas Ampliadas”, reforça a ideia do mérito de uma obra do gênero: Produto cultural singular, tem base jornalística, expoente da melhor tradição de reportar o real com clareza, precisão, contexto. É instrumento significativo de leitura da contemporaneidade. [...] Trabalho autoral, ousa experimentar opções inovadoras de observação, análise, expressão. (LIMA, 2009). Pensado em conjunto com o professor orientador do projeto, Eduardo Freire, e produzido com viés interdisciplinar, o livro apresentado neste relatório e as pesquisas teóricas que o precederam tiveram o propósito de desenvolver habilidades dentro da área de produção editorial, para que o estudante envolvido na editoração compreendesse a melhor forma de aplicar artifícios gráficos (como a escolha de cores, tipografia e organização da obra) de maneira que o projeto, seu conteúdo e suas informações fossem transmitidos da forma mais criativa e efetiva possível. | |
OBJETIVO | |
O objetivo principal de “Impressões de Um Rato de Cinema”, quanto obra, é atuar como um parâmetro que avalia o crescimento acadêmico e profissional de um aluno durante a graduação em Jornalismo. Sua produção permite compreender como o estudo de determinadas disciplinas de cunho histórico, prático e analítico pode afetar a produção textual em relação à construção de argumentos na prática da crítica cinematográfica. Durante a análise, assume-se que as características de um bom texto crítico, segundo Piza (2003), assemelham-se às de um bom texto jornalístico. De acordo com ele, deve-se ter: Primeiro, (...) clareza, coerência, agilidade. Segundo, deve informar ao leitor o que é a obra ou o tema em debate, resumindo sua história, suas linhas gerais, quem é o autor, etc. Terceiro, deve analisar a obra de modo sintético mas sutil, esclarecendo o peso relativo de qualidades e defeitos, evitando o tom de “balanço contábil” ou a mera atribuição de adjetivos. Até aqui, tem-se uma boa resenha. Mas há um quarto requisito, mais comum nos grandes críticos, que é a capacidade de ir além do objeto analisado, de usá-lo para uma leitura de algum aspecto da realidade, de ser ele mesmo, o crítico, um autor, um intérprete do mundo. (PIZA, 2003, p.70) Ao estimular a prática do jornalismo opinativo por meio da crítica de cinema, a produção do livro propôs aprofundar pesquisas em relação ao histórico do gênero, sua estrutura e outros aspectos; isso para melhor introduzir o leitor ao tema e fomentar reflexões sobre os impactos da conectividade pós-moderna nele, reconhecendo que “a crítica sempre foi objeto de calorosas discussões, seja no campo da comunicação ou das artes em geral.” (BRAGA, 2013). Quanto a fins específicos, o projeto objetivou desenvolver as habilidades do autor como responsável por liderar uma publicação editorial, incentivando-o a compreender melhor sobre as características da área e seus diversos requisitos e detalhes, em especial sua relação com o design gráfico. | |
JUSTIFICATIVA | |
Com o passar dos anos, o contínuo avanço tecnológico, junto à crescente demanda de produtos relacionados ao design gráfico, levou profissionais dos segmentos da comunicação social a desenvolverem métodos para quaisquer projetos gráficos de publicações impressas, principalmente no que é relacionado à editoração. O design editorial, que abrange a criação de projetos de livros, jornais e revistas, sendo estes destinados à plataforma impressa ou digital, acompanhou a modernização das máquinas tipográficas de impressão e os estilos estéticos do design de cada época e tornou-se indispensável na propagação do conhecimento e da cultura em todas as partes do mundo. É uma arte que não pretende chamar atenção para si, e sim para as palavras ali escritas; para Hendel (2003) na sua obra “O Design do Livro”, o bom designer deve utilizar ferramentas para