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INSCRIÇÃO: | 00027 |
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CATEGORIA: | JO |
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MODALIDADE: | JO05 |
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TÍTULO: | Programa WEBRADIO NA REAL - ESPECIAL POLITICA |
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AUTORES: | Evelyne Alves Valgueiro (Universidade Católica de Pernambuco); Andrea de Lima Trigueiro de Amorim (Universidade Católica de Pernambuco); Paula da Rocha Amazonas Paixão (Universidade Católica de Pernambuco); Maria Luisa de Oliveira Didier (Universidade Católica de Pernambuco); Manuela Cavalcanti Licínio da Silva (Universidade Católica de Pernambuco); Acsa Tamires Santana de Lima (Universidade Católica de Pernambuco) |
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PALAVRAS-CHAVE: | Educomunicação, Jornalismo, Podcast, Rádio, Webradiojornalismo |
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RESUMO |
O programa Rádio na Real surgiu na cadeira de Radiojornalismo I, ministrada pela professora Andrea Trigueiro, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). As produções foram inspiradas na Educomunicação, com base nas pesquisas de Ismar de Oliveira Soares. Enquanto eram desenvolvidas técnicas do rádio, com os estudos de Eduardo Meditsch e Luiz Artur Ferrareto, foram debatidas experiências, em uma relação horizontal, inserida em um ambiente harmônico e propício para aprendizado a partir do pensamento de Paulo Freire. Já na disciplina de Radiojornalismo III, os integrantes dessa mesma experiência puderam aplicar as práticas educomunicativas com o "Podcast Rádio na Real Especial Política", em que os estudantes de Jornalismo replicaram o que haviam aprendido com adolescentes de 13 anos para a produção do programa Rádio na Real Especial Política. |
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INTRODUÇÃO |
No contexto da educação e da comunicação atual, é cada vez mais difícil omitir das práticas a tecnologia. A conexão está presente no âmbito cibercultural (JENKINS, 2006), que é convidativo e facilitador da cultura participativa. A esse conceito, cabe introduzir outro processo de aprendizagem descrito pelo professor Ismar de Oliveira Soares, as práticas educomunicativas, definidas como um conjunto de ações, programas e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos - expressão usada inicialmente por Jesus-Martín Barbero (1997) para falar das mediações culturais entre receptores e os meios de emissão - em espaços educativos presenciais ou virtuais (SOARES, 2000). Diante disso e de experiências de alunos do 3º período de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em 2015.2 foi criado o programa Rádio na Real. O projeto trabalhava o protagonismo de cada um na criação de pautas. Após um ano, já no 5º período, a turma retomou o programa na disciplina Radiojornalismo III, trazendo também discussões sobre o webrádio. Na nova etapa, foi usado o modelo podcast, termo atribuído a Adam Curry, primeiro agregador do programa no sistema da Apple. O modelo define um serviço fonográfico em que o internauta cria conteúdo (MEDITSCH, 2001). Entre as características analisadas do rádio na web estão: a convergência de plataformas e conteúdos, a hipertextualidade e não