ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00008</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;"Conheça seus Falsos Amigos"</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;DORALINA SILVA DE LIMA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO); Lorena Angin Yannina Camusso Ortiz (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO); Rosinete de Jesus Silva Ferreira (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Interprograma, televisão, falsos cognatos, semântica, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Falsos amigos é um interprograma que conceitua e exemplifica os falsos cognatos  termos de línguas distintas que possuem certa semelhança na forma gráfica e fonética  entre a língua portuguesa do Brasil e a língua espanhola da América do Sul. A produção audiovisual, Falsos Amigos, tem como objetivo incentivar o conhecimento acerca da língua espanhola no Maranhão. Esta produção audiovisual foi desenvolvida na disciplina de Crítica da Mídia, e para sua elaboração realizou-se uma pesquisa bibliográfica, com a finalidade de entender a etimologia da palavra e consequentemente explicar cada um dos falsos cognatos. Com os dados coletados criou-se Falsos amigos, cuja finalidade é permitir o acesso a aspectos peculiares entre as duas línguas tão próximas, mas ao, mesmo tempo, tão distintas, a partir do ponto de vista fonético-semântico dos falsos cognatos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo o Dicionário Aurélio, o portunhol é um linguajar que mistura a língua portuguesa e a espanhola. Há muito tempo, ele se tornou o recurso alguns brasileiros utilizam quando visitam países hispano-falantes ou quando conversam com nativos da língua espanhola. O constante uso dessa "língua" improvisada, em detrimento da língua original, motivou estudantes de Comunicação Social a pensar na desvalorização do espanhol e nos possíveis desdobramentos no campo da comunicação, que podem surgir, a partir da relação entre o espanhol e o português. Na disciplina de Crítica da Mídia, foi possível pensar e discutir os porquês da pouca aproximação do Brasil com os demais países da América do sul. Além disso, percebeu-se que esse distanciamento não é apenas a nível linguístico, mas também a nível cultural. Esta inquietação inicial levou-nos a desenvolver um produto audiovisual denominado Falsos amigos, cujo tema central é os falsos cognatos entre o português do Brasil e o espanhol da América do Sul. A definição dada por Yebra (1994) falsos cognatos são: "Palavras que pelo significante se parecem às palavras de outras línguas, mas diferem no significado" (YEBRA, 1994, p. 347). Além disso, percebemos, nos debates da disciplina, que tal afastamento pode ter ocorrido, também, pela interferência dos meios de comunicação de massa como o rádio e a televisão. Por esse motivo, criou-se um interprograma (IP)  material audiovisual de conteúdos curtos inserido no espaço entre o término de um programa e o início de outro (REDE GLOBO, 2005, p. 7) focado em curiosas distinções idiomáticas. O material é de educação e entretenimento, mas com um ritmo diferente dos programas convencionais, de maior duração. O produto foi realizado para ser exibida na grade de programação da TV da Universidade Federal do Maranhão, TV UFMA. Como a emissora não tem comerciais, por ser uma TV pública, os IPs preencheriam esse tempo, além de trazer mais uma peça de conteúdo educativo à sua programação.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Howard Gardner, no seu livro Estruturas da mente: a teoria das múltiplas inteligências (1994), afirma que a absorção de informação é potencializada quando combina vários sentidos como, por exemplo, a audição e a visão. Assim admitido, o interprograma Falsos amigos apela à utilização de texto, imagem e som com fins didáticos, organizado de maneira a contribuir na compreensão e aprendizagem de algumas palavras em espanhol, através do tema falsos cognatos. Durante as vinte entrevistas semiestruturadas realizadas no Tropical Shopping, São Luís, percebeu-se a preocupação de ludovicenses em aprender a língua espanhola, porém todos os entrevistados afirmaram que por serem línguas próximas não precisariam de tanto esforço para compreendê-la. Nesta perspectiva, o produto audiovisual, tem o objetivo de levar o telespectador a perceber, e se conscientizar, que por detrás das semelhanças morfo-sintáticas entre as duas línguas persistem muitas diferenças semânticas. Para França (2006), a televisão chegou para tornar o mundo mais acessível