chamar atenção do leitor e causar um efeito sobre o mesmo: O design de livro é diferente de todos os outros tipos de design gráfico. O trabalho real de um designer de livro não é fazer as coisas parecerem “legais”, diferentes ou bonitinhas. É descobrir como colocar uma letra ao lado da outra de modo que as palavras do autor pareçam saltar da página. O design de livro não se deleita com sua própria engenhosidade; é posto a serviço das palavras. Um bom design só pode ser feito por pessoas acostumadas a ler — por aquelas que perdem tempo em ver o que acontece quando as palavras são compostas num tipo determinado. (HENDEL, 2003). Para a preparação de um livro, é necessária bagagem considerável de pesquisas prévias e análises, tanto em relação a termos práticos quanto em teorias e ciências. Seguindo os pilares “desenvolvimento em pesquisa”, “exercício em jornalismo” e, consequentemente, “fortalecimento de habilidades”, a realização deste projeto encontrou importância ao requisitar, unir e, posteriormente, ampliar, conhecimentos teórico-práticos, tanto em relação à produção jornalística e à apreciação cinematográfica, quanto à produção editorial e à aplicação do design gráfico em sua vertente voltada à editorias. Em perspectivas acadêmicas, a realização deste projeto apresentou-se como relevante por permitir uma maior proximidade científica e aprofundamentos teóricos a respeito do jornalismo opinativo, dos históricos de estrutura, produção e publicação da crítica de cinema e do estudo e aplicação dos princípios básicos do design. A motivação para a elaboração do livro consistiu no desejo de reavaliar o conteúdo produzido pelo autor durante o período contemplado pelo produto, na justificativa de perceber-se a presença de um progresso pessoal e técnico na produção de resenhas opinativas durante seus estudos e exercícios práticos realizados ao longo de sua posição quanto estudante de comunicação, atribuindo-se a crítica de cinema como um gênero dentro da categoria de jornalismo opinativo e considerando que “a diferenciação entre as categorias jornalismo informativo e jornalismo opinativo emerge da necessidade sociopolítica de distinguir os fatos (news/stories) das suas versões (comments), ou seja, delimitar os textos que continham opiniões explícitas” (MELO, 2003). Ao revisitar o material, questionou-se: seria o aprofundamento proporcionado pelo curso e suas disciplinas um elemento influenciador capaz de contribuir para a melhoria e amadurecimento da práxis em análise cinematográfica, uma divisão textual disseminada de forma tão relevante em muitos periódicos culturais e portais online? | |
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS | |
1. FERRAMENTAS DIGITAIS Para a realização de “Impressões de Um Rato de Cinema”, foi essencial o uso de três ferramentas digitais: os softwares Adobe Illustrator e Adobe InDesign, necessários para a elaboração de elementos visuais característicos do design do livro e de sua diagramação, e o Google Drive, uma ferramenta de armazenamento e compartilhamento online de arquivos (também popularmente denominado como “armazenamento em nuvem”). A escolha destas ferramentas da Adobe deu-se por sua popular utilização no mercado de design editorial, fator que também tornou seu uso e sua prática comum em disciplinas envolvendo computação gráfica da graduação em Jornalismo oferecida pela Universidade de Fortaleza. Já a opção pelo programa online Google Drive foi realizada levando em consideração sua gratuidade e seu aspecto de dinamicidade, características que a tornam uma ferramenta fácil e muito utilizada para compartilhamento de arquivos. 2. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS: formato do livro, mancha gráfica, hierarquia da informação e escolhas tipográficas O formato final do livro segue as dimensões de 12,5cm de largura por 21cm de altura. Esta decisão foi realizada no intuito de permitir o emprego de imagens maiores, mas de forma a não comprometer o tamanho do livro (principalmente em relação à largura) e o fluxo de leitura de seu conteúdo textual. A publicação, ao seguir estas dimensões, possibilita também maior facilidade em seu transporte. Quanto à disposição da mancha gráfica, é importante destacar que foi pensada de forma a valorizar a experiência de imersão e leitura do livro, trazendo uma dinâmica menos formal e mais ágil. Sobre a disposição textual, Samara (2011, p. 9) afirma que “o público pode até ser seduzido por novos truques de impressão ou por uma fotografia vistosa, mas se o conteúdo for mal organizado, visualmente difícil ou cansativo, o material será abandonado”. No caso da publicação aqui discutida, os parágrafos foram organizados sem recuo, distinguindo-se a partir da aplicação de espaçamento entre eles. Este modelo foi herdado da maneira como os textos estão dispostos online, aproximando-os das publicações originais e fazendo uso dos ideais de leitura simplificada característicos da internet, que propõem uma leitura articulada. A proposta de hierarquia da informação seguida na organização do livro, principalmente nos segundo e terceiro capítulos, traz a seguinte estrutura: Título do filme (aplicado em tipografia estilo negrito e na respectiva cor do capítulo); título da respectiva publicação original disponível online (aplicado em tipografia estilo negrito); responsáveis pela direção do filme e ano original de lançamento; informações sobre a publicação original, como data e portal (aplicadas em tipografia estilo condensado); informações sobre os prêmios Oscar conquistados pelo filme, caso ele possua algum (aplicadas em tipografia estilo condensado); pôster do filme; código QR linkado ao trailer do longa-metragem; texto de análise do filme. No outros capítulos, a divisão de informações e subtemas ocorre por meio da aplicação de intertítulos. Na lateral das páginas, ao lado do “cabeçalho” de cada filme, encontra-se disposta de forma vertical a avaliação geral do filme em uma escala de uma a cinco estrelas (sendo uma estrela a nota mínima, e cinco estrelas a máxima) e uma indicação de prêmios Oscar, caso a produção em análise possua algum. Em algumas páginas, também é possível encontrar um recurso semelhante ao “olho” jornalístico, que destaca frases de personagens do filme apresentado ou de canções utilizadas em sua trilha sonora. A escolha de uma família tipográfica adequada é essencial para garantir um melhor aproveitamento da mancha gráfica e efetivar os objetivos propostos pela hierarquia da informação. Sobre o uso de fontes na comunicação visual, Lumpton (2015) afirma: A tipografia incorpora a linguagem escrita de uma forma concreta. Uma fonte comunica através de seus traços, proporções e peso visual. Os caracteres são agrupados em colunas e grids, em corpos de texto e títulos, em blocos e listas; esses elementos gráficos sustentam sua própria presença física (LUMPTON, 2015, p. 08) Para o título do filme (ou tópico de subtema), título da publicação original, nome dos diretores e ano de produção, a fonte utilizada é Clan-ProBold, que segue a proposta de uso de uma tipografia estilo negrito. Os tamanhos aplicados são: 24 para título do filme ou tópico; 10 para título da publicação original; 14 para o nome dos diretores e 14 para o ano de lançamento do filme. Para as informações relativas à publicação original e prêmios, a tipografia utilizada é ClanPro-CondBook, em tamanho 10, mantendo a família tipográfica e seguindo a proposta de uso de uma tipografia estilo condensada. Para o corpo de texto (no caso, os parágrafos de conteúdo da crítica cinematográfica), a fonte utilizada é a MinionPro, tamanho 10. Nas legendas, é utilizada a tipografia CleanPro-CondThin, tamanho 10. A família de fontes CleanPro e MinionPro é utilizada nos textos de abertura, e a tipografia Hitchcock é utilizada na arte de capa e na abertura de capítulos, seguindo as referências visuais discutidas mais à frente neste relatório. 