INSCRIÇÃO: | 01562 |
CATEGORIA: | PT |
MODALIDADE: | PT06 |
TÍTULO: | Pratique adoção animal: Aventure-se nesta ilustração. |
AUTORES: | Julia Pimentel Paternostro (Universidade Federal do Espírito Santo); Flávia Mayer dos Santos Souza (Universidade Federal do Espírito Santo) |
PALAVRAS-CHAVE: | Campanha publicitária, Causa animal, Ilustração, , |
RESUMO | |
O presente trabalho tem como objetivo apresentar as etapas de criação da ilustração que protagoniza a campanha Pratique adoção animal, que tem como tarefa social potencializar a ação das instituições que colaboram com a causa animal e reforçar o incentivo à adoção de cães e gatos. Esta ilustração conta com uma abordagem criativa e um conceito lúdico que unem dois universos aparentemente distantes – a prática de esportes radicais e a adoção animal. | |
INTRODUÇÃO | |
O processo aqui detalhado resulta de um Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo, em agosto de 2017. A escolha deste tema partiu de uma preocupação, por parte da autora, ao presenciar diariamente animais vagando pelas ruas da Grande Vitória-ES, especialmente das cidades de Vitória, Vila Velha e Serra. Dispondo de uma grande sensibilização com a causa animal, surgiu, então, um desejo de contribuir, de alguma forma, com os trabalhos realizados pelas instituições que acolhem os animais carentes. Acreditando no forte poder de atração que uma ilustração pode acarretar, escolheu-se trabalhar com esse recurso na campanha Pratique adoção animal. A ilustração, ponto chave da campanha, também será utilizada, estrategicamente, para arrecadar fundos para as instituições, podendo ser transformada em produtos como pôsteres, camisas e canecas, que serão vendidos, gerando renda que será destinada à manutenção dos trabalhos desenvolvidos por elas. Este trabalho foi elaborado utilizando diversas técnicas de criação para chegar a uma ideia básica, um conceito. Esse conceito privilegia o lúdico e a surpresa ao unir dois universos que, à primeira vista, não se relacionam. São eles: os esportes radicais e a adoção animal. Durante o processo criativo, foram de extrema importância as constantes experimentações, que permitiram a descoberta e o desenvolvimento de métodos e técnicas que trouxeram resultados mais interessantes para o trabalho. No decorrer de todo o processo foram realizados estudos bibliográficos de materiais teóricos que deram sustentação ao produto publicitário trabalhado. | |
OBJETIVO | |
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o processo de criação da principal ilustração da campanha Pratique adoção animal, abordando detalhadamente tanto os métodos e técnicas utilizados no processo criativo quanto às teorias estudadas no decorrer do curso, que culminaram na arte final. A ilustração foi pensada focando os dois objetivos de comunicação centrais da campanha. O primeiro deles, que foi colocado de forma prioritária, é divulgar a adoção de animais. Considerou-se este objetivo como o mais importante, pois, as duas instituições entrevistadas frisaram que quanto maior for o número de animais adotados, maior é o número de novos bichos no abrigo. Assim, mais animais são beneficiados e, consequentemente, há uma diminuição do número de cães e gatos nas ruas. O segundo objetivo é comunicar sobre a importância da colaboração financeira para a sobrevivência das instituições, pois, é por meio de doações financeiras, que partem da população, que as instituições conseguem dar continuidade ao trabalho realizado. Desde o principio, esteve presente a intenção de elaborar um trabalho atrativo, eficiente, que transparecesse o cuidado e o afeto que estas instituições dedicam aos animais. | |