pela importância que assume como meio social, pois ela possui uma abrangência coletiva e uma linguagem simples e precisa. Nas atividades da referida disciplina discutimos que a televisão é um dos meios de comunicação de maior capacidade de difusão de todos os tempos, e na era da midiatização digital o aprendizado de novas línguas e trocas culturais é essencial para que esse processo alcance todo o território nacional. Seguindo a lógica da autora, o IP tem o intuito de explorar as vantagens que a televisão na era da convergência possibilita como alcançar públicos de diversas profissões, faixas etárias e extratos sociais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para Rama e Vergueiro (2004), a relação entre texto e imagem proporciona mediações de ensino mais ricas e estabelece um novo nível de comunicação na tríade emissor - mensagem - receptor. Motivo pelo qual a produção Falsos amigos se fundamenta no uso da hipermídia no contexto da aprendizagem do espanhol. Ademais, e por ser um interprograma de cinco minutos, permite a rotatividade na programação da TV UFMA, por meio de duas inserções ao dia, dando-se preferência aos horários de maior audiência, o que gera o número de 60 inserções mensais e cerca de 730 inserções anuais, atingindo diferentes públicos em cada horário. Para Paternostro (2006), e pela importância que a televisão assume no meio social, "devemos levar em conta a sua linguagem coloquial e precisa junto com a relação texto/imagem que prende a atenção das pessoas tornando os conteúdos mais agradáveis de assistir". Assim, o IP cria, em um primeiro momento, um ambiente de ensino sem a formalidade de uma sala de aula, uma vez que convida ao telespectador a se aprofundar no assunto em questão ou a se interessar pela língua espanhola. No segundo momento, o produto tem a intenção de quebrar o paradigma de que o espanhol é uma língua fácil e desprestigiada com relação às línguas germânicas, como, por exemplo, o inglês e o alemão, ou até mesmo o francês, que provem da mesma matriz que o espanhol e o português. Nesse sentido, e de acordo com os autores Witter e Lomônaco (1984), a sociedade está inserida em uma constante agitação, provida de inúmeros agentes externos, que interferem na absorção das informações. Por esse motivo, o produto, apela ao seu caráter lúdico, através das pegadinhas que o assunto aborda, e ao mesmo tempo faz uma provocação a pseudo facilidade que o idioma apresenta. Para Bonsiepe (2011), existe um processo de mediação entre a fonte e o receptor, o qual está diretamente ligado à forma da apresentação de conhecimentos ou da organização de um produto. Por um lado, como já exposto, o material estabelece uma relação de ensino/aprendizagem com o telespectador por meio de uma linguagem clara, concisa e coloquial. Atualmente, observa-se como o Ministério de Educação e Cultura  MEC promove diversas formas de acesso para o aprendizado de línguas estrangeiras, visando à concretização de programas de intercâmbio, que têm sido articulados pelas universidades estaduais e federais prioritariamente. Através da plataforma Idiomas Sem Fronteiras  ISF, por exemplo, observamos que os estudantes universitários têm boas oportunidades de aprender uma nova língua. Mas pensando em um público que nem sempre está inserido nas universidades, há necessidade de envolver alunos de ensino médio, donas de casa, donos de restaurantes, guia de turismo entre outros públicos que tenham interesse em aprender uma segunda língua. Segundo Baccega (2009), "a sociedade deve reconhecer os meios de comunicação  televisão, rádio, teatro, cinema, jornal, cibercultura, etc.  como outro local do saber, atuando juntamente com a escola e outras agências de socialização" (BACCEGA, 2009, p. 33). Por esse motivo, criou-se um IP utilizando o suporte e a linguagem da televisão, juntando o campo comunicação/educação dentro de um espaço midiático (emissora pública universitária), cuja função é a formação dos alunos, dos cidadãos, da sociedade em diversos âmbitos. Por outro lado, Falsos amigos gera um forte estímulo cultural, a música. No final do vídeo se apresenta uma música em espanhol, com o intuito de envolver os telespectadores em uma cultura musical latina, trazendo ritmos como salsa, reggaeton, cumbia, entre outros. Devemos ressaltar, todavia, que somos o único país da América Latina que fala português, quer dizer que aprender esta língua significaria fortalecer vínculos com os países vizinhos. Além disso, a possibilidade de aplicar as dicas que o IP fornece é proporcional à chance de encontrar um argentino, um uruguaio ou um peruano na nossa cidade e poder praticar o aprendido.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Iniciou-se uma pesquisa bibliográfica visando reunir os vocábulos denominados de falsos cognatos na língua espanhola. A listagem vocabular contém 650 palavras. A partir da elaboração da lista fizemos uma comparação com a língua portuguesa para identificar se realmente se encaixavam nessa categoria. Uma vez realizada a apuração das palavras entre o português e o espanhol, fizemos uma seleção estratégica dos termos pesquisados. No processo de seleção priorizou-se os falsos cognatos que mais se aproximassem do português tanto em fonética quanto em grafia. Para Sampieri, Collado e Lucio (2013), a "pesquisa etnográfica analisa o comportamento de um grupo, sistema social ou cultural". Por esta razão, após a lista dos falsos cognatos julgados relevantes para a elaboração deste produto, foi realizado um estudo etnográfico sobre o sentimento dos ludovicenses com relação ao espanhol. Dessa forma, fez-se uma enquete com perguntas semiestruturadas com cerca de 20 pessoas, entre homens e mulheres, de diferentes faixas etárias no Tropical Shopping, São Luís. Optou-se por esta locação por estar próxima a duas escolas, uma universidade e vários prédios comerciais, já que alguns cursos da Universidade Federal do Maranhão - UFMA se encontravam de greve, tendo pouco fluxo de pessoas na cidade universitária para poder realizar as entrevistas. O intuito era descobrir se, de fato, as pessoas teriam dificuldades para identificar os falsos cognatos selecionados, além de descobrir se os entrevistados conseguiriam decifrar o real significado do falso cognato. Das 20 pessoas entrevistadas, nenhuma acertou o significado da frase: "!Que rico está este estofado!" ("Que gostoso está este cozidão!"). Já para a frase "Estoy embarazada" ("Estou grávida") somente duas pessoas responderam corretamente. Além desses dois exemplos foram utilizados outros vocábulos como "Pepsi e Coca-Cola siempre están en competencia para ganar adeptos" ("Pepsi e a Coca-Cola sempre estão em disputa para ganhar adeptos") e "Mi hermano y yo dormimos en el camarote" (Meu irmão e eu dormimos na beliche). De acordo com o Portal Educação (2015), na entrevista semiestruturada "o entrevistador tem um conjunto de questões predefinidas, mas mantém liberdade para inserir outras cujo interesse surja no decorrer da entrevista". Assim, as entrevistadas foram utilizadas a fim de colher o máximo de informações dos entrevistados. Após a pesquisa, listagem e entrevistas, pensou-se em uma metodologia que pudesse ser agradável para os interessados na aprendizagem da língua espanhola. Essa metodologia apresenta-se por meio de um produto audiovisual criado e desenvolvido para ser transmitido em média duas vezes ao dia, na programação da TV UFMA, em formato de interprograma. A partir daí, elaborou-se um roteiro de cunho didático e dinâmico, sobre a temática dos falsos cognatos  entre o português do Brasil e o espanhol da América do Sul. Segundo Aronchi de Souza (2004), os programas de televisão brasileira são classificados em cinco categorias: entretenimento, informação, educação, publicidade e outros. Todos as categorias mencionadas possuem a mesma função, educar e entreter, para Magalhães (2007), os programas educativos apresentam um conteúdo informativo com base pedagógica, os quais devem manter o equilíbrio: distrair e educar. Portanto, foi necessário montar um roteiro que agregasse as informações que serão passadas nesta edição, apoiando-se nos recursos gráficos e sonoros para auxiliar ao telespectador na explicação sobre os falsos cognatos apresentados no IP. O roteiro está organizado da seguinte forma: uma apresentadora, Lorena Camusso, (graduanda de Comunicação Social) dá as boas-vindas e faz uma breve introdução sobre o tema central que será abordado. Na medida em que a apresentadora faz explicações sobre o tema, takes  alternância instantânea de uma tomada que mostra outra imagem (SQUIRRA, 1990), das entrevistas feitas na pesquisa complementam a narrativa do vídeo. Nas cenas seguintes, os takes da apresentadora e dos entrevistados se misturam em uma sequência de pergunta  resposta  explicação. Também, utilizam-se as dificuldades dos entrevistados como exemplo para esclarecer o significado dos falsos cognatos. Ademais, pensou-se na utilização de narração em off e, ao mesmo tempo, aplicar recursos gráficos para explicações mais longas. Para o encerramento insere-se um momento musical, no