3. CORES Definida a partir dos estudos de psicodinâmica das cores, levando em consideração as pesquisas de Eva Heller (2013), a paleta utilizada em “Impressões de Um Rato de Cinema” consiste principalmente na aplicação de elementos em variações de vermelho, púrpura (violeta), dourado e azul. O vermelho, de acordo com a pesquisadora, é uma cor que relaciona-se com ideais de atividade, dinamismo, paixão, atividade e poder. “Vermelho é a cor simbólica de todas as atividades que exigem mais paixão do que compreensão” (HELLER, 2013, p. 127). Sua proposta de dinâmica remete à imagem em movimento que é o cinema; assim como seu aspecto de poder é referenciado nos tradicionais tapetes em cor vermelha dos eventos hollywoodianos. O violeta, em conjunto com cores metálicas (prata ou ouro), é visto por Heller (2013, p. 370) como um “acorde da elegância não convencional”. Seu emprego no livro remete ao fantástico e mágico, aspecto que relaciona-se ao cinema por este transformar situações irreais em realidade. Seu uso em tom próximo ao púrpura expressa ideais de poder (HELLER, 2013, p. 360). A escolha da cor também faz alusão ao filme A Rosa Púrpura do Cairo (1985), de Woody Allen, no qual a protagonista Cecilia, interpretada pela premiada atriz Mia Farrow, é uma frequentadora assídua de um cinema local, usando os filmes como ferramenta de escapismo em seu infeliz cotidiano. Para os detalhes visuais do primeiro capítulo, foi empregada a cor azul. Por tratar-se de um trecho do livro com forte discussão teórica, a escolha desta cor deu-se a partir de sua atribuição a aspectos do intelecto. “O azul é a principal cor das virtudes intelectuais. Seu acorde típico é azul e branco. Essas são as principais cores da inteligência, da ciência, da concentração.” (HELLER, 2013, p. 60) Quanto à aplicação da cor dourada, esta ocorre principalmente para destacar detalhes da publicação. Seu uso remete aos famosos prêmios cinematográficos; dentre eles, o Oscar, cujo tradicionalismo e relevância para a indústria do cinema tornaram sua vitória um fator a ser informado no “cabeçalho” dos filmes apresentados na publicação. Heller (2013) comenta sobre a relação da cor com as premiações: A fama brilha feito ouro. Filmes com astros famosos são filmes de “muitos quilates”. Os prêmios cinematográficos que existem na Alemanha são o “Urso de Ouro” e o “Bambi de Ouro”; na França, temos a “Palma de Ouro”; na China, o “Galo de Ouro”. E, naturalmente, o prêmio Oscar, de Hollywood, também é de ouro. (HELLER, 2013 p. 431) O emprego da aplicação da cor dourada nos capítulos do livro pode ser percebido, por exemplo, nas estrelas de classificação dos filmes, sendo utilizada para preenchê-las de acordo com a “nota” atribuída a cada. | |
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO | |
1. ESTRUTURA DO LIVRO A estrutura do livro, em sua versão prototipada, organiza-se da seguinte forma: Elementos iniciais (folha de rosto, ficha catalográfica, sumário, etc); prefácio; introdução; capítulo de discussões teóricas; capítulo de apresentação das produções laboratoriais (textos realizados entre os anos 2013 e 2014); capítulo de apresentação das demais produções (textos realizados entre os anos 2015 e 2017); referências e recomendações bibliográficas. Assumindo a temática do livro, os capítulos foram renomeados de forma lúdica, tal qual a organização narrativa de um filme: a introdução foi renomeada como “Créditos Iniciais”; o capítulo teórico como “Primeiro Ato”; o capítulo de produções experimentais de “Segundo