JUSTIFICATIVA | |
O Brasil apresenta, em relação aos animais domésticos, em especial cachorros e gatos, um cenário que possui dois extremos. De um lado há um número cada vez maior de animais que "integram" as famílias brasileiras, e, no outro extremo, cresce também a quantidade de bichos em situação de risco, abandonados nas ruas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em pesquisa realizada em 2013, estimou que o número de animais de estimação nos domicílios brasileiros já ultrapassa o número de crianças. De acordo com o levantamento, o estado do Espírito Santo possui 862.876 cães e 249.384 gatos, contra 825 mil crianças e adolescentes de até 14 anos, ou seja, 287.260 bichos a mais. A cada dez residências capixabas, sete possuem algum tipo de animal de estimação (MISSIO, acesso em: 15 abril, 2017). Tudo isso se deve às mudanças do perfil das famílias brasileiras. Atualmente, o animal de estimação, muitas vezes, tratado como um membro da família, vive, cada vez mais, dentro de casa, o que faz com que os donos aumentem os cuidados com a saúde dos bichos e invistam mais em boa alimentação, idas ao veterinário e em creches e profissionais do ramo. No outro extremo da linha, existem os animais abandonados nas ruas, cuja realidade é muito diferente da perspectiva citada acima. Segundo uma estimativa em pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2013, no Brasil, já existia o alarmante número de 30 milhões de animais abandonados, sendo em torno de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães (FARINHA, acesso em: 17, abril, 2017). No entanto, existem instituições que se dispõem a lutar para mudar esse quadro. Trabalhando em prol dos animais, esses grupos realizam resgates de cães e gatos em situação de risco, avaliam a saúde desses bichos, providenciam tratamentos, vacinações, castrações e, por fim, os disponibilizam para adoção. Dessa forma, acabam sendo responsáveis por uma positiva mudança, mesmo que pequena e incipiente, neste cenário, que é tão desigual. Posto isso, esta pesquisa surge como uma proposta de utilizar as ferramentas publicitárias, especialmente a ilustração, para potencializar a ação das instituições que colaboram com a causa animal e, consequentemente, proporcionar uma melhoria nas condições de vida dos animais carentes. Outro aspecto que justifica este trabalho é que a publicidade, cada vez mais, é um meio de informação e sensibilização para problemas que afetam os cidadãos e a sociedade, desde as questões ambientais, às questões sociais. A Publicidade Social, segundo Patrícia Saldanha (2017), opera em uma ordem diferente da Publicidade Mercadológica, envolve o cidadão comum na resolução de um problema, usa as novas tecnologias para reverberar causas e sensibilizar os membros da Sociedade Civil para a causa divulgada, e inclui novos cidadãos no processo para atuação de forma colaborativa e participativa para que se pense coletivamente na resolução de problemas ou de simples questões. Sobre o tema, Sara Balonas faz a seguinte colocação: O que particulariza a publicidade social em relação a publicidade como um todo é o fato de a técnica persuasiva ser implementada por uma corrente de solidariedade em que todos oferecem os seus serviços e a sua experiência, enquanto cidadãos. [...] É um instrumento de mudança social, assim como as demais publicidades. Mas a publicidade a favor de causas sociais é a forma mais pura, no sentido de uma real cidadania. Não busca a adesão a uma marca nem a um produto. A causa é o fim em si mesmo. (BALONAS, 2017, p. 12). | |