qual é exibida uma música em espanhol para estimular aproximação do telespectador com a língua e com a cultura musical que os países hispanofalantes consomem. Segundo o Manual oficina TV Escola de produção de vídeos (2015), depois de definido o roteiro, começa a fase de planejamento ou pré-produção, na qual é preciso marcar as datas e horas da filmagem, conferir se todos os equipamentos estão disponíveis, se a equipe de gravação está completa e se os figurinos e o cenário estão prontos. Com relação às possíveis locações, houve a preferência em realizar as gravações em uma biblioteca que, além de remeter a um ambiente de estudo, pela temática ser educacional, é também, um local quieto e silencioso para realizar as filmagens. Dentre os locais selecionados estavam a Biblioteca Central da Universidade Federal do Maranhão, a Biblioteca do Centro de Ensino Unificado do Maranhão  CEUMA  e a Biblioteca Pública Benedito Leite  BPBL. Para Hamburguer (2014, p. 31- 32), "[...] visitas de buscas de locação são sempre momentos ricos para a pré-visualização de um filme. [...] além de que uma locação pode cair por desistência de um proprietário ou outros fatores [...]. Durante o agendamento da gravação com as instituições, identificou-se que as filmagens não poderiam ser feitas na Biblioteca Central da UFMA, por conta das reformas em execução. Por outro lado, o CEUMA também não pode oferecer a sua biblioteca por razões administrativas, com a justificativa de que seria inconveniente alunos da UFMA realizarem trabalhos acadêmicos no centro. Assim, optou-se pela locação da Biblioteca Pública Benedito Leite que, prontamente, atendeu à solicitação de ceder um espaço para as filmagens. Antes das gravações, realizou-se um check list da equipe e dos equipamentos a serem utilizados durante a filmagem. Da equipe de gravação participaram uma cinegrafista e uma apresentadora. Com relação aos equipamentos e ao deslocamento para o local de gravação, a TV UFMA disponibilizou além de transporte, uma câmera profissional Sony X3 e uma luz LED para a gravação na Biblioteca Benedito Leite e para as entrevistas no Shopping, usou-se uma câmera Sony Nex. Com o material gravado, realizou-se o processo de decupagem, que segundo Paternostro (2006) é a descrição detalhada, que segue a regra básica de anotar take a take, em uma folha de papel o time code, onde está o significativo daquela gravação. Esse processo é fundamental para poupar tempo na edição. Em seguida, houve a montagem e edição do material, com o software Final Cut Pro X, versão 2016, no qual foi possível cortar cenas grandes, inserir BGs, efeitos sonoros, cards, GC, vinheta, transições, gráficos, legendas, animações, entrevistas etc. A inserção desses elementos permitiu que o produto final ganhasse dinâmica e que o conteúdo seduzisse o telespectador. Na fase de edição, também foi possível corrigir as imperfeições que acontecem nas filmagens, por exemplo, durante a gravação foi utilizada uma única luz quente que na câmera tinha um aspecto natural, no entanto, na hora de ser levado na ilha de edição percebeu-se que a imagem estava estourada. Finalizado e revisado o produto, houve a exportação do material em formato H.264. Em seguida, apresentou-se o piloto do IP ao diretor da TV UFMA, professor Silvano Bezerra, que gostou da iniciativa da disciplina, do trabalho realizado e principalmente da ideia de disseminar o conhecimento e fomentar a valorização da língua espanhola não só na academia, senão, também, de exibi-lo aos telespectadores maranhenses.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Falsos amigos é uma produção audiovisual com características educacionais que tem o intuito de promover um meio de aprendizado lúdico no ensino da língua espanhola. O interprograma tem duração de cinco (5) minutos, que aborda o tema falsos cognatos entre a língua portuguesa do Brasil e a língua espanhola. Durante a pesquisa e elaboração do produto foram compilados mais de 650 termos  falsos cognatos  dos quais foram discriminadas palavras estratégicas (falsos cognatos divergentes) para a elaboração de um produto audiovisual que explicasse os diversos significados que tais palavras podem ter nas duas línguas. A produção audiovisual foi apresentada pela graduanda de Comunicação Social  Rádio e TV, Lorena Camusso, que, ao longo do programa, problematiza os falsos cognatos explicando por meio de exemplos, comparações, recursos gráficos, enquetes etc. O IP começa com uma vinheta que traz exemplos de falsos cognatos com o intuito de mostrar ao telespectador a temática da produção audiovisual. Palavras como: "latir", "alejar" e "aceite" aparecem na vinheta de abertura sob o ritmo acelerado da música eletrônica. Em seguida, observa-se a explicação de como surgiram os falsos cognatos. De acordo com o Yorke (1998), o "povo fala" ou "fala povo" é um compêndio de opiniões aleatórias, cuja técnica consiste na mesma pergunta sendo formulada para cada entrevistado, de modo que as respostas possam ser editadas em conjunto sem que o repórter apareça. Após explicação do tema central do interprograma, insere-se um fala povo com perguntas sobre a língua espanhola no geral. Cabe ressaltar que, das vinte (20) entrevistas, apenas seis (6) foram inseridas no produto. O critério utilizado para essa seleção foi primar pelo tempo máximo de um IP, que seria de cinco (5) minutos. Na sequência, as respostas dos entrevistados deixam claro que, de fato, é importante aprender espanhol e que, mesmo sendo línguas próximas, muitas pessoas possuem dificuldades com a língua hispânica. A partir das entrevistas, a apresentadora questiona o motivo pelo qual o português brasileiro e o espanhol possuem características semelhantes, a nível fonético e morfológico, no entanto, algumas vezes há grandes diferenças do ponto de vista semântico, o que complica o processo comunicativo entre o emissor e o receptor. Identificadas tais questões, a apresentadora mostra, por meio de recursos gráficos dinâmicos em sincronia com a narração em off, o contexto histórico que resultou no afastamento das duas línguas. É importante valorizar a força da informação visual e descobrir como associá-la com o texto (PATERNOSTRO, 2006). Os recursos utilizados como efeitos sonoros, transições e cortes rápidos na edição permitiram que o telespectador acompanhe de forma mais dinâmica o material, além de poder assimilar melhor a explicação da apresentadora, já que os canais visual e acústico se relacionam de forma conjunta. Após a contextualização, exemplifica-se os falsos cognatos e, com a ajuda do "fala povo", os entrevistados tentam descobrir o significado dos vocábulos em questão, apoiando-se nos conceitos em português, porém nenhum dos entrevistados define corretamente a frase, outros nem se arriscam a responder. No decorrer do IP, a real definição do falso amigo utilizado em cada sentença vai sendo explicada. Segundo a professora Heidy Vargas, da Universidade Metodista de São Paulo, "a arte é uma ilustração visual computadorizada, utilizada para facilitar a compreensão do telespectador". (VARGAS, 2008, s/p). Nessa perspectiva, foram utilizadas artes na produção audiovisual para esclarecer e comparar a frase em espanhol com o significado em português. No programa, foram utilizados cerca de seis (6) backgrounds - BGs diferentes, todos com batidas marcantes que agregam ao vídeo um ritmo acelerado, próprio da narrativa, ritmo e timing de um interprograma. No livro "Aprender Telejornalismo: Produção e Técnica", o autor explica que [...] um corte rápido pode comunicar mais informação ao telespectador, além de tornar um padrão visual do programa muito mais interessante, especialmente quando uma única pessoa estiver falando durante um longo tempo [...] (SQUIRRA, 1990, p. 45). Por esta razão, o produto traz cortes secos e mudanças de enquadramento, tornando o material mais dinâmico. As trocas dos BGs são estratégicas, por exemplo, o background muda a cada explanação dos falsos cognatos. Da mesma maneira acontece com os cortes secos e mudanças de enquadramento das cenas, eles aparecem para eliminar as pausas desnecessárias na fala da apresentadora, no "fala povo", à medida que a apresentadora termina de falar (para alguém que não está na tomada), corta-se para a segunda pessoa no exato instante em que ela começa a responder. Essa iniciativa torna o produto mais conciso e ágil. Nesse momento, a mudança de enquadramento se alterna para enfatizar aquilo que deve ter destaque. Um exemplo disso é quando a apresentadora mostra uma frase em espanhol, em plano médio e em seguida o enquadramento fecha para um primeiro plano, para ressaltar o significado da frase em português. De acordo com o Portal Educação (2016), usar efeitos sonoros "é determinante para a forma de como o ouvinte ou espectador recebe aquele conteúdo. Um simples ruído pode dar a uma cena calma, um clima de suspense ou quebrar a tensão e dar um tom engraçado". Com base nisso, além dos BGs foram utilizados efeitos sonoros, em momentos específicos, para enfatizar o sentimento de cada situação, como é o caso do som de tic-tac, utilizado durante uma entrevista enquanto se espera a resposta do interlocutor. Ademais, a produção possui elementos gráficos animados, que formam parte dos quadros explicativos. Mais uma vez, eles estão presentes para estimular a rápida apreensão do conteúdo e para chamar a atenção do telespectador. Por último, Falsos amigos encerra com o videoclipe da música "Waka Waka, esto es África", de Shakira. A escolha desse clipe no primeiro interprograma deveu-se à quantidade de visualizações que a versão teve em inglês. A música "Waka Waka  This time for Africa", chegou a mais de 1,3 bilhões de visualizações no YouTube, em comparação com a versão em espanhol que não chega a 300 milhões de views na mesma plataforma. Alguns dos entrevistados asseguraram, inclusive, que essa devia ser uma nova versão da cantora, sendo que as duas versões foram lançadas no mesmo mês e ano. Neste sentido, pode-se observar de que além das questões linguísticas, existe pouca aproximação musical/cultural do povo brasileiro com o resto da América do Sul. É sabido que isso está mudando graças à Internet e à indústria musical brasileira que está investindo em novas fusões de gêneros. Por esse motivo, acredita-se que é válido inserir um trecho da música em espanhol, juntamente com a legenda na língua espanhola para incentivar o telespectador a cantar a música e a praticar o espanhol  e porque não estimulá-lo a buscar a cultura hispânica, ultrapassando a temática dos falsos cognatos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A elaboração deste material audiovisual proporcionou a prática das habilidades e teorias aprendidas durante a disciplina de Crítica da Mídia, que tem como objetivo fazer com que os discentes entendam a importância dos meios de comunicação na organização e na formação da opinião pública, assim como das práticas socioculturais. Ademais, revela que a produção de interprogramas para a grade de programação de uma emissora pública, como a TV UFMA, traz mais dinamismo e informação ao telespectador, e ainda contribui para formação do cidadão. Além disso, nos fez refletir de forma crítica sobre o trabalho do profissional de Jornal e Rádio/TV, quando se pôs em prática técnicas de produção textual, criação, produção, gravação e edição, que são tipificadas no curso. Por outro lado, possibilitou entender o lugar da comunicação no processo social e no seu compromisso com a cidadania, pois o comunicador é um mediador para vários seguimentos a saber: política, entretenimento, turismo, educação, cultura, etc. Neste sentido, o produto apresentado nesta categoria traz de forma subliminar a importância do espanhol, e mais, nestes momentos, com as reformas educativas dos idiomas estrangeiros dentro das escolas públicas. Concluindo nossas considerações, Falsos amigos preza pela valorização da língua espanhola, pois é a terceira língua mais falada do mundo, já o português ocupa o sexto lugar no ranking das línguas mais faladas do mundo, mas vem ganhando adeptos. (Ethnologe, 2015; UNESCO, 2000). Ao incentivar o uso do espanhol no Brasil, junto com a abrangência da televisão para fins educativos ou instrutivos, haveria não só benefícios linguísticos, mas também culturais e econômicos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALVES, Janaína Soares. Los heterosemánticos en español y portugués. Un desafío a la lectura/interpretación: el caso de los  vestibulandos brasileños. In: Congresso Brasileiro de hispanistas, 2002. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000012002000100032&script=sci_arttext&tlng= es>. Acesso em: 7 de março 2017.<br><br>ARONCHI DE SOUZA, José Carlos. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo: Summus, 2004.<br><br>BACCEGA, Maria Aparecida. Comunicação/educação e a construção de nova variável histórica. Comunicação e Educação, Ano XIV, n. 3, set/dez. 2009. <br><br>BONSIEPE,G. Design, Cultura e Sociedade. São Paulo: Blucher, 2011.<br><br>CEOLIN, Roberto. Falsos amigos estruturais entre o português e o castelhano. Disponível em: <http://www.romaniaminor.net/ianua/ianua04/ianua04_05.pdf>. Acesso em: 05 de fevereiro, 2016.<br><br>FRANÇA, Vera. Narrativas Televisivas - Programas Populares na Tv - Comunicação & Cultura - Vol. 4. São Paulo: Autentica, 2006.<br><br>GARCÍA, Y, V. Traducción: historia y teoría. Madrid: Ed. Gredos, 1994.<br><br>GARDNER, H. Estruturas da Mente - A teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.<br><br>HAMBURGER, Vera. Arte em cena: a direção de arte no cinema brasileiro. 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