Ato”; o capítulo das produções conseguintes (2015-2017) como “Terceiro Ato” e o capítulo destinado à bibliografia de “Créditos Finais”. O “Primeiro Ato” é resultante de pesquisas teóricas e consiste em uma síntese objetiva e introdutória da crítica cinematográfica, apresentando, além de seu histórico básico, algumas perspectivas, divididas em subtemas, acerca de sua produção e realização. Os capítulos “Segundo Ato” e “Terceiro Ato”, por tratarem-se de registros dos textos de análise fílmica, dividem-se internamente usando como base o título das produções cinematográficas. O capítulo de “Créditos Finais”, por sua vez, divide e classifica as referências e indicações entre livros e pesquisas acadêmicas. 2. REFERÊNCIAS VISUAIS Seguindo os interesses do autor, a concepção visual do livro teve como referência os trabalhos do designer gráfico estadunidense Saul Bass (1920-1996). Conhecido por desenhar os pôsteres e a abertura de filmes como Um Corpo que Cai (1958), Amor, Sublime Amor (1961), e Psicose (1960), dentre muitos outros, o designer tornou-se destaque ao desenvolver um novo tipo de tipografia cinética e utilizar elementos minimalistas e cores fortes em seus pôsteres. Consagrado, Bass passou a ter sua marca estética homenageada em várias produções posteriores, como nos créditos iniciais do filme Prenda-me Se For Capaz (2002) e da série de televisão Feud (2017). Outro designer cujos trabalhos serviram como referência para o desenvolvimento visual do livro foi o argentino Juan Gatti, responsável pelos pôsteres de muitos filmes do diretor espanhol Pedro Almodóvar, como Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos (1988) e Ata-me! (1989). Seu trabalho, semelhantemente ao de Saul Bass, utiliza bastante cores fortes e primárias, minimalismo e recursos tipográficos diferenciados. A obra de ambos os designers foi utilizada como orientação para o desenho da capa e ilustrações do livro. A tipografia Hitchcock, nomeada a partir do diretor Alfred Hitchcock e desenvolvida com base nos trabalhos de Saul Bass, foi utilizada na arte da capa e no texto de abertura dos capítulos. ऀ 3. ETAPAS DE PRODUÇÃO 3.1. Pré-Produção A ideia de elaboração do livro surgiu em reuniões com o orientador do trabalho, que sugeriu uma reavaliação e publicação do material produzido pelo autor durante seus anos de graduação. Tendo isso em vista, o processo de pré-produção do livro teve início com o professor sendo apresentado às críticas cinematográficas produzidas pelo aluno durante o período, para que fosse realizada uma análise de seu conteúdo, no intuito de validar a relevância e consistência do projeto com o objetivo de publicar estes textos sob aspecto de coletânea. Após tomada a decisão de investir-se no projeto do livro, foram realizadas pesquisas para a identificação de publicações semelhantes (no caso, livros com resenhas fílmicas). O autor do projeto investigou a organização textual e visual de livros como 1001 Filmes para Ver antes de Morrer (de Steven Schneider, editora Sextante, publicação original em 2003), Tudo Sobre Cinema (de Christopher Frayling e Philip Kemp, editora Sextante, publicação original em 2011) e Como Ver um Filme (de Ana Maria Bahiana, editora Nova Fronteira, publicação original em 2012), no intuito de basear-se nestas obras durante a produção de “Impressões de Um Rato de Cinema”. Seguindo as sugestões propostas pelo orientador do trabalho, foram definidos aspectos técnicos da publicação, como seu formato e as famílias tipográficas utilizadas durante a diagramação. Quanto ao esquema de organização visual do livro, foram elaborados esboços que serviriam posteriormente de orientação ao diagramador. À respeito da escolha de cores, título e referências visuais, estes aspectos foram definidos pelo aluno responsável pelo produto, a partir de seus