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS | |
O presente trabalho se desenvolveu seguindo uma metodologia proposta por Guillermo González Ruiz, citada por Rodolfo Fuentes em seu livro "A Prática do Design Gráfico" (2006). Essa metodologia envolve três fases: a analítica, na qual se realiza uma pesquisa sobre o cenário em que o cliente está inserido; a fase criativa, na qual, a partir do estudo realizado na etapa anterior, ideias são formuladas utilizando diversas técnicas de criação para chegar a uma ideia básica; e, por fim, a fase executiva, na qual ocorre o ajuste da ideia e o layout final é elaborado. Iniciou-se a fase analítica do trabalho partindo de uma pesquisa exploratória, que possuía dois propósitos distintos. O primeiro deles era obter uma visão panorâmica, a nível nacional e local, acerca do cenário em que estão inseridos os animais de estimação, especialmente cachorros e gatos. O segundo propósito era a aproximação com a realidade atual das instituições locais que lutam pela causa animal, de modo a conhecer suas reais demandas. Na obra Conversas Sobre Iniciação a Pesquisa Cientifica, a autora Elisa Gonsalves esclarece que: A pesquisa exploratória é aquela que se caracteriza pelo desenvolvimento e esclarecimento de ideias, com o objetivo de oferecer uma visão panorâmica, uma primeira aproximação a um determinado fenômeno que é pouco explorado. Esse tipo de pesquisa também é denominada "pesquisa de base", pois oferece dados elementares que dão suporte para a realização de estudos mais aprofundados sobre o tema (GONSALVES, 2001, p.65). Utilizando métodos quantitativos e qualitativos, as pesquisas realizadas junto aos representantes das instituições propiciaram embasamento para elaboração de um briefing, que norteou o processo criativo. De acordo com Bertomeu (2002), o briefing exerce o papel de reunir informações que procuram direcionar, nortear e selecionar o caminho do conteúdo da mensagem para a criação. Fuentes (2009, p. 31), alega que a função do briefing é: [...] estabelecer em poucas palavras (brief=breve) quais são as necessidades que se têm de cobrir e todos os aspectos que deverão ser levados em conta do ponto de vista do cliente antes de gerar o trabalho ou a proposta de comunicação". Posto isso, o título Pratique adoção animal foi elaborado após um brainstorming, no qual as ideias foram sendo postas no papel visando encontrar soluções criativas para o desafio proposto pelo briefing. Para Carrascoza, o brainstorming (2008, p.127): [...] literalmente significa "tempestade cerebral". Na prática, trata-se de uma troca de ideias entre o redator e o diretor de arte, que lançam mão de tudo o que têm ao seu dispor (cultura pessoal, vivências, material informativo sobre o assunto, etc.). O brainstorming foi realizado a partir da técnica palavra-puxa-palavra ou rede semântica, que segundo