linearidade, a capacidade de armazenamento do conteúdo digital, a interatividade e o interesse de nichos. Na prática, o contato inicial com o podcast foi com o tema Diversidade, realizado apenas pom alunos da turma. Na segunda metade de 2016.2, o resultado foi uma experiência educomunicativa com seis adolescentes de 13 anos da Rede Municipal de Ensino do Recife. O momento de aprendizado mútuo resultou em um novo podcast, com um tema sugerido pelos adolescentes: Política. O programa teve 1h10min e foi ao ar sendo transmitido via redes sociais e contando com a participação pública. |
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OBJETIVO |
A ideia central do Rádio na Real Especial Política foi multiplicar as práticas educomunicativas. O intuito era promover um ambiente de aprendizado mútuo no qual os universitários pudessem interagir com adolescentes da Rede Pública Municipal do Recife para criar um podcast e, assim, verificar o resultado de tal experiência. Do começo ao fim, os universitários traçaram estratégias educomunicativas para assegurar um ambiente seguro, que gerasse grande interesse e envolvimento, garantindo, assim, o entendimento do tópico abordado a partir da experiência vivida através da produção e apresentação do programa. Os estudantes de Jornalismo tiveram a intenção de, além de explorar qualquer assunto que fosse sugerido pelos adolescentes, ensinar sobre o exercício da profissão, sobre como funciona uma rádio e o contexto norteia essa área. A intenção foi trazer para as possibilidades dos adolescentes, futuramente, uma carreira que envolva comunicação e/ou trabalhos sociais, inserindo-os dentro do ambiente universitário desde cedo. |
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JUSTIFICATIVA |
O "Rádio na Real Podcast Especial Política" nasce em um contexto em que o jornalismo tradicional é posto em questão - devido ao fato das redações estarem cada vez menores e com muitos estagiários. As práticas educomunicativas aplicadas no programa foram escolhidas porque, no contexto da academia, os estudantes entram cada vez mais cedo no ambiente profissional e, já a partir dos primeiros semestres da graduação, são moldados a esse mercado que exige uma produção quantitativa em detrimento de sua qualidade. Em contrapartida, a geração cibercultural (JENKINS, 2006), que envia e recebe conteúdo via smartphone enquanto assiste a aula, não se conecta bem com práticas didáticas formais. Por isso, a proposta do programa foi utilizar-se de temáticas atrativas e que partam do estudante e não do docente, tornando, assim, a produção mais eficiente e prazerosa (SOARES, 2000). Para opor-se a esse ambiente em que as gerações dos professores e alunos conflituam-se, as práticas educomunicativas aplicadas ao uso das mídias digitais surgem como uma resposta. Um dos principais defensores desse pensamento, no Brasil, é o professor Ismar de Oliveira Soares, que define a Educomunicação: O conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e produtos destinados a criar e a fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presenciais ou virtuais, tais como escolas, centros culturais, emissoras de TV e rádios educativas, centros produtores de materiais educativos analógicos e digitais, centros coordenadores de educação à distância ou e-leraning, e outros (SOARES, 2000, p. 115). A