interesses pessoais e pesquisas realizadas previamente em âmbito acadêmico, em que o estudante redigiu trabalhos sobre a psicodinâmica das cores em comunicação e príncipios básicos do design. Também atribui-se à pré-produção a busca por estudantes da Universidade de Fortaleza com interesse pela diagramação e auxílio técnico ao livro; colaboradores que seguiram sempre as orientações do autor do trabalho. É relevante destacar que trata-se de um produto inteiramente estudantil, amador e transdisciplinar, que prezou unicamente pelo aprendizado dos envolvidos e sua experimentação na área editorial. 3.2. Produção Durante o processo de produção, as críticas cinematográficas presentes no livro foram categorizadas em documentos, levando em consideração sua data de publicação e veículo, para melhor controle do conteúdo e organização dentro da proposta prevista pelo sumário da publicação. Destaca-se a preocupação em escolher textos sobre diferentes gêneros fílmicos, incluindo-se longa-metragens nordestinos (sobretudo, cearenses), no intuito de se demonstrar interesse e valorização das produções cinematográficas locais. O conteúdo redigido também recebeu nova revisão ortográfica e formatação em suas informações: os títulos de livros, filmes e outras produções semelhantes foram destacados em itálico, assim como o nome de diretores, atores e outros profissionais envolvidos ao material analisado foram evidenciados com o uso de negrito. Esta decisão foi realizada para salientar nomes relevantes (e algumas vezes conhecidos) no texto, despertando a atenção do leitor. A produção do capítulo “Primeiro Ato”, caracterizado pela presença de textos inéditos, deu-se por meio do aproveitamento das pesquisas realizadas previamente para a fundamentação teórica e pré-produção do produto. O capítulo divide seus tópicos de acordo com a temática das discussões, sendo muito marcado também pelos conhecimentos adquiridos pelo autor em seu período de exercício prático da crítica cinematográfica ao longo dos últimos quatro anos. Após a escrita, edição e formatação dos textos, estes eram disponibilizados para acesso em pastas digitais online, organizadas na ferramenta Google Drive. A circulação para uso dos arquivos era compartilhada com o professor orientador e a diagramadora do livro. As pastas também continham imagens em alta resolução selecionadas para ilustrar o conteúdo visual e um link com trailers dos filmes (no caso das críticas de cinema), a ser convertido posteriormente em código QR durante o processo de diagramação. 3.3. Pós-Produção Após as edições finais no conteúdo do livro e a consumação no processo de diagramá-lo, a pós-produção de “Impressões de Um Rato de Cinema” consistiu na pesquisa de valores relativos à publicação impressa e online do produto, assim como na impressão de um modelo em protótipo para a avaliação do resultado. No interesse de obter-se uma definição aproximada de valores financeiros para a publicação impressa, foram consultados um profissional em design editorial e a gráfica rápida da própria Universidade. Quanto à publicação online, foi discutida a disponibilização gratuita do resultado em formato pdf, por meio de ferramentas de hospedagem virtual de arquivos, no objetivo de evitar custos elevados e facilitar a disseminação do produto em plataformas digitais. | |
CONSIDERAÇÕES | |