Carrascoza (1999), consiste na associação de palavras extraídas do universo semântico do cliente, do serviço ou produto oferecido por ele. Foram elaboradas redes associativas partindo das palavras "animal", "esportes radicais" e "adoção". De modo a transmitir um tom leve e divertido à campanha, optou-se pelo uso das ilustrações. Na definição de Joaquim Fonseca, a ilustração pode ser compreendida como: Desenho ou pintura. Termo geral para qualquer forma de desenho, diagrama, meio-tom ou imagem em cor que acompanha o texto de um livro, jornal, revista ou outro qualquer tipo de material impresso. [...] Quando essas imagens são empregadas para comunicar uma informação completa, a arte passa a chamar-se ilustração. [...] A ilustração adiciona à mensagem escrita um forte poder de atração, estimulando a imaginação e valorizando esteticamente a aparência visual de qualquer texto. É também uma forma visual de esclarecer palpavelmente para o leitor conceitos que, escritos, podem parecer abstratos (FONSECA, 1990, p.57). O autor aponta que a ilustração é um recurso facilitador da compreensão do texto, esclarecendo conceitos e direcionando o pensamento a uma formulação visual. A ilustração exerce um grande poder convidativo, funcionando como chamariz e enriquecendo o conteúdo textual. Ela é capaz de ampliar o potencial informativo de um texto ao qual faz referência, acrescentando uma dimensão antes reservada ao campo da imaginação, multiplicando suas possibilidades de interpretação. A ilustração da campanha foi feita digitalmente, diretamente no software Adobe Illustrator, utilizando uma mesa digitalizadora Wacom. Na composição da ilustração, além do título da campanha "Pratique adoção animal", há uma frase que, assim como o título, possui verbos no modo imperativo, que convida o interlocutor à ação: "mergulhe nesta causa". Esta frase relaciona-se com o universo que está sendo retratado e também foi concebida com base na técnica palavra-puxa-palavra, ou rede semântica, mencionada anteriormente. Sobre a associação dos textos verbais e visuais presentes em um anúncio, Carrascoza alega que: A interação entre os textos verbal e visual se manifesta por contraste, reforço, surpresa, ênfase, e outras estratégias associativas que direcionam para a significação pretendida. Ou seja, título e imagem devem buscar uma combinação equilibrada para comunicar plenamente a ideia criativa (CARRASCOZA, 2008, p.129). Ainda segundo Carrascoza, para compor um bom layout, facilitar a leitura da mensagem e capturar o leitor, deve-se escolher uma tipografia compatível com o conteúdo linguístico e fazer uma diagramação adequada. Para a escolha dos tipos a serem utilizados na campanha, buscou-se embasamento na obra "Elementos do estilo tipográfico" (BRINGHURST, 2005), na qual o autor defende que a tipografia precisa chamar a atenção para si própria antes de ser lida e que, além disso, tem como principal meta a durabilidade. O autor afirma que: Um dos princípios da tipografia durável é, sempre, a legibilidade. Mas há um outro. Trata-se de um interesse, merecido ou não, que doa sua energia vital à página. Ele assume várias formas e recebe diversos nomes, incluindo serenidade, vitalidade, riso, graça e alegria (BRINGHURST, 2005, p. 23). Tendo como base as ideias de Covaleski (2015), a ilustração, a disposição dos elementos e o efeito lúdico que o texto provoca, fazem com que a campanha se aproxime do entretenimento, podendo ganhar uma sobrevida. Segundo o autor: A mensagem publicitária, da maneira como é compreendida hoje – paradoxalmente – ganha sobrevida quanto mais deixa de se parecer consigo mesma; quanto menos faça uso dos elementos tradicionais que constituem o discurso publicitário convencional. Apresenta-se, de forma crescente, inserida e camuflada no entretenimento; travestida de diversão, mas não destituída de sua função persuasiva, mesmo que dissimulada (COVALESKI, 2015, p. 149). Visto que se trata de uma campanha online, essa aproximação com o entretenimento é um diferencial que pode favorecer o compartilhamento das postagens por parte do público. Ainda segundo Covaleski (2015, p. 203), os usuários das mídias digitais, sobretudo das redes sociais, costumam compartilhar conteúdos que julgam interessantes, contribuindo, assim para a disseminação, ampliação e perpetuamento de campanhas disponíveis na web. Como a protagonista da campanha é a ilustração, ela também será utilizada, estrategicamente, para arrecadar fundos para as instituições, podendo ser transformada em pôsteres, camisas e canecas, que serão vendidos pelas instituições, gerando renda que será destinada à manutenção dos trabalhos desenvolvidos por elas. Ao adquirir esses produtos, as pessoas assinalam que defendem a causa e, ao mesmo tempo, ajudam na sobrevivência das instituições. Os produtos são colecionáveis e podem ser destinados às pessoas de todas as idades, de crianças a idosos. O oferecimento dos produtos é uma forma mais leve e atraente de se pedir uma colaboração, visto que o público estará levando um artefato para casa. | |
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO | |
Em meados do mês de abril de 2017, a investigação começou partindo da leitura de notícias em jornais e sites variados, que tratavam de assuntos tangentes aos animais, como mercado pet e abandono. Procurou-se dar uma maior atenção ao contexto do Espírito Santo, especialmente da Grande Vitória. Dando prosseguimento a pesquisa de base, foi realizada uma busca no Google e no Facebook, que possibilitou mapear nove instituições que atuam entre Vitória, Vila Velha e Serra: Adoção Gatinhos ES, AMAES, Auaufanato, Cantinho Patas Felizes, SOPAES, Ação Animal, Patinhas Carentes, Morada da Floresta e Animais Carentes. Foi enviado, por e-mail e Facebook Messenger, um breve questionário para todas elas, de modo a entender a realidade de cada uma e conhecer suas demandas e gargalos. Predominantemente objetivo, o questionário contou com treze perguntas cujos propósitos transitavam entre colher informações básicas sobre a instituição, entender suas necessidades e prioridades, obter dados sobre possíveis objetivos de comunicação e, descobrir por que meios as instituições e o público se comunicam. As instituições que contribuíram respondendo o questionário foram: Ação Animal, que abriga 32 cães e 6 gatos; Animais Carentes ES, com 140 cães e 10 gatos; Morada da Floresta, que abriga 63 gatos e 8 cães; e Patinhas Carentes, responsável por 25 cães e gatos. Com o intuito de aprofundar a investigação, entrevistaram-se, por telefone, as duas instituições, dentre as que responderam o questionário objetivo, que possuem o maior número de animais. A entrevista com a responsável pelo abrigo Morada da Floresta, Julyanna Resende Barbosa, foi realizada no dia oito de junho e durou cerca de trinta e sete minutos. No dia dez de junho, foi a vez de ouvir o veterinário do abrigo Animais Carentes ES, Ektor Almeida, cuja fala durou, aproximadamente, trinta e dois minutos. As respostas dos entrevistados foram levadas para o briefing, somadas às respostas do primeiro questionário. Dessa forma, o briefing foi construído tendo sustentação em duas pesquisas. Em virtude das informações obtidas com as pesquisas, percebeu-se a necessidade de uma campanha publicitária que reforçasse não somente o incentivo à adoção, mas, que gerasse, também, arrecadação financeira às instituições. Entende-se por campanha: “Conjunto de ações de comunicação composto de duas ou mais peças publicitárias criadas a partir de um planejamento prévio, com a finalidade de atender os objetivos de comunicação o anunciante” (LUPETTI, 2010, p. 188). O conceito da campanha e, portanto, da ilustração aqui apresentada privilegia o lúdico e a surpresa ao unir dois universos que, à primeira vista, não se relacionam. São eles: os esportes radicais e a adoção animal. Apesar de num primeiro momento serem temas distantes, se houver um pequeno esforço em aproximá-los, encontram-se semelhanças. Ter um animal é emocionante e extraordinário, envolve euforia, alegria, coragem, entusiasmo, satisfação, superação, felicidade, agitação, assim como a prática de esportes. As duas ações são associadas a energia positiva, emoções fortes, e podem mudar a vida de um indivíduo. A partir das redes semânticas elaboradas a partir das palavras “animal”, “esportes radicais” e “adoção”, realizou-se um minucioso trabalho de escolha de palavras. Várias formulações foram testadas e aperfeiçoadas até se definir o título Pratique adoção animal. Na frase, a palavra “pratique” faz referência à prática de esportes e a palavra “animal”, que se refere aos cães e gatos, também possui um sentido figurado, fazendo alusão a algo que é incrível, sensacional, extraordinário. O deslocamento da palavra “pratique”, que está atrelada ao esporte, para o âmbito da adoção, por ser uma associação inesperada, provoca um estranhamento, no sentido de curiosidade, surpresa. Essa conjunção inusitada no título, somada à ilustração, que será explanada a seguir, resulta em uma boa abordagem criativa. Trazendo sempre cães e gatos praticando esportes radicais, como surf, mergulho, asa-delta e motocross, as ilustrações elaboradas valorizam o conceito da campanha, de forma lúdica e chamativa e, combinadas com os textos, comunicam plenamente a ideia criativa. Neste trabalho detalharemos apenas a ilustração protagonista da campanha. Esta ilustração se difere das postagens feitas pelas instituições em suas páginas no Facebook, que, usualmente, são compostas por replicações de vídeos e memes triviais sobre animais, e por fotografias amadoras, sem recursos, que ora divulgam os cães e gatos que estão para adoção e ora mostram bichos, recém retirados das ruas, que estão sofrendo, doentes, precisando de ajuda. A campanha Pratique adoção animal propõe uma abordagem diferente a essa já existente, visto que a ilustração dá um tom leve e alegre à campanha, possui singularidade, é inédita e, além disso, em meio à saturação de imagens fotográficas nos meios de comunicação, a ilustração traz a possibilidade de criação de uma mensagem aparentemente mais original. A ilustração em questão apresenta um gato preto e branco vestindo um escafandro, mergulhando no fundo do mar, rodeado de pequenos peixes. Abarca uma paleta que segue a seguinte lógica: uma sequência análoga de cores quentes (vermelho e rosa) e uma sequência análoga de cores frias (azul e verde), além das cores da pelagem do gato retratado (preto e branco, predominantemente). A diferença de temperatura entre as sequências de cores utilizadas, provocam um contraste, que transfere vivacidade à peça. Além disso, a ilustração também possui uma textura de papel que remete a um fazer analógico, que contrasta com os traços e cores sólidas do desenho digital. Nota-se assim uma junção entre as particularidades intrínsecas de diferentes procedimentos da ilustração: o artesanal e suas texturas e o digital e sua nitidez. No título da campanha utilizou-se uma tipografia expressiva denominada Better Together Script (Figura 4). Tratando-se de uma campanha com uma abordagem leve, alegre, essa fonte lúdica acompanha bem a ilustração, dando ritmo e personalidade ao título. Para compor com a tipografia utilizada no título, utilizou-se um tipo também lúdico e manuscrito, intitulado Lovegood, para a frase que complementa a peça. Por fim, tendo em vista que a ilustração poderá ser transformada em produtos que serão comercializados pelas instituições, com o auxílio do Adobe Photoshop, criaram-se mock-ups para simular a aplicação da ilustração em pôsters camisas e canecas. Mock-up é um protótipo que possui grande impacto visual, que se aproxima muito do produto final, funcionando como uma demonstração.㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀䌀伀一匀䤀䐀䔀刀䄀윀픀䔀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀䄀 瀀愀爀琀椀爀 搀漀 搀攀猀愀昀椀漀 搀攀 瀀攀渀猀愀爀 甀洀愀 挀愀洀瀀愀渀栀愀 瀀甀戀氀椀挀椀琀爀椀愀 瀀愀爀愀 愀 挀愀甀猀愀 愀渀椀洀愀氀Ⰰ 愀 攀氀愀戀漀爀愀漀 搀攀猀琀攀 琀爀愀戀愀氀栀漀 瀀爀漀瀀漀爀挀椀漀渀漀甀 愀 愀瀀氀椀挀愀漀 瀀爀琀椀挀愀 搀攀 挀漀渀栀攀挀椀洀攀渀琀漀猀 愀搀焀甀椀爀椀搀漀猀 渀漀 搀攀挀漀爀爀攀爀 搀漀 挀甀爀猀漀Ⰰ 戀攀洀 挀漀洀漀 愀 瘀椀瘀渀挀椀愀 搀攀 挀愀搀愀 甀洀愀 搀愀猀 昀愀猀攀猀 焀甀攀 攀渀瘀漀氀瘀攀洀 甀洀愀 挀愀洀瀀愀渀栀愀Ⰰ 琀攀渀搀漀 挀漀洀漀 最甀椀愀 漀 洀琀漀搀漀 挀椀琀愀搀漀 瀀漀爀 刀漀搀漀氀昀漀 䘀甀攀渀琀攀猀⸀ 䄀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 瀀攀爀洀椀琀椀甀 瘀攀爀 愀 猀攀洀攀氀栀愀渀愀 渀漀猀 漀戀樀攀琀椀瘀漀猀 搀愀猀 椀渀猀琀椀琀甀椀攀猀 瀀爀漀琀攀琀漀爀愀猀 搀攀 愀渀椀洀愀椀猀Ⰰ 搀愀 愀 瀀爀漀瀀漀猀琀愀 搀攀 瀀攀渀猀愀爀 甀洀愀 挀愀洀瀀愀渀栀愀 焀甀攀 瘀愀氀漀爀椀稀愀 愀 挀愀甀猀愀 愀渀椀洀愀氀 挀漀洀漀 甀洀 琀漀搀漀 攀 渀漀 甀洀愀 椀渀猀琀椀琀甀椀漀 椀猀漀氀愀搀愀⸀ 倀爀攀琀攀渀搀攀ⴀ猀攀Ⰰ 椀渀挀氀甀猀椀瘀攀Ⰰ 焀甀攀 愀 椀氀甀猀琀爀愀漀 愀焀甀椀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀愀 甀氀琀爀愀瀀愀猀猀攀 愀猀 昀爀漀渀琀攀椀爀愀猀 搀漀 䔀猀瀀爀椀琀漀 匀愀渀琀漀 攀 猀攀樀愀 甀琀椀氀椀稀愀搀愀 瀀漀爀 椀渀猀琀椀琀甀椀攀猀 搀攀 漀甀琀爀漀猀 攀猀琀愀搀漀猀⸀ 䌀漀渀猀椀搀攀爀愀渀搀漀Ⰰ 愀椀渀搀愀Ⰰ 焀甀攀 漀 椀渀琀攀爀攀猀猀攀 搀愀 愀甀琀漀爀愀 猀攀 搀Ⰰ 攀洀 攀猀瀀攀挀椀愀氀Ⰰ 瀀愀爀愀 愀 爀攀愀 搀攀 挀爀椀愀漀 瀀甀戀氀椀挀椀琀爀椀愀Ⰰ 猀漀戀爀攀琀甀搀漀 愀 搀椀爀攀漀 搀攀 愀爀琀攀Ⰰ 漀 瀀爀攀猀攀渀琀攀 琀爀愀戀愀氀栀漀 瀀攀爀洀椀琀椀甀 愀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀 搀攀 搀攀猀攀渀瘀漀氀瘀攀爀 愀爀琀攀猀 瀀甀戀氀椀挀椀琀爀椀愀猀 挀愀爀爀攀最愀搀愀猀 搀攀 甀洀 愀瀀攀氀漀 氀切搀椀挀漀Ⰰ 昀愀稀攀渀搀漀 甀猀漀 搀攀 琀挀渀椀挀愀猀 挀爀椀愀琀椀瘀愀猀 搀椀瘀攀爀猀愀猀Ⰰ 琀爀愀稀攀渀搀漀 愀 椀氀甀猀琀爀愀漀 挀漀洀漀 瀀爀漀琀愀最漀渀椀猀琀愀Ⰰ 漀爀椀最椀渀愀渀搀漀 甀洀愀 挀愀洀瀀愀渀栀愀 搀攀 挀愀爀琀攀爀 攀砀挀氀甀猀椀瘀漀⸀ 䄀 挀漀渀挀攀瀀漀 搀愀 椀氀甀猀琀爀愀漀Ⰰ 漀 琀琀甀氀漀Ⰰ 愀猀 挀漀爀攀猀Ⰰ 愀 搀椀愀最爀愀洀愀漀 搀愀 瀀攀愀Ⰰ 愀 攀猀挀漀氀栀愀 搀愀 琀椀瀀漀最爀愀昀椀愀Ⰰ 攀 漀猀 搀攀洀愀椀猀 搀攀琀愀氀栀攀猀 昀漀爀愀洀 瀀攀渀猀愀搀漀猀 瀀愀爀愀 焀甀攀 愀 挀愀洀瀀愀渀栀愀 瀀漀猀猀愀 猀攀爀 搀攀 昀愀琀漀 挀漀氀漀挀愀搀愀 攀洀 瀀爀琀椀挀愀Ⰰ 搀攀 昀漀爀洀愀 挀漀氀愀戀漀爀愀爀 挀漀洀 愀 挀愀甀猀愀 搀漀猀 愀渀椀洀愀椀猀 挀愀爀攀渀琀攀猀Ⰰ 渀愀 琀攀渀琀愀琀椀瘀愀 搀攀 愀洀攀渀椀稀愀爀 甀洀 搀漀猀 洀甀椀琀漀猀 瀀爀漀戀氀攀洀愀猀 爀攀愀椀猀 挀漀洀瀀愀爀琀椀氀栀愀搀漀猀 瀀攀氀愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀⸀ | |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS | |
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