promoção desse ecossistema comunicativo aberto acontece justamente quando é possível haver uma descentralização das vozes, por meio de diálogos e interação. Sendo assim, é possível dizer que as relações educomunicativas pretendem alcançar equilíbrio e harmonizar os ambientes de convivência dos mais diversos atores sociais. Assim como é preciso haver uma relação de equilíbrio entre a humanidade e a natureza, é preciso, também, que haja equilíbrio nos processos comunicativos e educacionais para que se estabeleça um fluxo de saúde nas relações entre pessoas e grupos humanos (SOARES, 2002). Nesse ambiente, no qual valoriza-se a bagagem cultural de cada sujeito, estimula-se a livre expressão da juventude, com a utilização das mídias disponíveis, que são um ambiente aberto, criativo e essencialmente horizontalizado. Por essa razão, amplifica a apropriação dos conhecimentos de forma autônoma por parte desses jovens, contribuindo, assim, para a sua formação profissional. E, como destaca Soares: O elo entre educação e comunicação se materializa ao questionar não apenas o compromisso político pedagógico da mensagem, forma e conteúdo e interação explícita de comunicar. Mas também, ao questionar o potencial dos ambientes criados a partir de tecnologias educacionais informatizadas em sua capacidade de promover a integração e a participação democrática de todos os indivíduos aos benefícios que produzem (SOARES, 2006, p. 15). E é por causa desse esforço de promover participação democrática e socializar os benefícios das tecnologias a partir de práticas educomunicativas que o "podcast Rádio na Real" surge. Com base nisso, o programa é analisado neste artigo em um estudo de caso (DUARTE, 2005) com uso de ferramentas da pesquisa-ação (PERUZZO, 2005), desenvolvido por 19 estudantes do quinto período de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no Recife, junto com 06 adolescentes do Imprensa Mirim, projeto de Rádio Escola da Rede Municipal de Ensino do Recife. |
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MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS |
Para dar início a produção, os estudantes começaram a se organizar para apresentar a proposta de um segundo "podcast Rádio na Real" para o grupo de seis adolescentes de 13 anos de idade, alunos da rede municipal de ensino de Recife, que já participavam do projeto Imprensa Mirim, uma experiência de formação de jovens comunicadores (https://www.facebook.com/Imprensa-Mirim-368238726658533/) . Os estudantes de Jornalismo, então, planejaram e apresentaram para o grupo da rede pública miniaulas do que tinham aprendido até então: técnicas de rádio, as nomenclaturas da área, o que é o rádio, como fazer um texto para rádio, o que são spots, quais são os papéis dos âncora e dos produtores, como montar um script, a importância das redes sociais e edição – todo conteúdo construído pelos universitários, utilizando práticas educomunicativas, como jogos de quebra-cabeça para montar um texto de rádio, análise prática de como cortar uma sonora e então montar um script e um jogo para criar textos e hashtags para as mídias sociais. Em seguida, os estudantes de Jornalismo e da rede pública fizeram sua primeira reunião de pauta e decidiram o tema a ser abordado. O grupo de universitários decidiu que os adolescentes da rede municipal escolheriam o tema do podcast e as pautas das matérias, para que o assunto tratado fosse uma construção coletiva e se tornasse mais atrativo para todos, partindo do interesse dos adolescentes para garantir o envolvimento aprofundado de todos. Nos fundamentos da Educomunicação, existe uma recomendação expressa de que, ao gerir os conteúdos, é interessante começar a partir dos pontos de consenso, com o objetivo de evitar conflitos (SOARES, 2002). O tema escolhido pelos adolescentes foi política, surpreendendo os estudantes de Jornalismo, e foram sugeridas pautas como: o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, o balanço das eleições de 2016, a participação das mulheres na política, cidadania e religião e política. A partir de então, os seis adolescentes passaram a trabalhar, junto com os estudantes de jornalismo, na produção das matérias do programa e dos quadros a serem apresentados, criando vinhetas para cada um e spots para os intervalos. Um dos adolescentes foi âncora, em conjunto com dois estudantes de Jornalismo. Os demais formaram trios, cada aluno da escola municipal com dois estudantes de jornalismo; nos trios, havia um produtor e dois repórteres. O objetivo foi levá-los a experimentar as diferentes funções e desafios na construção de um podcast. Toda semana, os repórteres, apresentadores e produtores se reuniram para as reuniões de pauta na Universidade. No entanto, o tempo em sala de aula não era suficiente para finalizar o trabalho. Desta forma, foi criado um grupo secreto de Facebook, que serviu de base para a discussão dos textos e ideias do programa, contando com a colaboração da professora, Andrea Trigueiro, com críticas e sugestões. O WhatsApp também foi bastante utilizado por todos para a produção fora da sala de aula, pois, a partir do aplicativo, os estudantes de jornalismo puderam estar em contato com os adolescentes com mais frequência e, assim, foi possível fortalecer o espírito colaborativo. O smartphone foi o meio predileto do grupo para gravar e editar os conteúdos produzidos. Como propõe Freire (1998), foi utilizado o contexto familiar deles, proporcionando interação, que neste caso foram as ferramentas das tecnologias de informação e comunicação digitais. Tal constatação nos remete ao que aponta Jenkins (2006) sobre a tendência convergência digital da cibercultura: Um único meio físico - sejam fios, cabos ou ondas - pode transportar os serviços que no passado eram oferecidos separadamente. De modo inverso, um serviço que no passado era oferecido por um único meio - seja a radiodifusão, a imprensa ou a telefonia - agora pode ser oferecido de várias formas físicas diferentes. Assim, a relação um a um que existia entre um meio de comunicação e seu uso está corroendo (JENKINS, 2006, p. 35). O produto final "Podcast Rádio na Real Especial Política" durou 1 hora e 10 minutos, ao vivo, e contou com vinhetas, spots, reportagens e notas pré-produzidos, e também com quadros inéditos no Rádio na Real e entrevistas ao vivo com dois convidados dentro do estúdio: o jornalista integrante da Marco Zero Conteúdo Laercio Portela; e o atualmente vereador do Recife e também jornalista Ivan Moraes Filho. A apresentação do programa contou com a participação dos adolescentes dentro do estúdio - um como âncora e outra como repórter convidada para fazer perguntas aos convidados ao vivo - e com a presença dos familiares dos adolescentes para acompanhar o trabalho realizado pelo grupo, no qual foi possível ouvir a voz de todos os adolescentes em cada uma das matérias, vinhetas e spots. A internet e as redes sociais digitais permearam a produção e a divulgação dos conteúdos. A partir de grupos de Facebook e WhatsApp foram discutidas as etapas de construção, e, na página do Rádio na Real, também no Facebook, foram feitas publicações dos bastidores da produção dos conteúdos, transmissões ao vivo através da ferramenta Live do Facebook e chamadas para o público enquanto o podcast estava no ar. Essa ação gerou alta interação com o público, que mandou perguntas pelo Facebook, que foram respondidas por Ivan Moraes e Laercio Portela. Com isso, também foi possível analisar uma série de possibilidades que as atuais tecnologias da informação e comunicação, sobretudo as mobile, proporcionam para a atuação do profissional jornalista no mercado. Foram usados aplicativos e serviços como Canva, para produzir as artes nas fotos; iMovie, para edição de vídeos; a função Time Lapse do iPhone, para chamadas; GifBoom, Photoshop; e Boomerang. Ao final da experiência, os alunos fizeram um balanço da audiência no Facebook e no Instagram durante a produção do podcast "Rádio Na Real Especial Política". No Facebook, a página obteve 588 curtidas e o Instagram ficou com 168 seguidores. Entre os dias 08 e 18 de Novembro foram feitas 10 postagens no Facebook, sendo 03 fotos, 06 vídeos, 01 gif animado e 10 textos. No Instagram foram postados 02 fotos, 01 boomerang, 01 vídeo e 04 textos. |
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DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO |
O Rádio na Real surgiu em agosto de 2015, no formato programa de rádio, com as primeiras incursões pelo universo do radiojornalismo na disciplina de Radiojornalismo I. Este processo teve início com a escolha do nome do programa, a partir de uma tempestade de ideias entre os estudantes, com base em palavras que remetem ao universo do rádio. Naquele momento, já era perceptível que, pela escolha do nome do programa, os discentes demandavam uma experiência realista do universo do radiojornalismo. A proposta da experiência era apresentar uma série de quatro edições temáticas, ao vivo, ao longo do semestre. Para construção dos conteúdos que foram ao ar, os estudantes foram estimulados à pesquisa documental sobre a produção radiofônica local – levantando dados sobre as principais emissoras que mantêm estrutura jornalística, nominalmente Rádio Jornal, Rádio Universitária, Rádio CBN e Rádio Folha FM – e à busca bibliográfica, sobretudo a partir do referencial de Radiojornalismo desenvolvido por Eduardo Meditsch (2001) e Luiz Artur Ferrareto (2007). Nessa etapa do Rádio na Real, foram abordadas temáticas diretamente relacionadas à história das rádios, buscando entender como surgiram, analisando sua programação, descobrindo o funcionamento de suas redações e conhecendo o perfil dos jornalistas que fazem parte de suas equipes. Os estudantes conheceram as rádios in loco e produziram matérias e quadros sobre as mesmas para um programa "ao vivo", que contava ainda com entrevistados de estúdio para debater as temáticas exploradas nas matérias dos repórteres. Ao mesmo tempo em que reportavam o universo das rádios locais, os estudantes também analisavam o seu próprio fazer radiojornalístico (aspectos tecnológicos aos aspectos técnicos, éticos e humanos da prática) por meio de rodadas de feedback de cada conteúdo que colocavam no ar. Ao concluir esse ciclo, e ainda no mesmo semestre, a pedido dos discentes, foram feitos também programas especiais sobre o Alto do Moura, em Caruaru/PE, e sobre a X Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, com pautas sugeridas e realizadas por eles mesmos dentro dos temas principais. Nesse momento, foram desenvolvidas pautas sobre cultura, economia e turismo. Em todas as etapas, os estudantes puderam entender detalhadamente, praticando e refletindo sobre seu fazer, a construção de vinhetas, spots, apuração, produção, redação textual, edição e apresentação de forma prática, técnica, intertextual e transmídia (JENKINS, 2006). Já no semestre 2016.2, desta vez durante a disciplina de Radiojornalismo III, o programa foi retomado, pois envolvia a mesma turma de estudantes e professora. No entanto, com o intuito de vivenciar novas possibilidades e linguagens, foi adicionado o contexto do webradiojornalismo com presença nas redes sociais digitais. No começo de agosto do referido ano, os estudantes se debruçaram sobre a leitura, análise e discussão dos textos de autores como Nair Prata (2008) e Jenkins (2006), e, posteriormente, discutiram em rodas de diálogo sobre a possível "morte do rádio" e o que a web trouxe como contribuição a esse modo de fazer notícia. Discussão relevante ao fazer profissional, uma vez que: O velho fantasma da extinção do rádio ronda mais uma vez os nossos estúdios, trazendo angústias e incertezas a seus profissionais e gerando confusão entre os estudiosos do meio. Agora, a ameaça se chama internet, o fenômeno que parece querer subjugar o mundo nesta virada do milênio, devorando todas as mídias que o antecederam, até mesmo a televisão, até há pouco tão garbosa no seu domínio sobre a civilização. Diante de tal poder e voracidade, quem tem chance de sobreviver? Alguém é louco de apostar no rádio? (MEDITSCH, 2001, p. 1) Após a rodada de pesquisas e debates, os estudantes apresentaram seminários em que foram encorajados a discutir o que há de possibilidades de reconfiguração do rádio tradicional e quais são as contribuições do webradiojornalismo. Após essa exposição teórica, os envolvidos colocaram em prática as suas apropriações das técnicas vistas nos textos. Assim, foram criados perfis nas redes sociais Facebook (https://www.facebook.com/radionareal/?fref=ts) e Instagram (https://www.instagram.com/radionareal) para produção de conteúdos exclusivos nessas plataformas. Por escolha deles, o tema abordado no primeiro programa daquele semestre foi diversidade, e ele foi publicado também em postagens nas redes sociais do programa. Dentro do tema diversidade, foram tratados aspectos referentes à sexualidade, gênero, raça e religião. Esse programa ganhou um novo formato e foi feito em estilo podcast, com mais improviso, espontaneidade e menos apego ao script, sendo disponibilizado online, por meio da plataforma Soundcloud para os seguidores das páginas do agora "Podcast Rádio na Real" (https://soundcloud.com/paula-paixao-101724145/programa-radio-na-real-mirim). As técnicas aplicadas e os processos desenvolvidos tiveram por base as práticas educomunicativas, lançando mão dos recursos digitais típicos da cibercultura, embora os estudantes não tivessem consciência da discussão teórica sobre esse campo, ainda. No entanto, surgiu, entre os alunos, a curiosidade e o interesse em compreender melhor a dinâmica diferenciada, em relação aos demais espaços de aprendizagem curricular na instituição, utilizada em sala de aula. Assim os estudantes foram apresentados ao universo teórico da educomunicação, exercitando, como disse Freire, a consciência de que "ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção" (FREIRE, 1998, p. 22). Foi então, que, depois da análise, em sala de aula, dessa experiência com o podcast, os estudantes voltaram suas leituras para compreender sobre as práticas educomunicativas. Esse estudo foi feito com base em textos diversos, sobretudo de Freire (1977) e Soares (2006). Os seminários foram organizados e apresentados de forma lúdica e reflexiva, já colocando em ação o que estudaram sobre como fazer aulas com práticas educomunicativas. O desafio foi, então, encontrar um público com quem experimentar este método. Foi quando surgiu a ideia de replicar as práticas com alunos da rede municipal de ensino do Recife, como forma de devolver para a sociedade o que foi construído em sala de aula, uma vez que os adolescentes são sujeitos sociais que não têm acesso aos bens e serviços que a maioria dos alunos de graduação têm. |
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CONSIDERAÇÕES |
A atividade de rádio realizada pelos estudantes de Jornalismo da Unicap durante as disciplinas de Radiojornalismo I e III, mais do que uma ação de webradiojornalismo, se transformou em um espaço de formação de educomunicadores. Os estudantes não só vivenciaram as práticas educomunicativas, mas refletiram sobre elas e replicaram suas apropriações com os adolescentes da rede pública, ampliando “a condição de expressão da juventude como forma de engajá-la em seu próprio processo educativo” (SOARES, 2011, p. 15).䄀 愀漀Ⰰ 焀甀攀 甀渀椀甀 攀洀 甀洀愀 洀攀猀洀愀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀 攀琀愀瀀愀猀 搀攀 攀渀猀椀渀漀Ⰰ 瀀攀猀焀甀椀猀愀 攀 攀砀琀攀渀猀漀Ⰰ 琀攀瘀攀 挀漀洀漀 瀀漀渀琀漀 渀攀瘀爀氀最椀挀漀 漀 爀攀挀漀渀栀攀挀椀洀攀渀琀漀 搀漀 搀椀爀攀椀琀漀 甀渀椀瘀攀爀猀愀氀 攀砀瀀爀攀猀猀漀 攀 瀀漀猀猀椀戀椀氀椀琀漀甀 甀洀 攀挀漀猀猀椀猀琀攀洀愀 挀漀洀甀渀椀挀愀挀椀漀渀愀氀 愀戀攀爀琀漀Ⰰ 攀洀 焀甀攀 琀漀搀漀猀 攀猀挀漀氀栀攀爀愀洀 氀椀瘀爀攀洀攀渀琀攀 漀 琀攀洀愀 搀漀 瀀爀漀最爀愀洀愀 攀 搀愀猀 洀愀琀爀椀愀猀⸀ 䔀昀攀琀椀瘀愀洀攀渀琀攀Ⰰ 愀 瀀爀琀椀挀愀 琀愀渀琀漀 昀漀椀 愀瀀氀椀挀愀搀愀 挀漀洀 漀猀 愀氀甀渀漀猀 搀愀 搀椀猀挀椀瀀氀椀渀愀Ⰰ 焀甀愀渀琀漀 瀀漀爀 攀氀攀猀⸀
A interação entre estudantes da Academia e do ensino fundamental, de uma instituição pública, serviu também para transpor as barreiras da educação formal e perpetrar o papel social do saber na relação com a comunidade e é possível dizer que a experiência foi exitosa no sentido de contemplar os princípios que norteiam o fazer educomunicativo elencados por Soares (2004), que são: a) A promoção do acesso democrático à produção e à difusão de informação; b) A facilitação da percepção crítica da maneira como o mundo é editado nos meios; c) A facilitação do ensino/aprendizado através do uso criativo dos meios de comunicação; e d) A promoção da expressão comunicativa dos membros da comunidade em questão.䄀 椀渀琀攀爀渀攀琀 琀愀洀戀洀 昀漀椀 挀爀甀挀椀愀氀 渀攀猀猀攀 挀漀渀琀攀砀琀漀⸀ 一攀洀 猀攀洀瀀爀攀 椀渀挀氀甀搀愀 渀漀猀 瀀爀漀挀攀猀猀漀猀 攀猀挀漀氀愀爀攀猀 攀 渀愀猀 瀀爀琀椀挀愀猀 搀攀 攀渀猀椀渀漀Ⰰ 攀氀愀 甀洀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀 攀 琀爀漀甀砀攀 甀洀愀 渀漀瘀愀 搀椀渀洀椀挀愀 搀攀 爀攀氀愀攀猀Ⰰ 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀愀 挀椀戀攀爀挀甀氀琀甀爀愀⸀ 䄀氀洀 搀椀猀猀漀Ⰰ 漀 甀猀漀 愀琀椀瘀漀 搀愀猀 爀攀搀攀猀 猀漀挀椀愀椀猀 漀渀氀椀渀攀 攀 猀漀昀琀眀愀爀攀Ⰰ 猀漀戀爀攀琀甀搀漀 漀猀 洀漀戀椀氀攀Ⰰ 挀漀渀猀琀椀琀甀椀 甀洀愀 挀漀渀琀爀椀戀甀椀漀 瀀愀爀愀 甀洀愀 昀漀爀洀愀漀 洀愀椀猀 挀漀渀猀挀椀攀渀琀攀 搀愀猀 渀漀瘀愀猀 搀攀洀愀渀搀愀猀 攀 瀀漀猀猀椀戀椀氀椀搀愀搀攀猀 搀漀 洀攀爀挀愀搀漀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀䐀唀䄀刀吀䔀Ⰰ 䴀⸀ 夀⸀ 䴀⸀ 䔀猀琀甀搀漀 搀攀 䌀愀猀漀⸀ 䤀渀㨀 䐀唀䄀刀吀䔀Ⰰ 䨀漀爀最攀㬀 䈀䄀刀刀伀匀Ⰰ 䄀渀琀漀渀椀漀⸀ 䴀琀漀搀漀猀 攀 琀挀渀椀挀愀猀 搀攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 攀洀 挀漀洀甀渀椀挀愀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀Ⰰ 匀倀㨀 䄀琀氀愀猀⸀ ㈀ 㔀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䘀䔀刀刀䄀刀䔀吀伀Ⰰ 䰀甀椀稀 䄀爀琀甀爀⸀ 刀搀椀漀㨀 漀 瘀攀挀甀氀漀Ⰰ 愀 栀椀猀琀爀椀愀 攀 愀 琀挀渀椀挀愀⸀ 倀漀爀琀漀 䄀氀攀最爀攀㨀 䔀搀椀琀漀爀愀 䐀漀爀愀瘀愀渀琀攀Ⰰ ㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䘀刀䔀䤀刀䔀Ⰰ 倀愀甀氀漀⸀ 倀攀搀愀最漀最椀愀 搀漀 漀瀀爀椀洀椀搀漀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 倀愀稀 攀 吀攀爀爀愀Ⰰ 㤀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀开开开开开开开开开⸀ 䔀砀琀攀渀猀漀 漀甀 挀漀洀甀渀椀挀愀漀㼀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 倀愀稀 攀 吀攀爀爀愀Ⰰ 㤀㜀㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀开开开开开开开开开⸀ 倀攀搀愀最漀最椀愀 搀愀 䄀甀琀漀渀漀洀椀愀⸀ 㤀⸀ 攀搀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 倀愀稀 攀 吀攀爀爀愀Ⰰ 㤀㤀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䨀䔀一䬀䤀一匀Ⰰ 䠀攀渀爀礀⸀ 䌀甀氀琀甀爀愀 搀愀 挀漀渀瘀攀爀最渀挀椀愀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䄀氀攀瀀栀Ⰰ ㈀ 㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䔀䐀䤀吀匀䌀䠀Ⰰ 䔀搀甀愀爀搀漀 䈀愀爀爀攀琀漀 嘀椀愀渀渀愀⸀ 伀 刀搀椀漀 渀愀 䔀爀愀 搀愀 䤀渀昀漀爀洀愀漀㨀 吀攀漀爀椀愀 攀 吀挀渀椀挀愀 搀漀 一漀瘀漀 刀愀搀椀漀樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀⸀ 䘀氀漀爀椀愀渀瀀漀氀椀猀㨀 䤀渀猀甀氀愀爀⼀䔀搀甀昀猀挀Ⰰ ㈀ ⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀开开开开开开开开开开开⸀ 伀 攀渀猀椀渀漀 搀漀 爀愀搀椀漀樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 攀洀 琀攀洀瀀漀猀 搀攀 椀渀琀攀爀渀攀琀⸀ 䄀爀琀椀最漀
apresentado no XXIV Congresso da INTERCOM – Sociedade de Estudos䤀渀琀攀爀搀椀猀挀椀瀀氀椀渀愀爀攀猀 搀愀 䌀漀洀甀渀椀挀愀漀⸀ 䌀愀洀瀀漀 䜀爀愀渀搀攀⼀䴀匀㨀 ㈀ ⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀䔀刀唀娀娀伀Ⰰ 䌀椀挀氀椀愀 䬀⸀ 伀戀猀攀爀瘀愀漀 瀀愀爀琀椀挀椀瀀愀渀琀攀 攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀ⴀ愀漀⸀ 䤀渀㨀 䐀唀䄀刀吀䔀Ⰰ 䨀漀爀最攀㬀 䈀䄀刀刀伀匀Ⰰ 䄀渀琀漀渀椀漀⸀ 䴀琀漀搀漀猀 攀 琀挀渀椀挀愀猀 搀攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 攀洀 挀漀洀甀渀椀挀愀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀Ⰰ 匀倀㨀 䄀琀氀愀猀⸀ ㈀ 㔀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀刀䄀吀䄀Ⰰ 一愀椀爀⸀ 圀攀戀爀愀搀椀漀㨀 一漀瘀漀猀 䜀渀攀爀漀猀Ⰰ 一漀瘀愀猀 䘀漀爀洀愀猀 䐀攀 䤀渀琀攀爀愀漀⸀ 吀攀猀攀⸀ 䈀攀氀漀 栀漀爀椀稀漀渀琀攀㨀 䘀愀挀甀氀搀愀搀攀 搀攀 䰀攀琀爀愀猀 搀愀 唀䘀䴀䜀Ⰰ ㈀ 㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀伀䄀刀䔀匀Ⰰ 䤀猀洀愀爀 搀攀 伀氀椀瘀攀椀爀愀⸀ 䔀搀甀挀漀洀甀渀椀挀愀漀㨀 甀洀 挀愀洀瀀漀 搀攀 洀攀搀椀愀攀猀⸀ 刀攀瘀椀猀琀愀 䌀漀洀甀渀椀挀愀漀 ☀ 䔀搀甀挀愀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 匀攀最洀攀渀琀漀⼀䔀䌀䄀⼀唀匀倀Ⰰ 渀⸀ 㤀Ⰰ 愀渀漀 㜀Ⰰ 猀攀琀⼀搀攀稀 ㈀ ⸀ 瀀⸀㔀Ⰰ 㔀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀开开开开开开开开开开⸀ 䜀攀猀琀漀 䌀漀洀甀渀椀挀愀琀椀瘀愀 攀 䔀搀甀挀愀漀㨀 䌀愀洀椀渀栀漀猀 搀愀 䔀搀甀挀漀洀甀渀椀挀愀漀Ⰰ ㈀ ㈀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀开开开开开开开开开开⸀伀 倀爀漀樀攀琀漀 䔀䐀唀䌀伀䴀⸀吀嘀㨀 䘀漀爀洀愀漀 伀渀ⴀ䰀椀渀攀 搀攀 倀爀漀昀攀猀猀漀爀攀猀 渀甀洀愀 倀攀爀猀瀀攀挀琀椀瘀愀 䔀搀甀挀漀洀甀渀椀挀愀琀椀瘀愀⸀ 刀攀瘀椀猀琀愀 搀椀最椀琀愀氀 搀攀 琀攀挀渀漀氀漀最椀愀 攀 攀搀甀挀愀漀 愀 搀椀猀琀愀渀挀椀愀⸀ 嘀漀氀⸀ ⸀ 一⸀ 渀漀瘀⸀ ㈀ 㐀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀瀀甀挀猀瀀⸀戀爀⼀琀攀愀搀⼀渀愀⼀愀爀琀椀最漀猀㈀⼀愀爀琀椀最漀㈀⸀栀琀洀 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀开开开开开开开开开开⸀䔀搀甀挀漀洀甀渀椀挀愀漀㨀 伀 䌀漀渀挀攀椀琀漀Ⰰ 伀 倀爀漀昀椀猀猀椀漀渀愀氀Ⰰ 䄀 䄀瀀氀椀挀愀漀⸀ ㈀ꨀ 攀搀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䌀洀愀爀愀 䈀爀愀猀椀氀攀椀爀愀 搀漀 䰀椀瘀爀漀Ⰰ ㈀ ⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀
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