A produção do livro “Impressões de Um Rato de Cinema” permitiu a seu autor perceber como a formação em Comunicação Social - Jornalismo é essencial para o exercício de elaboração textual opinativa, assim como para expandir seus conhecimentos gerais (neste caso, principalmente na área cultural), buscando sempre melhorar a fundamentação de seus argumentos em uma discussão analítica. Durante todo o processo de construção do produto, o aluno percebeu não só sua evolução textual, como também algumas tendências presentes em seus textos, o que certamente virá a exercer influência sob suas publicações futuras. Este trabalho mostrou-se como uma alternativa eficaz de autoconhecimento e autocrítica, características essenciais a um profissional que precisa estar tão conectado à redação e, sobretudo, comunicação. Além da análise crítica de conteúdos produzidos ao longo do recorte temporal que o produto apresentado abrange, os pontos positivos deste trabalho consistem também no desenvolvimento da compreensão de detalhes e desafios que cercam uma produção editorial, desde a divisão de tarefas até a preocupação com unidade textual, aspectos visuais e custos de impressão. “Impressões de Um Rato de Cinema” trata-se, em seu cerne projetual, de uma publicação que registra os últimos quatro anos e meio de expressão do autor por meio de palavras, trazendo imensa importância pessoal para este e, acima de tudo, marcando a conclusão de um capítulo de grande e inevitável impacto em sua carreira acadêmica e profissional. Independente das trilhas futuras, é um livro que revela, em forma de potência, aquilo que o estudante pode vir a tornar-se em seus próximos anos, memorizando seus interesses e crescimentos dentro da área jornalística. | |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS | |
BAHIANA, Ana Maria. Como ver um filme. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. BRAGA, Carolina. A crítica jornalística de cinema na internet: um dispositivo em transformação. [2013]. 247 f. Tese (Doutorado) - Curso de Jornalismo, Universidade Federal de Minas Gerais/Universidad Autónoma de Barcelona. Disponível em BOND, Fraser. Introdução ao jornalismo. 2ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1962. FARINA, Modesto. A psicodinâmica das cores em comunicação. 4. ed. São Paulo: Edigard Blucher, 1986. 223p. FRAYLING, Christopher; KEMP, Philip Kemp. Tudo sobre cinema.Rio de Janeiro: Sextante, 2011. 576p. GONÇALVES, Jéssica Sousa. Tipografia e Design Editorial: um novo projeto gráfico para o livro “O Mágico de Oz”. 2016. 46 f. Relatório de Produto Submetido como Trabalho de Conclusão de Curso - Publicidade e Propaganda, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2016. HELLER, Eva. A Psicologia das Cores: Como as cores afetam a emoção e a razão. São Paulo: Editora G. Gili, 2012. 311 p. HENDEL, Richard. O Design do Livro. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. 224p.㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀䤀䴀䄀Ⰰ 䔀搀瘀愀氀搀漀 倀攀爀攀椀爀愀⸀ 倀最椀渀愀猀 䄀洀瀀氀椀愀搀愀猀㨀☀⌀㠀㈀ ㌀㬀 漀 䰀椀瘀爀漀ⴀ刀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 挀漀洀漀 䔀砀琀攀渀猀漀 搀漀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 攀 搀愀 䰀椀琀攀爀愀琀甀爀愀Ⰰ 㐀琀栀 攀搀椀漀⸀ 䴀愀渀漀氀攀Ⰰ ⼀㈀ 㤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀唀倀吀伀一Ⰰ 䔀氀氀攀渀⸀ 吀椀瀀漀猀 渀愀 吀攀氀愀㨀 唀洀 最甀椀愀 瀀愀爀愀 搀攀猀椀最渀攀爀猀Ⰰ 攀搀椀琀漀爀攀猀Ⰰ 琀椀瀀最爀愀昀漀猀Ⰰ 戀氀漀最甀攀椀爀漀猀 攀 攀猀琀甀搀愀渀琀攀猀⸀ ㈀⸀ 攀搀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䔀搀椀琀漀爀愀 䜀甀猀琀愀瘀漀 䜀椀氀椀Ⰰ ㈀ 㔀⸀ ㈀ 㠀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䄀刀儀唀䔀匀 䐀䔀 䴀䔀䰀伀Ⰰ 䨀漀猀⸀ 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 漀瀀椀渀愀琀椀瘀漀㨀 最渀攀爀漀猀 漀瀀椀渀愀琀椀瘀漀猀 渀漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀漀⸀ ㌀⸀ 攀搀⸀ 䌀愀洀瀀漀猀 搀漀 䨀漀爀搀漀㨀 䴀愀渀琀椀焀甀攀椀爀愀Ⰰ ㈀ ㌀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀䤀娀䄀Ⰰ 䐀愀渀椀攀氀⸀ 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 䌀甀氀琀甀爀愀氀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䌀漀渀琀攀砀琀漀Ⰰ ㈀ ㌀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀䄀䴀䄀刀䄀Ⰰ 吀椀洀漀琀栀礀⸀ 䜀爀椀搀㨀 䌀漀渀猀琀爀甀漀 攀 䐀攀猀挀漀渀猀琀爀甀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䌀漀猀猀愀挀 一愀椀昀礀Ⰰ ㈀ 㔀⸀ ㈀㌀㜀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀䌀䠀一䔀䤀䐀䔀刀Ⰰ 匀琀攀瘀攀渀⸀ 昀椀氀洀攀猀 瀀愀爀愀 瘀攀爀 愀渀琀攀猀 搀攀 洀漀爀爀攀爀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 匀攀砀琀愀渀琀攀Ⰰ ㈀ 㘀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀 |